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1º semestre de Farmácia
Abril de 2023
1. Doença de Duchenne
A doença de Duchenne e uma patologia que acomete de 1 a 3.500 recém nascidos
do sexo masculino, isso porque, a doença esta vinculada apenas ao cromossomo X.
Os pacientes portadores desta patologia têm uma estimativa de vida de 18 a 25
anos. Normalmente descoberta já na época da infância, pois nota-se que o mesmo
não possui a capacidade de levantar, manter-se de pé e de deambular
corretamente. Começa a dar sinais de "escalação" pelo o próprio corpo para poder
ficar ereto. A doença de Duchenne acomete as fibras musculares, justificado pela
liberação inadequada de cálcio nos músculos, impossibilitando a contração
muscular.
2. Diagnóstico
O diagnóstico pode ser realizado em várias etapas, como: Anamnese, exame
sanguíneo e a biópsia. Neste trabalho iremos em foco estudar melhor o
procedimento da biópsia, pois é neste procedimento, que conseguimos diagnosticar
de fato uma miopatia. A biópsia é um procedimento hospitalar realizado somente
pela equipe médica. Ao falarmos sobre o procedimento de coleta de um tecido,
existem procedimentos a serem seguidos até que a própria chegue para a equipe
do laboratório. No caso de diagnóstico da DMD, normalmente, a equipe médica
pode decidir coletar uma parte do músculo vasto lateral, bíceps braquial e o
deltóide. Sob anestesia local, o procedimento é realizado no CC (Centro Cirúrgico),
retirado um cilindro de tecido muscular (cerca de 1 cm de comprimento e 0,5 de
diametro. Para a análise do material, o tecido é envolto de uma gaze com soro
fisiológico e levado de imediato para o laboratório. Para o preparo da amostra,
utilizamos o Tissue-Tek (bisnaga) como apoio do material para logo em seguida
serem montados em blocos de madeira e congelados. Para realizarmos o
congelamento, utilizamos n-hexano (20 ml) em nitrogênio líquido fazendo com que
uma caneca de alumínio fique imersa em uma caixa de isopor com o nitrogênio, a
partir do momento em que o hexano começa a ficar pastoso `e o momento ideal
para começar a homogeneizar o tecido com o auxílio de uma pinça em movimentos
sentido horário. Após isso, é montada uma base metálica com Tissue-Tek para
receber o fragmento congelado para realizar o corte no criostato (micrótomo dentro
de um freezer que realiza cortes e monta o material em lamínulas). As técnicas
histoquímicas são feitas em cubetas de vidro de 10ml para que assim economize
reagentes que são extremamente caros. Para análise desse material podemos
utilizar o microscópio óptico na objetiva de 100x, contudo, existem estruturas que
não serão possíveis de serem observadas, como: membrana da célula e/ou
filamentos de actina, por isso é recomendado a utilização do microscópio eletrônico.
3. Condições físicas e motoras do paciente com DMD
Com a ausência de distrofina nos músculos, ocasionalmente, começa a aparecer
rompimentos do sarcolema facilitando a entrada de uma quantidade maior de cálcio
intracelularmente, levando a fibra muscular à necrose. Por ocorrer com uma
determinada frequência as fibras que seriam renovadas param de existir e o espaço
que ali existiria começa a dar espaço para tecido adiposo e conjuntivo. A partir deste
momento, nota-se a dificuldade de deambular na criança já na primeira infância.
Com o decorrer do desenvolvimento da DMD e a primeira infância ficando para trás,
a fraqueza muscular se torna progressiva fazendo com que entre os 8 e 12 anos do
paciente ele seja totalmente incapaz de andar.
Além do esqueleto apendicular, o axial começa a ser afetado pela doença também.
Os músculos responsáveis pela respiração como: diafragma e os intercostais
começam a serem prejudicados pois ocasiona a contração ineficaz dos músculos
sendo assim, impedindo uma respiração que atenda as necessidades do corpo. A
musculatura cardíaca não é atingida primariamente mas também não fica fora da
lista. O que ocorre são os esforços para bombear sangue de forma completa para o
corpo. Com a substituição de tecido muscular esquelético por tecido adiposo, há a
compressão de algumas veias e artérias, com isso, o coração tem que bombear
sangue com mais força, até chegar a um ponto que não possa mais suportar a
pressão, o que ocorre falhas nesse sistema. Um outro sinal característico da
doença, embora nem sempre presente, é o aumento do tamanho das panturrilhas
(também conhecidas como batata-da-perna). Essa pseudo-hipertrofia é causada
pela substituição das células musculares degeneradas por tecido adiposo e por
fibrose. A fibrose é a causa das chamadas retrações musculares com encurtamento
dos tendões.
À medida que a doença evolui e a musculatura que proporciona sustentação para a
coluna vertebral enfraquece, é comum ocorrerem escolioses de gravidade variável,
mas que devem ser cuidadosamente acompanhadas (e em alguns casos corrigidas
cirurgicamente) devido ao seu potencial de restringir a capacidade respiratória.
4. Conclusão
A análise física do paciente portador de DMD em 70% dos casos é o mais
conclusivo por sua estrutura muito característica, ocorrendo muitas vezes, o
profissional médico não fazer a solicitação de biópsias e nem exames de sangue
muito específicos.
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MUSCULAR DE DUCHENNE: Eventos Celulares, Teciduais e Tratamentos.
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https://doi.org/10.1590/S0004-282X1993000400009