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ESTÁCIO PEDROSA
ADVOGADO

ILUSTRÍSSIMA REPRESENTANTE DA ADMINISTRAÇÃO DO CONDOMÍNIO

NOTIFICAÇÃO Nº INEXISTENTE
NOTIFICADO: Mônica Maria Barbosa da Silva – Moradora do Apto. 904
NOTIFICANTE: Administração do Condomínio Ed. Parque Residencial Paissandu – Bloco B & C / CNPJ.
24.567.554/0001-33

Mônica Maria Barbosa da Silva – Apto 904 B, brasileira, casada, aposentada,


regularmente inscrito no CPF nº 475.407.704-06, portador da cédula de identidade nº
2.900.152 SDS PE, residente e domiciliado na Rua do Paissandu, nº 381, Paissandu,
Recife-PE, vem, respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, tempestivamente,
apresentar

CONTRANOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Com fito de resguardo de seus direitos, em resposta à NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICAL


ofertada em 27 de outubro de 2023, pela Sra. Maria Nicodemos, síndica regularmente
constituída, representante da administração do Cond. Ed. Parque Residencial Paissandu
– Bloco B & C, pelas razões a seguir aduzidas.

I – DO CONTEÚDO DA NOTIFICAÇÃO

Conforme conhecimento de vossa senhoria, a condômina Monica Maria Barbosa da Silva foi
indagada no dia 27 OUT 2023, através de notificação extrajudicial sobre negação da permissão para
a cessão sua vaga de garagem no estacionamento de veículos para pessoas não residentes no
condomínio, sob as justificativas que tal atitude fere a Convenção do Condomínio e a decisão da
Assembleia.

II – DO MÉRITO

Com efeito, os maiores conflitos em Condomínios dizem respeito às vagas de garagem. A


Convenção e o Regulamento Interno do Condomínio estabelecem a forma de utilização das vagas
comuns na garagem.

O artigo 1.335, inciso II, do Código Civil, estabelece que o condômino somente poderá
utilizar as partes comuns da edificação (vagas de garagem) de acordo com a sua destinação, sem
abusos ou excessos, pois, do contrário prejudicará os demais condôminos, in verbis: “São direitos
do condômino: usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a
utilização dos demais compossuidores”.
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O Regulamento e a Convenção devem ser rigorosamente respeitados. E o síndico tem a


obrigação legal de cumprir e fazer cumprir as regras condominiais, conforme dispõe o art. 1.348, IV,
do Código Civil: “Compete ao síndico: - cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno
e as determinações da assembleia”.

Vale destacar tal situação, uma vez que o direito de propriedade é assegurado pela
Constituição Federal (art. 5º, XXII), de modo que não se pode restringir o direito do condomínio
em utilizar a sua vaga de garagem da forma como lhe interessa, cedendo ou emprestando. Vale
dizer, a Convenção ou Regulamento Interno, em tese, não poderiam limitar esse direito de
propriedade do condômino, até porque ele realiza o pagamento da cota condominial como os
demais, tendo o mesmo direito de uso da vaga (ainda que não possua um veículo), ou seja,
utilizando ou não a vaga destinada, o condômino paga do mesmo jeito.

Nesses casos, devia apenas se exigir a identificação do visitante e a anotação dos seus dados
pessoais para acesso ao Condomínio, para fins de controle, sendo importante ainda fazer constar
registrado por escrito (ou por placas) que eventuais danos havidos nas dependências do
Condomínio não serão indenizados aos visitantes, arcando com os seus prejuízos. Inversamente, se
a situação for de danos causados pelo próprio visitante a qualquer condômino (ex. Carro riscado),
deverá o condômino anfitrião ser advertido ou multado pelo síndico, além das perdas e danos que
forem apuradas.

O artigo 1.331, § 1º, do Código Civil dispõe que: “As partes suscetíveis de utilização
independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas
frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo
ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que
não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização
expressa na convenção de condomínio”. É muito importante saber diferenciar um estranho de um
parente do condômino já conhecido por aquela comunidade condominial. Pois a Sra. Tereza Cristina
Barbosa Cordeiro, frequenta a residência da condômina em questão todos os dias úteis,
frequentando o condomínio até mais vezes do que alguns próprios proprietários, não podendo ser
caracterizada como uma pessoa estranha ao condomínio.

Por fim, a notificação extrajudicial recebida pela condômina, deveria especificar em qual
parte a cessão de sua vaga de garagem fere a Convenção do condomínio, e deveria constar uma
cópia da ata da Assembleia que tomou a referida decisão. Pois somente através desses documentos
a condômina poderá analisar in loco a situação.

III – PEDIDOS

Diante o exposto, requer:


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a) A suspensão do efeito da notificação extrajudicial diante dos argumentos acima expostos;

b) Cópia da Convenção e do Regimento Interno do condomínio;

c) Cópia da Ata da Assembleia que decidiu sobre o uso da garagem da condômina em questão.

Nestes termos,

P. deferimento.

Recife, 06 de novembro de 2023.

MONICA MARIA BARBOSA DA SILVA


Condômina do Apto 904 B

ESTÁCIO LINS PEDROSA NETO


OAB/PE 62.540

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