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https://novaescola.org.br/conteudo/8889/a-meninada-
nunca-para-quieta
Mas o que fazer para melhorar o convívio em sala? Não há uma receita única,
mas algumas práticas merecem atenção. Conflitos são importantes para o
desenvolvimento da turma, sendo uma oportunidade para trabalhar regras e
valores. Eles não devem ser remediados, mas discutidos.
Telma indica que, se o problema é com um único aluno, deve ser resolvido
individualmente, questionando-o sobre o que podem fazer de diferente da
próxima vez. "Caso envolva mais de um estudante, vale elaborar com a turma
um código de boa convivência", sugere. A história de fingir que está no celular
para irritar a professora, por exemplo, poderia ser parte dessa conversa.
Um dia, o clima ficou muito ruim e Elenice decidiu prestar atenção no que os
alunos diziam. Ela descobriu, então, que todos estavam revoltados com uma
atitude que o jovem repetia com frequência. Ele era alto, míope e sentava na
primeira carteira. Sempre que o incomodavam, arrumava a postura para
atrapalhar a visão dos demais e impedir que enxergassem o quadro.
A docente resolveu fazer uma roda de conversa para que todos pudessem
falar. A turma reclamou da atitude e o garoto se colocou pela primeira vez,
dizendo que se entristecia com os olhares que recebia. A classe fez alguns
acordos, Elenice ampliou as intervenções, passando a trabalhar filmes e livros
sobre o respeito às individualidades, e a convivência melhorou. Ouvir os
estudantes e buscar entender os conflitos é essencial. "Eles têm de perceber
que alguém presta atenção aos seus incômodos", explica Telma.