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Regime Diferenciado de Contratações

Contratação Integrada

Salvador, 26 de maio de 2018

Marcelo Bruto
§ Bibliografia

§ ALTOUNIAN, Cláudio e CAVALCANTE, Rafael Jardim. RDC e a


Contratação Integrada na prática. Forum: São Paulo, 2014.
§ BAETA, André Pachioni. Regime Diferenciado de Contratações
Públicas. Pini: Brasília, 2013.
§ JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e
Contratos Administrativos. Comentários ao RDC. Dialética: São
Paulo, 2013.
§ PESSOA NETO, José Antônio e CORREIA, Marcelo Bruto da
Costa. Comentários ao Regime Diferenciado de Contratações.
Negócios Públicos: Curitiba, 2015
§ Plano de aula

§ Introdução a Regimes de Execução


§ Conceito de RDCi no Mundo
§ Vantagens e desvantagens teóricas
§ Utilização do RDCi no Mundo
§ RDCi no Brasil
§ Plano de aula
§ RDCi no Brasil
§ O que é a contratação integrada no RDC?
§ Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
§ Como usar a contratação integrada
§ Justificativa técnica e econômica
§ Anteprojeto
§ Orçamento
§ Matriz de Risco, Aditivos e Taxa de Risco
§ Critério de Julgamento
§ Análise de projeto
§ Licenciamento ambiental
§ Desapropriações e reassentamentos
§ Objeto – manutenção e operação
§ Primeiros resultados da contratação integrada
Regimes de Execução – Antecedentes Teóricos

ØHistoricamente, regimes contratuais eram negligenciados na


teoria econômica

ØNa década de 70, diferentes correntes teóricas passaram a


abordar o contrato como um mecanismo de governança que define
quem controla determinadas variáveis (design, insumos, seguros) e
os riscos associados a elas
ØAbordagem Agente-Principal (informação assimétrica)
ØContratos Incompletos (direitos residuais de controle)
ØEconomia dos Custos de Transação (racionalidade limitada, oportunismo e
ativos específicos)

ØO dilema comum a estas diferentes correntes se refere à escolha


ótima entre controle x incentivos
Regimes de Execução – Antecedentes Teóricos
Variáveis que Quando adotar
Corrente Autores Problema teórico influenciam a contratos com
decisão mais riscos

Michael
Comportamento
Mencklen Menor aversão
Informação do agente em
William Jansen ao risco do
assimétrica: relação ao risco
Agente-Principal Eugene Fama contratado e
seleção adversa e
Kathleen observabilidade
risco moral Observabilidade
Eisenhardt da performance
da conduta

Quando for
Capacidade de
Oliver Hart Incompletude possível definir
definir
Contratos Sanford contratual: custo qualidade
indicadores de
Incompletos Grossman de detalhar todas contratada ou
desempenho e
as cláusulas impossível
projeto ex ante
detalhar projeto

Custos de
transação: Medianas
Especificidade do
Economia dos racionalidade incerteza,
Ronald Coase ativo
Custos de limitada e frequencia e
Oliver Williamson Incerteza
Transação oportunismo especificidade do
Frequencia
eleva riscos ex ativo
post
Regimes de Execução – Antecedentes Históricos

ØA ideia de contratos com alocação de riscos maior guarda forte


relação com a qualidade de instituições para lidar com as variáveis
citadas, como risco, incerteza, aferição de desempenho e solução
de conflitos

ØContratabilidade do desempenho (burocracia, projetos)


ØEnforcement de contratos (fiscalização, agências reguladoras)
ØMecanismos de resolução de conflitos (mediação,
arbitragem, Judiciário)
ØEstabilidades política e macroeconômica
ØEtc...
Regimes de Execução – Antecedentes Históricos

ØAs contratações administrativas passaram a incorporar na


mesma época, no âmbito das reformas do estado, novos modelos
contratuais, em especial concessões e PPPs e contratos de turn key
(design-build)

ØA principal inovação introduzida nesses novos modelos


contratuais é a ideia de maior alocação ao setor privado, associada
ao dilema controle/incentivos
Regimes de Execução – Antecedentes Históricos

ØNo Brasil, legislação e doutrina, historicamente, conferiram ao


contrato administrativo a função de preservação de um equilíbrio
econômico-financeiro atrelado a noções clássicas, como a teoria da
imprevisão

“… é a relação estabelecida inicialmente pelas partes entre os encargos do


contratado e a retribuição da Administração para a justa remuneração do objeto
do ajuste. Essa relação encargo-remuneração deve ser mantida durante toda a
execução do contrato, a fim de que o contratado não venha a sofrer indevida
redução nos lucros normais do empreendimento. Assim, ao usar o seu direito
de alterar unilteralmente as cláusulas regulamentares do contrato
administrativo, a Administração não pode violar o direito do contratado de ver
mantida a equação financeira originariamente estabeecida, cabendo-lhe operar
os necessários reajustes econômicos para o reestabelecimento do equilíbrio
financeiro” (Helly Lopes Meirelles, 19a Edição, p. 199)
Regimes de Execução – Antecedentes Históricos

ØAs Leis de Concessões e PPPs têm alterado esse panorama, ao


valorizar o contrato como matriz do equilíbrio econômico-
financeiro a partir da alocação de riscos (art. 10, Lei n. 8.987/1995,
art. 4º e 5º, Lei n. 11.079/2004)
Ø Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do contrato, considera-se mantido
seu equilíbrio econômico-financeiro.
Ø Art. 4o Na contratação de parceria público-privada serão observadas as seguintes
diretrizes:
VI – repartição objetiva de riscos entre as partes;

Ø Art. 5o As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao disposto


no art. 23 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que couber, devendo
também prever:
III – a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso
fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária;
Regimes de Execução – Antecedentes Históricos

ØEssas inovações têm provocado uma releitura da função


alocativa dos contratos administrativos
“O que os cultores do Direito Administrativo geralmente não percebem é que os
contratos complexos – como o são os de concessão comum e PPP – são instrumentos de
atribuição de riscos. E, por isso, raramente há neles previsão de benefícios e ônus
estáveis, receitas e custos fixos. Decerto que ao distribuir riscos, o contrato indiretamente
distribui benefícios e ônus, receitas e custos. Mas, geralmente, eles não são estáveis e
fixos, eles dependem de ocorrências futuras e, sobretudo, da capacidade de
gerenciamento por cada parte dos riscos que lhe são atribuídos. (…) Daí dizemos que, na
verdade, o que define a equação econômico-financeira do contrato é a relação entre o
serviço a ser prestado, a sua matriz de riscos e a remuneração prevista no contrato.
(Maurício Portugal, 2006, p. 101/103)
Regimes de Execução – Antecedentes Históricos

§O RDC inovou ao conferir preferência aos “regimes globais” e


introduzir a contratação integrada, reforçando o debate em torno
da função alocativa dos contratos administrativos em favor de
maior transferência de riscos

Art. 9º, §5º - Se o anteprojeto contemplar matriz de alocação de riscos entre a


administração pública e o contratado, o valor estimado da contratação poderá
considerar taxa de risco compatível com o objeto da licitação e as contingências
atribuídas ao contratado, de acordo com metodologia predefinida pela entidade
contratante.

§A Lei das Estatais confere tratamento mais sistemático à matriz de


riscos
Modelos de contratação
Controle

Lei n. 8.666/1993 e RDC RDC e Lei das Estatais Leis n. 8.987/1995 e


Tarefa Contratação Semi-integrada 11.079/2004
Empreitada por preço unitário Contratação Integrada Concessão Adm.
Empreitada por preço global Concessão Patrocinada
Empreitada integral Concessão Comum
Autorizações
Privatizações

Design-Build-
Design-Bid- Build Design-Build Operate-
Transferência de

Mantain
Riscos

Controle Transferência de
Riscos
Regimes de Execução clássicos

§Regimes clássicos: Lei do RDC = Lei n. 8.666/1993 = Lei das Estatais


§empreitada por preço unitário: quando se contrata a execução da
obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;
§empreitada por preço global: quando se contrata a execução da
obra ou do serviço por preço certo e total; - preferencial no RDC
§Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços,
quando for adotada a modalidade de execução de empreitada
por preço global, a Administração deverá fornecer
obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e
informações necessários para que os licitantes possam elaborar
suas propostas de preços com total e completo conhecimento
do objeto da licitação. (Lei n. 8.666/1993)
Regimes de Execução clássicos

§contratação por tarefa: quando se ajusta mão de obra para pequenos


trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais.

§ empreitada integral: quando se contrata um empreendimento em sua


integralidade, compreendendo a totalidade das etapas de obras, serviços e
instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua
entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os
requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança
estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades
para a qual foi contratada. Preferencial no RDC

§ contratação integrada: compreende a elaboração e o desenvolvimento dos


projetos básico e executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a
montagem, a realização de testes, a pré-operação e todas as demais
operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto.
Preferencial no RDC
Regimes de Execução Integrados

§ contratação integrada: compreende a elaboração e o desenvolvimento dos


projetos básico e executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a
montagem, a realização de testes, a pré-operação e todas as demais
operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto.
Preferencial no RDC/Previsto sem preferência na Lei das Estatais

§ contratação semi-integrada: contratação que envolve a elaboração e o


desenvolvimento do projeto executivo, a execução de obras e serviços de
engenharia, a montagem, a realização de testes, a pré-operação e as demais
operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto(...) –
Previsto na Lei das Estatais
Regimes de Execução clássicos x RDCi

PU PG/EI CSMI CI
Estudo de Projeto Básico Projeto Básico Projeto Básico Anteprojeto
Engenharia

Orçamento Determinístico Determinístico Determinístico Determinístico


Analítico Analítico Analítico Probabilístico
Sintético
Paramétrico

Aceite de Preço Unitário Etapas Etapas Etapas


propostas

Objeto Obra Obra (+ serviços e Projeto Executivo Projeto Básico,


instalações na EI) e Obra Executivo e Obra

Preço Aditivo até 25% Aditivo até 10% Lump Sum + Lump Sum
Contratado Matriz de Riscos + Matriz de Riscos
Regimes de Execução clássicos
§ Escolha de empreitada por preço global: problemas em auditorias antigas

§ Licitação com projetos deficientes associados a realização de aditivos (Acórdãos n.


2369/2006, 2736/2009) e desobediência ao princípio da limitação/vedação de
aditivos por falha de projeto (Decisão n. 254/2001, Acórdão n. 2369/2006);

§ Ausência de composição de custos, com assinatura de aditivos fora dos


parâmetros de preço (Acórdão n. 2369/2006);

§ Risco de favorecimento da empresa melhor informada sobre o objeto mal


definido (Acórdão n. 3260/2011);

§ Redução da fiscalização de quantidades, de alterações qualitativas conceituais e


de material pela Administração, favorecendo a “química” contratual, o jogo de
planilha, a redução da qualidade do material empregado (Acórdãos n. 2736 e
2736/2009);

§ Possibilidade de empresas privadas ganharem judicialmente o direito ao


reequilíbrio em função das falhas de projetos, desvirtuando sua natureza
(Acórdãos n. 2736/2009 e 3260/2011).
Regimes de Execução Clássicos
§ Escolha de regimes
§ Apesar da preferência estabelecida no RDC, deve-se considerar que os
regimes globais transfiram um nível de risco suportável ao particular, sob
pena de seleção adversa e risco elevado de impasse na execução
contratual
§ O TCU traduziu essa orientação no Acórdão n. 1977/2013
“9.1.3. a empreitada por preço global, em regra, em razão de a
liquidação de despesas não envolver, necessariamente, a medição
unitária dos quantitativos de cada serviço na planilha
orçamentária, nos termos do art. 6o, inciso VIII, alínea 'a', da Lei
8.666/93, deve ser adotada quando for possível definir
previamente no projeto, com boa margem de precisão, as
quantidades dos serviços a serem posteriormente executados na
fase contratual; enquanto que a empreitada por preço unitário
deve ser preferida nos casos em que os objetos, por sua natureza,
possuam uma imprecisão inerente de quantitativos em seus itens
orçamentários, como são os casos de reformas de edificação, obras
com grandes movimentações de terra e interferências, obras de
manutenção rodoviária, dentre outras”
Regimes de Execução no RDC – nuances sobre os regimes
§ Escolha de regimes
§ 9.1.4. nas situações em que, mesmo diante de objeto com imprecisão
intrínseca de quantitativos, tal qual asseverado no item 9.1.3. supra, se
preferir a utilização da empreitada por preço global, deve ser justificada,
no bojo do processo licitatório, a vantagem dessa transferência maior de
riscos para o particular - e, consequentemente, maiores preços
ofertados - em termos técnicos, econômicos ou outro objetivamente
motivado, bem assim como os impactos decorrentes desses riscos na
composição do orçamento da obra, em especial a taxa de BDI -
Bonificação e Despesas Indiretas;
uma orientação das hipóteses de cabimento de cada regime de empreitada:

REGIME DE EMPREITADA POR PREÇO UNITÁRIO

VANTAGENS DESVANTAGENS INDICADA PARA:


• Contratação de serviços
• Exige rigor nas medições
• Pagamento de gerenciamento e
dos serviços;
apenas pelos supervisão de obras;
• Maior custo da
serviços • Obras executadas
Administração para
efetivamente “abaixo da terra” ou que
acompanhamento da obra;
executados; apresentam incertezas
• Favorece o jogo de planilha; intrínsecas nas estimativas
• Apresenta
menor risco para • Necessidade frequente de de quantitativos, a
o construtor, na aditivos, para inclusão de exemplo de:
medida em que novos serviços ou alteração - Execução de fundações,
ele não assume dos quantitativos dos serviços serviços de terraplanagem,
risco quanto aos contratuais; desmontes de rocha, etc.;
quantitativos de
• O preço final do contrato - Implantação,
serviços (riscos
é incerto, pois é baseado em pavimentação, duplicação
geológicos do
estimativa de quantitativos e restauração de rodovias;
construtor são
que podem variar durante a
minimizados); e - Canais, barragens,
execução da obra;
adutoras, perímetros
• A obra pode ser
• Exige que as partes de irrigação, obras de
licitada com um
renegociem preços unitários saneamento;
projeto com grau
quando ocorrem alterações
de detalhamento - Infraestrutura urbana;
relevantes dos quantitativos
inferior ao
contratados; e - Obras portuárias,
exigido para uma
dragagem e
empreitada por • Não incentiva o
derrocamento;
preço global ou cumprimento de prazos, pois
integral. o contratado recebe por tudo - Reforma de edificações;
o que fez, mesmo atrasado.
- Poço artesiano.
Fonte: Acórdão 1977/13, Plenário do TCU
95
REGIME DE EMPREITADA POR PREÇO GLOBAL

VANTAGENS DESVANTAGENS INDICADA PARA:


• Simplicidade nas • Como o construtor
medições (medições por assume os riscos
etapa concluída); associados aos • Contratação de estudos
• Menor custo para a quantitativos de e projetos;
Administração Pública serviços, o valor global
da proposta tende a ser • Elaboração de pareceres
na fiscalização da obra;
superior se comparado e laudos técnicos;
• Valor final do contrato com o regime de preços • Obras e serviços
é, em princípio, fixo; unitários; executados “acima da
• Restringe os pleitos do • Tendência de haver terra” que apresentam
construtor e a assinatura maior percentual de boa precisão na
de aditivos; riscos e imprevistos no estimativa de
BDI do construtor; e quantitativos, a exemplo
• Dificulta o jogo de
de:
planilha; e • A licitação e
contratação exige projeto - Construção de
• Incentiva o
básico com elevado grau edificações; e - Linhas de
cumprimento de prazo,
de detalhamento dos Transmissão.
pois o contratado só
recebe quando conclui serviços (art. 47 da Lei
uma etapa. 8.666/93).
Fonte: Acórdão 1977/13, Plenário do TCU

A nosso ver, se vista com um dos critérios a mão do gestor, a decisão do


TCU acerta, pois existirão maiores riscos em contratos por preço global
Regimes de Execução clássicos
§ Escolha de Regimes – a diretriz da Lei das Estatais

Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços de engenharia admitirão


os seguintes regimes:

I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os objetos, por sua natureza,
possuam imprecisão inerente de quantitativos em seus itens orçamentários;

II - empreitada por preço global, quando for possível definir previamente no projeto
básico, com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a serem
posteriormente executados na fase contratual;

III - contratação por tarefa, em contratações de profissionais autônomos ou de pequenas


empresas para realização de serviços técnicos comuns e de curta duração;

IV - empreitada integral, nos casos em que o contratante necessite receber o


empreendimento, normalmente de alta complexidade, em condição de operação
imediata;
Contratação Integrada
Construction Research Congress 2014 ©ASCE 2014 1390
O que é a contratação integrada no mundo?
a traditional project, the design is typically completed before the selection of a
Ø Turnkey, EPC
contractor. (engineering,
With DB the design procurement and
does not need to be construction),
completed before the Design-Build
contractor is
Øselected, resulting in the overlapping of the construction and design phases, as shown
Design/projeto e construção são atribuídos a um único particular ou
in the bottom portion of Figure 1, which allows for the builder’s participation in the
consórcio
design.
Ø Contratos são por preço fechado (lump sum)

Design Build
Concept and Select
Preliminary
Feasibility Design Final Design
Design
Builder
Construction

Limited Contractor Input Extensive Contractor Input

Time Savings
Design Bid Build
Concept and Select Preliminary Final Design Contractor Construction
Feasibility Engineer Design Selection

Limited Contractor Input Extensive Contractor Input

Fonte: Goftar et al, 2014


Figure 1. DBB versus DB contractual relationships (top) and timing of
involvement (bottom)
RDCi – quais são as vantagens e desvantagens teóricas?

§ Vantagens potenciais
§ Absorção de metodologias diferenciadas ou tecnologias
§ Atração de expertise indisponível no órgão contratante
§ Maior integração entre projeto e execução da obra, com
menores custos de transação
§ Concentração de responsabilidade em um único
contratado
§ Melhores incentivos para atendimento a cronogramas e
adoção de metodologias mais eficientes (custo x
benefício)
§ Maior previsibilidade do orçamento da obra (contratos
“lump sum”)
RDCi – quais são as vantagens e desvantagens teóricas?

§ Desvantagens potenciais
§ Possível perda de controle sobre a qualidade do objeto
contratado
§ Imprecisão na definição do orçamento e “preço” da matriz
de riscos
§ Impasses na execução contratual decorrentes da alocação
de riscos
§ Alocação excessiva de riscos – seleção adversa e
oportunismo

.
As garantias do financiamento poderão ser compartilhadas com debenturistas, em
condições a serem estabelecidas de acordo com cada projeto.
RDCi no mundo
Adicionalmente, a composição do pacote de garantias será variável, de acordo
com a fase do projeto:
Ø Setor privado
1) Estrutura de Garantias na Fase Pré-Operacional, período anterior à conclusão
Ø Contratos
técnica EPCdo– projeto,
e financeira engineering, procurement
além das and construction
garantias constantes no item “Estrutura
Ø FIDIC
Básica – Federation
de Garantias”, Internationale
composição des Ingénieurs-Conseils
das seguintes garantias: - Silver Book
“Conditions
Fiança of Contract
corporativa EPC/Turnkey
dos controladores Projects”
ou fiança bancária;
Carta BNDES
ØContrato – concessões
de Suporte 2013
de Acionistas (ESA);
Seguro-garantia para cobertura dos riscos alocados ao concessionário.

As instituições financeiras, em esforço conjunto com os empreendedores de cada


projeto, estruturarão uma composição adequada dejunho
Brasília, 10 de garantias
de 2014. para o
financiamento, que objetive uma alocação de riscos equilibrada. Tal estruturação
considerará, inclusive, a limitação dos valores de ESA a 20% do volume total dos
investimentos obrigatórios,
Ilmo. Sr. Jorge Bastos além do volume total de capital próprio previsto. A
estruturação do financiamento
Diretor Geral da ANTT com limitação de recursos aos acionistas deverá
Agência Nacional de Transportes Terrestres
incluir os itens listados abaixo, de modo a assegurar a conclusão técnica e
SCES, Trecho 03, Lote 10, Projeto Orla, Pólo 08 – Brasília – DF
financeira
CEP:do70.200-003
empreendimento e mitigar os riscos inerentes a essa Fase:
Contratos de construção, fornecimento e serviços que transfiram os riscos de
sobrecustos para o contratado, necessariamente na modalidade "EPC turn key
lumpRef.
sum", cujos termos
Concessões e condições
Ferroviárias deverão estar em linha com as melhores
Federais do PIL
práticas internacionais e estarão sujeitos à validação técnica e jurídica por
Tendo em vista as licitações anunciadas para a concessão de ferrovias federais
parteintegrantes
dos credores;
do Programa de Investimentos em Logística (PIL), o BNDES, a Caixa e o
Banco do Brasil vem a público informar as condições de apoio aos investimentos
Garantia emitida
relacionados aos pelo FGIE/ABGF,
projetos ou por outros mecanismos contratuais com
dos futuros concessionários:
funções equivalentes, para a mitigação de riscos não-gerenciáveis, não
Participação: Até 70% do volume de investimentos obrigatórios previstos no plano
de negócios do proponente à instituição financeira, observado o ICSD ≥ 1,2
RDCi no mundo

Ø EUA
Ø FAR – Item 36.301 – Pode ser utilizada quando a entidade
entender apropriado, considerando alguns critérios:
Ø o grau em que os pré-requisitos para o projeto estiverem
adequadamente definidos;
Ø a limitação de tempo para a entrega do projeto;
Ø a capacidade e experiência de potenciais contratados;
Ø adequação do projeto para a utilização do método de
“duas fases” de seleção;
Ø a capacidade da agência para gerir o procedimento de
“duas fases”; e
Ø outros critérios estabelecidos pelo chefe da agência
contratante.
highest at 59 percent and Washington the third highest state at 56 percent. When looking at
specific sectors, the military uses design-build on 81 percent of projects. However, even when
military projects are taken out of the equation, Oregon is still the top state due to multifamily
residential and industrial sectors’ preference for design-build. Those two industries also lift

RDCi no mundo
Michigan to the second place spot in the list of states doing the most non-military design-build.

“The Reed/RSMeans segmentation analysis now includes nine complete years of actual history,
statistically supporting observation of trends at the state and industry sector segment levels,” says
Tim Duggan, Director of Custom Solutions, Reed/RS Means, one of North America’s largest
information providers to the design and construction industry.

•EUA – crescimento no
basismercado americano
for the study in addition to the incorporation (Fonte: http://www.dbia.org/resource-
RSMeans’ proprietary database of historical and planning construction projects data served as the
of other publicly and privately available data

center/Pages/Research.aspx)
sources. A copy of the full report, “Design-Build Project Delivery Market Share and Market Size
Report,” is available on DBIA’s web site.
SIX TIMES MORE Research cited in this report
was gathered by DBIA

TRANSPORTATION
and published April 2, 2016.
For more information, please contact DBIA.

DESIGN-BUILD
Design-Build Institute of America
1331 Pennsylvania Ave. NW; 4th Floor
Washington, D.C. 20004
www.DBIA.org

In December 2015, the Design-Build Institute of


America (DBIA) began a survey of state DOTs in
State DOTs Lik
regard to their design-build programs. The survey
developed by DBIA’s Transportation Markets
Design-Build
Committee examines the extent of design-build
9% on rail. Interestingly, the survey results show
no major differences between the use of design- About Owners
use, project types, procurement, best practices
and education and training needs.
Of respondents, 87% have design
and 62% have a centralized desig
build regarding project size. On average, owners with dedicated staff for design-bu
are just as likely to use design-build on projects Results from 30 DOTs have revealed that design-
build has grown faster in transportation than any

8.
under $20 million as they are larger projects. other market sector, and it’s still growing.
65% 35% 81%
have design-build
Completedhave post-award
Transportation are interested
Design-Build in
Projects
States use design-build for manual processes processes in manuals owner-focused training out
these project types
Established in 1993, the Design-Build Institute of 81%
Americaof (DBIA)
600%
the isowners indicate that
the only organization
More Projects
1,000 +
they are interested in would
owner-focused
defines, teaches and promotes best practices in design-build training.
project delivery. Design-build is an ag
Since 2002
integrated approach that delivers design and construction services under one contract with a
single point of responsibility. Owners select design-build to achieve best value while meeting
schedule, cost and quality goals. Learn more about Those interested
design-build and DBIA’sin trainingand
certification are primarily Owners who have used design-bu
other programs at www.dbia.org.
interested in best practices. There is also strong of those who’ve responded so far
would use design-build in the futur
© 2016 Design Build Institute of America
140 collaboration and cultural
interest in teaming,
91%
Design Build Institute of America
65% 9% shift training. Follow Us
who are not planning to use desig
future, the primary reason is the la
highways
Contact Us | dbia.org
bridges railroads
1331 Pennsylvannia Avenue, NW 4th Floor, Washington, DC 20004
as of as of authority. DBIA has worked to pas
2002is highly recognized 2016
Additionally, DBIA by state granting design-build authority in a
and will continue this advocacy un
DOT representatives – two-thirds of respondents
In 2002, the Federal Highway Administration have design-build as another tool
have attended a DBIA conference and 42% are delivery toolbox.
Owners use various selection processes and reported that state DOTs had completed 140
RDCi no mundo

Ø União Européia
Ø Diretiva n. 25/2014 – Sem preferência de contratação
separada ou conjunta de concepção e execução de obras
Ø “as entidades adjudicantes deverão poder prever tanto a adjudicação
separada como a adjudicação conjunta de contratos de conceção e a
execução das obras. A presente diretiva não tem por objetivo prescrever a
adjudicação conjunta ou separada de contratos”
Ø Vários países se utilizam do modelo integrado (França, UK,
Grécia, Suécia, Croácia)
Ø Diálogo Competitivo como modelo ainda mais avançado de
compartilhamento de riscos
Ø Não se restringe a obras complexas, abrangendo
edificações, creches/escolas, hospitais, rodovias, ferrovias e
instalações industriais (Fonte: http://www.icoste.org/
Roundup1204/Hanscomb-Means-Oct04.pdf)
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Ø Rodovias (EUA) - Pesquisa FHA - “Design-Build Effectiveness
Study” (2006) - Federal Highway Administration – desempenho
superior em cronograma e custos
Duration Value Cost. Value Quality Value
Dimension Dimension Dimension
Responses 62 Responses 48 Responses 61
Average -14.1% Average -2.6% Average 0.0%
Median -10.0% Median 0.0% Median 0.0%
Mode -0.1% Mode 0.0% Mode .0%
Maximum 50.0% Maximum 65.0% Maximum 10.0%
Minimum -63.0% Minimum -61.8% Minimum -10.0%
Standard 24.4% Standard 20.5% Standard 2.1%
Deviation Deviation Deviation
The research agenda detailed in the methodology section lays out inputs are compared with each other, then the benchmarking will
the framework to perform a complete input-versus-output compar- have greater meaning than one drawn from comparison of projects
ison between DBB and DB projects. Using a limited data set that with entirely different inputs. Performance metrics such as cost per
RDCi segundo as pesquisas empíricas
included four DB projects and 11 DBB projects, two components of
the entire methodological framework, represented in Figure 3, were
lane mile of road and delivery speed should be benchmarked when
the scope of the work and other project inputs are similar. For exam-
showcased. First, an input-versus-output analysis was conducted on ple, less cost per lane mile of road does not necessarily mean better
the DB project sample. If a larger number of DB projects had been cost performance. Similarly, higher project delivery speed does not
Rodovias (EUA), Pramen Prasad Shrestha, Giovanni Ciro Migliaccio, James T.
available, correlations between their inputs and outputs could have mean the project has good schedule performance. The inputs and
O’Connor, and G. Edward Gibson, Jr. (2007) - Benchmarking of Large Design–Build
been determined. Because data on only four DB projects were avail- outputs of each project must be analyzed in detail before one proj-
able, the trends of each of the possible combinations of inputs and ect’s performance is declared better than the rest. Therefore, the
Highway Projects – crescimento de custo menor, cronograma mais próximo do
outputs were analyzed. As a result, 15 input factors with a clear benchmarking methodology of any construction project should be
esperado e mudança de escopo similar com maior desvio padrão
trend against at least one output were identified for a total of 39 rela- based on inputs versus outputs.

10% 40%
15%
5% 30%

0% 20% . 10%
-5% 10%

-10% 0% 5%

-15% -10%

-20% -20% 0%

DB DBB DB DBB DB DBB


(a) (b) (c)

FIGURE 3 Boxplots of DB and DBB outputs: (a) cost growth, (b) schedule growth, and (c) change
order factor.
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Ø Edificações (EUA) - Hale, D., Shrestha, P., Gibson, G., Jr., and Migliaccio, G.
(2009), ”Empirical Comparison of Design/Build and Design/Bid/Build Project
Delivery Methods.” J. Constr. Eng. Manage., 135(7), 579–587) – vantagens
em cronograma e custo equivalente

.
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Diversas obras (EUA), Qing Chen; Zhigang Jin; Bo Xia; Peng Wu; and Martin Skitmore
(2015), Time and Cost Performance of Design–Build Projects
Comparison between Project Characteristics – média de 0,15% de atraso, com 75% dos
projetos no prazo; média de 6,9% de aumento de custos, sendo 45% dentro do
planejado. Resultados superiores a literatura comparada em DBB

For many projects, especially commercial buildings, early


Table 3. Cos
completion means early occupancy and reduced financing expendi-
Characteristics
ture, which is a major reason many use the DB method. The early
. completion rate (ECR) measures whether the project was com-
pleted on time, where ECR ¼ ðcontracted completion date − actual Category
completion dateÞ=ðcontracted completion date − contracted Project start type
dateÞ. This indicates that 37.5% of projects were completed Commerciaon
time, and 21.8% were completed later, with the remaining 40.7% infrast
Civil
being completed early. Industrial p
Other
Table 2 summarizes the ANOVA tests on the time performance
Owner
of DB projects within different project characteristics (project type,
Developer
owner, procurement method, contract method, and LEED levels).
or personal use only; all rights reserved.

Governmen
or personal use only; all rights reserved.

This shows TOR and ESR to be significantly different (p < 0.05) Governmen
between projects with different procurement methods, with low-bid Governmen
procurement projects having a clearly longer time overrun (time Governmen
Municipal
delay) and earlier starting time. This is most likely due to the design
of low-bid DB projects being well advanced at the time of procure- Nonprofit c
Other
ment (Molenaar and Gransberg 2001) and hence enabling the
Private corp
Fig. 1. Distribution of time overruns rates early
Fig. start of construction
2. Distribution workrates
of cost overruns uponof selection of the successful
DB projects Procurement m
contractor as most of the project scope is already clearly defined Low-bid
and approved. Fixed budg
in the early start rate (ESR), which measures whether DB construc-
cost. Fig. 2 shows the distribution of the COR values. These have a Best value w
tion started at the time stipulated in the contract, where ESR ¼ mean of 6.9% (cost overrun), with range −38 to 286%. In this case, Best value w
Analysis
After all the relevant information was extracted from the DBIA database, the performance of the projects were
compared in terms of schedule and cost (see Table 1). Among 367 projects (performance information for all the
RDCi segundo as pesquisas empíricas
projects were not available in the database), only 25% were delivered past the proposal completion date. The rest
were either finished on schedule or ahead of the proposal completion date. In contrast, almost 60% of the projects
suffered from cost overruns compared to the proposal budget. For the purpose of calculating schedule overrun and
cost overrun, the authors have compared the actual numbers with the proposal schedule and cost information. This
Diversas obras (EUA), Inha Kang, MS, Somik Ghosh, PhD, Tammy L. McCuen, (2015) -
appears to align with the findings of Tran and Molenaar (2014) that project owners select the DB method to take
advantage of potential time savings the process yields, albeit with increase risks and uncertainties in the projects due
Performance of Design -Build Projects: Current State and
to concurrent design and construction activities. Other studies indicate that owners choose to implement DB for
reduced overall schedule as the primary benefit, while cost savings were a less motivating factor (Lopez del Puerto
Comparison between Project Characteristics – em média redução de cronograma e ligeiro
et al. 2008).
aumento de custos Table 1: Summary of DB project performance from 2004-2013

On Schedule Schedule On Cost


Cost Overrun
Time Shortened Overrun Budget Saved

Number of
Projects
99 176 92
. 76 78 223

Percentage 26.98% 47.96% 25.07% 20.16% 20.69% 59.15%


51st ASC Annual International Conference Proceedings Copyright 2015 by the Associated Schools of Construction

Total 367 Projects 377 Projects Copyright 2015 by the Associated Schools of Construction
51st ASC Annual International Conference Proceedings

Based on the data available, the authors attempted to understand the annual variations in schedule and cost growth
for the DB projects. The annual variations are shown in Figure 5, which illustrates the fluctuations over the six year
period from 2006 to 2012. While the extracted data contain projects completed prior to 2006 and after 2012, the
numbers are extremely small and the authors did not include them in the analysis. The schedule and cost growths
shown in Figure 5 are the averages of the projects completed in those particular years. As evident from the graph,
the schedule growth showed incremental improvement over the years, while the cost growth does not show that
much of improvement.

Figure 5: Schedule and Cost Growth Change from 2006 to 2012


Figure 6: Schedule and cost growths in building categories

Projects in civil, educational, government, industrial, medical, military, and water & sewer categories were
segregated to find the trend in their schedule growth and cost growth. Figure 6 shows average schedule growth and
average cost growth of each building category. The medical category demonstrated the least schedule growth, which Table 2: Detailed schedule and cost growth in building categories
RDCi segundo as pesquisas empíricas – Revisões de Literatura
Ø Hale et al (”Empirical Comparison of Design/Build and Design/Bid/Build Project
Delivery Methods.” J. Constr. Eng. Manage., 135(7), 579–587), 2009):
Ø 8 pesquisas analisadas sob as dimensões cronograma e variação de custo
Ø 6 identificam uma tendência de contratações integradas (Design-Build)
obterem menores atrasos de cronograma do que os modelos tradicionais
(Design-Bid-Build).
Ø 6 revelam que os contratos DB têm menor variação de custo do que os
contratos no modelo DBB.
Ø Goftar et al (A Meta-Analysis of Literature Comparing Project Performance
between Design-Build (DB) and Design-Bid-Build (DBB) Delivery Systems, 2014):
Ø 15 pesquisas analisadas sob as dimensões custo (total e variação), cronograma
(total e variação) e qualidade
Ø Custo total – maior parte das pesquisas indica vantagem do modelo DB, com
mediana de 5% de economia
Ø Variação de custo – maior parte indica controle superior do orçamento do
modelo DB, embora haja resultados controversos e estatisticamente não
significativos
Ø Cronograma – pesquisas mostram consistentemente vantagens do modelo DB
Ø Variação de cronograma – resultados não são consistentes ou estatisticamente
significativos
Ø Qualidade – resultados não apontam variações significativas
O que é a contratação integrada do RDC?

§ Design-Build
§ Licitante vencedor deverá elaborar o projeto básico e o
executivo com base em um anteprojeto de engenharia
fornecido pela Administração Pública, que conterá todos os
elementos necessários à elaboração de propostas (art. 9º,
LRDC)
§ Lump Sum
§ Fica vedada a celebração de termos aditivos, salvo para a
recomposição do equilíbrio econômico financeiro por caso
fortuito/força maior ou por alterações imprescindíveis
solicitadas pela Administração Pública (art. 9, § 4º, LRDC)

§ Atenção: reequilíbrio por eventos atribuídos ao Poder Público na Matriz de


Riscos (Lei das Estatais)

.
O que é a contratação integrada do RDC?

§ Vedação a Aditivos: duas regras da Lei das Estatais

§ Art. 42, §3º -Nas contratações integradas ou semi-integradas, os


riscos decorrentes de fatos supervenientes à contratação
associados à escolha da solução de projeto básico pela contratante
deverão ser alocados como de sua responsabilidade na matriz de
riscos.

É vedada a celebração de aditivos decorrentes de


§ Art. 81, §8º -
eventos supervenientes alocados, na matriz de riscos, como de
responsabilidade da contratada.

.
O que é a contratação integrada do RDC?

§ Outros aspectos legais


§ Regime preferencial (art. 8o, §3o)

§ Justificativa técnica e econômica (art. 9º, caput, LRDC)

§ Permite a apresentação de projetos com metodologias de


execução diferentes pelos licitantes (Art. 9º, § 4º, LRDC)

§ A licitação era sempre por técnica e preço (art. 9º, § 2º, III, LRDC),
obrigação que foi revogada a partir da Lei n. 12.980/2014

.
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?

§ Hipóteses de cabimento
§ O entendimento hiper restritivo a partir da exigência de
técnica e preço (art. 20, §1º) - metodologias e tecnologias
de domínio restrito no mercado
§ Posição da AGU – Parecer 03/2012 – entendimento
sistemático e não aplicação do art. 20, §1º, no caso da
contratação integrada
§ Posição do TCU a partir do Acórdão 1510/2013
§ Tendências ampliativas - Rodovias (Acórdãos 1310/2013
e 1465/2013) aeroportos (Ac. 1510/2013), creches (Ac.
n. 2.600/2013) e dragagem de portos (Ac. 2909/2014)
§ Tendências restritivas cada vez mais majoritárias –
Sinalização de Rodovias (Ac. 1399/2014), aeroportos
regionais (Ac. 3569/2014), dragagem (Ac. 1388/2016) e
rodovias (2725/2016)
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?

§ Parecer 03/2012 AGU

§ A possibilidade de adoção do Regime de Contratação


Integrada não está subsumida às hipóteses de objeto
previstas nos incisos I e II do §1o do art. 20;

§ A Administração Pública poderá utilizar preferencialmente o


Regime de Contratação Integrada, disciplinado pelo art. 9o,
para a contratação de obras e serviços de engenharia, desde
que essa opção seja técnica e economicamente justificável,
sendo esta a única condicionante sine qua non para se optar
pela contratação integrada.

.
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?

§ Acórdão 1510/2013 – abrangência


§ “se tomada, de maneira isolada a diversidade metodológica
como variável suficiente para a utilização da contratação
integrada, tenho que a presente discussão se perca em
funcionalidade. Afinal, se uma obra é licitada com base no
anteprojeto, ela já carrega em si a possibilidade de a contratada
desenvolver metodologia e/ou tecnologia própria para a feitura
do objeto. Logo, se justificada a vantagem, o enquadramento no
art. 20, § 1º, será quase automático.”
§ “Os ganhos advindos da utilização da contratação integrada
devem compensar esse maior direcionamento de riscos aos
particulares. Essa demonstração é o cerne para a motivação da
vantagem para utilizar o novo regime.”
§ faz-se necessária a motivação acerca da inviabilidade do
parcelamento da licitação, em razão da diretriz enraizada no art.
4º, inciso VI, da Lei 12.462/2011
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
§ Lei n. 12.980/2014
§ Buscou dar maior clareza para o uso da contratação
integrada
I - inovação tecnológica ou técnica;
II - possibilidade de execução com diferentes metodologias;
ou
III - possibilidade de execução com tecnologias de domínio
restrito no mercado.
§ Retirou a exigência de técnica e preço
§ Técnica e preço não seria o melhor critério de julgamento
para todo tipo e porte de obra, mas para os casos em que
há necessidade de a Administração avaliar soluções
técnicas distintas que afetam a operação da obra
§ Metodologia de execução diversa pode reduzir
cronogramas, mas não influenciar na qualidade do objeto
entregue. Redução de prazo se reflete no preço.
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?

§ Novas tendências restritivas: a questão da complexidade


mínima para que haja competição em termos de
metodologias/tecnologias
§ Complexidade do objeto como pressuposto: o objeto “deve ser tal
que permita uma disputa efetiva em termos de metodologia/
tecnologia” (Altonian e Jardim, 2014)

§ "possibilidade de execução mediante diferentes metodologias" deve


corresponder a diferenças metodológicas em ordem maior de
grandeza e de qualidade, capazes de ensejar uma real concorrência
entre propostas envolvendo diversas metodologias, de forma a
propiciar ganhos reais para a Administração, trazendo soluções que
possam ser aproveitadas vantajosamente pelo Poder Público” (Ac.
1399/2014 e 2011/2015)

.
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
§ Novas tendências restritivas: a questão da complexidade
mínima para que haja competição em termos de
metodologias/tecnologias
§ Acórdão 3569/2014 – Ministro Marcos Bemquerer
§ “Ao optar pela licitação por menor preço num objeto que se
enquadrava - no entender dos interessados - no inciso II e não aplicar o
critério de técnica e preço, deveria o edital prever algum critério
objetivo de julgamento das propostas que contemplasse as vantagens
das diferentes metodologias, o que não se observou no presente caso.

Creio mesmo ser admissível que uma obra de menor complexidade


possa ser enquadrada no aludido inciso II. Porém, permanece
imprescindível, para que não haja ofensa à lei, que: as possíveis
metodologias diferenciadas sejam relevantes ante o escopo da
obra; as vantagens da adoção da contratação integrada para a
Administração Pública, em detrimento dos outros regimes
preferenciais, estejam demonstradas, por meio de argumentos
aplicáveis especificamente ao objeto que se pretende licitar, e não
por meio de um rol genérico de conveniências daquele regime; e
existam critérios objetivos de julgamento das propostas que
privilegiem metodologias mais vantajosas para a Administração.”
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
§ Novas tendências restritivas: a questão da complexidade
mínima para que haja competição em termos de
metodologias/tecnologias
§ Acórdão 1388/2016 – Ministra Ana Arraes
§ “Em breves palavras, as deliberações mencionadas trazem o entendimento de
que, além de justificativa técnica e econômica, é necessário o enquadramento
do objeto da licitação em uma das condições elencadas no art. 9º da Lei
12.462/2011. Quando a condição atendida é a possibilidade de utilização
de diferentes metodologias na execução da obra, estas devem se referir a
aspectos de ordem maior de grandeza e de qualidade, capazes de ensejar
uma real concorrência entre as propostas a envolver diversas
metodologias, de forma a propiciar ganhos reais para a Administração.”

.
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
§ Novas tendências restritivas: a questão da complexidade
mínima para que haja competição em termos de
metodologias/tecnologias
§ Acórdão 1388/2016 – Ministro Benjamin Zymler
§ “busca-se demonstrar que a justificativa técnica e econômica de que
trata o art. 9º da Lei 12.462/2011 abrange diversos fatores que nem
sempre podem ser expressos monetariamente de per si, embora alguns,
como a redução dos prazos, possam ser expressos numericamente.
Assim, como já sinalizado, creio que somente uma comparação
ampla que confronte contratos já executados mediante os diversos
modelos de contratação poderá permitir uma análise científica das
vantagens e desvantagens da utilização da contratação integrada
de forma a permitir aos gestores públicos tomarem decisões em
bases mais sólidas.”

.
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
§ Novas tendências restritivas: a questão da complexidade
mínima para que haja competição em termos de
metodologias/tecnologias
§ Acórdão 2725/2016

§ 9.2. dar ciência ao Dnit que a opção pelo regime de contratação integrada, nos
termos do inciso II e caput do art. 9º da Lei 12.462/2011:

§ 9.2.1. se restringe às situações em que as características do objeto permitam que


haja a real competição entre as licitantes para a concepção de metodologias e
tecnologias distintas, que levem a soluções capazes de serem aproveitadas
vantajosamente pelo Poder Público, no que refere à competitividade, ao prazo, ao
preço e à qualidade, em relação a outros regimes de execução, especialmente a
empreitada por preço global;

§ 9.2.2. deve estar fundamentada em análise comparativa com contratações já


concluídas ou outros dados disponíveis, procedendo-se à quantificação, inclusive
monetária, das vantagens e desvantagens da utilização do regime de contratação
integrada, sendo vedadas justificativas genéricas, aplicáveis a qualquer
empreendimento, e sendo necessária a justificativa circunstanciada no caso de
impossibilidade de valoração dos parâmetros citados;
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
§ Lei das Estatais – mantém espírito RDC, mas permite Semi-
integrada
§ Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços de
engenharia admitirão os seguintes regimes:

§ V - contratação semi-integrada, quando for possível definir previamente


no projeto básico as quantidades dos serviços a serem posteriormente
executados na fase contratual, em obra ou serviço de engenharia que
possa ser executado com diferentes metodologias ou tecnologias;

§ VI - contratação integrada, quando a obra ou o serviço de engenharia for


de natureza predominantemente intelectual e de inovação tecnológica
do objeto licitado ou puder ser executado com diferentes metodologias
ou tecnologias de domínio restrito no mercado.

§ Art. 42, §5º - não será admitida, por parte da empresa pública ou da
sociedade de economia mista, como justificativa para a adoção da
modalidade de contratação integrada, a ausência de projeto básico.
Como usar a contratação integrada?
§ A importância do planejamento no RDCi, após art. 9o …
§ Justificativa técnica e econômica
§ Estudos e Modelagem de Edital e Contrato
§ EVTEA
§ Anteprojeto
§ Orçamento
§ Matriz de Risco/Aditivos e Taxa de Risco
§ Critério de julgamento
§ Análise de projeto
§ Licenciamento Ambiental
§ Desapropriação e reassentamentos
§ Objeto: manutenção e operação?
Como usar a contratação integrada?
§ A justificativa técnica e econômica
DIREX

Contratações de Obras e Projetos

.
Como usar a contratação integrada?
§ A justificativa técnica e econômica
DIREX
ANÁLISE BR-101 AL LOTE 3 TT-062/2010
400000000
Gráfico de Medições Acumuladas
350000000
EPT (RPFO) Observações comuns:

300000000 COTA • De forma geral, nos casos analisados


250000000
o progresso do projeto em termos
absolutos, equivalente ao trabalho
200000000 . realizado (valor agregado) era inferior
150000000 COTR ao valor planejado.

100000000
VP • Presença de patamares na curva do
COTR, correspondendo a períodos
50000000
de tempo em que não há progresso
0 ou valor agregado. Geralmente tal
ago-yy
nov-yy

ago-yy
nov-yy

ago-yy
nov-yy

ago-yy
nov-yy
mai-yy

mai-yy

mai-yy

mai-yy
fev-yy

fev-yy

fev-yy efeito foi observado em períodos de


chuva, na proximidade de reajustes,
quando o há RPFO em andamento
ou quando há interferência ambiental.

• Estimativa para terminar (EPT) em patamares mais altos, correspondendo ao novo custo
previsto para terminar todo projeto.
• Reprogramações mantendo o comportamento do valor planejado inicialmente,
desconsiderando o próprio histórico da obra.
Como usar a contratação integrada?
§ A justificativa técnica e econômica
§ Acórdão 1388/2016: “a opção pelo regime de contratação integrada
com base no inciso II do art. 9º da Lei 12.462/2011 deve ser
fundamentada em estudos objetivos que a justifiquem técnica e
economicamente e considerem a expectativa de vantagens quanto
a competitividade, prazo, preço e qualidade em relação a outros
regimes de execução, especialmente a empreitada por preço global,
e, entre outros aspectos e quando possível, a prática internacional
para o mesmo tipo de obra, sendo vedadas justificativas genéricas,
aplicáveis a qualquer empreendimento;”

§ Acórdãos 3569/2014, 2153/2015, 2725/2016

.
O que é o anteprojeto?
§ EVTEA – etapa preliminar
§ Acórdão 1884/2016: “adote, para as obras contratadas por meio do
Regime Diferenciado de Contratações Públicas no regime de
contratação integrada, as mesmas regras que obrigam a realização
prévia de estudos de viabilidade técnica e econômica, nesses casos
em momento anterior à elaboração do anteprojeto, de modo a
observar a imposição do art. 3º da Lei 5.917/1973, os §§ 1º e 2º do art.
9º da Lei 12.462/2011 e os princípios da eficiência, da economicidade
e da motivação dos atos administrativos; e

§ Acórdão 2215/2016: “Ante o exposto, entende-se que não se pode


utilizar o projeto apresentado a este Tribunal como anteprojeto de
engenharia para fins de contratação integrada do RDC, pois estão
ausentes: (i) justificativa para contratação integrada; e (ii) estudo de
viabilidade aprofundado, de modo a embasar o anteprojeto de
forma adequada”
O que é o anteprojeto?
§ Anteprojeto (art. 9o, § 2º, I, LRDC)
§ a demonstração e a justificativa do programa de
necessidades, a visão global dos investimentos e as definições
quanto ao nível de serviço desejado;
§ as condições de solidez, segurança, durabilidade e prazo de
entrega;
§ a estética do projeto arquitetônico; e
§ os parâmetros de adequação ao interesse público, à
economia na utilização, à facilidade na execução, aos
impactos ambientais e à acessibilidade

.
O que é o anteprojeto?

§ anteprojeto deve conter, quando couber, os seguintes


elementos técnicos (art. 73, § 1º) – inspiração na NBR
13532/1995/ABNT
§ concepção da obra ou serviço de engenharia;
§ projetos anteriores ou estudos preliminares que
embasaram a concepção adotada; (Contratação
semi-integrada?)
§ levantamento topográfico e cadastral;
§ pareceres de sondagem; e
§ memorial descritivo dos elementos da edificação,
dos componentes construtivos e dos materiais de
construção, de forma a estabelecer padrões
mínimos para a contratação.
O que é o anteprojeto?
§ Art. 74, Regulamento: § 4º Os Ministérios supervisores dos órgãos e
entidades da administração pública poderão definir o detalhamento dos
elementos mínimos necessários para a caracterização do anteprojeto de
engenharia. (Incluído pelo Decreto nº 8.080, de 2013)
§ Exemplo DNIT (IN n. 09/DG)
§ Tráfego;
§ Traçado;
§ Topografia e modelagem digital do terreno;
§ Sondagem do subleito, estudos de empréstimos para
terraplanagem;
§ Materiais para pavimentação (cascalheiras, areais, pedreiras)
§ Drenagem;
§ Bacia Hidrográfica;
§ APPs e condicionantes ambientais;
§ Relatório de Visita.
O que é o anteprojeto?

§ Exemplo DNIT (Edital DNIT 003/2015)


§ “As soluções adotadas no Anteprojeto de Pavimentação
(disponibilizado no site do DNIT) são referenciais e poderão
ser alteradas, desde que adotada a solução mais segura,
tanto em termos de espessuras das camadas, como de
desempenho mecanístico. Estas alterações estarão sujeitas à
aceitação e aprovação pelo DNIT”.
§ Ex: Troca de Solução de pavimentação
⎫ Análise Mecanística
⎫ A análise comparativa deve contemplar, além do
comportamento tensão x deformação e vida útil, os custos de
manutenção e conservação.
⎫Para validar as propostas, outros métodos de
dimensionamento, além daqueles indicados no Manual de
Pavimentação do DNIT, podem ser utilizados.
O que é o anteprojeto?

§ Exemplo Mcid
§ Sanamento, habitação, mobilidade urbana
§ http://www.cidades.gov.br/images/stories/
ArquivosCidades/ArquivosPDF/Oficio_CAIXA_-
_Orientao_RDC-Contratao_Integrada.pdf

.
O que é o anteprojeto?
§ Lei das Estatais: solução interessante em relação a caráter
referencial do anteprojeto ou do projeto nas contratações
integradas e semi-integradas

§ Art. 42., X, “b” e “c”


§ b) estabelecimento preciso das frações do objeto em que haverá liberdade das contratadas
para inovar em soluções metodológicas ou tecnológicas, em obrigações de resultado, em
termos de modificação das soluções previamente delineadas no anteprojeto ou no projeto básico da
licitação;
§ c) estabelecimento preciso das frações do objeto em que não haverá liberdade das contratadas
para inovar em soluções metodológicas ou tecnológicas, em obrigações de meio, devendo
haver obrigação de identidade entre a execução e a solução pré-definida no anteprojeto ou no
projeto básico da licitação.

§ Art. 42, §1º, I, c - documento técnico, com definição precisa das frações do empreendimento
em que haverá liberdade de as contratadas inovarem em soluções metodológicas ou
tecnológicas, seja em termos de modificação das soluções previamente delineadas no
anteprojeto ou no projeto básico da licitação, seja em termos de detalhamento dos sistemas e
procedimentos construtivos previstos nessas peças técnicas;
O que é o anteprojeto?

§ TCU: “na contratação integrada, o anteprojeto deve conter


elementos que confiram à licitação lastro mínimo comparativo
para a definição da proposta mais vantajosa e que ofereçam
informações suficientes aos licitantes para o dimensionamento de
suas soluções e o cálculo de suas propostas (Acórdão 2.980/2015-
TCU-Plenário)”
Como estimar custos?
Quadro 1: Margem de erro admissível do custo estimado de uma obra em relação ao seu custo final.
Tipo de Fase de projeto Cálculo do preço Margem de
orçamento erro
admissível

Estimativa de Estudos Área de construção multiplicada por um 30%*


custo preliminares indicador.

Preliminar Anteprojeto Quantitativos de serviços apurados no 15%


projeto ou estimados por meio de índices
médios, e custos de serviços tomados em
tabelas referenciais.

Detalhado ou Projeto básico Quantitativos de serviços apurados no 10%


analítico projeto, e custos obtidos em composições
(orçamento base de custos unitários com preços de insumos
da licitação) oriundos de tabelas referenciais ou de
pesquisa de mercado relacionados ao
mercado local, levando-se em conta o local,
o porte e as peculiaridades de cada obra.

Detalhado ou Projeto executivo Quantitativos apurados no projeto e custos 5%


analítico definitivo de serviços obtidos em composições de
custos unitários com preços de insumos
negociados, ou seja, advindos de cotações
de preços reais feitas para a própria obra ou
para outra obra similar ou, ainda, estimados
por meio de método de custo real
específico.
*Para obras de edificações, a margem de erro admissível da estimativa de custo é de até 30%, podendo
ser superior em outras tipologias de obras.

Fonte: Ibraop, 04/2012


4.7 O projeto básico necessário para a obtenção do grau de precisão apresentado no Quadro 1 é aquele
definido na OT – IBR 001/2006, devendo conter os elementos mínimos exigidos por aquela Orientação
Técnica.
4.8 Os percentuais de margem de erro apresentados no Quadro 1 não devem ser considerados como
risco ou contingências do construtor, sendo indevida sua inclusão no BDI do orçamento de obras
públicas.
Como estimar custos?

§ Contratação Integrada – orçamento (art. 9º § 2º, II,


LRDC) – aproxima-se mais da “orçamento preliminar”
do Ibraop n. 004/2012, podendo ser analítico ou
detalhado, parcial ou totalmente
§ o valor estimado da contratação será calculado com
base em
§ valores praticados pelo mercado
§ valores pagos pela administração pública em
serviços e obras similares
§ a avaliação do custo global da obra, aferida
mediante orçamento sintético ou metodologia
expedita ou paramétrica
Como estimar custos?

§ Acórdão 1465/2013-TCU – preferência por orçamento mais detalhado


quando possível
§ “sempre que o anteprojeto, por seus elementos mínimos, assim o permitir,
as estimativas de preço a que se refere o art. 9º, § 2º, inciso II, da Lei
12.462/2011 devem se basear em orçamento sintético tão detalhado quanto
possível, balizado pelo Sinapi e/ou Sicro, devidamente adaptadas às
condições peculiares da obra, conforme o caso, devendo a utilização de
estimativas paramétricas e a avaliação aproximada baseada em outras obras
similares serem realizadas somente nas frações do empreendimento não
suficientemente detalhadas pelo anteprojeto, em prestígio ao que assevera
o art. 1º, §1º, inciso IV c/c art. 8º, §§ 3º e 4º, todos da Lei 12.462/2011”
§ Lei das Estatais (art. 42, §2º, I e I):
§ I - sempre que o anteprojeto da licitação, por seus elementos mínimos, assim o permitir, as
estimativas de preço devem se basear em orçamento tão detalhado quanto possível,
devendo a utilização de estimativas paramétricas e a avaliação aproximada baseada em outras
obras similares ser realizadas somente nas frações do empreendimento não suficientemente
detalhadas no anteprojeto da licitação, exigindo-se das contratadas, no mínimo, o mesmo
nível de detalhamento em seus demonstrativos de formação de preços;
§ II - quando utilizada metodologia expedita ou paramétrica para abalizar o valor do
empreendimento ou de fração dele, consideradas as disposições do inciso I, entre 2 (duas) ou
mais técnicas estimativas possíveis, deve ser utilizada nas estimativas de preço-base a que
viabilize a maior precisão orçamentária, exigindo-se das licitantes, no mínimo, o mesmo
nível de detalhamento na motivação dos respectivos preços ofertados.
Como estimar custos?

§ Exemplo DNIT - IN n. 01/2014 DNIT


§ Os orçamentos dos anteprojetos poderão ser estimados por meio das
seguintes metodologias:
§ De forma determinística, quando disponíveis quadro de quantidades
de serviços e preços unitários (90%);
§ De forma paramétrica, ainda em caráter preliminar, com perspectiva
DIREX
de aumento na utilização dos itens passíveis de parametrização
(canteiro, alargamento de OAEs, etc...)
Orçamentação
§ Extrapolação da faixa A da Curva ABC.

Orçamentação

.
Custo médio
Quantitativo Paramétrico
gerencial
Como estimar custos?
DIREX

Orçamentos quantitativos (analíticos ou sintéticos)

Quadro de distribuição de terraplanagem Composição SICRO


Como estimar custos? DIREX

Metodologia Expedita
Como estimar custos? DIREX

Estimativa Paramétrica
• Estimativa de custo paramétrica é um método que utiliza relações
matemáticas e técnicas estatísticas relacionando dados históricos
das variáveis em análise para calcular a estimativa de custo das
atividades do projeto.

• Tais relações estabelecem uma ligação entre determinado custo e


uma característica técnica do produto, de tal forma que o
parâmetro técnico seja de uma ordem que caracterize de modo
claro o produto em estudo e também mantenha uma boa
correlação estatística com o custo a ser estimado dentro da
relação paramétrica que o utiliza. As características que definem
o custo a ser estimado, como por exemplo, a área do pavimento
tipo ou a área global da construção são denominadas de
direcionadores de custo
Como estimar custos? DIREX

Estimativa Paramétrica
• Estimativa de custo paramétrica é um método que utiliza relações
matemáticas e técnicas estatísticas relacionando dados históricos
das variáveis em análise para calcular a estimativa de custo das
atividades do projeto.

• Tais relações estabelecem uma ligação entre determinado custo e


uma característica técnica do produto, de tal forma que o
parâmetro técnico seja de uma ordem que caracterize de modo
claro o produto em estudo e também mantenha uma boa
correlação estatística com o custo a ser estimado dentro da
relação paramétrica que o utiliza. As características que definem
o custo a ser estimado, como por exemplo, a área do pavimento
tipo ou a área global da construção são denominadas de
direcionadores de custo
Como estimar custos? O que são a taxa e a matriz de risco?

§ O orçamento determinístico (expedido, paramétrico ou


sintético), deve ser acrescido, quando for o caso, da
taxa de risco (orçamento probabilístico) associada aos
riscos alocados ao contratado na matriz contratual de
risco (regras contratuais que definem a alocação de
riscos entre as partes)

§ Risco pode ser entendido pela capacidade de se


mensurar o estado de incerteza de uma decisão
mediante o conhecimento das probabilidades
associadas à ocorrência de determinados resultados ou
valores. É a incerteza precificada.
O que é a matriz de risco?

§ Matriz de riscos – acórdãos n. 1310/2013,


1465/2013 e 1510/2013
§ “preveja, doravante, nos empreendimentos a
serem licitados mediante o regime de contratação
integrada, previsto no art. 9º da Lei nº
12.462/2011, uma “matriz de riscos” no
instrumento convocatório e na minuta contratual,
de forma a tornar o certame mais transparente,
fortalecendo, principalmente, a isonomia da
licitação (art. 37, XXI, da Constituição Federal;
art. 1º, § 1º, IV, da Lei nº 12.462/2011) e a
segurança jurídica do contrato (art. 5º, XXXVI, da
Constituição Federal);”
O que é a matriz de risco?

§Lei das Estatais


§Art. 42, X - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e
responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio econômico-financeiro
inicial do contrato, em termos de ônus financeiro decorrente de eventos
supervenientes à contratação, contendo, no mínimo, as seguintes informações:

a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura do contrato, impactantes


no equilíbrio econômico-financeiro da avença, e previsão de eventual necessidade de
prolação de termo aditivo quando de sua ocorrência;

b) estabelecimento preciso das frações do objeto em que haverá liberdade das


contratadas para inovar em soluções metodológicas ou tecnológicas, em obrigações
de resultado, em termos de modificação das soluções previamente delineadas no
anteprojeto ou no projeto básico da licitação;

c) estabelecimento preciso das frações do objeto em que não haverá liberdade das
contratadas para inovar em soluções metodológicas ou tecnológicas, em obrigações
de meio, devendo haver obrigação de identidade entre a execução e a solução pré-
definida no anteprojeto ou no projeto básico da licitação.
O que é a matriz de risco?

§Lei das Estatais


§Contratações Integradas e Semi-integradas (art. 42).
§§ 1o As contratações semi-integradas e integradas referidas, respectivamente,
nos incisos V e VI do caput deste artigo restringir-se-ão a obras e serviços de
engenharia e observarão os seguintes requisitos:
§I - o instrumento convocatório deverá conter:
§d) matriz de riscos;
§§ 3o Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos decorrentes de
fatos supervenientes à contratação associados à escolha da solução de projeto
básico pela contratante deverão ser alocados como de sua responsabilidade na
matriz de riscos.

§Contratos em geral
§Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos disciplinados por esta Lei:
§X - matriz de riscos.
O que é a matriz de risco?

§ Alocação de risco refere-se à definição da extensão em que


cada parte suporta a variação no valor do projeto resultante
de um fator de risco

§ A matriz de risco é uma parte da disciplina contratual de


riscos, que deve estar alinhada em todo o contrato:
§ Remuneração
§ Reajustes
§ Obrigações
§ Sistema de equilíbrio econômico-financeiro
§ Seguros
§ Sanções
§ Matriz de Riscos
O que é a matriz de risco?
§ A alocação de risco tem por objetivos
§ Criar incentivos para as partes gerenciarem bem os riscos e
mitigá-los no caso de ocorrerem eventos que reduzam o valor
do projeto, ampliando o valor dos projetos ou reduzindo seus
custos
§ Reduzir o custo dos riscos do projeto ao garantir as partes
contra riscos que elas não podem lidar.
§ Regra de ouro: Alocar risco a quem pode evitá-lo ou mitigá-lo a um custo
mais baixo
§ O princípio base é de que os riscos devem ser alocados de forma a maximizar o
valor do projeto, considerando a habilidade de cada parte de:
§ 1) influenciar/gerenciar riscos;
§ 2) antecipar/responder a riscos; e
§ 3) absorver o risco ao menor custo.
O que é a matriz de risco?
§ Soluções para Matriz de Riscos
§ Retenção pela autoridade pública e garantia de reequilíbrio
econômico-financeiro ou transferência para os usuários quando
houver cobrança de tarifas (PPPs e concessões)
§ Transferência e retenção pelo contratado
§ Transferência para o contratado, com realocação para terceiros
§ Subcontratados
§ Seguros
§ Patrocinadores

.
O que é a matriz de risco?
§ Exemplo: DNIT (edital 003/2015-00):

“24.2. DA MATRIZ DE RISCO


24.2.1. A CONTRATADA é integral e exclusivamente responsável por todos
os riscos relacionados ao objeto do ajuste, inclusive, mas sem limitação,
conforme estabelecido na MATRIZ DE RISCO.
24.2.2. A CONTRATADA não é responsável pelos riscos relacionados ao
objeto do ajuste, cuja responsabilidade é do CONTRATANTE, conforme
estabelecido na MATRIZ DE RISCO.
24.2.3. A Matriz de risco é o instrumento tem o objetivo de definir as
responsabilidades do Contratante e do Contratado na execução do
contrato.”
O que é a matriz de risco?
Tipo de risco Descrição Materialização Mitigação Alocação
Contratação integrada –
responsabilidade da solução de
engenharia do contratado;

Aumento dos custos de Não pagamento se os níveis de


Inadequação para provimento serviço não forem atingidos;
implantação e Contratado
Projeto dos serviços na qualidade,
inadequação dos Contratação de seguro Seguradora
quantidade e custo.
serviços. performance;
Fornecimento dos elementos de
projeto.

Remuneração do risco

Risco de ocorrerem eventos na Atraso no cronograma Contratação Integrada.


Construção/
construção que impeçam o Contratado
Montagem/ Aumento nos custos Seguro risco de engenharia.
cumprimento do prazo ou que Seguradora
Implantação
aumentem os custos. Condições de habilitação

Risco de haver acréscimos nos Atraso no cronograma Contratação Integrada.


volumes de escavação,
necessidade de tratamentos
Remuneração do risco baseada Contratado
Risco Geológico especiais com maior consumo de Aumento dos custos
na avaliação quantitativa. Seguradora
aço ou concreto, ou ainda,
mudança na técnica de
construção prevista. Seguro risco de engenharia.

Acréscimos de serviços Atraso na construção Contratação Integrada.


necessários à estabilização de
taludes (maior abatimento, por Contratado
Risco Geotécnico Remuneração do risco baseada
exemplo); Aumento do Aumento do custo Seguradora
na avaliação quantitativa.
comprimento ou volume nas
fundações. Seguro Risco de Engenharia.

Administração, por meio do


Risco de não obtenção das
Atraso no início das gerenciamento ambiental deve Administração arca com licenças e
licenças, quando do vencimento
obras prover todos os estudos, custos das medidas ambientais.
ou licenças de canteiro e jazidas.
estimando custos.
Licença ambiental Supervisora deve ter o poder de
Necessidade de complementação
/riscos ambientais Atraso no cronograma notificar construtora e paralisar Passivo físico por conta da Construtora.
de estudos.
serviços
Custos com autuações de
Aumento dos custos responsabilidade da construtora serão
por ela arcados
O que é a taxa de risco?
§ Taxa de Risco – precedentes Petrobrás - Ac. n. 571 e 572/2013
§ Caso Petrobrás – indústria de processos e empresa estatal com atuação
no mercado
§ “Nessa modalidade de execução contratual, que se aproxima da empreitada
integral (…), a contratada é responsável pelo fornecimento integral do
objeto, incluindo fornecimento de materiais e equipamentos, construção,
montagem e colocação em operação. (…) A contratada assume ainda, em
regra e dentre outros, os riscos de variação nas quantidades dos itens
contratados, o que minimiza a incidência de aditivos contratuais e
permite maior previsibilidade ao custo final do empreendimento. Pelo
reverso da medalha, a licitante pode precificar esse risco assumido e
embuti-lo em sua proposta”
§ “abstenha-se de utilizar intervalo fixo para a faixa de precisão, nos
limites extremos previstos pela AACEI para cada classe de estimativa,
com base somente na classificação da estimativa de custos; (…) promova
a adequada classificação da estimativa de custo do empreendimento, com
vistas à definição de faixa de precisão específica para cada caso(…)
O que é a taxa de risco?
§ Taxa de Risco – base legal e regulamentar
§ LRDC, art. 9o
§ § 5o Se o anteprojeto contemplar matriz de alocação de riscos entre a administração
pública e o contratado, o valor estimado da contratação poderá considerar taxa de
risco compatível com o objeto da licitação e as contingências atribuídas ao
contratado, de acordo com metodologia predefinida pela entidade contratante.
(Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015) – Suspenso pelo MS 33.889/2015
§ Decreto
§ Taxa de Risco – Decreto n. 8080/2013
§ Art. 75 § 1º Na elaboração do orçamento estimado na forma prevista no caput,
poderá ser considerada taxa de risco compatível com o objeto da licitação e as
contingências atribuídas ao contratado, devendo a referida taxa ser motivada de
acordo com metodologia definida em ato do Ministério supervisor ou da entidade
contratante.
§ § 2º A taxa de risco a que se refere o § 1º não integrará a parcela de benefícios e
despesas indiretas - BDI do orçamento estimado, devendo ser considerada apenas
para efeito de análise de aceitabilidade das propostas ofertadas no processo
licitatório.
II. Análise Quantitativa de Riscos – Capítulo 3

O que éOsa elementos


taxa de darisco?
análise quantitativa de riscos estão ilustrados na Figura 1,
adaptada na Figura 7-2 do Practice Standard For Project Risk Management – PMI
§ Exemplo DNIT: Boletim Adm. 01/2014 DG
(2009):

Técnicas de análises
Identificação de Riscos dos dados
(Matriz de Riscos)

.
Análise Quantitativa de
Orçamento estimado Riscos
(custos unitários, (Simulação de Monte Carlo,
paramétricos) Diagrama de Tornado)

Referências teóricas e legislação


Captura de opinião especializada
Dados históricos Resultado
Qual a reserva de contingência
necessária?

Figura 1. Estrutura da análise quantitativa de riscos


O que é a taxa de risco?
§ Exemplo DNIT: IN 01/2014 DG

§ Análise quantitativa de riscos da obra, distribuídos pelas


principais famílias que compõem o orçamento, resultando em
cenários para diferentes níveis de confiabilidade
§ No caso de indisponibilidade de dados históricos, pode a análise
ser efetuada a partir de dados obtidos na literatura e comitê de
especialistas reunida para avaliação das obras licitadas, que
estabelecem os critérios e definem os dados de probabilidade e
impacto que devem ser utilizados no modelo quantitativo.
§ Ao fim do processo analítico, o Comitê de Gestão de Riscos
define a taxa a partir dos cenários apresentados, podendo, com
base nas características da obra e do apetite ao risco, até
mesmo justificar a adoção de níveis distintos de confiabilidade.
que os gestores, com base na probabilidade de ocorrência de cada cenário,
cenário definam
aquele que melhor reflete a realidade
realidade de um determinado empreendimento. Com isso,
O que éépossível
a taxasubsidiar
de risco?
a tomada de decisão e quantificar a reserva de contingência que
deverá ser alocada no orçamento referencial do empreendimento.
§ Exemplo DNIT: IN 01/2014 DG

Figura 6. Curva de distribuição de probabilidade para o orçamento.


Critério de julgamento: posso usar o RDCi com menor preço?
Ø Originalmente, a Lei obrigava o critério de técnica e preço no
RDCI, o que foi revogado pela Lei n. 12.980/2014
Ø Para alguns autores, persiste a preferência pela técnica e preço
(Altounian e Cavalcante, 2014), mas a maior parte dos órgãos
públicos tem adotado o menor preço e o TCU já reconheceu
essa possibilidade: .
Ø “Logo, nada obsta, a partir dessa alteração em diante, a
que esse regime de contratação se dê mediante o uso de
outros critérios de julgamento das propostas, não mais
se limitando à "técnica e preço", cujas condicionantes se
encontram previstas no art. 20 da lei, sendo possível que
contratações integradas se concretizem, a partir de
então, também com o julgamento das propostas
segundo o "menor preço". (Acórdão n. 1.399/2014)
Critério de julgamento: posso usar o RDCi com menor preço?
Ø “Menor Preço” permite comparar “ex ante” metodologias através do custo e prazo
das obras, cujos efeitos são percebidos no preço ofertado pelo licitante, mas não na
operação do objeto

Ø Tal distinção foi bem percebida pelo Ministro Benjamin Zymler no Acórdão n.
1850/2015 e no Acórdão 1388/2016:

. o contratante seja efetivamente o mesmo


Ø “Embora o resultado final para
túnel, ambas as metodologias executivas apresentam consequências bem
distintas em termos de custo e prazo de execução, o que invariavelmente se
refletirá nos preços ofertados à Administração pelas licitantes.”

Ø É possível que metodologias diversas de execução não interfiram na


qualidade do objeto. Ou seja, interessa à contratante o menor preço dentre
as metodologias possíveis, de forma que seria um contrassenso exigir a
ponderação técnica dessas metodologias, visto que desnecessária.
Critério de julgamento: posso usar o RDCi com menor preço?
Ø Porém, o TCU tem entendido como necessária a aplicação do
§3o do art. 9o quando o enquadramento do RDCi é no inciso II
do caput (possibilidade de execução com diferentes
metodologias)

Ø § 3o Caso seja permitida no anteprojeto


. de engenharia a apresentação
de projetos com metodologias diferenciadas de execução, o instrumento
convocatório estabelecerá critérios objetivos para avaliação e
julgamento das propostas.

Ø “nas licitações pelo regime de contratação integrada enquadradas no


inciso II do art. 9º da Lei 12.462/2011, é obrigatória a inclusão nos
editais de critérios objetivos de avaliação e julgamento de propostas
que contemplem metodologias executivas diferenciadas admissíveis,
em observância ao § 3º daquele artigo;” (Ac. 1388/2016)

Ø Acórdão 2725/2016
Critério de julgamento: posso usar o RDCi com menor preço?
Ø Ac. 1388/2016 - Posição Ministro Benjamin Zymler

“(…) Nesse novo panorama, o § 3º do art. 9º da Lei 12.462/2011 deve ser


interpretado no sentido de que a pontuação das metodologias de execução deve
ocorrer quando se utilizar o critério de julgamento técnica e preço. Com efeito, é
possível que metodologias diversas de execução não interfiram na qualidade do
objeto. Ou seja, interessa à contratante
. o menor preço dentre as metodologias
possíveis, de forma que seria um contrassenso exigir a ponderação técnica
dessas metodologias, visto que desnecessária. Em outras palavras, exigir
ponderação técnica onde não há necessidade equivaleria a utilizar uma licitação
tipo técnica e preço sem que estejam presentes os pressupostos para tanto.
68. Tratar-se-á, pois, de situação já mencionada anteriormente em que a
intenção de permitir a execução do objeto mediante mais de uma metodologia
tem por escopo aumentar a competitividade e estimular a formulação de
propostas mais vantajosas.
Critério de julgamento: posso usar o RDCi com menor preço?
Ø Ac. 1388/2016 - Posição Ministra Ana Arraes

Ø “A prosperar tal proposta, um comando legal estaria tendo sua


aplicação drasticamente restrita, uma vez que a grande maioria
das licitações por CI têm sido por menor preço. O fundamento
de tal restrição requer seja admitido
. que o legislador pretendia
que essa exigência fosse aplicável apenas aos casos de
julgamento por técnica e preço e que, ao excluir, por meio da Lei
12.980/2014, a obrigatoriedade desse tipo de julgamento,
deixou de promover ajuste no § 3º.”
Critério de julgamento: posso usar o RDCi com menor preço?
Ø Ac. 1388/2016 - Posição Ministro Benjamin Zymler – após considerações
finais da Ministra Ana Arraes

Ø “25. Pois bem, refletindo acerca do dispositivo mencionado, vislumbro que


ele apenas dispõe que deverá haver um critério objetivo de avaliação quando
o anteprojeto de engenharia prever
. a apresentação de projetos com
metodologias diferenciadas de execução.
Ø 26. Ora, esse critério objetivo de avaliação pode ser somente o menor
preço, não implicando necessariamente que se faça uma comparação entre
as diferentes metodologias de execução.
Ø 27. Em sendo assim, entendo que a parte dispositiva da proposta da
Ministra-Relatora é compatível com a preocupação por mim externada no
voto revisor antes apresentado. Nesse sentido, é possível que interesse para
a Administração Pública apenas o menor preço dentre as metodologias
possíveis. Nesse caso, sempre a depender do caso concreto, não seria
exigível a comparação entre essas metodologias quando do julgamento das
propostas.”
Critério de julgamento: como usar a técnica e preço no RDCi?
ØEditais de órgãos federais privilegiaram pontuação de aspectos objetivos,
como atestados
ØAcórdão 1510/2013
Øno bojo do processo licitatório, o balanceamento conferido para as notas
técnicas das licitantes, como também a distribuição dos pesos para as
parcelas de preço e técnica, em termos
. da obtenção da melhor proposta,
buscando, em razão do que dispõe o § 3o, do art. 9o, da Lei 12.462/11, a
valoração da metodologia ou técnica construtiva a ser empregada e não
somente a pontuação individual decorrente da experiência profissional das
contratadas ou de seus responsáveis técnicos”
ØExemplo
Ø“imagine-se uma cobertura de ginásio de esportes em cidade litorânea. A
administração pode admitir seja executada em estrutura metálica, por
hipótese mais rápida e barata, ou em concreto protendido, em maior prazo
e preço superior. Ao fazer uma avaliação dos gastos que pode ter ao longo
dos anos em tratamento anticorrosivo para a estrutura metálica, o
contratante pode estabelecer em edital que, para efeito de julgamento das
propostas, a solução em concreto gozará de desconto de 5%.”
Como é a aceitação de projetos no RDCi após a licitação?
§ Incentivos para redução de custos x risco de deterioração do
objeto

§ Decreto 8.080/2013

§ Art. 66. (…)


§ § 2º No caso da contratação integrada prevista no art. 9º da Lei nº
12.462, de 2011, a análise e a aceitação do projeto deverá
limitar-se a sua adequação técnica em relação aos parâmetros
definidos no instrumento convocatório, em conformidade com o
art. 74, devendo ser assegurado que as parcelas desembolsadas
observem ao cronograma financeiro apresentado na forma do art.
40, § 3º
§ § 3º A aceitação a que se refere o § 2º não enseja a assunção de
qualquer responsabilidade técnica sobre o projeto pelo órgão ou
entidade contratante.
Como é a aceitação de projetos no RDCi após a licitação?
Exemplo DNIT – Obras de Arte Especiais

ü Atentar para o estudo


hidráulico. Verificar
Pode. Desde que
Posso apresentar possibilidade de erosão quando
as especificações da diminuição do vão central.
uma PROPOSTA ü Abunã – BR- 364/RO – De
definidas no balanço sucessivo para estaiada.
de mudança na Motivo: Atestado. Como
anteprojeto/Edital conseguiu compensar o
concepção da ponte?
sejam mantidas. ü
investimento? – Fundação.
BR-381/MG – De balanço
sucessivo para treliças com vão
de 54 m (tecnologia europeia).
Consórcio ü BR – 277/PR – De estaiada com
DNIT vãos equilibrados para Estaiada
com vãos desequilibrados.
Motivo: fundação.
ü Pré moldadas de concreto para
metálicas. Motivo: Logística
(compensa diferença de custo).
Como é a aceitação de projetos no RDCi após a licitação?
§ Acórdão 2725/2016 – TCU:

§ 9.1.2.3. indicação dos padrões de desempenho a serem


exigidos ao final das obras, em conformidade com a Instrução
de Serviço 13/2013 do DNIT;
Como é a aceitação de projetos no RDCi após a licitação?

§ Acórdão 1077/2017

§ 9.2.1. abstenham-se de emitir a ordem de início das obras


relativas ao Contrato RDC 081/2014-DER-ES, firmado no âmbito
do Termo de Compromisso 891/2013-00, antes da aprovação da
totalidade do projeto básico;
§ 9.2.3. visando preservar a qualidade e a economicidade das
obras licitadas, somente aprovem alterações das soluções de
engenharia adotadas no anteprojeto da licitação, em especial
das que se referem à estabilização dos aterros sobre solos
moles, se as alterações propostas forem devidamente
justificadas e tiverem, comprovadamente, desempenho técnico
igual ou superior ao das soluções originalmente previstas;
Como é a aceitação de projetos no RDCi após a licitação?

§ Acórdão 1077/2017
“c) possibilidade de início das obras de terraplenagem no trecho
entre as estacas 500 e 950 antes da aprovação da totalidade do
projeto básico, o que poderá acarretar grave desequilíbrio
econômico/financeiro na execução contratual, favorável ao
Consórcio, em afronta à economicidade, efetividade e eficiência na
aplicação dos recursos públicos, visto que as medições e
respectivos faturamentos serão feitos tomando-se por base o
preço médio da terraplenagem, muito superior ao preço da
execução dos serviços neste trecho; “

d) possível realização das obras no trecho entre as estacas 500 e


950, que apresentam baixa complexidade e alta rentabilidade
para o Consórcio, antes da aprovação do projeto básico completo
para todo o segmento….”
Como é a aceitação de projetos no RDCi após a licitação?
§ Art. 66.
§ § 4º O disposto no § 3º do art. 8º da Lei nº 12.462 não se
aplica à determinação do custo global para execução das
obras e serviços de engenharia contratados mediante o
regime de contratação integrada.

§ Acórdão n. 1167/2014: “exija dos vencedores das licitações realizadas sob


o Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC, quando escolhida
a forma de contratação integrada, a apresentação, nos projetos básicos,
das composições de custo unitário dos serviços que não constem no
Sicro, para que seja viável a análise do cronograma físico e dos critérios
de aceitabilidade de preços da obra, bem como a retroalimentação do seu
sistema de custos, em atenção ao disposto no § 1º do art. 1º da Lei
12.462/2011”.

§ A posição de Cavalcanti e Altounian (2014): composições sem


preços
Como é a aceitação de projetos no RDCi após a licitação?

Acórdãos 2422/2016 (Infraero) e 2123/2017 (DNIT) – obrigação de


apresentação de todas as composições de preços

9.4.1. adote providências cabíveis no sentido de exigir das empresas contratadas no


regime de contratação integrada, por ocasião da apresentação do projeto básico e/
ou executivo, a apresentação de orçamento detalhado contendo a descrição,
unidade de medida, quantitativo, preços unitários de todos os serviços da obra,
acompanhado das respectivas composições de custo unitário, bem como do
detalhamento de encargos sociais e da taxa de BDI, nos termos do parágrafo único do
art. 2º da Lei 12.462/2011 c/c a Súmula TCU nº 258/2010, aplicável a todos os regimes
de execução contratual do RDC;
Como é a aceitação de projetos no RDCi após a licitação?
Acórdãos 2422/2016 (Infraero) e 2123/2017 (DNIT) – obrigação de
apresentação de todas as composições de preços (Ministro Benjamin
Zymler)

16. Especificamente em relação à contratação integrada, há diversos motivos


para que a administração contratante exija da empresa contratada a
apresentação do orçamento detalhado por ocasião da entrega dos projetos
definitivos da obra, dentre os quais destaco: i) tais orçamentos serão
parâmetros de controle para alterações de escopo contratual, contendo os
quantitativos e preços unitários dos serviços contratados; ii) o cálculo de
reajustamentos contratuais ocorrerá com maior precisão, utilizando cestas
de índices setoriais ou a aplicação de índices específicos para cada serviço
planilhado; iii) as planilhas orçamentárias servirão de subsídio para
eventuais pleitos de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato; iv) os
orçamentos detalhados possibilitarão a confecção e a análise do
cronograma físico-financeiro do contrato, a partir das produções horárias
das equipes; e v) tais planilhas servirão como parâmetros de referência de
preços de mercado em futuras licitações.
Posso atribuir o licenciamento ambiental ao contratado?

§ RDCi: mudança de paradigma – o que fazer?


§ Precedentes: Lei das PPPs (Lei n. 11.079/2004)
§ Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de
licitação na modalidade de concorrência, estando a abertura do processo
licitatório condicionada a:
§ (...)
§ VII – licença ambiental prévia ou expedição das diretrizes para o
licenciamento ambiental do empreendimento, na forma do
regulamento, sempre que o objeto do contrato exigir.

§ Acórdão 2725/2016
§ 9.1.3. apresente ao Tribunal plano de ação com vistas a exigir a obtenção
da licença prévia ambiental antes da licitação de obras pelo regime de
contratação integrada do RDC, em conformidade com os princípios da
eficiência e da economicidade estabelecidos nos art. 37 e 70 da
Constituição Federal, de 5/10/1988, bem como com a alínea "d" do inciso
I do § 2º do art. 9º da Lei 12.462/2011 (Lei do RDC) c/c art. 10 da Lei
6.938, de 31 de agosto de 1981;
Posso atribuir a desapropriação e reassentamentos ao contratado?

§ O Decreto-Lei n. 3.365/1941 não prevê a possibilidade de delegar desapropriação


em contratos comuns
§ A MP N. 700/2015 previu essa possibilidade, mas não foi convertida em Lei:
“Art. 3º Poderão promover a desapropriação mediante autorização expressa
constante de lei ou contrato:
(...)
IV – o contratado pelo Poder Público para fins de execução de obras e serviços de
engenharia sob os regimes de empreitada por preço global, empreitada integral e
contratação integrada.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no inciso IV do caput, o edital deverá prever
expressamente:
I – o responsável por cada fase do procedimento expropriatório;
II – o orçamento estimado para sua realização; e
III – a distribuição objetiva de riscos entre as partes, incluído o risco pela variação
do custo das desapropriações em relação ao orçamento estimado.” (NR)
Posso atribuir a desapropriação e reassentamentos ao contratado?

§ Permanece lícito delegar atividades materiais (cadastros, laudos, etc.)


§ Exemplo DNIT – desapropriação

DNIT no Edital n. 165/2013:


“A contratada, de posse do levantamento topográfico fornecido pelo DNIT no
Anteprojeto, atualizará e deverá elaborar o projeto de desapropriação incluindo a
fichas para desapropriação, de acordo com os manuais e normas vigentes das
ocupações da faixa de domínio e das áreas de ocorrências a que vier usar, bem
como todo o cadastro de Proprietários.
(...) A elaboração do projeto envolverá a execução dos seguintes serviços:
identificação da faixa de domínio, cadastro dos imóveis, levantamento das
benfeitorias, levantamento topográfico, memorial descritivo, relatório fotográfico
dos imóveis e benfeitorias, avaliação estimativa dos imóveis e benfeitorias e coleta
de documentação mínima dos imóveis e respectivos proprietários/posseiros.”
Posso atribuir a desapropriação e reassentamentos ao contratado?

§ Exemplo DNIT – reassentamento


Edital n. 537/2013 do DNIT

“A construção das unidades habitacionais, bem como a infraestrutura incidente, serão


custeadas pelo Fundo de Arrendamento Residencial – FAR, por meio do Programa
Minha Casa Minha Vida. A contratada será responsável por viabilizar o
empreendimento habitacional junto a instituição financeira indica da pela DNIT.
Caso reste inviável a contratação pelo FAR em decorrência das metas do Programa
Minha Casa Minha Vida, caberá ao DNIT arcar com os custos decorrentes.
Os custos relativos a infraestrutura não incidente da produção habitacional, ou seja,
não contemplada no Programa Minha Casa Minha Vida, bem como aqueles relativos à
construção de equipamentos públicos que os estudos indicarem como necessários,
integrarão a matriz de riscos do DNIT”
Posso atribuir a manutenção e operação ao contratado?

§ Art. 9º “elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a


execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de
testes, a pré-operação e todas as demais operações necessárias e
suficientes para a entrega final do objeto”.
§ Conceito técnico de serviços de engenharia contempla manutenção e
operação
§ Norma Técnica do Instituto de Engenharia IE 01/2011 e
§ Serviços considerados próprios de engenheiro da Resolução n. 218/73
do CONFEA
§ Precedente: Controle de Peso no DNIT (ex. Edital n. 129/14-00)
§ E o prazo? A posição de Prado e Engler (2012)
Posso exigir seguros nas contratações integradas?

§ Exigência de condições de seguros e garantias


compatíveis com as do setor privado (art. 4º, IV)
§ Condições compatíveis com as de mercado
§ Circular Susep n. 477/2013 – “Step-in”
§ Minha Casa Minha Vida
§ Concessões – garantia do Capex
§ EUA – 100% de garantia exigida para obras acima de U$ 150 mi
§ Precauções: mercado restrito e condições da apólice padrão
§ DNIT – garantia contratual de 20% a 30%
§ Custo do prêmio: 0,8% contra histórico de 0,06% a 0,6%
Posso exigir seguros nas contratações integradas?

§ Seguro-Garantia – 2745/2013

“Existe nas contratações integradas um tripé de


coerência na concepção dos empreendimentos. A
matriz de riscos, os elementos de anteprojeto e os
seguros devem ser idealizados de forma integrada;
elaborados em um planejamento cuidadoso, de forma
a, em conjunto, diminuírem os riscos da contratação.
Quanto maior a liberdade conferida para o particular
inovar e assumir riscos, menor será, em tese, a
necessidade de detalhamento do anteprojeto e maior
deverá ser a cobertura de seguros, para contrapor o
potencial inadimplemento”
Cabe reequilíbrio econômico-financeiro nos RDCis?
§ Art. 9º ... § 4o Nas hipóteses em que for adotada a contratação integrada, é vedada a
celebração de termos aditivos aos contratos firmados, exceto nos seguintes casos:
§ I - para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro decorrente de caso fortuito ou
força maior; e

§ Doutrina e jurisprudência têm relativizado alcance da restrição do inciso I, para privilegiar


alocação de riscos contratual
§ Ribeiro, Prado e Engler (2013): “As hipóteses de recomposição do reequilíbrio
econômico-financeiro devem ser, na verdade, pelo menos um espelho dos riscos que
tenham sido alocados ao Poder Público”.
§ Justen Filho (2014): “A disciplina literal do dispositivo deve ser interpretada em termos.
O dispositivo em questão aplica-se relativamente aos temas que foram objeto de
proposta do particular. Reiterando-se o que se afirmou, o particular assume apenas os
riscos pertinentes às escolhas realizadas”.
§ TCU: matriz de riscos (Ac. 1510/2013): “Quando essa distribuição de responsabilidades
não é clara, além de não haver perfeitas condições para a formulação das propostas, a
situação expõe a contratação em um ambiente forte de instabilidade e insegurança
jurídica” (...). Depreende-se, pois, a indispensabilidade de clarear as regras da pactuação.
Essas informações, tendo em vista impactarem relevantemente as expectativas de
despesa das contratadas, são mandatórias”
§ Lei das Estatais: solução mais adequada – matriz de riscos
Alguns achados sobre RDCi e demais regimes

§ Infraero
§ Média de participação de 2,6 consórcios, sem descontos
§ Duas das três licitações foram inicialmente desertas
§ Aprovação de projetos não atrasou início de obras
§ Três obras concluídas (STE Várzea Grande, TPS 3 de Confins/MG e São José do
Pinhais/PR)
§ Contrasta com baixo nível de conclusão de obras licitadas em outros regimes
(Fortaleza, Galeão, Confins, Florianópolis), com exceção de Manaus

§ DNIT
§ Normatização ampla (Anteprojeto, Modelagem de Risco e Aceitação de Projetos)
§ Média de participação de 4 consórcios, com desconto médio de 3,6%, contra 7 em
Concorrências, com desconto médio de 4,9%
§ Aprovação de projetos atrasou início de obras em alguns casos (BR-381, BR-163)
§ Problemas de fiscalização e aceite de projetos (BR-158/RS)
§ Duas obras concluídas com prazo inferior ao previsto (Instalações de Fronteira da
BR-156/AP e Condomínio da BR-319/AM/RO).
§ Algumas obras com cronograma adiantado (túneis da BR-381/MG, BR-101/PE,
BR-163/MT).
§ Contingenciamento limita achados de 2015/2016
Alguns achados sobre RDCi e demais regimes

§ Descontos no DNIT (Acórdão n. 2810/2016)

• “…. os resultados apresentaram indícios de que os descontos médios dos


procedimentos licitatórios no âmbito do RDC-Contratação Integrada são
menores que os descontos médios obtidos no âmbito da Lei 8.666/1993 – Lei
Geral das Licitações (LGL) e dos demais regimes estabelecidos por meio da Lei
12.462/2011 – RDC-Parte Geral.”
• “Também, verificaram-se indícios de que os orçamentos sigilosos conduzem a
descontos maiores para o RDC - Parte Geral. Entretanto, para o RDC -
Contratação Integrada, os orçamentos sigilosos conduzem a descontos
menores, quando comparados com orçamentos não sigilosos.”
Alguns achados sobre RDCi e demais regimes

§ Acórdão 306/2017

a) a partir de amostra composta de licitações e contratos firmados pelo Dnit, as análises


revelaram que:
a.1) a contração integrada apresentou piores resultados do que os demais regimes de
contratação no que tange ao número de participantes, aos descontos obtidos no preço
contratado e ao grau de insucesso das licitações;

a.2) em virtude do período inicial em que se encontra a maior parte das obras realizadas via
contratação integrada, não foram conclusivas as análises empreendidas quanto a custo
final do empreendimento, prazo de execução, ocorrência de aditivos, qualidade das obras,
litígios contratuais etc.;

b) a partir da análise do resultado de 33 fiscalizações em obras licitadas no regime de


contratação integrada, constatou-se, de maneira reiterada, a ocorrência de falhas
relacionadas a anteprojeto e licitação, o que sinaliza para a existência de riscos relativos a
problemas na especificação dos objetos contratados e, consequentemente, na precisão
exigida para que a contratação pública atinja sua finalidade de maneira adequada;
Alguns achados sobre RDCi e demais regimes

§ Acórdão 306/2017 – número de licitações por RDCi

Origem das
Critério para inclusão na amostra Quantidade de editais
informações
RDC - Contratação Integrada 50
DNIT RDC – Parte Geral 75
Lei Geral de Licitações (Lei 8.666/1993) 251
Total de Licitações 376
Alguns achados sobre RDCi e demais regimes

§ Acórdão 306/2017 – número de licitações por RDCi

“A consulta amostral às justificativas apresentadas nos editais pelo DNIT


aponta que o inciso II, art. 9º, da Lei 12.462/2011, não está sendo cumprido.
As justificativas utilizadas pelo DNIT, no geral, são genéricas e padronizadas
para todos os tipos de obras, não havendo uma análise técnica e econômica
que justifique no caso concreto a utilização do RDC-Contratação Integrada.”
Alguns achados sobre RDCi e demais regimes

§ Acórdão 306/2017 – descontos médios

Média de Desconto médio Desvio Número de


Modalidade licitatória
licitantes na licitação padrão licitações
RDC - Contratação Integrada 5,7 4,41% 5,82% 50
RDC – Parte Geral 6,7 9,84% 8,66% 74
Lei Geral de Licitações (Lei 5,87% 6,61% 236
6,8
8.666/1993)
Alguns achados sobre RDCi e demais regimes

§ Acórdão 306/2017 – preços das obras

Tabela 12: Custos das obras por quilômetro

Tipo de Média Desvio padrão Número de


Lei aplicável obras
intervenção (R$/km) (R$/km)

Duplicação LGL 7.687.228,07 3.249.091,02 41


RDC-Contratação 7.724.686,40 3.879.919,10 21
Duplicação
Integrada
Duplicação RDC-Parte Geral 9.706.037,24 4.487.358,64 14
Implantação LGL 2.233.200,03 953.365,17 46
RDC-Contratação 2.425.194,91 864.591,74 14
Implantação
Integrada
Implantação RDC-Parte Geral 2.438.193,22 1.412.088,21 9
Fonte: Produção própria a partir de dados encaminhados pelo DNIT em cumprimento ao
Ofício de Diligência 1065/2015-TCU-SeinfraRodovia.

Média da execução Número de


Tipo de intervenção Lei aplicável
financeira obra
LGL 72% 147
Duplicação/Implantação RDC-Contratação 11% 48
Integrada
Alguns achados sobre RDCi e demais regimes

§ Acórdão 306/2017 – cronograma

Média da execução Número de


Tipo de intervenção Lei aplicável
financeira obras
LGL 79% 147
RDC-Contratação 16% 48
Duplicação/Implantação
Integrada
RDC-Parte Geral 29% 34
LGL 89% 81
RDC-Contratação - -
Restauração
Integrada
RDC-Parte Geral 71% 3
LGL 52% 23
RDC-Contratação 4% 2
Crema 2ª Etapa
Integrada
RDC-Parte Geral 43% 38
Alguns achados sobre RDCi e demais regimes

§ Acórdão 306/2017 – licitações


Tabela 18: Prazos relativos à fase interna e externa das licitações
Prazo relativos à fase
Tipo de interna e externa Desvio Número de
Lei aplicável
intervenção padrão contratos
(dias)
LGL 325 235 140
Duplicação/I
RDC-Contratação Integrada 421 199 48
mplantação
RDC-Parte Geral 279 192 34
LGL 344 144 23
Crema 2ª
RDC-Contratação Integrada 240 71 2
Etapa
RDC-Parte Geral 182 61 38
Fonte: Produção própria a partir de dados encaminhados pelo DNIT em cumprimento ao

Tabela 19: Índice de licitações malsucedidas


Lei aplicável Anulada Deserta Revogada Suspensa Número de licitações
RDC-Contratação 7,4% 1,1% 31,6% 0,0% 95
Integrada
RDC-Parte Geral 5,6% 0,9% 20,4% 0,0% 108
LGL 4,1% 0,9% 21,3% 0,3% 342
Fonte: Produção própria a partir de dados encaminhados pelo DNIT em cumprimento ao
Ofício de Diligência 1065/2015-TCU-SeinfraRodovia.
Alguns achados sobre RDCi e demais regimes

§ Acórdão 306/2017 – irregularidades apontadas pelo TCU, em 33 fiscalizações e 117


indícios

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