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Marcelo Bruto
Programa do Curso
Parte 1
Regimes de Execução
Contratação Integrada
Parte 2
• Estimativa de custos em obras e serviços
de engenharia
• Remuneração variável, Contratação
Simultânea e Contratos de eficiência
Bibliografia
Michael
Comportamento
Mencklen Menor aversão
Informação do agente em
William Jansen ao risco do
assimétrica: relação ao risco
Agente-Principal Eugene Fama contratado e
seleção adversa e
Kathleen observabilidade
risco moral Observabilidade
Eisenhardt da performance
da conduta
Quando for
Capacidade de
Oliver Hart Incompletude possível definir
definir
Contratos Sanford contratual: custo qualidade
indicadores de
Incompletos Grossman de detalhar todas contratada ou
desempenho e
as cláusulas impossível
projeto ex ante
detalhar projeto
Custos de
transação: Medianas
Especificidade do
Economia dos racionalidade incerteza,
Ronald Coase ativo
Custos de limitada e frequencia e
Oliver Williamson Incerteza
Transação oportunismo especificidade do
Frequencia
eleva riscos ex ativo
Regimes de Execução – Antecedentes Históricos
Design-Build-
Design-Bid- Build Design-Build Operate-
Transferência de
Mantain
Riscos
Controle Transferência de
Riscos
Regimes de Execução clássicos
Tópicos específicos
Escolha de regime
Aditivos – cálculo de limites quantitativos e qualitativos
Vantagens e desvantagens – EPG x EPU
Riscos quantitativos
Inovações
Reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos (Teoria da
Imprevisão)
Regimes de Execução clássicos x RDCi
PU PG/EI CSMI CI
Estudo de Projeto Básico Projeto Básico Projeto Básico Anteprojeto
Engenharia
Preço Aditivo até 25% Aditivo até 10% Lump Sum + Lump Sum
Contratado Matriz de Riscos + Matriz de Riscos
Regimes de Execução clássicos
Escolha de empreitada por preço global: problemas em auditorias antigas
I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os objetos, por sua natureza, possuam
imprecisão inerente de quantitativos em seus itens orçamentários;
II - empreitada por preço global, quando for possível definir previamente no projeto
básico, com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a serem
posteriormente executados na fase contratual;
Acórdão 1981/2009
“No caso de alteração contratual, o percentual previsto no art. 65, § 1º, da
Lei 8.666/1993 deverá ser verificado separadamente, considerando os
acréscimos e as supressões, isto é, deve ser aplicado o limite individual de
25% tanto para acréscimos como para supressões, não sendo aceita a tese
de que a alteração contratual, mesmo que em único termo aditivo,
represente apenas a parcela líquida entre acréscimos e supressões.”
MI – Acórdão 1536/2016
Regimes de Execução clássicos – nuances sobre os regimes
Aditivos – aditivos acima de 25% - Decisão n. 215/1999
Ministro Benjamin Zymler: “Primeiro, que a norma legal impôs um maior grau de
detalhamento do projeto básico para as empreitadas por preço global, o que, por si só,
parece afastar o entendimento de que nessa última modalidade houvesse permissão para
que a contratada escolhesse as metodologias de execução e isso não aconteceria na
empreitada por preço unitário. Segundo, que o projeto básico deve definir adequadamente
o objeto, inclusive conter as metodologias construtivas, o que afastaria a conclusão de que
caberia ao contratado escolher aquela que considerasse mais conveniente.”
“Por isso, era de se esperar que o orçamento do projeto refletisse técnicas construtivas
modernas, necessárias à implantação de todas essas obras de arte especiais, como a
previsão de corte e dobra de aço industrializados, a utilização de fôrmas metálicas, a
previsão de fabricação de concreto por meio de centrais dosadoras e misturadoras, práticas
amplamente adotadas no mercado da construção pesada, e, inclusive, foram as
alternativas escolhidas pelo consórcio executor do referido contrato.”
Contratação Integrada
O que é a contratação integrada no mundo?
Vantagens potenciais
Absorção de metodologias diferenciadas ou tecnologias
Atração de expertise indisponível no órgão contratante
Maior integração entre projeto e execução da obra, com
menores custos de transação
Concentração de responsabilidade em um único
contratado
Melhores incentivos para atendimento a cronogramas e
adoção de metodologias mais eficientes (custo x
benefício)
Maior previsibilidade do orçamento da obra (contratos
“lump sum”)
RDCi – quais são as vantagens e desvantagens teóricas?
Desvantagens potenciais
Possível perda de controle sobre a qualidade do objeto
contratado
Imprecisão na definição do orçamento e “preço” da matriz
de riscos
Impasses na execução contratual decorrentes da alocação
de riscos
Alocação excessiva de riscos – seleção adversa e
oportunismo
.
RDCi no mundo
Setor privado
Contratos EPC – engineering, procurement and construction
FIDIC – Federation Internationale des Ingénieurs-Conseils - Silver Book
“Conditions of Contract EPC/Turnkey Projects”
Carta BNDES – concessões 2013
RDCi no mundo
EUA
FAR – Item 36.301 – Pode ser utilizada quando a entidade
entender apropriado, considerando alguns critérios:
o grau em que os pré-requisitos para o projeto estiverem
adequadamente definidos;
a limitação de tempo para a entrega do projeto;
a capacidade e experiência de potenciais contratados;
adequação do projeto para a utilização do método de
“duas fases” de seleção;
a capacidade da agência para gerir o procedimento de
“duas fases”; e
outros critérios estabelecidos pelo chefe da agência
contratante.
RDCi no mundo
União Européia
Diretiva n. 25/2014 – Sem preferência de contratação
separada ou conjunta de concepção e execução de obras
“as entidades adjudicantes deverão poder prever tanto a adjudicação
separada como a adjudicação conjunta de contratos de conceção e a
execução das obras. A presente diretiva não tem por objetivo prescrever a
adjudicação conjunta ou separada de contratos”
Vários países se utilizam do modelo integrado (França, UK,
Grécia, Suécia, Croácia)
Diálogo Competitivo como modelo ainda mais avançado de
compartilhamento de riscos
Não se restringe a obras complexas, abrangendo edificações,
creches/escolas, hospitais, rodovias, ferrovias e instalações
industriais (Fonte:
http://www.icoste.org/Roundup1204/Hanscomb-Means-
Oct04.pdf)
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Rodovias (EUA) - Pesquisa FHA - “Design-Build Effectiveness
Study” (2006) - Federal Highway Administration – desempenho
superior em cronograma e custos
Duration Value Cost. Value Quality Value
Dimension Dimension Dimension
Responses 62 Responses 48 Responses 61
Average -14.1% Average -2.6% Average 0.0%
Median -10.0% Median 0.0% Median 0.0%
Mode -0.1% Mode 0.0% Mode .0%
Maximum 50.0% Maximum 65.0% Maximum 10.0%
Minimum -63.0% Minimum -61.8% Minimum -10.0%
Standard 24.4% Standard 20.5% Standard 2.1%
Deviation Deviation Deviation
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Rodovias (EUA), Pramen Prasad Shrestha, Giovanni Ciro Migliaccio, James T.
O’Connor, and G. Edward Gibson, Jr. (2007) - Benchmarking of Large Design–Build
Highway Projects – crescimento de custo menor, cronograma mais próximo do
esperado e mudança de escopo similar com maior desvio padrão
.
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Edificações (EUA) - Hale, D., Shrestha, P., Gibson, G., Jr., and Migliaccio, G.
(2009), ”Empirical Comparison of Design/Build and Design/Bid/Build Project
Delivery Methods.” J. Constr. Eng. Manage., 135(7), 579–587) – vantagens
em cronograma e custo equivalente
.
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Diversas obras (EUA), Qing Chen; Zhigang Jin; Bo Xia; Peng Wu; and Martin Skitmore
(2015), Time and Cost Performance of Design–Build Projects
Comparison between Project Characteristics – média de 0,15% de atraso, com 75% dos
projetos no prazo; média de 6,9% de aumento de custos, sendo 45% dentro do
planejado. Resultados superiores a literatura comparada em DBB
.
RDCi segundo as pesquisas empíricas
Diversas obras (EUA), Inha Kang, MS, Somik Ghosh, PhD, Tammy L. McCuen, (2015) -
Performance of Design -Build Projects: Current State and
Comparison between Project Characteristics – em média redução de cronograma e ligeiro
aumento de custos
.
RDCi segundo as pesquisas empíricas – Revisões de Literatura
Hale et al (”Empirical Comparison of Design/Build and Design/Bid/Build Project
Delivery Methods.” J. Constr. Eng. Manage., 135(7), 579–587), 2009):
8 pesquisas analisadas sob as dimensões cronograma e variação de custo
6 identificam uma tendência de contratações integradas (Design-Build)
obterem menores atrasos de cronograma do que os modelos tradicionais
(Design-Bid-Build).
6 revelam que os contratos DB têm menor variação de custo do que os
contratos no modelo DBB.
Goftar et al (A Meta-Analysis of Literature Comparing Project Performance
between Design-Build (DB) and Design-Bid-Build (DBB) Delivery Systems, 2014):
15 pesquisas analisadas sob as dimensões custo (total e variação), cronograma
(total e variação) e qualidade
Custo total – maior parte das pesquisas indica vantagem do modelo DB, com
mediana de 5% de economia
Variação de custo – maior parte indica controle superior do orçamento do
modelo DB, embora haja resultados controversos e estatisticamente não
significativos
Cronograma – pesquisas mostram consistentemente vantagens do modelo DB
Variação de cronograma – resultados não são consistentes ou estatisticamente
significativos
Qualidade – resultados não apontam variações significativas
O que é a contratação integrada do RDC?
Design-Build
Licitante vencedor deverá elaborar o projeto básico e o
executivo com base em um anteprojeto de engenharia
fornecido pela Administração Pública, que conterá todos os
elementos necessários à elaboração de propostas (art. 9º,
LRDC)
Lump Sum
Fica vedada a celebração de termos aditivos, salvo para a
recomposição do equilíbrio econômico financeiro por caso
fortuito/força maior ou por alterações imprescindíveis
solicitadas pela Administração Pública (art. 9, § 4º, LRDC)
.
O que é a contratação integrada do RDC?
A licitação era sempre por técnica e preço (art. 9º, § 2º, III, LRDC),
obrigação que foi revogada a partir da Lei n. 12.980/2014
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
Hipóteses de cabimento
O entendimento hiper restritivo a partir da exigência de
técnica e preço (art. 20, §1º) - metodologias e tecnologias
de domínio restrito no mercado
Posição da AGU – Parecer 03/2012 – entendimento
sistemático e não aplicação do art. 20, §1º, no caso da
contratação integrada
Posição do TCU a partir do Acórdão 1510/2013
Tendências ampliativas - Rodovias (Acórdãos 1310/2013
e 1465/2013) aeroportos (Ac. 1510/2013), creches (Ac.
n. 2.600/2013) e dragagem de portos (Ac. 2909/2014)
Tendências restritivas cada vez mais majoritárias –
Sinalização de Rodovias (Ac. 1399/2014), aeroportos
regionais (Ac. 3569/2014), dragagem (Ac. 1388/2016) e
rodovias (2725/2016)
Lei n. 12.980/2013
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
.
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
Novas tendências restritivas: a questão da complexidade
mínima para que haja competição em termos de
metodologias/tecnologias
Acórdão 1388/2016 – Ministro Benjamin Zymler
“busca-se demonstrar que a justificativa técnica e econômica de que
trata o art. 9º da Lei 12.462/2011 abrange diversos fatores que nem
sempre podem ser expressos monetariamente de per si, embora
alguns, como a redução dos prazos, possam ser expressos
numericamente. Assim, como já sinalizado, creio que somente uma
comparação ampla que confronte contratos já executados
mediante os diversos modelos de contratação poderá permitir
uma análise científica das vantagens e desvantagens da utilização
da contratação integrada de forma a permitir aos gestores
públicos tomarem decisões em bases mais sólidas.”
.
Qual a aplicabilidade legal da contratação integrada?
Novas tendências restritivas: a questão da complexidade
mínima para que haja competição em termos de
metodologias/tecnologias
Acórdão 1388/2016 – Ministro Benjamin Zymler
“9.1.1. a opção pelo regime de contratação integrada com base no inciso II do art. 9º
da Lei 12.462/2011 deve ser fundamentada em estudos objetivos que a justifiquem
técnica e economicamente e considerem a expectativa de vantagens quanto a
competitividade, prazo, preço e qualidade em relação a outros regimes de
execução, especialmente a empreitada por preço global, e, entre outros aspectos e
quando possível, a prática internacional para o mesmo tipo de obra, sendo
vedadas justificativas genéricas, aplicáveis a qualquer empreendimento;
9.2. dar ciência ao Dnit que a opção pelo regime de contratação integrada, nos
termos do inciso II e caput do art. 9º da Lei 12.462/2011:
Art. 42, §5º - não será admitida, por parte da empresa pública ou da
sociedade de economia mista, como justificativa para a adoção da
modalidade de contratação integrada, a ausência de projeto básico.
Como usar a contratação integrada?
A importância do planejamento no RDCi, após art. 9o …
Justificativa técnica e econômica
Estudos e Modelagem de Edital e Contrato
EVTEA
Anteprojeto
Orçamento
Matriz de Risco/Aditivos e Taxa de Risco
Critério de julgamento
Análise de projeto
Licenciamento Ambiental
Desapropriação e reassentamentos
Objeto: manutenção e operação?
Como usar a contratação integrada?
A justificativa técnica e econômica
.
Como usar a contratação integrada?
A justificativa técnica e econômica
.
Como usar a contratação integrada?
A justificativa técnica e econômica
Acórdão 1388/2016: “a opção pelo regime de contratação integrada
com base no inciso II do art. 9º da Lei 12.462/2011 deve ser
fundamentada em estudos objetivos que a justifiquem técnica e
economicamente e considerem a expectativa de vantagens quanto
a competitividade, prazo, preço e qualidade em relação a outros
regimes de execução, especialmente a empreitada por preço
global, e, entre outros aspectos e quando possível, a prática
internacional para o mesmo tipo de obra, sendo vedadas
justificativas genéricas, aplicáveis a qualquer empreendimento;”
.
O que é o anteprojeto?
EVTEA – etapa preliminar – estudos de viabilidade, ao menos
em alguns casos
.
O que é o anteprojeto?
Exemplo Mcid
Sanamento, habitação, mobilidade urbana
http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosCi
dades/ArquivosPDF/Oficio_CAIXA_-_Orientao_RDC-
Contratao_Integrada.pdf
.
O que é o anteprojeto?
Lei das Estatais: solução interessante em relação a caráter
referencial do anteprojeto ou do projeto nas contratações
integradas e semi-integradas
Art. 42, §1º, I, c - documento técnico, com definição precisa das frações do empreendimento
em que haverá liberdade de as contratadas inovarem em soluções metodológicas ou
tecnológicas, seja em termos de modificação das soluções previamente delineadas no
anteprojeto ou no projeto básico da licitação, seja em termos de detalhamento dos sistemas e
procedimentos construtivos previstos nessas peças técnicas;
O que é o anteprojeto?
.
Como estimar custos?
Como estimar custos?
Como estimar custos?
Como estimar custos?
c) estabelecimento preciso das frações do objeto em que não haverá liberdade das
contratadas para inovar em soluções metodológicas ou tecnológicas, em obrigações
de meio, devendo haver obrigação de identidade entre a execução e a solução pré-
definida no anteprojeto ou no projeto básico da licitação.
O que é a matriz de risco?
Contratos em geral
Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos disciplinados por esta Lei:
X - matriz de riscos.
O que é a matriz de risco?
Alocação de risco refere-se à definição da extensão em que
cada parte suporta a variação no valor do projeto resultante
de um fator de risco
Remuneração do risco
.
O que é a taxa de risco?
Exemplo DNIT: IN 01/2014 DG
.
O que é a taxa de risco?
Acórdão 2312/2017 – risco de duplicidade BDI e taxa de risco
Tal distinção foi bem percebida pelo Ministro Benjamin Zymler no Acórdão n.
1850/2015 e no Acórdão 1388/2016:
Acórdão 2725/2016
Critério de julgamento: posso usar o RDCi com menor preço?
Ac. 1388/2016 - Posição Ministro Benjamin Zymler
Decreto 8.080/2013
Acórdão 1077/2017
Acórdão 1077/2017
“c) possibilidade de início das obras de terraplenagem no trecho
entre as estacas 500 e 950 antes da aprovação da totalidade do
projeto básico, o que poderá acarretar grave desequilíbrio
econômico/financeiro na execução contratual, favorável ao
Consórcio, em afronta à economicidade, efetividade e eficiência na
aplicação dos recursos públicos, visto que as medições e
respectivos faturamentos serão feitos tomando-se por base o
preço médio da terraplenagem, muito superior ao preço da
execução dos serviços neste trecho; “
Acórdão 2725/2016
9.1.3. apresente ao Tribunal plano de ação com vistas a exigir a obtenção
da licença prévia ambiental antes da licitação de obras pelo regime de
contratação integrada do RDC, em conformidade com os princípios da
eficiência e da economicidade estabelecidos nos art. 37 e 70 da
Constituição Federal, de 5/10/1988, bem como com a alínea "d" do inciso
I do § 2º do art. 9º da Lei 12.462/2011 (Lei do RDC) c/c art. 10 da Lei
6.938, de 31 de agosto de 1981;
Posso atribuir a desapropriação e reassentamentos ao contratado?
Seguro-Garantia – 2745/2013
Infraero
Média de participação de 2,6 consórcios, sem descontos
Duas das três licitações foram inicialmente desertas
Aprovação de projetos não atrasou início de obras
Três obras concluídas (STE Várzea Grande, TPS 3 de Confins/MG e São José do
Pinhais/PR)
Contrasta com baixo nível de conclusão de obras licitadas em outros regimes
(Fortaleza, Galeão, Confins, Florianópolis), com exceção de Manaus
DNIT
Normatização ampla (Anteprojeto, Modelagem de Risco e Aceitação de Projetos)
Média de participação de 4 consórcios, com desconto médio de 3,6%, contra 7 em
Concorrências, com desconto médio de 4,9%
Aprovação de projetos atrasou início de obras em alguns casos (BR-381, BR-163)
Problemas de fiscalização e aceite de projetos (BR-158/RS)
Duas obras concluídas com prazo inferior ao previsto (Instalações de Fronteira da
BR-156/AP e Condomínio da BR-319/AM/RO).
Algumas obras com cronograma adiantado (túneis da BR-381/MG, BR-101/PE, BR-
163/MT).
Contingenciamento limita achados de 2015/2016
Alguns achados sobre RDCi e demais regimes
Acórdão 306/2017
a.2) em virtude do período inicial em que se encontra a maior parte das obras realizadas via
contratação integrada, não foram conclusivas as análises empreendidas quanto a custo
final do empreendimento, prazo de execução, ocorrência de aditivos, qualidade das obras,
litígios contratuais etc.;
Antecedentes históricos
Lei n. 8.666/1993
A orçamentação detalhada do custo global da obra, em planilhas que
expressem a composição todos os seus custos unitários, integra o projeto
básico e é condição para a a abertura do procedimento licitatório, aplicando-se
a qualquer regime de empreitada previsto na Lei (art. 6º; IX, “f” e 7º, §2º, II);
O Edital deve prever critério de aceitabilidade de preços unitário e global,
conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos. A Lei veda “faixas de
variação em relação a preços de referência”, mas não estabelece que o critério
de aceitabilidade corresponda necessariamente ao orçamento estimado,
detalhado no projeto básico da obra (art. 40, XI)
As propostas devem guardar conformidade com preços de mercado da obra
(art. 43, IV)
Das regras para a estimativa dos custos de obras e serviços de engenharia
Antecedentes históricos
Entendimentos TCU – orçamento e BDI
Critérios de aceitabilidade: Súmula 259: “...a definição do critério de
aceitabilidade dos preços unitários e global, com fixação de preços máximos
para ambos, é obrigação e não faculdade do gestor” - Obs: Existência de
preços unitários acima de mercado não implica necessariamente sobrepreço se
o preço global estiver de acordo com preços de mercado (Acórdãos n.
1306/2004 2137/2005, 285/2007, 387/2008, 1064/2009)
BDI: Acórdão 325/2007 - O gestor público deve exigir dos licitantes o
detalhamento da composição do BDI e dos respectivos percentuais praticados.
Itens passíveis de inclusão na planilha de custos diretos, tais como
administração local, canteiro de obras, mobilização e desmobilização, não
devem compor o percentual do BDI.
BDI diferenciado: súmula 253: os itens de fornecimento de materiais e
equipamentos de natureza específica que possam ser fornecidos por empresas
com especialidades próprias e diversas e que representem percentual
significativo do preço global da obra devem apresentar incidência de taxa de
(...) BDI reduzida em relação à taxa aplicável aos demais itens.
Acórdãos n. 2369/2011 e 2622/2013 - Parâmetros referenciais de BDI para
diversos tipos e portes de obra
Das regras para a estimativa dos custos de obras e serviços de engenharia
Antecedentes históricos
Entendimentos TCU – aditivos
“existirá o “jogo de planilha” sempre que o conjunto probatório constante dos
autos permita inferir o intuito de burlar a licitação e alterar, em desfavor do
erário, as condições econômico-financeiras originalmente estabelecidas. (...) A
solução jurídica para corrigir as distorções causadas pelo “jogo de planilha”
deriva diretamente do texto constitucional, que preconiza, no art. 37, inciso
XXI, que devem ser mantidas as condições efetivas da proposta contratada
mediante licitação pública.” (Acórdão n. 1755/2004)
PU PG/EI CSMI CI
Estudo de Projeto Básico Projeto Básico Projeto Básico Anteprojeto
Engenharia
Preço Aditivo até 25% Aditivo até 10% Lump Sum + Lump Sum
Contratado Matriz de Riscos + Matriz de Riscos
Estimativa de custos em obras e serviços de engenharia
Aceitabilidade e exequibilidade
Nas licitações de obras ou serviços de engenharia (art. 17, III,
LRDC e art. 40, §2º, do Decreto) :
após o julgamento das propostas, o licitante
vencedor deverá reelaborar e apresentar à administração
pública, por meio eletrônico, as planilhas com indicação de:
indicação dos quantitativos e dos custos unitários,
vedada a utilização de unidades genéricas ou indicadas
como verba;
composição dos custos unitários quando diferirem
daqueles constantes dos sistemas de referências
adotados nas licitações; e
detalhamento do BDI e dos Encargos Sociais
Estimativa de custos em obras e serviços de engenharia
Aceitabilidade e exequibilidade
Os respectivos valores devem estar adequados ao lance
vencedor sem alteração do valor global da proposta – art.
40, §4º do Decreto n. 8080/2013
Incorporou regras então previstas na LDO, com poucas inovações (ex. EPU/tarefa: itens
materialmente relevantes)
Das regras para a estimativa dos custos de obras e serviços de engenharia
LRDC
§ 3o O custo global de obras e serviços de engenharia deverá ser obtido a partir de
custos unitários de insumos ou serviços menores ou iguais à mediana de seus
correspondentes ao Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil (Sinapi), no caso de construção civil em geral, ou na tabela do
Sistema de Custos de Obras Rodoviárias (Sicro), no caso de obras e serviços
rodoviários.
Art. 42...
§ 4o No caso de adoção do regime de empreitada por preço global ou de
empreitada integral, serão observadas as seguintes condições:
I – no cálculo do valor da proposta, poderão ser utilizados custos unitários
diferentes daqueles previstos nos §§ 3o, 4o ou 6o do art. 8o da Lei no
12.462, de 2011, desde que o valor global da proposta e o valor de cada
etapa prevista no cronograma físico-financeiro seja igual ou inferior ao valor
calculado a partir do sistema de referência utilizado;
II - em situações especiais, devidamente comprovadas pelo licitante em
relatório técnico circunstanciado, aprovado pela administração pública, os
valores das etapas do cronograma físico-financeiro poderão exceder o limite
fixado no inciso I; e
Regulamento RDC – Contratação Integrada
Na contratação integrada, devem ser adotados critérios de aceitabilidade por etapa,
estabelecidos de acordo com o orçamento estimado na forma prevista no
art. 9º da Lei nº 12.462, de 2011, e compatíveis com o cronograma físico do objeto
licitado.
Das regras para a estimativa dos custos de obras e serviços de engenharia
Porém... Decreto n. 7.983/2013 prevê exceção no caso de EPU e EI: “... a diferença
(...) poderá ser reduzida para a preservação do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato em casos excepcionais e justificados, desde que os custos unitários dos
aditivos contratuais não excedam os custos unitários do sistema de referência
utilizado na forma deste Decreto, assegurada a manutenção da vantagem da
proposta vencedora ante a da segunda colocada na licitação”
Critério de preço unitário Aplica para cada Aplica por etapa, Depende do nível de
custo unitário podendo haver detalhamento
materialmente variações em cada
relevante etapa
Regra do desconto em Aplica Aplica, com exceção Aplica, mas há dúvida sobre
aditivos do art. 14, Parág. exceções – analogia com art.
Único do Dec. 14?
7.983/2013
Exequibilidade
Aceitabilidade e exequibilidade
Art. 24. Serão desclassificadas as propostas que:
(…)
III - apresentem preços manifestamente inexequíveis ou
permaneçam acima do orçamento estimado para a
contratação, inclusive nas hipóteses previstas no art. 6o desta
Lei;
Antecedentes históricos
Concessões de serviços público
Objetivo de estimular desempenho do contratado sem vínculo a processo
sancionatório
Remuneração vinculada a desempenho (descontos de reequilíbrio nas
concessões rodoviárias)
Marçal Justen Filho: “uma solução adequada para as hipóteses em que a natureza e as
circunstâncias comportem níveis variados de satisfação ao interesse administrativo” (p.
207)
Prevenções
Remuneração variável pode substituir ineficácia de processo sancionatório, porém,
há o risco, em tese, de admissão de níveis de serviço mais baixos sem rescisão do
respectivo contrato – risco de seleção adversa
Créditos orçamentários devem ser suficientes para suprir valor com nota máxima do
contratado
Problemas comuns
Dotações genéricas para certo tipos de contratos, com empenho insuficiente
Dotações insuficientes para o conjunto de obrigações, com recurso a
remanejamento como forma de alocar recursos a contratos que tenham adequado
andamento
Exemplo: concessão de rodovias federais
Nota é aplicável sobre parcela variável, não sobre a remuneração total, formada por
parcela fixa necessária ao cumprimento das obrigações de financiamento da
concessionária
Exemplo: PPP Minas Gerais
Lei RDC
Art. 23. No julgamento pelo maior retorno econômico, utilizado exclusivamente para a
celebração de contratos de eficiência, as propostas serão consideradas de forma a
selecionar a que proporcionará a maior economia para a administração pública
decorrente da execução do contrato.
§ 1o O contrato de eficiência terá por objeto a prestação de serviços, que pode incluir a
realização de obras e o fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar economia
ao contratante, na forma de redução de despesas correntes, sendo o contratado
remunerado com base em percentual da economia gerada.
§ 2o Na hipótese prevista no caput deste artigo, os licitantes apresentarão
propostas de trabalho e de preço, conforme dispuser o regulamento.
§ 3o Nos casos em que não for gerada a economia prevista no contrato de eficiência:
I - a diferença entre a economia contratada e a efetivamente obtida será descontada da
remuneração da contratada;
II - se a diferença entre a economia contratada e a efetivamente obtida for superior à
remuneração da contratada, será aplicada multa por inexecução contratual no valor da
diferença; e
III - a contratada sujeitar-se-á, ainda, a outras sanções cabíveis caso a diferença entre a
economia contratada e a efetivamente obtida seja superior ao limite máximo
estabelecido no contrato.
Contrato de eficiência
Regulamento
Art. 36.
Art. 37. Nas licitações que adotem o critério de julgamento pelo maior retorno econômico,
os licitantes apresentarão:
I - proposta de trabalho, que deverá contemplar:
a) as obras, serviços ou bens, com respectivos prazos de realização ou fornecimento; e
b) a economia que se estima gerar, expressa em unidade de medida associada à obra, bem
ou serviço e expressa em unidade monetária; e
II - proposta de preço, que corresponderá a um percentual sobre a economia que se estima
gerar durante determinado período, expressa em unidade monetária.
Contrato de eficiência
O tempo para a obtenção dos ganhos importa, devendo-se aferir o valor presente da
economia obtida;
Caso Hipotético: duas propostas realizadas em uma licitação que visa a reduzir a
despesa com energia uma determinada repartição, que atualmente é de 100 mil
unidades monetárias (para simplificar, o tempo para redução dos custos é igual):
2) Proposta “b”: o licitante propõe reduzir em 40% a conta anual com a reforma
da rede elétrica e melhoria na sua manutenção (proposta de trabalho), sendo
remunerado em 50% da economia gerada (proposta de preço). O resultado
proposto é de uma economia de 40 mil unidades monetárias, que será apropriada
em 50% pelo licitante (20 mil unidades monetárias) e em 50% pelo Poder Público
(20 mil unidades monetárias). O retorno obtido é de 20 mil unidades monetárias.
Contrato de eficiência
Neste caso, o risco inteiro de variação dos R$ 85 mil foi alocado ao contratado
Contratação simultânea
Contratação simultânea
Lei RDC
Art. 11. A Administração Pública poderá, mediante justificativa expressa, contratar mais
de uma empresa ou instituição para executar o mesmo serviço, desde que não implique
perda de economia de escala, quando:
I - o objeto da contratação puder ser executado de forma concorrente e simultânea
por mais de um contratado; ou
II - a múltipla execução for conveniente para atender à Administração Pública.
§ 1o Nas hipóteses previstas no caput deste artigo, a Administração Pública deverá
manter o controle individualizado da execução do objeto contratual relativamente a
cada uma das contratadas.
§ 2o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos serviços de engenharia.
Regulamento não inova, mas define que requisitos dos incisos I e II são cumulativos:
Art. 71. A administração pública poderá, mediante justificativa, contratar mais de
uma empresa ou instituição para executar o mesmo serviço, desde que não implique
perda de economia de escala, quando:
I - o objeto da contratação puder ser executado de forma concorrente e simultânea
por mais de um contratado; e
II - a múltipla execução for conveniente para atender à administração pública.
Parágrafo único. A contratação simultânea não se aplica às obras ou serviços de
engenharia.
Contratação simultânea - requisitos
Justificativa expressa
Requisitos: possibilidade de prestações concorrentes e simultânea e conveniência da
Administração
Embora não haja fracionamento do objeto, justificativa é similar: não deve haver
economia de escala (redução do custo marginal no caso de produção por um único
fornecedor – casos com elevado custo fixo)
Alguns critérios
Custos – custos fixos baixos, atendimento mais econômico com múltiplos
prestadores
Prazo – garantia de fornecimento com múltiplos prestadores
Acesso a diferentes fornecedores – possibilidade de estimular concorrência
entre fornecedores
Alguns exemplos
Telefonia fixa de longa distância, permitindo o uso de diferentes tarifas em
horários determinados
Passagem aérea