Você está na página 1de 4

AVALIAÇÃO DE DIREITO AGRÁRIO

Profa. Ma. Edna Soares da Silva


Turma – 9º Semestre Único

ACADÊMICOS: Eduardo Roberto de Moraes e Vanessa Eloíza da Silva.

DATA: 03/07/2023

ATENÇÃO:

 Pode fazer individualmente ou em dupla.


 Data de entrega: 03 de junho de 2023 (sala de aula).
 Pode ser digitado ou manuscrito.
 Valor: 3,0 pontos (na primeira nota)

QUESTÃO 01 - O que é a Fração Mínima de Parcelamento? Qual é o seu fundamento legal e suas
exceções? Qual é a extensão (área) no seu município?

R: De acordo com o INCRA, a Fração Mínima de Parcelamento é a menor área que um imóvel rural,
num dado município, pode ser desmembrado. Ao ser parcelado o imóvel rural, para fins de transmissão
a qualquer título, a área remanescente não poderá ser inferior à fração mínima de parcelamento. Em
síntese, a ideia da fração mínima de parcelamento é garantir que o imóvel rural continue servindo à sua
função agrária. Tal conceito fundamenta-se no artigo 8º da Lei 5.868/72.

Em relação a extensão da FMP do nosso município, o qual é o município de Mirassol D’ Oeste, este
possuí área da FMP em 4 hectares.

Quanto as exceções, a própria Lei 5.868/72 nos incisos do §4º do artigo 8ºestabelece algumas exceções
ao registro de imóvel rural com área inferior à FMP. Além da referida Lei, o Decreto nº 62.504/68
determina que os desmembramentos de imóvel rural que visem a constituir unidades com destinação
diversa da de exploração da terra não estarão sujeitos à vedação do artigo 65 do Estatuto da Terra e à
FMP, desde que se destinem a alguma das finalidades indicadas nos incisos do artigo 2º.

Vejamos:

Lei 5.868/72. Art. 8º –

(...)
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica:

I – aos casos em que a alienação da área destine-se comprovadamente a sua anexação ao prédio rústico,
confrontante, desde que o imóvel do qual se desmembre permaneça com área igual ou superior à fração
mínima do parcelamento;

II – à emissão de concessão de direito real de uso ou título de domínio em programas de regularização


fundiária de interesse social em áreas rurais, incluindo-se as situadas na Amazônia Legal;

III – aos imóveis rurais cujos proprietários sejam enquadrados como agricultor familiar nos termos da
Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006; ou

IV – ao imóvel rural que tenha sido incorporado à zona urbana do Município.

Decreto nº 62.504/68. Art. 2º – (...)

I – Desmembramentos decorrentes de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, na forma


prevista no Artigo 390, do Código Civil Brasileiro, e legislação complementar.

II – Desmembramentos de iniciativa particular que visem a atender interesses de Ordem Pública na zona
rural, tais como:

a) Os destinados a instalação de estabelecimentos comerciais, quais sejam:

1 – postos de abastecimento de combustível, oficinas mecânicas, garagens e similares;

2 – lojas, armazéns, restaurantes, hotéis e similares;

3 – silos, depósitos e similares.

b) os destinados a fins industriais, quais sejam:

1 – barragens, represas ou açudes;

2 – oleodutos, aquedutos, estações elevatórias, estações de tratamento de água, instalações produtoras e


de transmissão de energia elétrica, instalações transmissoras de rádio, de televisão e similares;

3 – extrações de minerais metálicos ou não e similares;

4 – instalação de indústrias em geral.

c) os destinados à instalação de serviços comunitários na zona rural quais sejam:

1 – portos marítimos, fluviais ou lacustres, aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias e similares;

2 – colégios, asilos, educandários, patronatos, centros de educação física e similares;

3 – centros culturais, sociais, recreativos, assistênciais e similares;


4 – postos de saúde, ambulatórios, sanatórios, hospitais, creches e similares;

5 – igrejas, templos e capelas de qualquer culto reconhecido, cemitérios ou campos santos e similares;

6 – conventos, mosteiros ou organizações similares de ordens religiosas reconhecidas;

7 – Áreas de recreação pública, cinemas, teatros e similares.

QUESTÃO 02 – Diferencie Certificação do Imóvel e Anotação de Responsabilidade Técnica,


Cadastro, Registro e Averbação. Disserte sobre a importância de tais institutos para o Imóvel
Rural.

R: A certificação de um imóvel rural corresponde à elaboração de uma planta georreferenciada


deste imóvel, acompanhada da declaração de todos os seus confrontantes, concordando com os limites
levantados e com o caminhamento percorrido pelo agrimensor credenciado, durante os serviços de
georreferenciamento do imóvel rural.

Já a Anotação de Responsabilidade Técnica, instituida pela Lei nº 6.496/77 – é o instrumento que define,
para os efeitos legais, os responsáveis técnicos pela execução de obras ou prestação de serviços relativos
às profissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea.

O Registro é o documento que declara quem é o verdadeiro proprietário do imóvel, ou se a propriedade


deste bem está sendo transmitida de uma pessoa para outra, ou seja, atos que resultarão na mudança do
proprietário ou vão constituir ônus para o imóvel.

Averbação nada mais é que anotar no Registro do Imóvel todas as alterações que ocorrerem no imóvel,
como construção ou demolição de cômodos; e alterações de estado civil das pessoas que constam na
Matrícula do Imóvel, como em casos de óbito, casamento ou divórcio. Ainda, averbação de compra e
venda. Todo o processo deve ser feito no cartório de Registro de Imóveis onde esse foi emitido.

QUESTÃO 03 – Leia o artigo do CONJUR, na página https://www.conjur.com.br/2021-


nov19/direito-agronegocio-direito-retomada-insinceridade-contratos-agrarios. E responda:

a) O que é o Direito de retomada, nos contratos agrários?


R: Configura-se a retomada quando o proprietário do bem imóvel requer o imóvel para uso próprio
ou de seu descendente, todavia, não basta o mero pedido de retomada, posto que esse deve ser
intencionado. A intenção, por seu turno, deve ser dada pela exploração ou cultivo direto do próprio
proprietário ou pela exploração ou cultivo direto de seu descendente.
b) Quais as exigências para o exercício desse direito?
R: Exige-se notificação com 6 meses de antecedência do fim do término do contrato e o pedido deve
ser intencionado, devendo ser por exploração ou cultivo pelo proprietário ou descendente.
c) Quais são princípios presentes nesse instituto?
R: Neste instituto encontram-se presentes os principios da boa-fé e o princípio da função social do
contrato, exigindo das partes, ao tentarem encerrar a pacto jurídico de arrendamento,
responsabilidade, equilíbrio e, principalmente, sinceridade.
d) O que é a insinceridade? A quem cabe comprová-la?

R: Insinceridade é a falta de argumentos verdadeiros no pedido de retomada. Com isso, o ônus


probatório da insinceridade cabe ao possuidor direto - arrendatário ou parceiro outorgado - que
poderá se valer de qualquer meio de prova para demonstrá-la.

Você também pode gostar