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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE NUTRIÇÃO

ELENITA KOEHLER MARTINELLO

AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR, ESTADO NUTRICIONAL E


ESTILO DE VIDA DE PACIENTES PORTADORES DE DIABETES
MELLITUS TIPO II EM UM HOSPITAL DE CRICIÚMA - SC

CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2009


ELENITA KOEHLER MARTINELLO

AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR, ESTADO NUTRICIONAL E


ESTILO DE VIDA DE PACIENTES PORTADORES DE DIABETES
MELLITUS TIPO II EM UM HOSPITAL DE CRICIÚMA - SC

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado


para obtenção do grau de bacharel no curso de
Nutrição da Universidade do Extremo Sul
Catarinense, UNESC.

Orientadora: Profª. MSc. Angela Martinha


Bongiolo

CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2009


2

ELENITA KOEHLER MARTINELLO

AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR, ESTADO NUTRICIONAL E ESTILO DE

VIDA DE PORTADORES DE DIABETES MELLITUS EM UM HOSPITAL DE

CRICIÚMA - SC

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela


Banca Examinadora para obtenção do grau de
bacharel no Curso de Nutrição da Universidade
do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Criciúma, 25 de novembro de 2009

BANCA EXAMINADORA
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“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer


um novo começo, qualquer um pode
começar agora e fazer um novo fim”.
Chico Xavier.
4

Dedico este trabalho a três pessoas em


especial, meus filhos Nickolas e Nicole e meu
esposo, pela paciência, compreensão e
incentivo.
5

AGRADECIMENTOS

Ao Deus criador e favorecedor de todas as coisas: princípio, meio e fim! Que me deu
a vida e forças para seguir meu caminho.
Aos meus filhos Nickolas e Nicole, que sofreram a minha ausência, mas mesmo
assim sempre estiveram carinhosos e pacientes.
Ao meu esposo Nicolau, que me incentivou desde o início e acreditou em mim.
Aos meus pais por terem me dado a vida.
Às amigas conquistadas durante o curso pelo companheirismo.
À professora Ângela Martinha que aceitou ser minha orientadora e sempre que
precisei estava pronta para ajudar.
À todos os pacientes que aceitaram participar deste estudo.
Ao Hospital São José, que me proporcionou a oportunidade de pesquisa.
A todos os professores do curso de nutrição, pelo profissionalismo e dedicação na
arte de ensinar.
Ao professor Marco e professora Maria Cristina por aceitarem participar da banca
examinadora, pois é um prazer ter grandes profissionais como estes, avaliando meu
trabalho.
A todos que de forma direta ou indiretamente me proporcionaram mais esta
conquista.
Enfim, a todas as pessoas que fizeram e ainda fazem a diferença em minha vida...

Muito Obrigada!!!
6

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar o consumo alimentar de portadores de diabetes


comparando com as recomendações e também avaliar o estado nutricional e o estilo
de vida destes pacientes. A amostra foi por conveniência, composta por 20
pacientes portadores de Diabetes Mellitus (DM) tipo II, internados em um hospital
localizado na cidade de Criciúma - SC. A avaliação nutricional foi realizada através
do índice de massa corporal (IMC) e da circunferência da cintura (CC). Para a
avaliação dietética foram utilizados História Alimentar e Questionário de Frequência
Alimentar. Em relação à amostra 45% eram do sexo masculino e 55% do sexo
feminino, adultos e idosos. Em relação ao IMC de adultos e idosos, a maioria (85%)
apresentou alterações de peso, como sobrepeso e obesidade, enquanto 10%
encontram-se eutróficos e 5% baixo peso. Através da CC foi possível constatar que
55% da amostra apresentaram risco muito elevado e 30% risco elevado para o
desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Ao se verificar o consumo
de macronutrientes através da História Alimentar, se constata que 40% dos
pacientes não atingiram as recomendações de carboidratos, 55% ficaram
adequados e 5% acima do recomendado. Em relação à proteína, 95% ficaram acima
da recomendação e 5% adequado. Dos pacientes pesquisados 45% atingiram a
recomendação de lipídios, 25% tiveram um consumo acima do recomendado e 30%
abaixo. No caso dos ácidos graxos monoinsaturados (AGM), 95% dos participantes
ficaram abaixo do recomendado e 5% conseguiram atingir as recomendações. Em
relação ao consumo de ácidos graxos poliinsaturados (AGP), 65% estavam abaixo
do recomendado, 15% acima e 20% adequado. Já com relação aos ácidos graxos
saturados (AGS), 95% dos participantes tiveram uma ingestão adequada, 5% acima.
Através da história alimentar também se obteve dados sobre a ingestão de
micronutrientes (zinco, cobre e cromo), a maioria dos pacientes (95%) não atingiram
as recomendações e 5% tiveram um ingestão acima do recomendado. Nenhum
(100%) paciente conseguiu atingir as recomendações de cobre. Em relação ao
mineral cromo, metade dos homens atingiu as recomendações e 50% ficaram abaixo
do recomendado, já no caso das mulheres 55% se adequou as recomendações e
45% não conseguiram atingir. Apenas 15% da amostra atingiram as recomendações
de zinco, 35% tiveram um consumo acima e 50% abaixo das recomendações. Em
relação às fibras apenas 10% se adequou as recomendações, 40% acima e 50%
abaixo. O consumo médio de fibra solúvel pelos participantes foi de 3,17g. De
acordo com o questionário de frequência, apenas 5% consomem alimentos ricos em
cobre, uma vez ao dia, 5% consomem alimentos fonte de zinco e 25% consomem
alimentos ricos em cromo mais de uma vez ao dia. Em relação aos ácidos graxos,
apenas 10% consomem azeite de oliva uma vez ao dia, sendo esta uma fonte de
ácido graxo monoinsaturado, 50% da amostra consomem alimentos fonte de AGP e
10% dos participantes utilizam banha de porco pelo menos uma vez ao dia, fonte de
AGS. Concluindo-se assim que houve uma prevalência de obesidade e sobrepeso
nos pacientes estudados. Podem-se perceber muitos erros no consumo alimentar
desses pacientes e o sedentarismo prevalece entre os mesmos. Através dos
resultados obtidos, constata-se que há a necessidade de um melhor
acompanhamento nutricional e mudança no estilo de vida para a melhoria do
controle metabólico da patologia.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus. Consumo alimentar. Nutrientes. Estilo de vida.


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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADA – Associação Americana de Diabetes;


AGM – Ácidos Graxos Monoinsaturados;
AGP – Ácidos Graxos Poliinsaturados;
AGS- Ácidos Graxos Saturados;
DM – Diabetes Mellitus;
DP- Desvio Padrão;
CC- Circunferência da cintura
IMC- Índice de Massa Corporal;
NET- Necessidades Energéticas Totais;
OMS- Organização Mundial da Saúde;
SDB- Sociedade Brasileira de Diabetes;
VET- Valor energético total;
TMB- Taxa Metabólica Basal;
UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense.
8

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Classificação do estado nutricional em adultos segundo o IMC..............30


Quadro 2: Classificação do estado nutricional em idosos segundo o IMC...............30
Quadro 3: Circunferência da cintura de acordo com o gênero em caucasianos..... 31
Quadro 4: Frequência do consumo de alimentos rico em ácidos graxos mono,
poli e insaturado....................................................................................................... 49
Quadro 5: Frequência do consumo de alimentos fonte do mineral cobre.................50
Quadro 6: Frequência do consumo de alimentos fonte do mineral zinco...................
51
Quadro 7: Frequência do consumo de alimentos fonte do mineral cromo...............52
9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Classificação em porcentagem dividida entre o sexo feminino e


masculino dos participantes..................................................................................... 32
Figura 2: Classificação de acordo com a idade e sexo dos participantes.................33
Figura 3: Classificação do estado nutricional de acordo com o índice de massa
corporal (IMC).......................................................................................................... 34
Figura 4: Classificação em relação à circunferência da cintura (CC)........................35
Figura 5: Média do consumo energético...................................................................37
Figura 6: Média do consumo de carboidrato............................................................38
39
Figura 7: Média do consumo de proteínas.................................................................
Figura 8: Média do consumo lipídios .......................................................................40
Figura 9: Média do consumo de ácidos graxos monoinsaturados, poliinsaturados,
saturados................................................................................................................. 41
Figura 10: Média do consumo do mineral cobre........................................................43
Figura 11: Média do consumo do mineral cromo.......................................................44
45
Figura 12: Média do consumo do mineral zinco.........................................................
Figura 13: Média do consumo de fibras....................................................................46
Figura 14: Média do consumo de fibras solúvel........................................................47
48
Figura 15: Hábitos de vida dos participantes: atividade física, tabagismo, etilismo...
10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................
12
14
1.1 Justificativa..........................................................................................................
1.2 Objetivos.............................................................................................................15
15
1.2.1 Objetivo geral....................................................................................................
16
1.2.2 Objetivos específicos.........................................................................................
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................
2.1 Diabetes Mellitus..................................................................................................
17
2.1.1 Diabetes tipo I..................................................................................................
17
2.1.2 Diabetes tipo II.................................................................................................
18
2.1.3 Diabetes gestacional......................................................................................18
2.2 Recomendação Nutricional para Pacientes com Diabetes Tipo II................18
2.2.1 Recomendação de proteína...........................................................................19
19
2.2.2 Recomendação de lipídios..............................................................................
2.2.3 Recomendação de carboidrato.....................................................................20
22
2.2.4 Recomendação de fibras................................................................................
2.2.5 Recomendação de micronutrientes..............................................................23
24
2.2.6 Zinco..................................................................................................................
24
2.2.7 Cromo...............................................................................................................
2.2.8 Cobre................................................................................................................25
25
2.3 Influências do Estilo de Vida no Diabetes Mellitus...........................................
26
2.3.1 Álcool.................................................................................................................
2.3.2 Cigarro.............................................................................................................26
2.3.3 Exercícios físicos...........................................................................................26
28
3 ASPECTOS METODOLOGICOS.............................................................................
3.1 Desenho do Estudo...........................................................................................28
3.2 População e Amostra........................................................................................28
28
3.3 Critérios de Inclusão e Exclusão........................................................................
28
3.4 Forma de Obtenção de Dados...........................................................................
30
3.5 Formas de Análise dos Dados...........................................................................
3.6 Aspectos Éticos...................................................................................................
31
3.7 Limitações do Estudo..........................................................................................
31
11

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...............................................................................
32
32
4.1 Características Referentes aos Participantes...................................................
32
4.1.1 Sexo.....................................................................................................................
4.1.2 Idade...................................................................................................................
33
34
4.1.3 Classificação em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC)......................
35
4.1.4 Classificação em relação à Circunferência da Cintura (CC)..........................
36
4.1.5 Consumo energético..........................................................................................
38
4.1.6 Consumo de carboidratos...............................................................................
39
4.1.7 Consumo de proteínas......................................................................................
40
4.1.8 Consumo de lipídios.........................................................................................
41
4.1.9 Consumo de ácidos graxos...............................................................................
43
4.2 Minerais.................................................................................................................
43
4.2.1 Consumo do mineral cobre..............................................................................
44
4.2.2 Consumo do mineral cromo.............................................................................
45
4.2.3 Consumo do mineral zinco...............................................................................
46
4.3 Consumo de Fibras..............................................................................................
47
4.3.1 Fibra solúvel.......................................................................................................
48
4.4 Estilo de vida........................................................................................................
49
4.5 Frequência de Consumo de Alimentos..............................................................
53
5 CONCLUSÃO..........................................................................................................
55
REFERÊNCIAS............................................................................................................
59
APÊNDICE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...................................
ANEXOS....................................................................................................................60
61
ANEXO A – História Alimentar..................................................................................
64
ANEXO B – Carta de Aprovação..................................................................................
65
ANEXO C – Questionário de Frequência Alimentar...................................................
12

1 INTRODUÇÃO

O diabetes mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla decorrente


da falta de insulina e/ou incapacidade da mesma de exercer adequadamente seus
efeitos, resultando em resistência à insulina. Constitui um grave problema se saúde
pública, devido as suas complicações, mortalidade, altos custos financeiros e sociais
envolvidos no tratamento e diminuição da qualidade de vida (PERES; FRANCO;
SANTOS, 2006).
O DM é a quarta causa de morte no mundo e uma das doenças crônicas
mais frequentes, existindo atualmente cerca de 120 milhões de portadores de
diabetes no planeta, até 2025 estima-se que serão aproximadamente 300 milhões
(TORRES et al., 2009).
O diabetes mellitus é dividido em três principais categorias: diabetes tipo I,
diabetes tipo II e diabetes gestacional.
O DM tipo I é resultado da destruição das células ß pancreáticas, que
podem ser por fatores genéticos, ambientais ou imunológicos, levando a deficiência
de insulina. O portador de DM I apresenta pouca ou nenhuma capacidade de
secreção do hormônio insulina, necessitando então de insulina exógena para a
compensação metabólica. Os sintomas do DM I são poliúria, polidipsia, polifagia e
perda de peso e pode apresentar cetoacidose. O diabetes tipo I é assintomático por
um longo período de tempo, acredita-se que durante a destruição das células ß por
ataque auto-imune (HARRISON; BRAUNWALD, 2006; CECIL; GOLDMAN;
AUSIELLO, 2005).
O diabetes tipo II costuma aparecer depois dos 40 anos de idade, porém
pode ocorrer em qualquer idade e acomete 90% dos portadores de diabetes. É
decorrente principalmente de maus hábitos alimentares, obesidade e sedentarismo.
No DM tipo II a incidência e a prevalência estão aumentando em proporções
epidêmicas e atingindo a população na idade entre 30 a 69 anos (TORRES et al.,
2009).
O paciente afetado tem algum grau de resistência à insulina e/ou
produção inadequada de insulina. Não necessita de insulina exógena para o controle
glicêmico. A cetoacidose ocorre apenas em situações especiais, como infecções
graves (CECIL; GOLDMAN; AUSIELLO, 2005).
13

Com o excesso de peso, a gordura envolve o pâncreas, impedindo a


passagem normal da insulina para as células, principalmente em crianças e
adolescentes, aumentando o índice de jovens com diabetes. Os sintomas podem
demorar anos para aparecer, e se a hiperglicemia for assintomática, a doença
aparecerá apenas depois de complicações mais graves. Deve-se ficar atento a
alguns sintomas como: sede excessiva, micções frequentes, infecções de pele,
náuseas, fadiga e visão turva (HARRISON; BRAUNWALD, 2006; CECIL;
GOLDMAN; AUSIELLO, 2005).
O diabetes gestacional como o próprio nome já diz aparece pela primeira
vez durante a gestação. Refere-se à alteração dos níveis de glicose, após o parto
normalmente os níveis de glicose se normalizam. Estudos mostram que depois de 5
a 10 anos, de 30 a 40% das mulheres que tiveram diabetes gestacional,
desenvolvem diabetes tipo II (CECIL; GOLDMAN; AUSIELLO, 2005; SAMPAIO;
SABRY, 2007).
No Sistema Público de Saúde do Brasil cerca de 7,6% das gestantes com
mais de 20 anos são portadoras de diabetes gestacional. A mortalidade perinatal em
mulheres com diabetes na gestação é maior do que em mulheres saudáveis (SILVA
et al., 2007).
Portadores de qualquer tipo de diabetes devem seguir uma dieta
nutricionalmente adequada para o controle, tratamento e prevenção das
complicações decorrentes da doença (BATISTA et al., 2006).
A terapia nutricional tem como objetivo atingir e manter os níveis normais
de glicemia, perfil lipídico e pressão arterial, prevenir e tratar doenças crônicas do
diabetes, promover alimentação saudável, atender as necessidades nutricionais
individuais, fornecer energia adequada, reduzir a resistência à insulina por perda
e/ou prevenção da perda de peso (BATISTA et al., 2006).
Alguns problemas são encontrados quando se trata de controle glicêmico
em pacientes hospitalizados, o erro mais comum é achar que todos os pacientes
com hiperglicemia podem ser tratados de forma mais ou menos igual. Cada paciente
deve ser tratado de forma individualizada, assim também deve ser a dieta desses
pacientes (LAMEU, 2005).
Segundo Mclellan et al. (2007), a mudança do estilo de vida está
diretamente ligada à prevenção e tratamento do diabetes, principalmente do tipo II.
14

1.1 Justificativa

O Diabetes traz um grande impacto econômico para todos os países. Só


nos Estados Unidos os custos com a doença em 2002 foram estimados em 132
bilhões de dólares. Mesmo com o surgimento e introdução de novas drogas, o
controle do diabetes não está sendo satisfatório. Dados americanos evidenciaram
que menos de 50% dos portadores de diabetes mantêm sua doença
adequadamente tratada (LYRA et al., 2006).
A complexidade do tratamento do diabetes, as restrições dietéticas, o uso
de medicamentos e as complicações crônicas associadas (retinopatia, nefropatia,
neuropatia, cardiopatia, pé-neuropático entre outras), estão associados a maiores
taxas de hospitalizações, representando grande carga para os sistemas de saúde
pública (TORRES et al., 2009).
A prevalência de diabetes mellitus tipo II vem aumentando muito em
diversos países, isso se dá principalmente pelo aumento da obesidade, em
decorrência de maus hábitos alimentares e também o sedentarismo (SARTORELLI,
2006).
Lyra et al. (2006) afirmam que verificar o estado nutricional é cada vez
mais importante, pois o sobrepeso e a obesidade estão cada vez mais presentes no
mundo atual e ligados diretamente à resistência insulínica e desenvolvimento de DM
tipo II.
Para reduzir o impacto do diabetes tipo II, é necessário diminuir a sua
incidência com medidas preventivas, principalmente em indivíduos com alto risco
como, os portadores de tolerância diminuída à glicose e de glicemia de jejum
alterada (LYRA et al., 2006).
O estilo de vida está diretamente relacionado com a incidência de
diabetes tipo II, e a obesidade e o sedentarismo aumentam esse risco. O
sedentarismo é um fator de risco tanto quanto uma dieta inadequada na incidência
de diabetes mellitus do tipo II em adultos e independe do índice de massa corporal
(IMC) ou da genética (MCLELLAN et al., 2007).
Quando a partir do diagnóstico nutricional, se consegue perceber erros na
alimentação do paciente se tem a necessidade de modificar a ingestão de nutrientes
e também de seu estilo de vida. Com as modificações necessárias realizadas, as
metas estabelecidas podem ser atingidas e dessa forma prevenir e tratar os
problemas relacionados ao diabetes, como a obesidade, a dislipidemia, as doenças
15

cardiovasculares, a hipertensão e a nefropatia (MCLELLAN, 2007; ROSA et al.,


2007).
A educação nutricional é parte fundamental no tratamento do DM. Apesar
de ser difícil a adesão do paciente ao tratamento dietoterápico. As necessidades
nutricionais são baseadas no estado nutricional do paciente. Pacientes obesos tem
necessidades diferentes de pacientes desnutridos e também os eutróficos. Os guias
de alimentação como recordatório 24h, inquérito alimentar são muito importantes
para auxiliar no seguimento da dieta quando aplicados adequadamente (CUPPARI,
2005).
Os objetivos do tratamento nutricional são: reduzir a glicose sanguínea
deixando-a o mais próximo do normal, reduzir os efeitos da doença, com a
manutenção do estado metabólico normal (glicemia, lipídios e aminoácidos
sanguíneos normais), prevenir complicações agudas e crônicas, promover
mudanças no estilo de vida e atender as necessidades nutricionais, respeitando
preferências e nível sócio-econômico. No DM tipo II, o plano alimentar visa o
controle glicêmico, a manutenção dos níveis normais de lipídios séricos e de pressão
arterial e a redução de peso (NETO, 2003).
Sendo assim este estudo se faz necessário, pois é importante o
conhecimento do seguimento da dieta de pacientes portadores de diabetes tipo II,
uma vez que apresenta maior prevalência dentre os tipos de diabetes e tem como
causas principais, fatores envolvidos com estilo de vida incluindo a má alimentação.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar o consumo alimentar, o estado nutricional e o estilo de vida dos


pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo II, internados em um hospital de
Criciúma - SC.

1.2.2 Objetivos específicos

• Avaliar o estado nutricional dos pacientes;


16

• Avaliar o estilo de vida como: etilismo, sedentarismo e tabagismo;


• Verificar o consumo habitual através da história alimentar e do
questionário de frequência alimentar;
• Comparar o consumo alimentar dos pacientes com as recomendações
de nutrientes definidas para portadores de diabetes.
17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Diabetes Mellitus

O diabetes mellitus é uma doença crônica, de etiologia múltipla,


decorrente de alterações no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios. Essas
alterações são caracterizadas pela hiperglicemia crônica devido à redução da
secreção de insulina, diminuição da utilização e aumento da produção de glicose. A
falta de insulina gera alterações fisiopatológicas secundárias associadas ao
diabetes, impondo ao paciente uma enorme dificuldade de lidar com a doença
(SAMAPIO; SABRY, 2007; CECIL; GOLDMAN; AUSIELLO, 2005; HARRISON;
BRAUNWALD, 2006).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Associação
Americana de Diabetes (ADA), há uma nova classificação para o diabetes, que inclui
estágios clínicos e tipos etiológicos de DM e outras categorias de hiperglicemia,
eliminando os termos insulino-dependente e não-insulino-dependente. Considerando
que pacientes portadores de qualquer tipo de diabetes tanto I quanto a II, poderão
precisar de insulina em algum momento de sua vida. O uso de insulina por si só não
pode designar a qual categoria de diabetes o paciente pertence (SAMPAIO; SABRY,
2007).
O diabetes mellitus é dividido em três categorias: diabetes mellitus tipo I,
diabetes mellitus tipo II e diabetes gestacional.

2.1.1 Diabetes tipo I

O DM tipo I é resultado da destruição das células ß pancreáticas, que


podem ser por fatores genéticos, ambientais ou imunológicos, levando a deficiência
de insulina. O paciente com DM I apresenta pouca ou nenhuma capacidade de
secreção do hormônio insulina, necessitando então de insulina exógena para a
compensação metabólica. Os sintomas do DM I são poliúria, polidipsia, polifagia e
perda de peso e pode demonstrar cetoacidose. O diabetes tipo I é assintomático por
um longo período de tempo, acredita-se que durante a destruição das células ß por
ataque auto-imune (HARRISON; BRAUNWALD, 2006; CECIL, 2005).
18

2.1.2 Diabetes tipo II

É a forma mais frequente de diabetes, afetando 90% da população


portadora desta doença. O diabetes tipo II costuma aparecer depois dos 40 anos de
idade, porém não é exclusividade. O paciente afetado tem algum grau de resistência
à insulina e/ou produção inadequada de insulina. Não necessita de insulina para o
controle glicêmico. A cetoacidose ocorre apenas em situações especiais, como
infecções graves. As causas do DM tipo II mais comuns são: a obesidade, a
genética e maus hábitos alimentares e de estilo de vida (falta de atividade física).
Com o excesso de peso, a gordura envolve o pâncreas, impedindo a passagem
normal da insulina para as células, principalmente em crianças e adolescentes,
aumentando o índice de jovens com diabetes. Os sintomas podem demorar anos
para aparecer, e se a hiperglicemia for assintomática, a doença aparecerá apenas
depois de complicações mais graves. Deve-se ficar atento a alguns sintomas como:
sede excessiva, micções frequentes, infecções de pele, náuseas, fadiga e visão
turva (HARRISON; BRAUNWALD, 2006; CECIL; GOLDMAN; AUSIELLO, 2005).
Existem ainda outros tipos de diabetes que podem ser atribuídas a uma
doença específica, a certos fármacos, ou algumas condições como: doença
pancreática, doença endócrina, fármacos, síndromes genéticas, anormalidade nos
receptores de insulina e desnutrição (CECIL; GOLDMAN; AUSIELLO, 2005).

2.1.3 Diabetes gestacional

O diabetes gestacional como o próprio nome já diz aparece pela primeira


vez durante a gestação. Refere-se à alteração dos níveis de glicose, após o parto
normalmente os níveis de glicose se normalizam. Estudos mostram que depois de 5
a 10 anos, de 30 a 40% das mulheres que tiveram diabetes gestacional,
desenvolvem diabetes tipo II (CECIL; GOLDMAN; AUSIELLO, 2005; SAMPAIO;
SABRY, 2007).

2.2 Recomendação Nutricional para Pacientes com Diabetes Tipo II

A educação nutricional é parte fundamental no tratamento do DM. Apesar


de ser difícil a adesão do paciente ao tratamento dietoterápico.
19

Como já foi citado o objetivo da terapia nutricional para pacientes com DM


tipo II, não é apenas para perda de peso, pois nem sempre uma redução calórica
muito grande traz os resultados que se espera. A dieta deve ser hipocalórica, mas
com uma diminuição moderada de 250 a 500 calorias. Essa diminuição moderada
associada a um plano alimentar com redução de gorduras totais distribuídos em
intervalos regulares e aumento da atividade física, ajudam no aumento da
sensibilidade à insulina e melhora dos níveis de glicose sanguínea. A perda de peso
moderada (5 a 9 kg), independente do peso inicial está associada a uma melhora da
hiperglicemia, dislipidemia e hipertensão mesmo antes do peso desejado ser
atingido. Quando o paciente tiver peso adequado, este deve receber calorias o
suficiente para mantê-lo (CUPPARI, 2005; NETO, 2003).

2.2.1 Recomendação de proteína

A recomendação de proteína para pacientes portadores de DM segue as


de uma pessoa saudável, 0,8 a 1,0 g/kg de peso por dia o que corresponde 10% a
20% do valor calórico total. As recomendações da ADA estabelecem que o paciente
portador de diabetes não deva consumir um valor maior que 20% de proteínas para
evitar nefropatia diabética. Em casos em que a nefropatia já está instalada sugere-se
então de 0,6 g a 0,8 g /kg/dia com o objetivo de reduzir a hiperfiltração glomerular e
a proteínuria e retardar o início da insuficiência renal crônica. Observou-se que
portadores de DM que tiveram uma ingestão protéica menor que 0,6 g /kg /dia
tiveram desnutrição, redução da força muscular e aumento da gordura corporal. As
fontes de proteína devem ser de origem animal (carnes, ovos, leite) e também de
origem vegetal (leguminosas) (SAMPAIO, SABRY, 2007; NETO, 2003).

2.2.2 Recomendação de lipídios

Segundo a ADA, de 80 a 90% de energia devem ser distribuídos entre


carboidratos e lipídios e dependem das alterações lipídicas identificadas e da
necessidade de redução de peso (CUPPARI, 2005).
Menos que 30% do valor total das calorias da dieta devem provir dos
lipídios, menos de 10% de gordura saturada, 10% de gordura poliinsaturada menos
que 300mg de colesterol e o restante de gordura monoinsaturada, essas
20

recomendações baseiam-se no fato de que o portador de DM tem riscos de doenças


cardio e cerebrovasculares (SAMPAIO; SABRY, 2007).
Os pacientes portadores de diabetes são mais sensíveis ao colesterol do
que a população em geral, devendo então limitar o consumo de gordura saturada
(menor que 7% do VCT) e também de gordura trans (CUPPARI, 2005).
Quando o objetivo inicial do tratamento for perda de peso, a redução de
gordura total se faz necessária (CUPPARI, 2005).
Pacientes com hipertrigliceridemia grave e VLDL-colesterol alto, a
ingestão de gordura saturada não deve ser superior a 10% das calorias totais e
sugere-se também o aumento de gordura monoinsaturada, além de tratamento
farmacológico, para diminuir o risco de pancreatite. As gorduras poliinsaturadas
(ômega 3) provenientes de peixes de água fria como salmão, sardinha, atum não
precisam ser diminuídas em pacientes portadores de DM, essa gorduras ajudam a
diminuir LDL-colesterol e aumentar HDL-colesterol (NETO, 2003).
A ingestão de gordura de origem animal deve ser evitada, por ser rica em
gorduras saturadas, deve-se dar preferência às gorduras de origem vegetal como
azeite de oliva, óleo de canola, óleo de girassol (FRANCO, 2005).
É muito importante o monitoramento da glicemia, do perfil lipídico e do
peso corpóreo para avaliar a efetividade das recomendações nutricionais (FRANCO,
2005).

2.2.3 Recomendação de carboidrato

Segundo a ADA, a dieta para portadores de diabetes deve conter de 50 a


60% de carboidratos, porém deve ser individualizada a quantidade de carboidrato
levando-se em conta os hábitos alimentares e também os objetivos quanto à
glicemia e lipídios séricos (FRANCO, 2005).
Dietas com grandes restrições de carboidratos não são tão benéficas para
os portadores de DM, pois são a maior fonte de energia, vitaminas, minerais e fibras
(SAMPAIO; SABRY, 2007).
Deve-se dar preferência sempre a cereais integrais, frutas, leguminosas,
vegetais e leite, e devem ser distribuídos ao longo do dia em quantidades
adequadas para o equilíbrio da glicemia (SAMPAIO; SABRY, 2007).
O Índice glicêmico traduz o impacto provocado pelos alimentos na
21

glicemia pós-prandial comparando com o efeito de um alimento padrão, geralmente


pão ou glicose (NETO, 2003).
Alguns fatores como a estrutura do açúcar, os métodos de cocção, o teor
de fibras e a quantidade dos demais micronutrientes nos alimentos são responsáveis
pela resposta glicêmica dos alimentos, estes fatores alteram a biodisponibilidade do
amido (NETO, 2003).
A frutose em relação à glicose apresenta índice glicêmico (IG) cinco vezes
menor. E a sacarose 40% menor (NETO, 2003).
Em relação à absorção dos carboidratos alguns fatores são
influenciadores como, o teor de lipídios, proteínas e fibras. O teor de lipídios retarda
o esvaziamento gástrico e a velocidade de liberação dos nutrientes para a corrente
sanguínea, reduzindo o pico hiperglicêmico pós-prandial. Uma dieta rica em proteína
possui ação direta na hipersecreção de insulina, diminuindo a elevação da glicemia
pós-prandial. Proteínas que são de mais fácil digestão como de laticínios promovem
maior secreção de insulina do que as de ovos crus, por exemplo, que demoram mais
para serem digeridos (SARTORELLI, 2006).
Estudos epidemiológicos recentes apontam que tanto a quantidade
quanto a qualidade dos carboidratos seria um importante fator que pode levar à
dislipidemia, doenças cardiovasculares e diabetes, principalmente em indivíduos que
tenham resistência à insulina e elevado índice de massa corporal (SARTORELLI,
2006).
Segundo Sartorelli e Cardoso (2006), dietas com baixo índice glicêmico
promovem sensação de saciedade por um maior período de tempo, diminuindo o
consumo calórico na refeição seguinte. Este efeito estaria ligado à hiperinsulinemia e
hipoglicemia, reação decorrente da hiperglicemia pós-prandial imediata após a
ingestão de uma refeição rica em carboidratos de rápida absorção. Por outro lado, a
hipoglicemia reacional observada após uma refeição com elevado índice glicêmico
parece aumentar a sensação de fome por um período de tempo menor. Desta forma
dietas com elevado índice glicêmico tem sido sugeridas como possível fator de
desencadeante da obesidade, considerada fator de risco no desenvolvimento de
doenças crônicas.
Uma medida importante na prevenção do diabetes e do controle
metabólico é o controle glicêmico. A glicemia de jejum é influenciada pela produção
hepática. A glicemia pós-prandial é modulada principalmente pela velocidade de
22

liberação de carboidratos para a corrente sanguínea após as refeições, pelo tempo


de depuração através da síntese de insulina e pela sensibilidade tecidual periférica à
sua ação (SARTORELLI; CARDOSO, 2006).
Uma forma de controlar o índice glicêmico da alimentação é através da
contagem dos carboidratos que consiste em contar a quantidade de carboidratos da
refeição e com o auxílio da lista fazer o cálculo para saber quanto se deve aplicar de
insulina. Normalmente 1 unidade de insulina cobre 15g de carboidrato. O uso da
contagem de carboidratos é para portadores de diabetes tipo I ou diabetes tipo II que
utilizem insulina (CUPPARI, 2005).
Os carboidratos, por meio de processos digestivos são transformados em
açúcar (glicose); fornecem energia para o organismo. Suas principais fontes são os
cereais, cenoura, batata, massas e pães. As proteínas são transformadas em
aminoácidos por meio de processos digestivos. São necessárias para a formação de
células, enzimas, hormônios, músculos, ossos e sangue. As principais fontes são:
carnes, leite e derivados, ovos, soja, feijão e castanhas. Os lipídios são conhecidos
como gorduras, são transformados no organismo em ácidos graxos. Tem a função
de fornecer energia ao organismo, proteger a bainha de mielina e fazer o transporte
das vitaminas lipossolúveis A, D, E e K. Principais fontes: óleos, manteiga, creme de
leite, carnes, alimentos fritos, hambúrgueres e castanhas (FRANCO, 2005).
Dos três elementos que fornecem energia ao organismo, os carboidratos
são ao que se convertem mais rápido em glicose e energia (FRANCO, 2005).
Entre as refeições, o fígado libera o açúcar (glicose) por ele armazenado
na corrente sanguínea. Com a ajuda do pâncreas ocorre liberação da insulina para a
corrente sanguínea, enzima que cai na superfície das células e absorve a glicose,
assim é feito a manutenção dos níveis de glicose (açúcar) no sangue (FRANCO,
2005).
Quando os níveis de glicose sanguínea (glicemia) aumentam, os níveis de
insulina também aumentam, para a regulação da glicemia. Quando a insulina
termina seu trabalho, ela se decompõe, assim o organismo precisa renovar seu
estoque de insulina constantemente (FRANCO, 2005).

2.2.4 Recomendação de fibras

A recomendação de fibras para portadores de DM é igual da população


23

em geral seguindo uma alimentação saudável. Os valores são de 25 a 30 g de fibra


alimentar por dia tanto solúvel quanto insolúvel a partir de diferentes fontes
alimentares (CUPPARI, 2005).
As fibras insolúveis agem reduzindo o tempo de transito intestinal e
aumentando o bolo fecal. Exercem pouco efeito sobre a glicemia (NETO, 2003).
Segundo Sartorelli e Cardoso (2006), há evidências de que o consumo de
dietas de elevada carga glicêmica e baixos teores de fibras de cereais seja um fator
de risco para DM.
As fibras solúveis aumentam o tempo de transito intestinal, retardam o
esvaziamento gástrico e a absorção de glicose, reduzindo a glicemia pós-prandial e
o colesterol total e LDL em indivíduos com ou sem diabetes (SAMAPIO; SABRY,
2007).
Estudos feitos comprovam a relação entre o consumo de cereais
refinados como arroz polido, pão branco e incidência de diabetes, pois o consumo
de cereais refinados aumenta o risco de alteração da homeostase glicêmica
(SARTORELLI; CARDOSO, 2006).

2.2.5 Recomendação de micronutrientes

As recomendações de vitaminas e minerais para portadores de DM são


iguais da população em geral. Os micronutrientes devem ser de fontes naturais,
evitando a suplementação. Para uma alimentação saudável e com todos os
micronutrientes recomenda-se o consumo diário de quatro porções de frutas e de
três a cinco porções de hortaliças e dar preferência a cereais integrais. A
suplementação só é necessária em pacientes idosos, vegetarianos e gestantes
(SAMPAIO; SABRY, 2007).
Apesar de existirem razões teóricas para a suplementação com
antioxidantes, megadoses dessa substância e outras vitaminas e minerais não
demonstraram proteção para doenças cardiovasculares, diabetes e câncer e
também pacientes que fazem uso de diurético podem ter perda de potássio
(SAMPAIO; SABRY, 2007; CUPPARI, 2005).
Para portadores de DM, a recomendação de sódio é igual da população
em geral (2.400 a 3000 mg / dia), em casos de hipertensão, a quantidade deve ser
diminuída não ultrapassando os 2.400 mg / dia e para pessoas com problemas
24

cardíacos e renais a restrição é necessária sendo o valor menor que 2.000 mg / dia
(CUPPARI, 2005).
A deficiência de insulina nos tecidos periféricos provoca anormalidades no
metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. Com isso dava-se importância à
monitoração dos macronutrientes em pacientes portadores de diabetes e as
recomendações dos minerais, zinco, cromo, magnésio, cálcio e as vitaminas
antioxidantes eram cautelosos (COZZOLINO, 2007).
Com o desenvolvimento de novas tecnologias para avaliar os
micronutrientes nos tecidos e fluídos biológicos, evidenciou-se a necessidade de
novos estudos sobre minerais e vitaminas no controle metabólico desses pacientes
(COZZOLINO, 2007).

2.2.6 Zinco

De acordo com Cozzolino (2007), o metabolismo anormal de zinco tem


parte no desenvolvimento de diabetes e de algumas de suas complicações. O zinco
tem função estrutural e também se relaciona com a modulação da ação da insulina.
Alguns estudos foram feitos utilizando animais para verificar os benefícios
do zinco no caso de portadores de diabetes. Observou-se diminuição de glicose
plasmática em jejum e a diminuição de hiperinsulinemia, após a suplementação de
zinco. Em ratos com diabetes, podem-se observar também alterações de retina e
decréscimo significativo de zinco na mesma (COZZOLINO, 2007).
Estudos feitos com humanos, embora sejam poucos, concluem que a
deficiência de zinco tem relação com a intolerância à glicose. Em indivíduos
saudáveis nenhuma alteração foi observada após a suplementação com zinco, já em
pacientes com diabetes do tipo I, não houve diferença nos valores de zinco e
glicose, porém observou-se diminuição de cortisol (NAME, 2007; COZZOLINO,
2007).
Diante disso percebe-se a importância da vigilância nutricional do zinco
em diabetes (NAME, 2007).

2.2.7 Cromo

O cromo é um mineral essencial na regulação do metabolismo da glicose


25

e da insulina. Esse mineral age potencializando a ação da insulina, sendo


fundamental para a manutenção da função desse hormônio (NAME, 2007).
Segundo Cozzolino (2007), o mecanismo de ação exato do cromo na
função da insulina não é completamente conhecido. Sabe-se que a suplementação
do mineral aumenta o número de receptores de insulina e a ligação da insulina nas
células vermelhas. O cromo também aumenta a utilização e a sensibilidade das
células beta para a glicose.
O cromo é indispensável para portadores de DM tipo II, pois ajuda na
redução de produtos de peroxidação lipídica (COZZOLINO, 2007).

2.2.8 Cobre

O cobre tem características antioxidantes e tem efeito tóxico em quadros


graves em casos graves de complicações renais do diabetes (NAME, 2007).
Poucos estudos foram feitos sobre a relação entre cobre e o DM, mas o
que se tem mostra que a deficiência de cobre tem relação com a diminuição da
tolerância à glicose. Em pacientes com DM I e DM II apresentam dosagens
sanguíneas de cobre elevadas, sem relação com o estado nutricional adequado de
cobre (NAME, 2007).
Visto que a concentração de cobre está alterada em portadores de
diabetes independente da condição nutricional de cobre deste paciente, é importante
fazer uma avaliação desta condição antes de propor algum suplemento. Há
indicativos de que o acúmulo de cobre nos rins pode ser uma das causas do
problema renal em portadores de DM. No diabetes há a necessidade de
antioxidantes para um equilíbrio do estresse oxidativo. Neste caso o cobre seria
primordial, pois tem função antioxidante e poderia atuar no controle dos processos
degenerativos e inflamatórios. Dependendo do metabolismo o cobre poderá atuar
como antioxidante ou pró-oxidante (COZZOLINO, 2007; NAME, 2007).
Devemos, então, conviver com esta dupla finalidade, a de suplementar ou
não, pacientes com diabetes, de acordo com o estágio de evolução da doença e o
tipo de complicação existente (NAME, 2007).
26

2.3 Influências do Estilo de Vida no Diabetes Mellitus

Alguns hábitos são prejudiciais à saúde, como fumar e beber em excesso,


e para portadores de diabetes isso pode ser ainda pior.

2.3.1 Álcool

Em portadores de diabetes o álcool induz a hipoglicemia, agrava a


hipertrigliceridemia e predispõe a esteatose hepática, favorece a cetogênese e
acidose metabólica, interage com drogas e altera o estado mental, interferindo no
padrão alimentar usual e induzindo a erros na dosagem de insulina (NETO, 2003).
Se o portador de diabetes estiver de estômago vazio e beber, o efeito do
álcool no organismo pode levar à hipoglicemia. Os sintomas são parecidos com a
embriaguez, e se a pessoa não for socorrida a tempo poderá entrar em coma
diabético (FRANCO, 2005).
Pequenas doses são permitidas para portadores de diabetes, porém
devem ser consumidas junto às refeições e as calorias nela contida devem fazer
parte do VCT (SAMPAIO; SABRY, 2007).

2.3.2 Cigarro

O cigarro é prejudicial a todas as pessoas aumentando o risco de


algumas doenças, como câncer, problemas do coração, derrame cerebral,
problemas respiratórios, falta de memória (FRANCO, 2005).
Para portadores de diabetes o problema pode ser ainda pior, a nicotina e
o alcatrão contribuem para o aumento da glicose na corrente sanguínea e interfere
no tempo de ação e nos efeitos da insulina. Aumenta em mais de 40% a
probabilidade de problemas renais e é um dos responsáveis pela falta de circulação
dos pés, pernas e mãos (FRANCO, 2005).

2.3.3 Exercícios físicos

A prática de atividades físicas deve ser feita sob a supervisão de um


profissional especializado, contribui para facilitar a entrada de glicose nas células,
27

controlar o peso, melhorar a ação da insulina, reduzir fatores de risco


cardiovasculares e promover a saúde física e mental (NETO, 2003).
A atividade física pode e deve ser adotado tanto por portadores de
diabetes tipo I e II, porém com cuidados diferentes e sempre com orientações
médicas. No caso do diabetes tipo I, a atividade física pode ajudar no controle das
taxas glicêmicas e aumentar a sensibilidade à insulina, sempre com orientações
nutricionais adequadas sobre o que deve comer antes dos exercícios para
prevenção da hipoglicemia. Para os portadores de DM tipo II, como normalmente
não há a necessidade de aplicação de insulina o exercício deve ser praticado
diariamente, pois ajuda no controle da glicose sanguínea, porém sempre junto a
uma alimentação equilibrada, senão os resultados não serão visíveis (FRANCO,
2005).
Os exercícios regulares ajudam no controle do açúcar na corrente
sanguínea e os níveis de hemoglobina glicolisada (FRANCO, 2005).
O sedentarismo e o consumo de uma dieta inadequada são fatores de
risco para a obesidade e possui uma relação direta com o aumento da incidência de
diabetes tipo II em adultos, independentemente do IMC (índice de massa corporal)
ou de história familiar de diabetes mellitus (MCLELLAN et al., 2007).
A gordura visceral resulta em várias alterações fisiopatológicas como
menor extração de insulina pelo fígado, com aumento da produção hepática de
glicose e diminuição da captação de glicose pelo tecido muscular. Em pacientes com
DM tipo II estes eventos irão influenciar o controle glicêmico, refletido por maiores
níveis de hemoglobina glicolisada. Fato este que deve ser analisado, pois estudos
recentes demonstram que o controle glicêmico nestes pacientes é fundamental para
diminuir os riscos de complicações microvasculares (CORREA et al., 2003).
O IMC e a circunferência da cintura são parâmetros utilizados para
avaliação do estado nutricional, estes devem estar dentro de um padrão (IMC ≥ à
18,5kg/m² e < que 24,9kg/ m² e C.C. para homens <que 94cm e mulheres < 80cm).
Quando os valores destes estiverem acima do ideal, indica sobrepeso (IMC maior
que 24,9kg/ m²) e/ou obesidade (IMC maior que 30 kg/ m²), relacionando-se
diretamente com DM tipo II (CRUZ FILHO et al., 2002).
Estudo realizado com portadores de DM, intolerância à glicose e/ou
glicemia de jejum alterada, mostrou que a maioria estava com IMC alterado, acima
do adequado e também com acúmulo de gordura na região abdominal (CRUZ
28

FILHO et al., 2002).

2.3.4 Índice de massa corporal

A avaliação do excesso de peso e da quantidade de gordura corporal em


estudos clínicos tem sido realizada através de medidas antropométricas de massa
corporal e estatura, ou da combinação de ambos, por apresentar vários benefícios
relacionados ao baixo custo, fácil interpretação e a praticidade (RECH et al., 2006).
Em 1835, um matemático chamado Lambert Adolphe Jacques Quetelet
percebeu que o peso dos adultos normais era proporcional à altura ao quadrado,
surgindo desta forma o índice de Quetelet, sendo hoje conhecido como Índice de
Massa Corporal, ou seja, a relação entre peso/altura² (MARTINS, 2008).
O Índice de Massa Corporal tem sido um dos métodos antropométricos
mais utilizados na identificação de indivíduos de risco nutricional em virtude de todos
os seus benefícios citados. Também, é um método que se correlaciona bem com
outros indicadores antropométricos, como as pregas cutâneas e gordura abdominal
ou visceral além de estar fortemente relacionado com a gordura corporal total
(SAMPAIO; FIGUEIREDO, 2005).
Então, o IMC tornou-se o primeiro método para se diagnosticar a
obesidade. O mesmo possui a desvantagem de não permitir identificar a localização
da alteração corporal, porém para isso são utilizados outros métodos para avaliar a
gordura corporal isoladamente (ORSATTI et al., 2008).
Existem muitas evidências de que as pessoas com sobrepeso e
obesidade, principalmente na juventude, tendem a morrer mais cedo do que os
indivíduos eutróficos. Com o IMC acima de 20 kg/m² já existe aumento do risco de
morbidades por diabetes tipo 2, hipertensão, doença coronariana, acidente vascular
cerebral, doença da vesícula biliar, osteoartrite, apnéia do sono, LDL - colesterol,
aumento de triglicerídeos no sangue e alterações respiratórias, como também alguns
tipos de câncer como de próstata, cólon, endométrio e mama. Quando o IMC atinge
e ultrapassa 25 kg/m² os riscos de morbidade e mortalidade por doenças crônicas
aumentam (MARTINS, 2008; RECH et al., 2006).
Muitos outros métodos foram estudados por vários autores, porém o IMC
foi o que apresentou correlação mais próxima das estimativas de gordura corporal
identificadas por outros métodos. Alguns autores sugerem combinar o IMC com a
29

Circunferência da Cintura, como ferramentas de avaliação de risco de várias


patologias, dentre elas as doenças cardiovasculares (MARTINS, 2008).

2.3.5 Circunferência da Cintura

Como o IMC não permite identificar a distribuição de gordura corporal, são


utilizados outros métodos que auxiliam no diagnóstico, como a CC. Sendo que a
mesma permite verificar os riscos que um indivíduo apresenta de desenvolver
doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2, distúrbios metabólicos,
dislipidemias, fibrinólise, aceleração e progressão da aterosclerose, fatores
psicossociais, HAS e doenças cardiovasculares. Essa alta vulnerabilidade ao
desenvolvimento destas doenças está relacionada ao fato de que a CC estima a
quantidade de gordura visceral (ORSATTI et al., 2008; MARIATH et al., 2007;
MARTINS; MARINHO, 2003).
Os estudos mais recentes recomendam a utilização da CC isolada,
lembrando que a medida se torna independente da altura e apresenta uma relação
bastante satisfatória em relação ao IMC. Além disso, a CC parece estimar melhor a
gordura visceral do que a relação cintura quadril (RCQ) (KAMIMURA et al., 2005).
A obtenção da CC dos indivíduos exige muita atenção, pois qualquer
alteração pode prejudicar a classificação. Deste modo, a técnica para a obtenção
dos valores deve ser padronizada e realizada da seguinte forma: O paciente deve
ficar em pé e a fita métrica deve circular o corpo do paciente no ponto médio entre a
última costela e a crista ilíaca, devendo a leitura ser feita no momento da expiração
(KAMIMURA et al., 2005).
Portanto, a circunferência da cintura pode ser utilizada para avaliar o risco
de desenvolver doenças como também pode ser utilizada para avaliar a perda de
peso proveniente dos tratamentos (MARTINS, 2008).
30

3 ASPECTOS METODOLOGICOS

3.1 Desenho do Estudo

Esta pesquisa caracteriza-se pela sua natureza como básica. De acordo


com os objetivos é uma pesquisa descritiva e exploratória (ANDRADE, 2005).
Em relação aos procedimentos técnicos é uma pesquisa com
levantamento e ordem bibliográfica (ANDRADE, 2005).
Quanto a sua abordagem é uma pesquisa quanti-qualitativa. O estudo
quanto ao período de tempo será então transversal, devido ao pouco tempo para a
realização do mesmo (APPOLINÁRIO, 2006; ANDRADE, 2005).

3.2 População e Amostra

A amostra foi determinada por conveniência, sendo composta por 20


pacientes, dos 23 internados no período de três dias, que a pesquisadora esteve no
hospital. Dos 23 pacientes, um negou-se participar da pesquisa e outros dois
estavam acamados não sendo possível coletar dados como peso e altura.

3.3 Critérios de Inclusão e Exclusão

Participaram do estudo, pacientes portadores de diabetes tipo II, adultos,


hospitalizados que aceitaram participar e assinaram o termo de consentimento livre
e esclarecido (Apêndice A).
Foram excluídos do estudo os pacientes que não se alimentavam via oral
e sem condições de responder o que lhes era questionado, pacientes acamados e
também os que não aceitaram participar da pesquisa.

3.4 Forma de Obtenção de Dados

Para a avaliação antropométrica foi utilizada: uma balança Ironman da


31

marca Tanita, com capacidade para 150 kg e com precisão em gramas, sendo que
foi aferido o peso atual do paciente; a altura foi coletada com auxílio de um
estadiômetro portátil Cardiomed, com precisão em milímetros e capacidade para 2
metros; a CC também foi coletada no momento, com o auxílio de uma fita
antropométrica com capacidade para 150 cm, com precisão em milímetros.
O ponto utilizado para aferir a CC, foi o ponto médio entre a última costela
e a crista ilíaca e a leitura realizada no momento da expiração (ORSATTI et al.,
2008; MARIATH et al., 2007; MARTINS; MARINHO, 2003).
Para a avaliação do consumo alimentar dos participantes a coleta de
dados foi realizada em forma de entrevista estruturada com utilização do método
História Alimentar (ANEXO A) e um Questionário de Frequência Alimentar (ANEXO
B).
A História Alimentar é um método utilizado para obter informações
relacionadas aos hábitos alimentares atuais e passados do indivíduo entrevistado.
Consiste em coletar informações relacionadas ao número de refeições normalmente
realizadas, o tipo de alimentos consumidos, a quantidade, forma de preparo e
quantos dias na semana são consumidos entre outros. Este método proporciona
maiores detalhes em relação a padrões de consumo, tamanho de porções,
frequência de consumo de alimentos como também algumas informações adicionais
podem ser obtidas. Este método é vantajoso, pois descreve a dieta usual de um
indivíduo, sendo descartadas as variações do dia-a-dia (FISBERG et al., 2005).
O Questionário de Frequência alimentar em formato qualitativo é uma lista
de alimentos com um espaço onde o entrevistado pode responder com que
frequência que o alimento é consumido sem acrescimento do tamanho de porções.
Este método é vantajoso, pois permite identificar o consumo de determinados
nutrientes com a construção de uma nova lista de alimentos fontes dos nutrientes a
serem identificados (FISBERG et al., 2005).
Quando se elabora uma nova lista de alimentos para o questionário de
frequência alimentar, utilizam-se tabelas de composição de alimentos ou até mesmo
a colaboração de nutricionistas. Porém, quando se cria uma nova lista se enfatiza os
alimentos importantes para o conteúdo da pesquisa, entretanto, muitas vezes estes
alimentos são pouco complacentes com os hábitos alimentares da população
estudada (FISBERG et al., 2005).
32

3.5 Formas de Análise dos Dados

A análise dos dados foi realizada no software de nutrição Dietwin, onde se


verificou o consumo de macronutrientes (carboidratos, lipídios e proteínas), dentre
os lipídios analisados, foi averiguado o consumo de lipídios saturados e insaturados
(poliinsaturados e monoinsaturados), e também dos micronutrientes mais envolvidos
com o diabetes mellitus (minerais cromo, zinco e cobre), comparando os dados
obtidos com o exposto na literatura avaliando a qualidade da alimentação destes
pacientes.
Utilizando-se o Índice de Quetelet, foi possível diagnosticar o estado
nutricional da população adulta seguindo valores de referência fornecidos pela
Organização Mundial da Saúde (1995; 1997 apud KAMIMURA et al., 2005) através
dos quadros 1 e 2.

IMC (Kg/m²) Classificação


<16 Magreza grau III
16 a 16,9 Magreza grau II
17 a 18,4 Magreza grau I
18,5 a 24,9 Eutrofia
25 a 29,9 Pré-obeso
30 a 34,9 Obesidade grau I
35 a 39,9 Obesidade grau II
≥ 40 Obesidade grau IIl
Quadro 1: Classificação do estado nutricional em adultos segundo o IMC
Fonte: OMS, 1995 e 1997 apud CUPPARI, 2005.

IMC (Kg/m²) Classificação


<22 Baixo peso
22 a 27 Eutrofia
>27 Obesidade
Quadro 2: Classificação do estado nutricional em idosos segundo o IMC
Fonte: LIPSCHITZ, 1994 apud CUPPARI, 2005.

Para a avaliação da CC (circunferência da cintura) dos pacientes, foram


utilizados valores de referência fornecidos pela Organização Mundial da Saúde
33

(1998 apud KAMIMURA et al., 2005). A partir do quadro 3 os valores obtidos serão
classificados.

Risco de complicações
metabólicas associados
a obesidade
Elevado Muito elevado
Homem ≥94 ≥102
Mulher ≥80 ≥88
Quadro 3: Circunferência da cintura de acordo com o gênero em caucasianos
Fonte: OMS, 1998 apud CUPPARI, 2005.

Após os dados coletados e analisados foram tabulados no Microsoft Excel


e Epidata e demonstrados através de quadros e gráficos.

3.6 Aspectos Éticos

Este estudo foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa


(CEP) do Hospital São José, como sugere a resolução do Conselho Nacional de
Pesquisas e somente foi iniciado após a aprovação do mesmo.

3.7 Limitações do Estudo

A pesquisa em questão teve como limitações, o fato de os pacientes não


conseguirem expressar corretamente a frequência que consomem os alimentos e
sua quantidade.
34

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Características Referentes aos Participantes

4.1.1 Sexo

A classificação dos participantes em relação ao sexo encontra-se abaixo


na figura 1:

Figura 1: Classificação em porcentagem dividida entre sexos de portadores de diabetes do


tipo 2 em um hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da Pesquisa, 2009

A população pesquisada foi composta por 20 pacientes portadores de


diabetes tipo II internados em um Hospital de Criciúma - SC. De acordo com a figura
1 se pode perceber que a amostra era composta de ambos os sexos, sendo que
55% eram do sexo feminino e 45% do sexo masculino.
Estudo realizado por Castro, Mato e Gomes (2006) sobre parâmetros
antropométricos e síndrome metabólica em diabetes tipo 2, mostram que 62,68%
dos portadores de diabetes eram mulheres e 37,32 eram homens, obtendo-se
também uma maior prevalência entre as mulheres.
Geraldo et al. (2008), realizaram um estudo cujo objetivo foi avaliar o
alcance das atividades desenvolvidas em um projeto de atendimento nutricional,
sobre a glicemia de jejum, medidas antropométricas e de composição corporal de
indivíduos diabéticos, sua amostra teve também uma maior prevalência de
35

participação de mulheres, sendo 59,52% mulheres e 40,48 homens.

4.1.2 Idade

A idade mínima, média e máxima dos participantes desse estudo,


encontra-se na Figura 2.

Figura 2: Classificação de acordo com a idade e sexo dos participantes portadores de


diabetes do tipo 2 em um hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da Pesquisa, 2009

Observando a figura 2 se pode perceber que a população pesquisada foi


composta de adultos e idosos. A idade mínima entre os homens foi de 48 anos e a
máxima de 70 anos. Entre as mulheres a idade mínima foi de 53 anos e 73 foi à
idade máxima. A idade média no sexo masculino foi de 61 anos, sendo semelhante
ao sexo feminino que foi de 61,4 anos de idade. A idade mínima, média e máxima
no geral foi de, 48, 58,05 e 73 respectivamente.
No estudo realizado por Geraldo et al. (2008), seu objetivo era a
intervenção nutricional sobre medidas antropométricas e glicemia de jejum de
pacientes diabéticos sua amostra também era composta por ambos os sexos e a
média de idade era de 54,4 anos.
Em outro estudo feito por Miranzi et al. (2008), onde queria saber da
qualidade de vida de indivíduos com diabetes mellitus e hipertensão acompanhados
por uma equipe de saúde da família, a idade dos indivíduos pesquisados variou
entre 44 e 77 anos com uma média de 56 anos.
36

4.1.3 Classificação em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC)

A seguir, será mostrada na Figura 3, a classificação do IMC adulto e


idoso, dos participantes desse estudo:

Figura 3: Classificação do estado nutricional de acordo com o índice de massa corporal (IMC)
de portadores de diabetes do tipo 2 em um hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da Pesquisa, 2009

Analisando a Figura 3, observam-se duas classificações, uma para


adultos e outra para idosos.
Considerando a classificação geral, dos adultos, 5% das pessoas que
participaram do atual estudo são eutróficas, 25% apresentam sobrepeso, 25%
apresentam obesidade l, e 10% apresentam obesidade grau ll. Em relação aos
idosos, 5 % da amostra estavam com baixo peso 5% são eutróficas e 25% são
considerados obesos.
Em relação à classificação do IMC dos idosos, 14,28% (n=1)
apresentaram-se com baixo peso, 14,28% (n=1) apresentavam-se eutróficos, e
71,42% (n=5) com obesidade.
A respeito dos participantes adultos, 7,7% encontram-se eutróficos,
38,46% com sobrepeso, 38,46% com obesidade I e 15,38% com obesidade II.
A amostra de idosos obesos foi maior de acordo com o número de
participantes idosos em comparação a porcentagem de adultos obesos. Pois ao
classificar idosos se utiliza apenas três pontos de corte, baixo peso, eutrofia e
obesidade. Enquanto a classificação para pessoas adultas é baixo peso, eutrofia,
37

sobrepeso, obesidade I, obesidade II e obesidade III. Então, um maior número de


pessoas idosas com peso acima do desejável se enquadra em uma única
classificação, obesidade.
Percebe-se neste estudo que a maioria dos indivíduos, adultos e idosos,
apresentam alterações de peso (90%), enquanto os eutróficos caracterizam um
grupo menor (10%).
Ortiz e Zanetti (2001) realizaram estudo sobre fatores de risco em uma
instituição de ensino na área da saúde em portadores de diabetes tipo II e puderam
encontrar que de acordo com o índice de massa corporal 48,5% da amostra foram
classificados como eutróficos, 43,4% apresentavam sobrepeso e 8,1% obesidade.
Portanto 51,5% estavam acima do índice de massa corporal esperado.
Segundo Americam Diabetes Association (1997), quando o índice de
massa corporal for maior ou igual a 27 kg/m², este constitui um dos critérios para
investigar diabetes mellitus em indivíduos assintomáticos.

4.1.4 Classificação em relação à Circunferência da Cintura (CC)

A seguir na figura 4 será mostrada a classificação em relação à


circunferência da cintura dos participantes deste estudo.

Figura 4: Classificação da Circunferência da Cintura (CC) dos participantes portadores de


diabetes do tipo 2 em um hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da pesquisa, 2009

Com o estudo realizado fica evidente conforme mostra figura 4 que, 15%
dos participantes foram considerados normais de acordo com a circunferência da
38

cintura, sem riscos para doenças cardiovasculares, enquanto 30% apresentaram


risco elevado e a maioria 55% risco muito elevado.
Deste total, 91% das mulheres apresentaram risco muito elevado para
doenças coronarianas e 9% risco elevado. Já em relação aos homens 22%
apresentaram risco muito elevado, 44% risco elevado e 33% não apresentaram
riscos de acordo com a circunferência da cintura.
Castro, Matos e Gomes (2006) realizaram um estudo sobre parâmetros
antropométricos e síndrome metabólica em diabetes tipo 2 e verificaram que nas
mulheres, o IMC ≥ 25,0 kg/m² foi o melhor preditor de circunferência abdominal, de
síndrome metabólica e de risco cardiovascular, sendo a sensibilidade e
especificidade de 84,2% e 82,1%, e 97 e 46,4% respectivamente. Nos homens, o
IMC ≥ 25 kg/m² foi o melhor preditor apenas para circunferência abdominal de risco
cardiovascular, sendo sua sensibilidade de 89,4%. O melhor IMC preditor de
circunferência abdominal de síndrome metabólica foi ≥30 kg/m² com sensibilidade e
especificidade de 94% e 87,4%.
Verificando os resultados encontrados no estudo de Gandin et al. (2008),
que teve por objetivo avaliar o estado nutricional de colaboradores de uma indústria
e a presença de fatores de risco para DCV, um maior número de pessoas se
apresentou sem risco (40,9%) para doenças cardiovasculares, 31,81%
apresentaram risco elevado e 27,27% risco muito elevado quando avaliada a
circunferência da cintura.
Comparando os dados do presente estudo com o trabalho citado acima, é
possível perceber que o presente estudo apresentou valores superiores de risco
muito elevado para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

4.1.5 Consumo energético

Abaixo será mostrado conforme a figura 5 o consumo energético médio


(CET) e a necessidade média (NET) dos pesquisados:
39

Legenda:
*NET - Necessidades **DP – Desvio Padrão ***CET – Consumo
Energéticas Total Energético Total
Figura 5: Média do consumo energético comparado com as necessidades energéticas totais
dos pacientes portadores de diabetes do tipo 2 em um hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da pesquisa, 2009

Conforme a figura 5, a média das necessidades energéticas foi de 2412 ±


347 kcal, já o consumo energético médio foi de 1602 ± 809 kcal. Observando estes
resultados pode-se perceber que o consumo energético ficou abaixo das
necessidades dos pacientes, porém considerando o desvio padrão, alguns pacientes
consomem uma quantidade de energia maior do que a necessidade, e outros
consomem menos do que necessitam.
No presente estudo, apenas 10% da amostra teve um consumo
energético acima do recomendado, 20% atingiram as recomendações e a maioria,
70% consomem menos do que suas necessidades energéticas.
Com relação ao consumo energético, Batista et al. (2006), fizeram um
estudo sobre avaliação dietética dos pacientes detectados com hiperglicemia na
campanha de casos suspeitos de diabetes no município de Viçosa, MG. Neste
estudo pode ser observado com relação ao consumo energético, que com referência
a médiana da TMB encontrada para homens que foi de 1480,34 kcal, o nível de
adequação foi de 64% e, considerando a TBM médiana para mulheres 1189,35 kcal,
54% estava com consumo adequado.
Assim como qualquer tipo de inquérito alimentar, a história alimentar
também tem suas falhas.
Algumas desvantagens deste método são apontados por Fisberg et al.
40

(2005), como a necessidade de nutricionistas treinadas, as dificuldades para a


padronização da coleta de informações devido à grande variabilidade entre os
entrevistados, o fato de depender da capacidade de memória do entrevistado, o
tempo longo de administração e o alto custo para verificar e codificar as
informações.

4.1.6 Consumo de carboidratos

A partir da história alimentar foi possível encontrar valores referentes à


ingestão de macronutrientes. Na figura 6 será mostrado o consumo de carboidratos:

Legenda: **DP – Desvio Padrão ±


Figura 6: Média do consumo de carboidratos dos pacientes portadores de diabetes do tipo 2
em um hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da pesquisa, 2009

Na figura 6 estão os resultados do consumo de carboidrato, onde a média


de consumo foi de 55,20%, ± 11,17%. Considerando a recomendação da SBD
(2006) que é de 55 a 60%, a média de consumo de carboidrato ficou dentro das
necessidades em geral. Contudo considerando o desvio padrão, pode-se perceber
que o consumo de carboidratos por alguns participantes está abaixo das
necessidades. Segundo o percentual do consumo de carboidratos, 5% dos
pacientes têm um consumo acima do recomendado, 40 % abaixo e 55% têm um
consumo de carboidratos adequado, atingindo a recomendação.
Em estudo realizado por Batista et al. (2006), o consumo de carboidratos
foi adequado por 50% dos participantes, 19% tiveram um consumo abaixo e 31 %
41

acima da recomendação. Tanto no presente estudo quanto no estudo de Batista et


al. (2006), ± 50% dos participantes tiveram um consumo de carboidratos que
atingiram a recomendação.

4.1.7 Consumo de proteínas

Na figura 7 abaixo, serão mostrados o consumo médio de proteínas pelos


entrevistados.

Legenda: **DP – Desvio Padrão ±


Figura 7: Média do consumo de proteínas dos pacientes portadores de diabetes do tipo 2 em
um hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da pesquisa, 2009

Como mostra a figura 7, o consumo médio de proteínas pela população


pesquisada está acima do recomendado, 22% do VET ± 7%. Mesmo considerando o
desvio padrão, os participantes ainda continuam com um consumo elevado de
proteínas. O excessivo consumo de proteína foi observado em 95% dos
participantes, e apenas 5% tiveram um consumo adequado.
De acordo com Batista et al. (2006), 42% dos participantes de seu estudo
tiveram um consumo adequado em relação à proteína, 35% abaixo e 23% acima da
recomendação. Comparando o presente estudo com Batista et al. (2006) pode-se
perceber uma grande diferença no consumo de proteínas, sendo que neste estudo
95% consomem proteínas acima do recomendado enquanto que no estudo de
Batista et al. (2006) apenas 23% dos participantes consomem acima do
recomendado.
42

No diabetes ocorrem algumas complicações clássicas como a neuropatia,


a retinopatia e a nefropatia. A nefropatia é caracterizada pela perda da função renal
e outros distúrbios como hipertensão arterial, síndrome nefrótica e outras seqüelas
da insuficiência renal crônica (IRC) (RIELLA; MARTINS, 2001).
O cuidado nutricional dos nefropatas diabéticos é de grande importância.
A restrição protéica e o controle glicêmico têm sido recomendados como meio de
reduzir o desenvolvimento e retardo da progressão da IRC (RIELLA; MARTINS,
2001).
Resultados de vários estudos comprovaram que a restrição de proteínas
da dieta reduz significativamente o declínio da função renal ou diminui a taxa de
albuminúria. Um problema da restrição protéica é o risco de desnutrição, que pode
ser exacerbado no paciente portador de diabetes, pois a própria deficiência de
insulina está associada com o aumento da degradação de proteínas e oxidação de
aminoácidos. Portanto quando se restringe proteínas, deve-se aumentar a
quantidade de carboidratos e lipídios, aumentando assim o aporte calórico (RIELLA;
MARTINS, 2001).

4.1.8 Consumo de lipídios

Na figura 8 estão os dados sobre o consumo médio de lipídios:

Legenda: **DP – Desvio Padrão


Figura 8: Média do consumo de lipídios dos pacientes portadores de diabetes do tipo 2 em
um hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da pesquisa, 2009
43

A figura 8 mostra o consumo de lipídios totais, a média de consumo foi de


26±15%. Sendo que, 75% dos participantes tiveram um consumo de lipídios
adequado, 25% estavam acima do recomendado.
Destes resultados o consumo de lipídios pelos homens foi de 44% acima,
e 56% adequado. Nenhuma das mulheres consome lipídios acima da
recomendação.
No estudo de Batista et al. (2006), 34% dos participantes consumiram
lipídios acima do recomendado e 65% adequadamente.
Comparando os dois estudos pode-se perceber uma semelhança, no
consumo de lipídios.

4.1.9 Consumo de ácidos graxos

A seguir a figura 9, mostra o consumo médio de ácidos graxos


monoinsaturados, poliinsaturados e de ácidos graxos monoinsaturados:

Legenda: DP – Desvio Padrão


Figura 9: Média de consumo de ácidos graxos monoinsaturados, poliinsaturados e saturados
Dos pacientes portadores de diabetes do tipo 2 em um hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da pesquisa, 2009

Na figura 9 estão relatados os dados sobre ácidos graxos mono, poli e


saturados, onde o consumo médio de AGM foi de 6%, do VET, ± 4%, os AGP, seu
consumo médio foi de 4% do VET, ±2% e os AGS (acido graxo saturado) o consumo
médio também foi de 6% do VET, ± 2%.
A média de todos os resultados obtidos ficou abaixo da recomendação,
44

pois a recomendação de AGM é de 14%, de AGP é de 6% e de AGS de 10%.


De acordo com os resultados obtidos 95% dos participantes têm um
consumo de AGM abaixo do recomendado e 5% adequado.
Estudo feito por Batista et al. (2006), mostra que 91% dos portadores de
diabetes que participaram de sua pesquisa tiveram um consumo de AGM abaixo do
recomendado e 9% adequado.
De acordo com Matia, Lecumberri e Calle (2007) o consumo deste ácido
graxo favorece o controle da pressão arterial, da coagulação sanguínea, da função
endotelial e da resistência a insulina, tendo efeitos benéficos no tratamento do DM
tipo 2, e as dietas ricas em AGM podem melhorar o controle glicêmico.
Em relação ao consumo de AGP (acido graxo poliinsaturado), 65% dos
entrevistados têm um baixo consumo deste lipídio.
No estudo de Batista et al. (2006), a maior parte dos avaliados (99%)
apresentou ingestão adequada em relação aos AGP, no entanto, no presente estudo
apenas 35% dos participantes tiveram uma ingestão adequada deste AG.
O presente estudo mostra que 95% dos avaliados tiveram uma ingestão
de AGS (acido graxo saturado) adequada e 5% acima da recomendação.
Batista et al. (2006) em seu estudo diz que 87% dos participantes tiveram
um consumo deste AG adequado e 13% acima.
De acordo com Monteiro, Mondini e Costa (2000) o consumo elevado de
AGS aumenta as concentrações de colesterol sérico e também o risco de doença
coronariana, como se sabe o DM é fator de risco para esta patologia sendo assim
um elevado consumo destas gorduras, pode agravar a doença e ainda levar ao
desenvolvimento de patologias associadas.
Pode-se perceber neste estudo que os participantes têm uma ingestão de
ácidos graxos baixa, porém isso se deve à dificuldade dos mesmos de relatarem a
quantidade que utilizam de gordura em sua alimentação. Isso será comprovado nos
resultados do questionário de frequência alimentar, onde aparece o consumo de
banha de porco por alguns participantes.
45

4.2 Minerais

4.2.1 Consumo do mineral cobre

A seguir na figura 10 encontram-se dados sobre o consumo médio do


mineral cobre:

Legenda: DP – Desvio Padrão


Recomendação de acordo com as Ingestão Dietética de Referência (DRIs)
Figura 10: Média do consumo do mineral cobre dos pacientes portadores de diabetes do tipo
2 em um hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da pesquisa, 2009

De acordo com a figura 10, a média de consumo do mineral cobre ficou


muito abaixo do recomendado, no caso dos homens a média foi de 1,36mg ±
1,08mg e das mulheres a média foi de 1,63mg ± 3,27mg, sendo a recomendação de
900mg.
Nenhum dos participantes deste estudo conseguiu atingir as
recomendações do mineral cobre.
Pedrosa e Cozzolino (1999), realizaram estudo sobre alterações
metabólicas e funcionais do cobre em diabetes mellitus. Os autores citam em estudo
realizado por Walter et al. (1991 apud PEDROSA; COZZOLINO, 1999), que
pacientes com diabetes 1 e 2 foram constatados com altos níveis de cobre no
plasma, os quais foram correlacionados positivamente com a presença de
retinopatia, hipertensão e doenças microvasculares, quando comparados com
portadores de diabetes sem complicações.
46

A associação da deficiência de cobre com o diabetes mellitus parece


aumentar a demanda de cobre pelo organismo, para compensação do estresse
oxidativo, por meio das enzimas antioxidantes dependentes deste nutriente
(PEDROSA; COZZOLINO, 1999).
Na maioria dos estudos com pacientes portadores de diabetes, o nível de
cobre circulante mostrou-se aumentado, mas isto não quer dizer que os pacientes
estavam com um estado nutricional adequado de cobre. Este distúrbio pode ser
proveniente de alterações na absorção e circulação de cobre, podendo levar a um
aumento de peroxidação lipídica, contribuindo assim para o surgimento ou
agravamento das complicações vasculares do diabetes (PEDROSA; COZZOLINO,
1999).

4.2.2 Consumo do mineral cromo

A figura 11 mostra o consumo médio do mineral cromo dos participantes:

Legenda: *DP – Desvio Padrão ±


Recomendação de acordo com as Ingestão Dietética de Referência (DRIs)
Figura 11: média de consumo do mineral cromo dos pacientes portadores de diabetes do tipo 2
em um hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da pesquisa, 2009

De acordo com a figura 11, tanto os homens quanto as mulheres tiveram


um consumo médio do mineral cromo acima da recomendação, no sexo masculino a
média de consumo foi de 74mcg ± 84mcg, e no sexo feminino foi de 55mcg ±
31mcg.
Destes dados 50% dos homens atingiram as recomendações, enquanto
47

que 50% não conseguiram atingir.


Nas mulheres pesquisadas, 55% atingiram a recomendação de ingestão
de cromo e 45% das mulheres não alcançaram.
Estudo feito por Fantinatti et al. (2009), sobre a suplementação de cromo
na melhora da resistência à insulina diz que, a deficiência de cromo pode estar
diretamente relacionado ao DM tipo 2, doenças cardiovasculares, tolerância à
glicose diminuída e hiperinsulinemia, bem como concentrações aumentadas de
colesterol total e triacilglicerol.
Fantinatti et al. (2009) ressalta ainda que a suplementação de 400ug/dia
de cromo reduz o uso de insulina exógena e de drogas hipoglicemiante como a
metiformina, sulfoniluréia e insulina, melhorando a sensibilidade insulínica.

4.2.3 Consumo do mineral zinco

Na figura 12 estão dados referentes ao consumo médio do mineral zinco


dos pacientes:

Legenda: *DP – Desvio Padrão


Recomendação de acordo com as Ingestão Dietética de Referência (DRIs)
Figura 12: Média do consumo do mineral zinco dos pacientes portadores de diabetes do tipo
2 em um hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da pesquisa, 2009

Observando a figura 12, pode-se perceber que a média de consumo do


mineral zinco foi de 13mg ± 9mg no caso dos homens, ficando acima da
recomendação que é de 11mg/dia. Nas mulheres a média foi de 7mg ± 5mg, ficando
este abaixo do recomendado que é 8mg/dia. Porém, considerando o desvio padrão
48

tanto no caso dos homens, como no caso das mulheres alguns participantes tiveram
um consumo de zinco abaixo do recomendado e outros acima do recomendado.
Segundo o percentual de zinco, 50% dos pesquisados não conseguiram
atingir as recomendações, 35% dos pacientes excederam e 15% atingiram as
recomendações.
Indivíduos diabéticos têm um maior risco a deficiência de zinco, isto
porque ocorre uma maior perda deste mineral pela urina, redução da capacidade
intestinal de absorção de zinco. A relação zinco-diabetes pode ser atribuída,
sobretudo, ao estímulo à secreção, estocagem de insulina e metabolismo da glicose.
Pelo fato destes pacientes comporem uma população de risco para desenvolver a
deficiência de zinco, os estudos assinalam a necessidade de suplementação deste
mineral (SENA; PEDROSA, 2005).

4.3 Consumo de Fibras

Valores de fibras encontrados conforme história alimentar dos pacientes


está representado nas figuras 13 e 14:

Legenda: *DP – Desvio Padrão ±


Figura 13: Consumo médio de fibras dos pacientes portadores de diabetes do tipo 2 em um
hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da pesquisa, 2009

A figura 13 traz informações sobre o consumo de fibras pelos pacientes


estudados. A média de consumo pelos voluntários foi de 26g ± 22g, ficando em
49

alguns casos muito abaixo do recomendado que é 25g.


De acordo com o percentual 50% dos participantes não atingiram as
recomendações de fibras, 40% ingerem uma quantidade maior do que o
recomendado e 10% atingiram as recomendações.
Comparando os resultados do presente estudo com o estudo de Batista et
al. (2006), os resultados foram parecidos, sendo que a maioria dos participantes não
conseguiram atingir as recomendações diárias de fibras.

4.3.1 Fibra solúvel

As fibras solúveis apresentam efeito hipoglicêmico, hipocolesterolêmico e


atua lentificando o esvaziamento gástrico, além de serem metabolizadas no cólon,
fornecendo ácidos graxos de cadeia curta liberando energia (PIMENTEL, 2009).

Legenda: *DP – Desvio Padrão


Figura 14: Consumo de fibra solúvel dos pacientes portadores de diabetes do tipo 2 em um
hospital de Criciúma-SC
Fonte: Dados da pesquisa, 2009

Conforme se pode observar na figura 14, a média do consumo de fibra


solúvel no presente estudo foi de 3,17g ± 2,64g, ficando muito abaixo da
recomendação. Nenhum dos indivíduos pesquisados conseguiu atingir a
recomendação de fibra solúvel.
Alvis, Gagliado e Lavina (2008), fizeram uma revisão de literatura sobre a
importância do consumo de fibras dietéticas solúveis no tratamento do diabetes, e
encontraram estudos dizendo que há profissionais da saúde que tem recomendado
50

produtos de aveia como uma forma de prevenir a hipercoleterolemia no diabetes


mellitus, permitindo melhor controle glicêmico, aumento da sensibilidade periférica à
insulina e redução às doses necessárias de insulina exógena. Dados
epidemiológicos recentes indicam que dietas ricas em fibras associam-se a um
menor risco de doenças cardiovasculares e DM tipo 2.
Outro estudo encontrado por Alvis, Gagliado e Lavina (2008), diz que a
fibra teria o efeito de reduzir as inflamações, isto foi observado em diabéticos que
consumiam maiores quantidades de grãos integrais, farelo, fibra e cereais,
apresentaram menores marcadores de inflamação do que os que faziam uma dieta
pobre em fibras e de maior IG, sugerindo que as fibras podem reduzir a inflamação
total, diminuindo as chances de complicações vasculares para estes pacientes. A
recomendação de ingestão diária de fibras alimentares é de 20 a 30g, sendo que a
dieta deve conter alimentos que ofereçam ao menos 5 a 10g de fibras solúveis ao
dia.

4.4 Estilo de vida

A seguir pode-se perceber conforme figura 15 o estilo de vida dos


participantes como, atividade física, etilismo e tabagismo.

Figura 15: Hábitos de vida dos participantes portadores de diabetes do tipo 2 em um hospital
de Criciúma-SC
Fonte: Dados da pesquisa, 2009
51

Na figura 15, pode-se observar que apenas 5% dos participantes do


estudo têm o hábito de beber, 10% praticam atividade física e nenhum fuma.
Miranzi et al. (2008) mostra em seu estudo que o hábito de fumar foi
referido por 19,4% dos indivíduos, o sedentarismo, por 27,8%. Estudo realizado
entre 1997-2003 mostrou que há alta incidência do diabetes em indivíduos obesos
ou com excesso de peso, o que vale ressaltar o incentivo na mudança dos hábitos
alimentares e estilo de vida. Outro desafio é reduzir o tabagismo e estimular a
prática de atividade física.
Estudo realizado por Geraldo et al. (2008), mostra que mais de 50,0% dos
voluntários ao responderem questões sobre conhecimento de diabetes a portador da
doença, associaram corretamente a manifestação de diabetes a uma alimentação
inadequada, ao sedentarismo, à ocorrência de infecções, a fatores emocionais e
genéticos.
A prática de atividades físicas tem sido recomendada aos pacientes
portadores de DM, por favorecer a redução dos níveis glicêmicos, aumentando a
sensibilidade insulínica e melhorando a tolerância a glicose, já que o exercício físico
promove um aumento do turnover da insulina por maior captação hepática e melhor
sensibilidade dos receptores periféricos (GERALDO, et al., 2008).

4.5 Frequência de Consumo de Alimentos

Frequência média de alimentos ricos em lipídios


Alimentos Nunca 1-3x p/M 1x p/S 2-4xp/S 5-6xp/S 1xp/d 2-3xp/D 4-5xp/D
Abacate
Azeite de 19 1 2 1 1
oliva 70% 5% 10% 5% 5%
AGM Castanha- 18 1 1
do-Brasil 90% 5% 5%
Amendoim 19 1
95% 5%
Óleo de 2 7 10 1
soja, 10% 35% 50% 5%
milho,
girassol
AGP Peixe 8 8 3 1
40% 40% 15% 5%
Salmão, 6 11 2 1
atum, 30% 55% 10% 5%
sardinha
Manteiga 17 1 1 1
85% 5% 5% 5%
Margarina 4 2 3 6 1 1 3
AGS 20% 10% 15% 30% 5% 5% 15%
Bacon 16 3 1
80% 15% 5%
52

Leite 9 2 1 2 4 2
integral 45% 10% 5% 10% 20% 10%
Banha de 14 1 3 2
porco 70% 5% 15% 10%
Queijo 3 7 3 5 2
15% 35% 15% 25% 10%
Quadro 3: Frequência do consumo de alimentos rico em ácidos graxos mono, poli e insaturado
D*=Dia; S=Semana; M=Mês;
Fonte: Dados da Pesquisa

O quadro 3 mostra a frequência do consumo de ácidos graxos


monoinsaturados, poliinsaturados e saturados, dados obtidos através do
questionário de frequência alimentar. Em relação aos AGM, as fontes estudadas
foram azeite de oliva, castanha-do-brasil e amendoim, 85% dos participantes nunca
ingerem esses tipos de alimentos, e 7,5% consomem 1 vez ao dia. Apenas 5% dos
participantes ingerem azeite de oliva mais de uma vez por dia.
As fontes de AGP são: óleo de soja, milho ou girassol, peixes. 26,6%
nunca ingerem alimentos fontes de AGP, 50% dos participantes relataram o
consumo de óleo de soja mais de uma vez por dia, normalmente usado para o
preparo de alimentos fritos.
A manteiga, a margarina, o bacon, o leite integral, a banha de porco e o
queijo colonial, são alimentos fonte de AGS. Dos participantes deste estudo 8,3%
consomem alguns desses alimentos citados anteriormente 1 vez ao dia e 12,5 %
consomem mais de uma vez ao dia. O alimento mais consumido é o leite integral.
Segundo a IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da
Aterosclerose Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de
Cardiologia, ácidos graxos poliinsaturados reduzem o colesterol total e o LDL-C
plasmáticos. Os ácidos graxos poliinsaturados possuem o inconveniente de baixar
os níveis plasmáticos de HDLC e de induzir maior oxidação lipídica.
Os ácidos graxos monoinsaturados reduzem igualmente o colesterol, no
entanto, diminuem o HDL-C e provocam oxidação lipídica.
Estudos clínicos têm demonstrado que a redução do LDL-C nos
diabéticos promove benefício similar à redução do LDL-C em pacientes com doença
coronária.
Os AGP são benéficos à saúde assim como os AGM, porém a melhor
fonte a ser consumida são os ômegas 3. Deve-se ter um consumo equilibrado de
Omega 3 e Omega 6, pois a maioria da população utiliza os AG fonte de Omega 6 e
são utilizados como forma de fritura, não sendo a forma ideal para o consumo de
53

lipídios.

Frequência média do consumo de alimentos fonte do mineral cobre


Alimentos Nunca 1-3x 1x p/S 2-4xp/S 5-6xp/S 1xp/D 2-3xp/D 4-5xp/D
p/M
Arroz integral 19 1
95% 5%
Amendoim 17 3
85% 15%
Fígado 12 5 2 1
60% 25% 10% 5%
Quadro 4: Frequência do consumo de alimentos fonte do mineral cobre
D*=Dia; S=Semana; M=Mês
Fonte: Dados da Pesquisa

Os alimentos fontes de cobre citados no quadro 4 são: arroz


integral,amendoim e fígado bovino. Estes alimentos não são consumidos nunca por
80% da população pesquisada, apenas 5% ingerem arroz integral todos os dias.
Pode-se perceber também que 13,3% consomem alguns destes alimentos
esporadicamente.
O cobre tem funções orgânicas especificas por ser constituinte de
enzimas com atividade de oxidação e redução, como cobre-zinco superóxido
dismutase entre outras. O envolvimento do cobre no metabolismo do esqueleto, no
sistema imunológico e na prevenção de doenças cardiovasculares constitui a tríade
de maior importância nas discussões atuais referentes ao cobre e à nutrição humana
(COZZOLINO, 2007).

Frequência média do consumo de alimentos fonte do mineral zinco


Alimentos Nunca 1-3x 1x p/S 2-4xp/S 5-6xp/S 1xp/D 2-3xp/D 4-5xp/D
p/M
Arroz integral 19 1
95% 5%
Carne vermelha 3 1 2 10 3 1
15% 5% 10% 50% 15% 5%
Quadro 5: Frequência do consumo de alimentos fonte do mineral zinco
D*=Dia; S=Semana; M=Mês;
Fonte: Dados da Pesquisa

No quadro 5, tem-se a frequência do consumo de alimentos fontes do


mineral zinco. Contudo observa-se que 95% dos voluntários nunca consomem arroz
integral e nenhum outro tipo de cereal integral, a maior fonte de zinco consumida
pelos participantes é proveniente da carne vermelha. De acordo com a história
alimentar 50% dos pesquisados não atingiram as recomendações, dos outros 50%,
15% atingiram e 35% excederam as recomendações.
O zinco é um mineral que atualmente tem sido considerado importante no
54

tratamento do DM tipo II, pois apresenta afinidade com os receptores de insulina


ajudando na redução da resistência a insulina nestes pacientes. A relação zinco-
diabetes pode ser atribuída, principalmente, ao estímulo à secreção, estocagem de
insulina e metabolismo da glicose. Em pacientes diabéticos ocorre o risco
aumentado para a deficiência de zinco, atribuído, na maioria das vezes, às perdas
do mineral na urina, redução na capacidade intestinal de absorção de zinco, além da
baixa ingestão dietética. A suplementação de zinco pode ser necessária, no entanto
é importante estar atento para que o suplemento de zinco não venha a prejudicar,
interferindo no metabolismo da glicose e no tratamento primário dos pacientes.
(MARREIRO et al, 2004).

Frequência média do consumo de alimentos fonte do mineral cromo


Alimentos Nunca 1-3x 1x p/S 2-4xp/S 5-6xp/S 1xp/D 2-3xp/D 4-5xp/D
p/M
Arroz integral 19 1
95% 5%
Amendoim 17 3
85% 15%
Feijão 2 1 5 1 5 5 1
10% 5% 25% 5% 25% 25% 5%
Fígado 12 5 2 1
60% 25% 10% 5%
Quadro 6: Frequência do consumo de alimentos fonte do mineral cromo
D*=Dia; S=Semana; M=Mês;
Fonte: Dados da pesquisa, 2009

Dos alimentos fontes de cromo podemos citar: o arroz integral, pois os


cereais integrais são fonte de cromo, amendoim, feijão e o fígado bovino. De acordo
com o quadro 6, 62,5% dos participantes do estudo nunca ingerem esses tipos de
alimentos e apenas 7,5% consomem 1 vez ao dia.
De acordo com a porcentagem pouco mais que 50% da população
pesquisada atingiram as recomendações.
O cromo é um elemento-traço essencial para o ser humano, atua no
metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídios, diminuindo a resistência à
insulina e, consequentemente controlando o DM tipo II (FANTINATTI et al., 2009).
55

5 CONCLUSÃO

A incidência do Diabetes Mellitus tipo II é crescente em nosso meio,


resultante de predisposição genética, fatores ambientais e comportamentais. Os
fatores genéticos relacionados com o DM tipo II, ainda não estão completamente
esclarecidos, mas os fatores de risco como obesidade e sedentarismo são fatores
não genéticos determinantes dessa enfermidade.
Está cada vez mais evidente sobre a importância do tratamento
dietoterápico à pacientes portadores de DM para um melhor controle glicêmico e
prevenção de complicações da doença.
No presente estudo podem-se observar diversos erros na alimentação
dos pacientes pesquisados, e também a falta de orientação nutricional por
profissionais da área de nutrição. A orientação sobre a alimentação normalmente é
feita por médicos ou enfermeiros, segundo o relato dos pacientes.
A alimentação dos participantes deste estudo é muito monótona,
decorrente da falta de informações. Os participantes não costumam variar os
alimentos consumidos, ingerem poucas frutas e verduras, podendo assim ficar com
deficiência de algumas vitaminas. Os pacientes que tem o hábito de comer frutas
acabam ingerindo uma quantidade grande da mesma variedade em um único
horário. Os que não consomem frutas relatam que não sabem quais podem
consumir.
Nos resultados pode-se observar que a quantidade de lipídio foi maior do
que a recomendação e de acordo com o questionário de frequência alimentar as
gorduras mais consumidas são óleo de soja e banha de porco.
Dos micronutrientes estudados apenas o cobre ficou com a média de
consumo abaixo da recomendação.
Outro fator bastante preocupante é o excesso de peso presente na
população estudada, pois se sabe que o sobrepeso e a obesidade aumentam ainda
mais a resistência a insulina, o que torna mais difícil o controle metabólico nestes
pacientes.
A modificação no estilo de vida, o consumo de dieta equilibrada,
associado à prática de regular de atividade física, contribuem para o controle
metabólico e a redução dos fatores de risco para a síndrome metabólica, o DM e as
56

doenças crônicas não transmissíveis.


A presença do profissional nutricionista em número adequado em
hospitais é indispensável, não só para controlar a alimentação dos pacientes
internados, mas também para praticar orientações nutricionais, para que estes
consigam ter uma alimentação equilibrada ao retorno de seus lares.
57

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61

APÊNDICE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Você está sendo convidado a participar da pesquisa sobre: Avaliação do


consumo alimentar de portador de diabetes em um hospital de Criciúma-SC.
Sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de
participar e retirar o seu consentimento não necessitando apresentar nenhuma
justificativa, bastando, para isso, informar sua decisão para a pesquisadora. Sua
recusa não lhe trará nenhum prejuízo em relação o pesquisador ou instituição.
O objetivo deste estudo é avaliar o consumo alimentar de pacientes
com diabetes tipo II hospitalizados e comparar com as recomendações
definidas para esses pacientes.
Sua participação nesta pesquisa consistirá em: responder alguns
questionários referentes à sua ingestão alimentar e permitir que a
pesquisadora verifique seu peso e altura para o cálculo do índice de massa
corporal e também medir a circunferência da cintura. Não há risco ou ônus na
sua participação nessa pesquisa. Da mesma forma, você também não terá bônus.
Os dados obtidos serão confidenciais e asseguramos o sigilo de sua
participação durante todas as fases da pesquisa, inclusive após a publicação da
mesma.
Os dados não serão divulgados de forma a denegrir sua imagem, pois o
objetivo principal é saber o que os pacientes portadores de diabetes tipo II
hospitalizados comem avaliar e comparar com as recomendações definidas
para esses pacientes. O seu anonimato será preservado por questões éticas.
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone do
pesquisador para localizá-lo a qualquer tempo e uma cópia do trabalho final.

Meu nome é Elenita Koehler Martinello. A pesquisa acontece sob supervisão do


professor Ângela Martinha Bongiolo, seu número de telefone para contato é
99546547 . Meu telefone para contato é (48) 91130421.

Considerando os dados acima, confirmo ter sido informado por escrito e


verbalmente dos objetivos deste estudo científico. Desta forma,
Eu................................................................................................., portador de
diabetes mellitus tipo II, aceito voluntariamente participar desta pesquisa e declaro
que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação.

Criciúma, _____ de ____________ de 200___.

Nome e assinatura do pesquisador Nome e assinatura do sujeito pesquisado


62

ANEXOS
63

ANEXO A – História Alimentar

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

CURSO DE NUTRIÇÃO

Nome: ___________________________________________________

Sexo: F( ) M ( ) Data de Nascimento:___/___/_____

Data da entrevista: ___/___/_____

HISTÓRIA ALIMENTAR

ALIMENTO QUANTIDADE FORMA DE QUANTOS DIAS


PREPARO NA SEMANA

Adaptação de FISBERG, 2005.


64

ANEXO B – Carta de Aprovação


65

ANEXO C - Questionário de Frequência Alimentar


I. Produtos lácteos

Frequência média Quantidade


Alimentos Nunca 1-3x 1 x 2-4 x 5-6x 1x 2-3x 4-5x Porção Menor Igual Maior
por por por por por por por média
mês sem. sem. sem. dia dia dia
1 copo
1. Leite integral
250ml
1 copo
2. Leite semi-desnatado
250 ml
1 copo
3. Leite desnatado
250 ml
1 copo
4. Iogurte
150 ml
5. Queijo 1 fatia 30g
6. Sobremesas: 1 pires
pudim, flan,etc.
1 ou 2
7. sorvetes
bolas
2

II. Ovos, carnes e peixes

Frequência média Quantidade


Alimentos Nunca 1-3x 1x 2-4 x 5-6x 1x 2-3x 4-5x Porção Menor Igual Maior
por por por por por por por média
mês sem. sem. sem. dia dia dia
8. Ovos Um
9. Frango 1 pedaço
10. Carne vaca, porco, 1 porção
cabrito. 120g
1 porção
11. Fígado de boi
120g
1 porção
12. Língua, coração
100g
13. Embutidos como 2 fatias
salsicha, mortadela, patê,
presunto, etc
14. Toucinho, bacon 2 fatias
15. Peixe gordo: sardinha, 1 porção
cavala, salmão, atum, etc. 125g
1 porção
16. Outros peixes
125g
17. Bacalhau 1 posta
3

III. Óleos e gorduras

Frequência média Quantidade


Alimentos Nunca 1-3x 1x 2-4 x 5-6x 1x 2-3x 4-5x Porção Menor Igual Maior
por por por por por por por média
mês sem. sem. sem. dia dia dia
1 colh.
18. Azeite de oliva
sopa
19. Óleos: girassol, milho, 1 colh.
soja sopa
1 colh.
20. Margarina
chá
1 colh.
21. Manteiga
chá
1 colh.
22. Banha de porco
Chá
4

IV. Pães, cereais e similares

Frequência média Quantidade


Alimentos Nunca 1-3x 1x 2-4 x 5-6x 1x 2-3x 4-5x Porção Menor Igual Maior
por por por por por por por média
mês sem. sem. sem. dia dia dia
1 unid.
23. Pão branco
50g
1 unid.
24. Pão
50g
25. Biscoito doces,
4 unid.
recheados
26. Biscoitos salgados 4 unid.
27. Flocos de cereais 1 xícara
4 colh.
28. Arroz branco
sopa
4 colh.
29.arroz parboilizado
Sopa
4 colh.
30. Arroz integral
Sopa
31. Massas, macarrão, 4 colh.
lasanha Sopa
30. Batatas fritas caseiras 1 pires
31. Batatas fritas de
1 pacote
pacote
32. Batatas cozidas, 1 fatia =
assadas, 80g
5

V. Hortaliças e legumes

Frequência média Quantidade


Alimentos Nunca 1-3x 1x 2-4 x 5-6x 1x 2-3x 4-5x Porção Menor Igual Maior
por por por por por por por média
mês sem. sem. sem. dia dia dia
33. Alface, agrião, rúcula,
couve, radiche, acelga, 1 pires
estc
34. Brócolis, couve-flor 1 pires
35. Moranga, abóbora, 4 colh.
cenoura, etc Sopa
4 colh.
36. Tomate
Sopa
4 colh de
37. Cebola
sopa
4 colh.
38. Abobrinha
Sopa
4 colh
39. Pimentão
sopa
4 colh.
40. Pepino
Sopa
6

VI. Frutas

Alimentos Nunca 1-3x 1x 2-4 x 5-6x 1x 2-3x 4-5x Porção Menor Igual Maior
por por por por por por por média
mês sem. sem. sem. dia dia dia
41. Maça, pêra 1 unid.
42. Laranja, Tangerinas 1 unid
43. Banana 1 unid.
44. Kiwi 1 unid.
45. Morangos 1 xíc.
46. Cerejas 1 xíc.
47. Pêssego, Ameixa 1 unid.
48. Melão, Melancia,
1 fatia
mamão
49. Figo fresco, Nêsperas,
1 unid.
Damascos
50. Uvas frescas 1 cacho
51. Frutos conserva:
1 xíc.
pêssego, abacaxi
52. Frutos secos: ameixa,
1 xíc.
damasco, uva passa
7

VII. Bebidas e micelanias

Alimentos Nunca 1-3x 1x 2-4 x 5-6x 1x 2-3x 4-5x Porção Menor Igual Maior
por por por por por por por média
mês sem. sem. sem. dia dia dia
1 copo
53. Vinho
125 ml
1 garrafa
54. Cerveja
ou 1 lata
55. Bebidas brancas:
1 cálice 40
whisky, aguardente,
ml
vodca
1 copo
56. Refrigerantes 250ml ou
1 lata
1 copo
57. Chá gelado
250 ml
58. Outros, sucos de fruta 1 copo
ou néctares embalados 250 ml
59. Café (incluindo o
adicionado a outras 1 xícara
bebidas)
60. Chá preto e verde 1 xícara
61. Croquetes, pastel,
risólis, bolinhos de 1 unid.
bacalhau, etc.
1 colh.
62. Maionese
Sopa
8

63. Molho de tomate, 1 colh.


ketchup Sopa
64. Pizza 1 fatia
65. Hambúrguer Uma unid.
66. Sopa pronta 1 prato
67. Balas, chocolates, 1 unid. ou
doces, tortas recheadas 1 pedaço
9

VIII. Leguminosas

Alimentos Nunca 1-3x 1x 2-4 x 5-6x 1x 2-3x 4-5x Porção Menor Igual Maior
por por por por por por por média
mês sem. sem. sem. dia dia dia
68. Feijão preto, vermelho,
1 concha
carioca, etc.
69. Lentilha 1 concha
4 colh.
70. Grão de bico
Sopa
71. Castanha-do-pará 2 unid
72. Nozes 2 unid
73. Amendoim 1 xíc.
Fonte: Adaptação de PENTEADO, 2003; FOOD-INFO, 2008.

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