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Rossina Princesa Lucas

Métodos científicos: Estruturalista

Cambine, 2023
Rossina Princesa Lucas

Métodos científicos: Estruturalista

Trabalho de investigação, realizado no


âmbito da UMUM, apresentada ao Curso de
licenciatura em Ciências de Administração e
Gestão, como um elemento avaliativo.
Docente: Mestre Maurício Carlos Raúl

Cambine, 2023
Índice

1.0. Introdução..................................................................................3
1.1. Objectivo geral.............................................................................3
1.2. Objectivos específicos....................................................................3
1.3. Metodologia.................................................................................3
2.0. Método científico..........................................................................4
2.1. Etapas do método científico.............................................................4
2.2. Vantagens do método científico.........................................................5
2.3. Método estruturalista.....................................................................5
2.4. Pressupostos do método estruturalista.................................................6
2.5. Características do estruturalismo.......................................................7
3.0. Conclusão...................................................................................9
4.0. Referências Bibliográficas..............................................................10
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1.0. Introdução

O presente trabalho tem como finalidade analisar o método estruturalista. Para dar
início definiu-se o método científico como o conjunto de processos ou operações
mentais que devemos empregar na investigação. O método científico é um processo
de pesquisa que segue uma determinada sequência de etapas. Além disso, pode ser
definido também como a maneira ou o conjunto de regras básicas empregadas em
uma investigação científica com o intuito de obter os resultados mais confiáveis,
quanto for possível.
O termo estruturalismo é utilizado para designar as correntes de pensamento que
recorrem à noção de estrutura para explicar a realidade em todos os seus níveis. O
estruturalismo parte do pressuposto de que cada sistema é um jogo de oposições,
presenças e ausências, constituindo uma estrutura, onde o todo e as partes são
interdependentes, de tal forma que as modificações que ocorrem num dos
elementos constituintes implicam a modificação de cada um dos outros e do
próprio conjunto.

1.1. Objectivo geral:

 Analisar o método estruturalista.

1.2. Objectivos específicos:

 Definir o conceito de método científico;


 Caracterizar o método estruturalista;
 Identificar os pressupostos do método estruturalista.

1.3. Metodologia

Para a elaboração deste trabalho recorreu-se às consultas bibliográficas que


“consiste na colocação do pesquisador em contacto directo com tudo aquilo que foi
escrito sobre determinado assunto, com objectivo de permitir ao cientista o
reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações”
(Marconi e Lakatos, 1992, p. 72).
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2.0. Método científico

Segundo Gil (2008, p. 8), pode-se definir método “como caminho para chegarmos a
determinado fim”.
A investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos” (Gil, 2008, p. 8), para que seus objectivos sejam atingidos: os métodos
científicos.
Método científico é o “conjunto de processos ou operações mentais que devemos
empregar na investigação. É a linha de raciocínio adoptada no processo de
pesquisa” (Gil 2008, p. 8).
De acordo com Chizzotti (1991, p. 79), o método científico é um processo de
pesquisa que segue uma determinada sequência de etapas. Além disso, pode ser
definido também como a maneira ou o conjunto de regras básicas empregadas em
uma investigação científica com o intuito de obter os resultados mais confiáveis,
quanto for possível (Marconi & Lakatos, 2003, p. 95).
Segundo Popper (1977, p. 140-1), o método científico parte de um problema (P1),
ao qual se oferecesse uma espécie de solução provisória, uma teoria-tentativa
(TT), passando-se depois a criticar a solução, com vista à eliminação do erro (EE)
e, tal como no caso da dialéctica, esse processo se renovaria a si mesmo, dando
surgimento a novos problemas.
[...] o método científico consiste na escolha de problemas interessantes e na
crítica de nossas permanentes tentativas experimentais e provisórias de solucioná-
los" (Popper, 1975, p. 14).
Entretanto, o método científico é algo mais subjectivo, ou implícito, do modo de
pensar científico, do que um manual com regras explícitas sobre como o cientista,
ou pesquisador, deve agir.
O método é caracterizado por um texto científico cuja função é relatar os
resultados, sendo que os fatos são calcados de originalidade, provenientes de uma
pesquisa pré-determinada (Marconi & Lakatos, 2003, p. 97).

2.1. Etapas do método científico

Segundo Marconi & Lakatos (2003, p. 101), o método científico é dividido em


quatro etapas, sendo elas:
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a) A observação que é a etapa em que há execução dos questionamentos


sobre o fato observado, a formulação de uma hipótese que é uma
possível explicação para o problema em questão; b) A experimentação,
onde o pesquisador realiza experiências para provar a veracidade de sua
hipótese; c) A interpretação dos resultados, momento em que o
pesquisador interpreta os resultados de sua pesquisa; e, por fim, d) A
conclusão, onde é feita uma análise final e considerável sobre o fato em
questão.

2.2. Vantagens do método científico

O método científico é fundamental para validar as pesquisas e seus resultados


serem aceitos. Dessa forma, a pesquisa, para ser científica, requer um
procedimento formal, realizado de “ [...] modo sistematizado, utilizando para isto
método próprio e técnicas específicas” (Rudio, 1980, p.9). Como parte
fundamental da pesquisa, a metodologia visa responder ao problema formulado e
atingir os objectivos do estudo de forma eficaz, com o mínimo possível de
interferência da subjectividade do pesquisador (Selltiz et al., 1965, p. 110),
referindo-se às regras da ciência para disciplinar os trabalhos, bem como para
oferecer directrizes sobre os procedimentos a serem adoptados.

2.3. Método estruturalista

Segundo Beuren et al. (2006, p.25), o termo estruturalismo é utilizado para


designar as correntes de pensamento que recorrem à noção de estrutura para
explicar a realidade em todos os seus níveis. O estruturalismo parte do pressuposto
de que cada sistema é um jogo de oposições, presenças e ausências, constituindo
uma estrutura, onde o todo e as partes são interdependentes, de tal forma que as
modificações que ocorrem num dos elementos constituintes implicam a
modificação de cada um dos outros e do próprio conjunto. Embora, ao longo do
desenvolvimento das ciências sociais, diversas correntes de pensamento tenham
sido designadas como estruturalistas, este termo aplica-se hoje particularmente
para identificar as correntes de pensamento que têm suas bases conceituais nos
estudos do linguista Ferdinand Saussure (1857-1913) e do antropólogo Claude Lèvi-
Strauss (nascido em 1908).
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2.4. Pressupostos do método estruturalista

Para que um modelo científico possa, de acordo com Lèvi-Strauss (1967, apud
Souza, 2008, p. 45), merecer o nome de estrutura deve satisfazer a quatro
condições:
a) o modelo deve oferecer um carácter de sistema, isto é, consistir em
elementos tais que qualquer modificação num de seus elementos acarrete
modificação em todos os outros;
b) todo modelo deve pertencer a um grupo de transformações, cada uma das
quais correspondendo a um modelo da mesma família, de modo que o
conjunto dessas transformações constitua um grupo de modelos;
c) as propriedades exigidas por essas duas condições devem permitir prever de
que modo reagirá o modelo, em caso de modificação de um dos elementos; e
d) é necessário que o modelo seja construído de tal modo que seu
funcionamento possa explicar todos os fatos observados.
[...] Para o estruturalismo o facto isolado, enquanto tal, não possui significado. Por
exemplo: os vocábulos fromage, cheese e queijo, quando isolados da estrutura
alimentar que os determina, referem-se à mesma realidade. Todavia, quando são
considerados no interior das distintas estruturas alimentares a que pertencem,
revelam-se completamente diferentes (Teixeira, 1998, p. 34-37).
A investigação estruturalista, tal como a concebe Lèvi-Strauss (1958, p. 26), propõe
como regra principal de observação que os fatos devem ser observados e descritos,
sem permitir que os preconceitos teóricos alterem sua natureza e sua importância.
Isto implica estudar os fatos em si mesmo e em relação com o conjunto (Lèvi-
Strauss 1958, p.26, grifo do autor). Por outro lado, exige o estudo imanente das
conexões essenciais das estruturas independentemente de sua génese ou de suas
relações com o que é exterior a elas.
Ainda na visão de Lèvi-Strauss (1958),
Este estudo imanente de um objecto implica a descrição do sistema em
termos estritamente relacionais; onde a experiência comum só reconhece
coisas, a análise estrutural descreverá redes de relações. Essas redes de
relações, por sua vez, constituem os sistemas: sistemas de parentesco e de
filiação, sistema de comunicação linguística, sistema de troca económica
etc. (p. 26).
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Em suma, de acordo com o estruturalismo, parte-se da investigação de um


fenómeno concreto, atingindo o nível do abstracto pela representação de um
modelo representativo do objecto de estudo para, finalmente, retornar ao
concreto como uma realidade estruturada, (Lèvi-Strauss, 1958, p.27, grifo do
autor).

2.5. Características do estruturalismo

Na visão de Gil (2008, p. 20), as estruturas são não causais. Não revelam a origem
dos elementos nem o modo como operam, mas as condições, as formas de relações,
que se definem por sua sintaxe, isto é, pelas leis de concordância, de subordinação
e de ordem a que estão sujeitos os elementos. A prova do modelo é a sua eficácia
explicativa.
À diferença de outras linhas de pensamento, como o marxismo e a fenomenologia,
no estruturalismo o termo /estrutura/ é conceituado como algo inacessível à
observação e à descrição obrigacional. O estruturalismo procura captar os
fenómenos humanos aquém da consciência que deles se tem, escolhendo como
terrenos de estudos privilegiados as ordens de fatos muito insignificantes e
desprovidas de implicações práticas (Gil, 2008, p. 21).
As estruturas são modelos de explicação (formas ontológicas). A propriedade que
caracteriza uma estrutura não é inferida da abstracção a partir dos objectos, mas
da abstracção reflexiva, como a do pensamento lógico-matemático (Piaget, 2003,
p. 20). É próprio da abstracção reflexiva ser tirada não dos objectos, mas das
acções que se podem fazer sobre eles, tais como reunir, ordenar, corresponder.
São operações de composição, de carácter dedutivo (construção apriorística) e não
de indução (análise regressiva).
Há estrutura quando os elementos estão reunidos em uma totalidade, apresentando
algumas propriedades como totalidade e quando as propriedades dos elementos
dependem, total ou parcialmente, dessas características de totalidade (Gil, 2008,
p.21).
O estruturalismo considera a existência de estruturas superficiais (as que
detectamos directamente por observação) e estruturas profundas (as estruturas
lógicas, que subjazem sob o aparente e o imediato) (Lévi-Strauss, 1958, p. 28). As
últimas se reportam às primeiras. Por exemplo: a estrutura superficial do discurso
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está referida à estrutura profunda do conjunto de regras de linguagem. Cada


estrutura superficial pode estar referida a várias estruturas profundas e cada
estrutura profunda pode ser referência de várias estruturas superficiais. O número
de estruturas profundas possíveis é limitado. Além disso, a estrutura tem
propriedades finitas. Isto quer dizer que o número de relações é, também,
logicamente limitado (Lévi-Strauss, 1958, p. 28).
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3.0. Conclusão

Durante a realização do trabalho foi possível compreender que o termo


estruturalismo é utilizado para designar as correntes de pensamento que recorrem
à noção de estrutura para explicar a realidade em todos os seus níveis.
No estruturalismo parte-se da investigação de um fenómeno concreto, atingindo o
nível do abstracto pela representação de um modelo representativo do objecto de
estudo para, finalmente, retornar ao concreto como uma realidade estruturada.
As estruturas são não causais. Não revelam a origem dos elementos nem o modo
como operam, mas as condições, as formas de relações, que se definem por sua
sintaxe, isto é, pelas leis de concordância, de subordinação e de ordem a que estão
sujeitos os elementos. A prova do modelo é a sua eficácia explicativa.
À diferença de outras linhas de pensamento, como o marxismo e a fenomenologia,
no estruturalismo o termo /estrutura/ é conceituado como algo inacessível à
observação e à descrição obrigacional. O estruturalismo procura captar os
fenómenos humanos aquém da consciência que deles se tem, escolhendo como
terrenos de estudos privilegiados as ordens de fatos muito insignificantes e
desprovidas de implicações práticas
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4.0. Referências Bibliográficas

Beuren, I. M. et al. (2006). Como elaborar trabalhos monográficos em


contabilidade: Teoria e prática (p. 25). 3.ed. São Paulo: Atlas;

Chizzotti, A. (1991). Pesquisa em ciências humanas e sociais (p. 79). São Paulo:
Cortez;

Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social (p. 21). 6. ed. São Paulo:
Atlas;

Levi-Strauss, C. (1958). Anthropologie structural ( p. 27). Paris: Plon;

Lakatos, E. M., & Marconi, M. A. (1992). Metodologia do trabalho científico (p. 72).
(4 ed.). São Paulo: Atlas;

. (2003). Fundamentos de metodologia científica (p. 101). São Paulo: Atlas;

Piaget, J. (2003). O estruturalismo (p. 20). Rio de Janeiro: DIFEL;

Popper, K. S. (1975). A lógica da pesquisa científica (140-1). 2. ed. São Paulo:


Cultrix;

Rudio, F. V. (1980). Introdução ao projecto de pesquisa científica (p. 9). 4.ed.


Petrópolis: Vozes;

Selltiz, C., Wrightsman, L. S. & Cook, S. W. (1965). Métodos de pesquisa das


relações sociais (p. 110). São Paulo: Herder;

Souza, L. A. de. (2008) Método Científico (p. 45).


http://brasilescola.uol.com.br/quimica/metodo-cientifico;

Teixeira, I. (1998). Estruturalismo. (p.34-37). In Cult: Revista Brasileira de


Literatura.

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