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CASO N.

º 7

K foi condenado a 3 anos de prisão suspensa na sua execução por 4 anos, pela prática
de um crime p. e p. pelo art. 152.º, n.º 2, al. a), do CP, mediante «o dever de não se aproximar
da vítima, pagar-lhe uma indemnização de 5.000 €, frequentar um programa de prevenção
de violência doméstica, tudo isto no âmbito de um plano de reinserção social a elaborar por
um técnico da DGRSP».
1. Comente o conteúdo da pena aplicada a K.
2. Imagine que, ao fim de 2 anos após o trânsito em julgado da decisão, o tribunal
decidiu revogar a suspensão executiva da pena, na medida em que o técnico da DGRSP havia
comunicado ao juiz que K faltara a uma reunião agendada com o dito técnico. Nessa
sequência, sem nunca ouvir o condenado, foram emitidos «mandados de detenção e
condução a EP para o cumprimento da pena de 1 ano e 6 meses de prisão, dado que se
procedera ao desconto de 2 anos em que K cumpriu as obrigações que sobre ele impendiam,
sendo esse o desconto, visto que o tempo de suspensão fora de 4 anos, assim operando
proporcionalmente na pena principal». Quid iuris?

CASO N.º 8

M foi condenado a 1 ano de prisão pela prática do crime p. e p. pelo art. 270.º, n.º 1,
al. a), do CP. Durante o prazo para o recurso ordinário, o condenado requereu que a pena
fosse substituída por trabalho. O tribunal despachou favoravelmente, constando o seguinte
da fundamentação: «M tem fracas condições económico-financeiras, bem como baixa
escolaridade, o que depõe no sentido de que o pretendido pela prisão pode ser conseguido
através de trabalho, o qual será de 390 horas, atenta a elevada prevenção geral que o caso
reclama».
1. Concorda com a fundamentação da decisão judicial?
2. Suponha que, ao fim de 300 h de trabalho, M deixou de comparecer no local
onde estava a cumprir a pena. Promovida a sua audição, tal revelou-se impossível,
por se desconhecer o paradeiro de M. Nessa sequência, o MP promoveu que,
«atendendo ao número de horas já trabalhadas, justificava-se que o tribunal desse
a pena substitutiva por extinta». Se fosse juiz(a), como decidiria?
CASO N.º 9

No Juízo Central Criminal de Vila Real, foi o arguido N julgado e condenado na pena
de 6 meses de prisão, substituída por igual período de multa, à razão diária de € 6, perfazendo
um total de € 1080.
a) Concorda com a razão de conversão da pena de prisão em multa?
b) É possível o condenado requerer o pagamento da multa em prestações?
c) Suponha agora que a condenação em multa havia sido como pena principal e
que o agente do crime deduzira idêntico pedido, o qual foi deferido. Contudo, N
não liquidou a terceira de dez prestações. Que efeitos jurídicos daí derivam?
d) Voltando à situação descrita nas alíneas a) e b), imagine agora que a pena de multa
não foi paga e que o juiz ordenou a emissão de mandados de detenção para
cumprimento da pena de prisão. No despacho determinativo da conversão da
multa em prisão (art. 45.º, n.º 2 do CP), foi o condenado advertido de que «não
beneficiaria da prerrogativa a que alude o art. 49.º, n.º 2, do CP».
Uma vez detido, N requereu a passagem de guias para pagamento imediato da multa,
o que foi indeferido pelo juiz. Inconformado, do despacho interpôs recurso que rematou
com algumas destas conclusões:
«1.- Violou o Mm.o Juiz a quo o disposto no art. 49.º, n.º 2, do CP;
2.- Existe no ordenamento jurídico português uma preferência pela pena de multa sobre a pena de
prisão.»
O Sr. Procurador-Geral Adjunto a exercer funções no Tribunal da Relação do Porto
proferiu parecer no sentido do provimento do recurso.
Se fosse o(a) Juiz(a) Desembargador(a) relator(a), em que sentido se pronunciaria no
seu projeto de acórdão?

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