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Nutrição para grupos

especiais femininos:
síndrome metabólica,
gestante e idosa. Parte 2.
Aline David

• Mestre e Doutora - USP


• Criadora do método nutrição aplicada que já certificou mais de 15 mil
nutricionistas
• Proprietária da clínica Nutrição aplicada
• Colunista da revista Isto É Bem Estar
MENOPAUSA
MENOPAUSA
Estrogênio

Atividade reprodutiva
dos ovários

A menopausa é o nome
que se dá à ausência da
menstruação, por pelo
menos, 1 ano

Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.


MENOPAUSA

A mulher nasce com um número


finito de folículos ovarianos

Quando a atividade folicular chega


ao fim, a mulher entra na menopausa,
encerrando seu período reprodutivo

Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.


MENOPAUSA

Espontânea Iatrogênica
(menopausa natural) (menopausa secundária)

Naturalmente o corpo
da mulher começa a se
preparar para a Remoção
menopausa entre os cirúrgica dos
ovários

45 e 55 anos Falha ovariana


devido a quimio
ou radioterapia

Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.


MENOPAUSA
Na maior parte das mulheres a
menopausa acontece de forma natural
por volta dos

< 40 anos 51 anos > 55 anos


PRECOCE TARDIA
• Idiopática Cada ano adicional de
• Auto – imune menopausa tardia está associado
• Mutações genéticas a um aumento de 2% redução da
(Turner)
mortalidade por todas as causas!!
• Radio/ quimioterapia
Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.
Há uma variação geográfica quanto a
idade média para a menopausa natural

América Latina:
idade média para o início da menopausa é de 47,2 anos!
Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.
Com o envelhecimento da
população, estima-se que no mundo
1,2 bilhão de mulheres estarão na
menopausa até o ano de 2030

Proc Nutr Soc. 2019 Aug;78(3):438-448.


Estágios da vida reprodutiva da mulher
Ciclo menstrual Pequenas Ciclo menstrual com Intervalos de amenorreia • FSH variável e • FSH estável
regular mudanças no duração variável (7 maiores que 60 dias alto • ↓ ↓ AMH
fluxo e duração ou mais dias de
do ciclo • ↓ AMH • ↓ ↓ Inibina B
• ↓ FSH alteração em ciclos • FSH alto (> 25 UI/L) • ↓ Inibina B
menstrual • ↓ ↓ ↓ contagem
• ↓ AMH consecutivos) • ↓ AMH • ↓ ↓ contagem de folículos
• ↓ contagem de • ↓ Inibina B de folículos antrais
folículos antrais • FSH variável • FSH variável • ↓ contagem de folículos antrais
• ↓ AMH mas alto antrais
Ciclo menstrual regular • ↓ Inibina B • ↓ AMH Aumentando
• ↓ contagem • ↓ Inibina B Prováveis sintomas Muito prováveis sintomas de
Ciclo menstrual de folículos • ↓ contagem de vasomotores sintomas vasomotores atrofia urogenital
variável a regular antrais folículos antrais

-5 -4 -3b -3a -2 -1 0 +1a +1b +1c +2


Início Pico Tardio Início Tardio Início Tardio
2 anos (1+1)
Reprodutiva Duração Transição ULTIMA Pós Menopausa
variável
MENARCA (duração variável) para MENS-
TRUAÇÃO
Menopausa
3 – 4 anos Resto
Critério principal da vida
Critérios secundários Perimenopausa
(1 a 3 anos)
Características descritivas Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.
Menopausa X Climatério
ATENÇÃO! São conceitos relacionados, porém diferentes!

Momento em que a mulher


Menopausa passa por sua ultima
menstruação

Período de transição entre


Climatério um estado reprodutivo
para um não reprodutivo

Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.


MENOPAUSA

CLIMATÉRIO

pré- menopausa pós- menopausa


Fisiopatologia
Fisiopatologia
O ovário perde ou
consome a maior parte
dos seus folículos até à
menarca, chegando à
menopausa com um
número reduzido.

IRREGULARIDADES
MENSTRUAIS
Fisiopatologia
A vida útil funcional dos ovários humanos é determinada por um conjunto
complexo e ainda em grande parte não identificado de fatores

GENÉTICOS HORMONAIS AMBIENTAIS


Fatores genéticos Envelhecimento hipotalâmico
Ambiente Secreção de GnRH
Estilo de vida dessincronizada
Doenças sistêmicas
Alteração no tempo do
pico de LH

Aumento de FSH

Envelhecimento
functional ovariano
Redução de Inibina B

Redução de AMH

Redução da massa e Flutuação e queda


função do folículo ovariano de estradiol

Ciclos anovulatórios e finalmente cessação das menstruações


Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.
Fisiopatologia
Perda da função ovariana: FATORES GENÉTICOS

Sabe-se que a idade em que uma


mulher entra na menopausa está
fortemente relacionada a idade em
que sua mãe entrou

O momento do surgimento da menopausa


parece estar relacionado a áreas
específicas dos cromossomos:
x (Xp21.3), 8 e 9
Fisiopatologia
Perda da função ovariana: FATORES HORMONAIS

FOLÓCULOS OVARIANOS

INIBINA B

ESTRADIOL FSH

GnRH LH

Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.


Fisiopatologia

45-55 anos
Fisiopatologia
AMBIENTE
HIPOESTROGENISMO

45-55 anos
Fisiopatologia
AMBIENTE
HIPOESTROGENISMO

SINTOMAS

45-55 anos
CICLOS HORMONAIS DA MULHER
DURANTE A FASE REPRODUTIVA

CICLOS HORMONAIS DA MULHER


DURANTE O CLIMATÉRIO E APÓS
A MENOPAUSA

Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.


Alterações hormonais da menopausa

Na mulher pós menopausa, o principal estrogênio que se manter circulando é a


estrona, proveniente da aromatização da androstenedioana de produção adrenal

Androstenediona Testosterona

AROMATASE

Estrona Estradiol
Implicações endócrinas da menopausa

Nat Rev Endocrinol. 2018 Apr;14(4):199-215.


Fisiopatologia
Perda da função ovariana: AMBIENTAIS

Alguns dos fatores ambientais identificados que podem


antecipar a idade da menopausa

Laqueadura tubária Tabagismo Histerectomia

Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.


Manifestações clínicas

As manifestações clínicas da
menopausa resultam de interações
dinâmicas entre alterações
neuroendócrinas e alterações no eixo
endócrino reprodutivo que governa a
função dos ovários
SNC: Pele, mucosas e cabelos:
• Sintomas vasomotores • Redução da espessura
• Distúrbios do sono • Elasticidade reduzida
• Depressão e ansiedade • Hidratação reduzida
• Alterações cognitivas • Aumento do enrugamento
• Enxaqueca • Perda de cabelo

Peso e alterações metabólicas:


Função sexual: • Ganho de peso
• Queda do desejo sexual • Aumento da adiposidade
• Dispareunia visceral
• Aumento da circunferência da
Sistema Urogenital: cintura
• Secura vaginal
• Coceira e ardor vulvar Sistema musculo esquelético
• Disúria • Dores nas articulações
• Frequência urinária • Sarcopenia
• Urgência
• Infecções urinárias
recorrentes
Nat Rev Endocrinol. 2018 Apr;14(4):199-215.
Sintomas mais comuns:

Irregularidades Sintomas Insônia e


menstruais vasomotores Irritabilidade

Oscilação no Queixas Sensação de


humor geniturinárias urgência miccional
Sintomas

Cerca de 80% das


mulheres apresentam
sintomas no período
perimenopausa, sendo o
sintoma mais comum as
ondas de calor

Nat Rev Endocrinol. 2018 Apr;14(4):199-215.


Mecanismo termoregulatório no SNC:
antes da menopausa

Lancet. 2002 Dec 7;360(9348):1851-61.


Mecanismo termoregulatório no SNC:
pós menopausa

Lancet. 2002 Dec 7;360(9348):1851-61.


Manifestações a longo prazo

Osteoporose Doença CDV Sarcopenia

Alterações Declínio Distúrbios


metabólicas cognitivo do sono
Trends Endocrinol Metab. 2018 Aug;29(8):571-580.
Menopausa X Saúde Óssea
Pós menopausa e baixo peso corporal
estão entre os maiores preditores de
osteoporose em mulheres de 40 a 65 anos

O aumento do FSH e a redução do


estradiol que ocorrem na
menopausa levam a um aumento da
ação dos osteoclastos aumentando
a reabsorção óssea

Trends Endocrinol Metab. 2018 Aug;29(8):571-580.


Patogênese da
osteoporose pós
menopausa

Outros fatores aumentam o


risco de osteoporose
nessa fase:

• Menor absorção intestinal


de cálcio
• Deficiência de vitamina D
• Perda de massa muscular

Quanto mais cedo a idade


da menopausa, maior é o
risco de osteoporose!!

Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.


Menopausa X Sarcopenia
ESTROGÊNIO
Efeito benéfico no músculo esquelético
por estimular a proliferação de células
satélite e limitar os danos do estresse
oxidativo e da inflamação

MENOPAUSA

ESTROGÊNIO

PERDA MUSCULAR
Menopausa X Saúde Cardiovascular
• aumento da gordura visceral
Estrogênio • perfil lipídico alterado
• ativação da via renina-angiotensina

Risco aumentado:
Comprometimen
• Hipertensão
to da função
• Obesidade
endotelial
• diabetes mellitus
tipo 2
• Aterosclerose
• doença cardíaca
isquêmica
Alterações
• acidente vascular
relacionadas ao
cerebral
envelhecimento
Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.
Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.
Menopausa X Saúde Cardiovascular
FSH

Estimula a expressão de células


de adesão muscular (VCAM-1)

Monócitos são recrutados


da circulação

Monócitos são diferenciados


em macrófagos

Acúmulo lipídico dentro desses


macrófagos, levando à formação
de células espumosas

Células espumosas contribuem


para a ATEROSCLEROSE
Trends Endocrinol Metab. 2018 Aug;29(8):571-580.
Menopausa X Distúrbios metabólicos
A prevalência da obesidade é maior em mulheres na pós-
menopausa do que em mulheres na pré menopausa

Redução de estrogênio
Inatividade física
Redução da TMB
Atrofia muscular
Alterações no sono

RISCO METABÓLICO

Resistência a insulina,
DM2 e dislipidemias
Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.
Menopausa X Distúrbios metabólicos

ESTROGÊNIOS ANDROGÊNIOS

SÍNDROME METABÓLICA

Obesidade Alterações Dislipidemia Aumento da


visceral central glicêmicas (↑ TGs e ↓ do HDL) pressão sanguínea
Risco para adiposidade central (CC ≥ 88 cm), em mulheres na
transição menopausal e mulheres na pós-menopausa

Nutrients. 2021 Jun 23;13(7):2149.


(Período menstrual final)

GREENDALE et al., 2019


Nutrition. Nov-Dec2020;79-80:110991.
Hiperandrogenismo

GANHO DE PESO E REDISTRIBUIÇÃO


DE GORDURA CORPORAL
GANHO DE PESO E REDISTRIBUIÇÃO
DE GORDURA CORPORAL

MLG

TMB
Resistência à insulina
DEFICIÊNCIA DE
ESTROGÊNIO

Altos níveis de leptina


juntamente com baixos
níveis de adiponectina
Menopausa X Sono
Dificuldades de sono, principalmente episódios de
despertares noturnos , são algumas das principais queixas e
são relatadas por 40-60% das mulheres na menopausa

Int J Food Sci Nutr. 2021 Jun;72(4):432-446.


Menopausa X Sono
Os distúrbios do sono na
menopausa estão
principalmente relacionado
aos sintomas principais,
como as ondas de calor e a
depressão

Estão relacionados também


a outros sintomas da
menopausa, como os
déficits cognitivos, as
alterações metabólicas e a
inflamação

Front Neuroendocrinol. 2017 Oct;47:134-153.


Resumindo…

Obesity (Silver Spring). 2022 Jan;30(1):14-27.


Diagnóstico

Clínico e retrospectivo Exame físico Exames laboratoriais


Uma mulher entre os 45 e os São analisadas alterações • Gonadotrofinas:
52 anos de idade, com associadas ao envelhecimento • Estrogênio
amenorreia de pelo menos e à transição: • Índice maturação estrogênica
um ano, sem que se • Exame constitucional • Marcadores urinários e séricos
identifiquem outras causas • Exame de cognição de reabsorção e formação
para a amenorreia, ou com • Exame psicossocial óssea
irregularidades menstruais e • Exame Dermatológico
perturbações vasomotoras, • Exame das Mamas
está, seguramente, na fase da • Exame da pelve
menopausa

Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.


Diagnóstico diferencial
Outras condições que podem levar a alterações semelhantes as da menopausa

Nat Rev Dis Primers. 2015 Apr 23;1:15004.


Tratamento

A menopausa é um processo que na maior parte das


mulheres ocorre naturalmente

Objetivo do
tratamento
Primeira alternativa
a ser considerada:
MUDANÇA DE
ESTILO DE VIDA!

Alívio dos sintomas!


Tratamento
Nutricional
MENOPAUSA

OBESIDADE DISLIPIDEMIA DCV OSTEOPOROSE

TRATAMENTO
NUTRICIONAL!
DIETA

Sintomas da
menopausa
Melhora
fatores de risco
cardiometa-
bólico

risco de
ganho
de peso
DIETA
A dieta pode influenciar também os níveis de estrogênio circulante
DIETA

Intervenção dietética:
redução no total de calorias
(500-750 kcal = 0,5-0,75 kg/semana) Gastar

Consumir
PROTEÍNAS

PERDA DE PESO

MASSA
MASSA
LIVRE DE
GORDA
GORDURA

OFERTA PROTEICA
ADEQUADA!!
J Food Sci. 2015 Mar;80 Suppl 1:A8-A15.
PROTEÍNAS

Já é um fato bem consolidado que dietas com restrição calórica devem


ser hiperproteicas para promover uma perda de peso mais adequada

TAXA DIFICULDADE
MASSA
METABÓLICA PARA PERDER
MUSCULAR
BASAL PESO

Uma dieta que maximize a retenção de massa magra


durante a perda de peso é essencial para o sucesso!!
J Food Sci. 2015 Mar;80 Suppl 1:A8-A15.
PROTEÍNAS

Avançar Aumento da 1,2 a 1,6 g/kg


da idade necessidade proteica! fracionadas

PRIORIZAR CONTROLAR

• Peixes (>200 g/semana) • Carne vermelha

• Carnes magras • Carne processada


Tabagismo

• Proteína vegetal • Laticínios ricos em

• Latícinios magros gordura

Nutrients. 2021 Jun 23;13(7):2149.


J Food Sci. 2015 Mar;80 Suppl 1:A8-A15.

PROTEÍNAS

Afeta a qualidade de vida Idosos são menos sensíveis


Sarcopenia, perda
ao efeito estimulante da
de força e massa
proteína a síntese de
muscular
 Risco de comorbidades massa muscular

Necessidade de
melhor consumo de
proteínas, de forma
quantitativa e
qualitativa!
• 0,4 g/Kg/PTN/ refeição
• 1,5 g PTN/dia
• Consumo distribuído
ao longo do dia!
PROTEÍNAS

Whey Protein

Superior à caseína e à
proteína da soja em Essa revisão recém publicada, considerou 35 estudos que
estimular a síntese de avaliaram o consumo de WP para idoso, mostrando que:
massa muscular
A suplementação promove a síntese de proteínas em idosos,
melhorando o desempenho muscular e a capacidade aeróbia,
protegendo contra a sarcopenia e reduzindo o risco de quedas

Parece contribuir para a melhoria da saúde, recuperação de


doenças, prevenção de riscos cardiovasculares e metabólicos e
complicações de esteatose hepática

J Food Sci. 2015 Mar;80 Suppl 1:A8-A15.; Exp Gerontol. 2020 Aug;137:110936.
26 mulheres com idade ≥ 60 anos, obesas e com
baixa massa muscular (obesidade sarcopenica)

GRUPO TESTE: GRUPO CONTROLE:


35 g de Whey/dia + Placebo +
treino de força 3x/semana treino de força 3x/semana

Durante 16 semanas, onde foram avaliadas quanto a


composição corporal, testes funcionais, avaliação de 1RM,
exames bioquímicos e avaliação dietética
A redução da massa gorda não Em geral, após a intervenção, a
foi significativa em ambos os obesidade sarcopenica diminuiu
grupos, no entanto, o grupo que em ambos os grupos, sendo que o
recebeu WP reduziu que recebeu WP apresentou uma
significativamente a frequência de redução significativa
sarcopenia (p <0,05). (61,5%, p <0,05).

OBESIDADE
SARCOPENIA OBESIDADE
SARCOPÊNICA
Whey protein combinada com exercício de resistência aumentou
Tecido Mole Apendicular Magro e diminuiu Massa Gorda Total,
Relativa e do tronco, melhorando a sarcopenia

WHEY PROTEIN PLACEBO


Tipo de PTN Antes Depois Antes Depois p
Massa Mole Magra (%) 31,8 33,0 32,9 33,5 < 0,001

Massa Mole Apendicular Magra (kg) 13,9 14,7 13,9 14,2 < 0,001
Massa gorda (%) 40,9 39,7 39,6 39,5 < 0,05

Massa gorda (Kg) 23,8 23,0 23,8 23,7 < 0,05


103 mulheres na pós menopausa
(Idade média = 55 anos; IMC médio= x 27.2 kg/m2)

O teor de massa muscular esquelética foi positivamente correlacionado com


atividade física (r = 0,205, P = 0,038) e ingestão de proteínas (r = 0,334 e P = 0,001)

Mulheres no tercil superior de ingestão de proteínas na dieta (1.65 ± 0.34 g/Kg):

Melhor perfil Escolhas nutricionais Menor Índice de Menor circunfe- Menor gordura
metabólico mais saudáveis Massa Corporal rência da cintura central
CARBOIDRATOS
Ideal: consumo de carboidratos complexos!

A resistência à insulina aumenta com a idade, recomenda-se


que mulheres na menopausa deem preferencia à carboidratos
complexos com baixo índice glicêmico
Tabagismo
PRIORIZAR CONTROLAR

• Grãos integrais • Grãos refinados


• ( 3 ou mais • Açúcar
porções/dia) • Adoçantes
• Frutas
Nutrients. 2021 Jun 23;13(7):2149.
GORDURAS
PRIORIZAR CONTROLAR

• Fontes vegetais insaturadas • Saturadas (<7% do VET)


• Castanhas e sementes (> 4 • Hidrogenadas
porções por semana)

Nutrients. 2021 Jun 23;13(7):2149.


AGEs: Ômega 3 e Ômega 6

Dieta ocidental Ideal (dieta anti-


(inflamatória) inflamatória

Relação w6:w3 Relação w6:w3


20:1 até 50:1 2:1 até 5:1
(ou 10:1)
ÔMEGA 3 ÔMEGA 6

ALA (linhaça, óleo de LA (óleo de


canola e de soja, milho, girassol e
nozes) cártamo)

Ác. Estearidônico (óleo


GLA (óleo de
de cânhamo) PROSTAGLANDINA ANTI- prímula e borragem)
S E TROMBOXANOS INFLAMATÓRIO

Ác. Eicosatetraenóico
DGLA

EPA (peixes, olho de ANTI- PROSTAGLANDINA


SE PRÓ- AA (carnes,
peixe e algas INFLAMATÓRIO
TROMBOXANOS INFLAMATÓRIO lácteos e ovos)
E LEUCOTRIENOS

DHA (peixes, olho


RESOLVINAS E ANTI- INFLAMATÓRIO INFLAMAÇÃO
de peixe e óleo de PROTECTINAS SISTÊMICA
krill)
GORDURAS

Baixo consumo Alto consumo de ômega 6,


de ômega 3 gorduras saturadas e
gorduras trans

Altera a fluidez das


membranas celulares,
dificultando a passagem de
substâncias e aumentando a
inflamação
GORDURAS
Ômega-3
• Diminui triglicérides
• Reduz pressão arterial
• Ajuda na melhora da
resistência à insulina
• Ajuda na melhora de
marcadores de inflamação

Recomendações
• Consumo de peixe
2X/semana
• Suplementação em cápsula
(850-1000 mg ou altas
doses para terapia
adjuvante na
hipertrigliceridemia)
GORDURAS
O azeite de oliva possui uma
grande variedade de
compostos, como polifenóis,
além de um teor muito maior
de gordura insaturada do que
gorduras saturadas

Ácido Oleico – w9
(70%)

Ácido Linoleico - w6
(15%)
GORDURAS
Os polifenóis presentes no
azeite de oliva foram
avaliados em diversos
estudos, tendo suas
propriedade antioxidantes e
anti-inflamatórias bem
estabelecidas
GORDURAS
Os ácidos graxos
do azeite também favorecem
uma microbiota intestinal com
bactérias mais saudáveis e que
dificultam a disbiose.

Os polifenóis atuam como


prebióticos e favorecem
gêneros como os Bacteroidetes

Papel protetor contra a


aterosclerose!
Tratamento Nutricional
Grandes preocupações na dietoterapia da paciente em menopausa:
SAÚDE ÓSSEA E MUSCULAR

Nutrientes mais importantes:

PROTEÍNA VITAMINA D CÁLCIO


VITAMINA D

Doenças musculoesqueléticas

Doenças cardiovasculares

Doenças metabólicas

Distúrbios psicológicos

Distúrbios cognitivos
VITAMINA D
VIT
D

Doenças musculoesqueléticas

Doenças cardiovasculares

Importância da vitamina
DDoenças metabólicas
na mineralização óssea

Distúrbios psicológicos

Distúrbios
?
cognitivos
Vit D +
Cálcio
Vitamina D e Cálcio

Nutrients. 2018 Aug 16;10(8):1103.


Vitamina D e Cálcio

583 mulheres com idade média de 85 anos,


divididas em grupos por 24 meses:

CA (1200 mg) + VIT D (800 UI) CONTROLE


(juntos ou separados) (placebo)
Vitamina D e Cálcio
A densidade mineral óssea do colo do fêmur diminuiu no grupo placebo
(média = -2,36% ao ano, DP = 4,92), mantendo-se inalterada em mulheres
tratadas com cálcio-vitamina D3 (média = 0,29% por ano, DP = 8,63)

O risco relativo (RR) de


fraturas de quadril no grupo
placebo em comparação com o
grupo de tratamento ativo foi
de 1,69 (IC 95% = 0,96, 3,0)
Vitamina D e Cálcio
Os orientações europeias para o diagnóstico e
tratamento da osteoporose em mulheres pós-
menopáusicas recomendam uma ingestão
diária MÍNIMA de 1000 mg/dia de cálcio, 800
UI/dia de vitamina D e 1 g/kg de peso corporal
de proteína para todas as mulheres com idade
mais de 50 anos

Ideal: avaliar e suplementar de acordo com os exames bioquímicos!

Nutrients. 2018 Aug 16;10(8):1103.


Vitamina D e Cálcio

É recomendado e seguro Recomendam-se doses diárias de


o consumo de até 1.200mg de 1000-2000 UI e valores séricos
cálcio ao dia, preferencialmente acima de 30 ng/mL para a
por meio da dieta. Quando há prevenção do
impossibilidade de fazê-lo por hiperparatireoidismo secundário,
meio de fontes nutricionais, é melhoria da massa óssea, redução
recomendável a administração de do risco de quedas. Se deficiência
suplementos de cálcio, com grave, encaminhar para o médico
avaliação de riscos e benefícios. para suplementação mais intensa
ZINCO

O papel do zinco na saúde da mulher


no período pré e pós menopausa
ainda não é bem esclarecido, mas
alguns estudos indicam que ele
possa desempenhar um papel na
manutenção da composição da
matriz extracelular vaginal, podendo
estar relacionado com os sintomas
vulvovaginais da menopausa
VITAMINA B12
Deficiência de vitamina B12 é comum com o avançar da idade

Baixa ingestão de produtos Má absorção devido a atrofia


de origem animal e/ou da mucosa gástrica e uma
ausência de suplementação perda gradual de ácido gástrico

É recomendada a avaliação do status bioquímico e


o consumo de 2,4 mg/dia por meio de alimentos de
origem animal, fortificados ou suplementos

Deficiências mais graves:


Suplementação sublingual ou encaminhar
para o médico para reposição intravenosa

J Obstet Gynaecol Can. 2016 Jun;38(6):508-554.e18.


Dieta Mediterrânea

Consumo adequado de vegetais,


frutas, grãos integrais e leguminosas
com redução de gorduras animais
saturadas e uso de gorduras vegetais
insaturadas, além de uma alta
ingestão de compostos bioativos,
incluindo polifenóis e ácidos graxos
v-3 com potencial anti-inflamatória e
antioxidante

Atenção a questões
quantitativas da dieta:
valor calórico e
oferta proteica
Dieta Mediterrânea
Consumo de grãos integrais, castanhas, nozes, frutas, sementes, leguminosas,
azeite de oliva, peixes e um consumo reduzido de carne vermelha

Antioxidantes Beta caroteno,


alimentares: vitamina D Magnésio
Beta caroteno, vitaminas C e E,
selênio e polifenois
e cálcio

• ↓ estresse oxidativo e • ↑ formação óssea • ↑ performance


inflamação • ↑ síntese de muscular
• ↓ inibição da osteocalcina pelo • ↑ metabolismo
diferenciação celular osteoblasto energético
osteoblástica • ↑ Mineralização do • ↑ transporte
• ↑ proteção dos miócitos osteoblasto transmembrana
de EROs • ↓ supressçao da • ↑ contração e
• ↓ TNF-α, IL-6 e IL-1β no formação de relaxamento muscular
tecido adiposo visceral osteoclatos
Nutrients. 2021 Jun 23;13(7):2149.
Recomendações Nutricionais

1 Ingestão adequada de proteínas

2 Consumo carboidratos complexos

Exercícios regulares de sustentação de peso


3 para preservar a massa muscular esquelética

Ingestão diária de 1200 mg de cálcio, 800 UI


4 de vitamina D e 2,4 mg/dia de vitamina B12
Recomendações Nutricionais

Ingestão Déficit
de calórico
proteína

Vitamina D Ômega 3

Vitaminas com potenciais


antioxidante: Vitamina A, C e E
Recomendações Nutricionais
Fitoestrógeos para VET, gorduras
redução dos sintomas saturadas e carboidratos
vasomotores, alterações refinados para melhora
de humor e melhora da saúde CDV
da memória e controle do peso

Vitaminas e minerais
Consumo de ômega
(principalmente vitamina
3/ômega 6 adequado
D e cálcio) para reduzir
para reduzir o risco CDV
sintomas vasomotores e
e a inflamação
prevenir osteoporose

10.1007/978-3-319-59318-0_18
Triptofano
É um aminoácido essencial que desempenha um papel fundamental na
síntese de proteínas, e é um precursor de compostos biologicamente
ativos, como SEROTONINA e MELATONINA

Alternativa para melhora dos sintomas emocionais e insônia!

FONTES:
Leite, peru, frango,
peixe, ovos,
abóbora
sementes, feijão,
amendoim, queijo e
vegetais folhosos
verdes

Int J Food Sci Nutr. 2021 Jun;72(4):432-446.


Depressão

Serotonina

Triptofano
Triptofano Serotonina
Fitoestrogenios
São compostos não esteroidais presentes em mais de 300
plantas, com propriedades estruturais e funcionais
semelhantes às dos estrogêniosc

Os fitoestrogenios mais
estudados no tratamento da FONTES:
menopausa são as ISOFLAVONAS , • Soja e derivados
sendo a principal a GENISTEÍNA • Leguminosas
• Frutas
• Legumes
• Cereais integrais
Estradiol • Azeite de oliva
• Trigo

Isoflavona
Molecules. 2019 Mar 19;24(6):1076.
A absorção das isoflavonas
da soja depende da presença
da flora intestinal para
produzir glicosidases e,
portanto, para hidrolisar
genisteína e daidzina em
estrógenos ativos

Int J Mol Sci. 2021 Mar 22;22(6):3212.


Fitoestrógenios

Antioxidants (Basel). 2021 Jul; 10(7): 1064.


Fitoestrogenios

“Apesar da falta de padronização nos desenhos do estudo, como


os ingredientes e doses de isoflavonas e as durações e
resultados de ensaios, tornando difícil tirar conclusões gerais, o
perfil de segurança das isoflavonas combinadas com seu
benefício para a saúde geral os torna uma opção de tratamento
atraente para mulheres na pós-menopausa que não querem ou
não podem fazer terapia de reposição hormonal”
Fitoestrogenios

Nesse estudo com 38 mulheres na pós-menopausa sofrendo com insônia, o


tratamento com isoflavona foi eficaz na redução dos sintomas!

80 mg de isoflavonas por 4 meses:

Melhora Diminuição na
significativa na intensidade e
eficiência do sono número de sintomas
(de 77,9% para vaso motores, como
83,9%) quando as ondas de calor, e
comparado ao na frequência de
grupo placebo (de insônia (de 89,5%
77,6% para 81,2%) para 36,9%)
Exercício físico

A prática regular de
atividades físicas é
uma das formas mais
seguras e concretas
de controle dos
sintomas da
menopausa!
O exercício físico é capaz de
induzir muitos dos mesmos
efeitos protetores da saúde
cardiovascular
desempenhados pelo
estrogênio

Além disso o exercício de força


associado a oferta proteica
adequada auxilia na prevenção
e tratamento da sarcopenia

Nutrients. 2018 Aug 16;10(8):1103. ; J Physiol 597.19 (2019) pp 4915–4925


Gestantes
Cuidados nutricionais gerais da gestante

• Ajuste da alimentação
• Redução dos agrotóxicos
• Redução de xenobióticos
• Cuidado com alimentos crus
• Higienização de hortaliças
• Zero álcool
• Consumo de água
• Controle de sal, alimentos
processados e açúcar

https://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202001
/03091259-nt-gestante-planificasus.pdf
Cálculos e necessidades nutricionais
a cada trimestre

Gestação
gemelar

17-25 kg

14-23 kg

11-19 kg
Gestação
Inadequação no ganho de peso gestacional

RJ:
- 35,6% ganharam peso insuficiente
- 35,8% acima do recomendado
Rev Bras Ginecol Obstet. 2012 Aug;34(8):386-93

SP:
- 50,5% das gestantes apresentou ganho
excessivo
- 29,7% ganho adequado
- 19,8% insuficiente

Rev Bras Ginecol Obstet. 2013 Nov;35(11):523-9


Exemplo

38 anos
1,81m
Ganho de peso total:
1º consulta: 12 SG - Sobrepeso: 7-11,5 kg
92 – 96,5 kg
Peso Pré-Gestacional: 85 kg
IMC pré-gestacional: 25,91 kg/m² -
sobrepeso Ganho de peso semanal:
-Sobrepeso: 0,23 – 0,33 kg/ semana
Peso atual: 87,85 kg Em 4 semanas (próxima consulta, 0,92 – 1,32kg):
IMC gestacional: 26,86 kg/m² - sobrepeso 88,77 – 89,17kg
Caso clínico
26,86 kg/m²

Curva de Atalah

SISVAN, 2008
Avaliação antropométrica pré-gestacional
Dados antromopétricos
pré-gestacionais Se não for possível
obter informação
sobre o peso pré-
gestacional,
Peso pré-
Altura considerar o
gestacional encontrado nas
primeiras 8 semanas
de gestação.
IMC pré- Ganho de peso
gestacional recomendado
Pré-gestacional: 65 kg, 1,67 m, IMC 23,30 kg/m 2
16 SG
Avaliação antropométrica gestacional

Medidas

Peso Altura

IMC
Avaliação antropométrica gestacional
Pré-gestacional: 65 kg, 1,67 m, IMC 23,30 kg/m2
16 SG

Exemplo

69 1,67
0,42kg/ semana
24,73 Em 16 SG: 6,72 kg (5,6 – 8 kg)

consulta
Ela aumentou 4 kg (65 – 69kg)
Avaliação antropométrica gestacional
Pré-gestacional: 65 kg, 1,67 m, IMC 23,30 kg/m2
20 SG

Exemplo
16 SG

69 1,67
20 SG
0,42kg/ semana
70,5 Em 4 SG: 1,68 kg (1,4 – 2 kg)
2ª consulta
4 semanas depois
Ela aumentou 1,5 kg (69– 70,5kg)
Avaliação
do peso a
cada
consulta

Curva de Atalah
Acompanhamento
a cada consulta

Exemplo
24,73 kg/m2

16 SG 69 1,67
25,27 kg/m2

20 SG 70,5
Necessidade energética
PESO CORPORAL UTILIZADO NAS EQUAÇÕES

1. Eutrofia → usar peso pré-gestacional 2. Sobrepeso e Obesidade → usar peso


pré-gestacional

• 3. Baixo Peso: usar peso desejável = peso ideal pré-gestacional ou peso ideal atual (referente
a semana gestacional atual).
Peso ideal = IMC ideal (Kg/m2) x Estatura (m2)

18,5Kg/m2
21,75Kg/m2 1,60 x 1,60 = 2,56
24,99Kg/m2

Peso ideal = 55,68Kg


Necessidade energética

OMS (1985)
NET = (GEB x FA) + adicional energético

FATOR ATIVIDADE
GASTO ENERGÉTICO BASAL OMS (2004)
IDADE GEB (KCAL/DIA)
(ANOS) NÍVEL DE ATIVIDADE SEXO FEMININO
10 a 18 (7,4 x peso) + (482 x altura) + 217
18 a 30 (13,3 x peso) + (334 x altura) + 35 SEDENTÁRIA/LEVE 1,4 a 1,69 (1,55)

30 a 60 (8,7 x peso) – (25 x altura) + 865 ATIVA/MODERADA 1,7 a 1,99 (1,85)

Peso em kg; altura em metros MUITO ATIVA/INTENSA 2 a 2,4 (2,2)


Necessidade energética
IOM - MÉTODO DRI (IOM, 2005)

Idade ENERGY ESTIMATED REQUIREMENT


(anos) (EER)
9 – 18 135,3 – (30,8 x idade) + [NAF x (10x P + 934 x altura)] + 25 + adicional energético

19 – 50 354 – (6,91 x idade) + [NAF x (9,36 x P + 726 x altura)] + adicional energético

P, peso em kg; I, idade em anos; altura em metros

NAF < 19 anos > 19 anos


Sedentária 1,0 1,0
NIVEL DE ATIVIDADE FÍSICA (NAF) Leve 1,16 1,12
IOM (2005)
Ativa 1,31 1,27
Muito Ativa 1,56 1,45
Necessidade energética
MÉTODO RDA SIMPLIFICADO (1989)
NET = (36 kcal X Peso Ideal Pré-Gestacional) + Adicional
energético

 IMC IDEAL PRÉ-GESTACIONAL: 18,5 A 24,9 kg/m2

 ADOLESCENTES
 IMC IDEAL PRÉ-GESTACIONAL ADOLESCENTES: IMC/idade
(Curva OMS, 2007)
Acréscimo energético

▪ RDA (1989): 300 kcal no 2º e 3º trimestres Para gestante com baixo peso:
acréscimo desde o 1º trimestre

▪ OMS (2004): 360 kcal/dia no 2º trimestre


475 kcal/dia no 3º trimestre
Para gestante com sobrepeso/
obesidade:
▪ IOM (2005): 340 kcal no 2º trimestre Não preconizar perda de peso
452 kcal no 3º trimestre
Deposição de energia:

•Mães com baixo peso: + 300 kcal/d;


•Mães com peso normal: + 200 kcal/d;
•Mães com sobrepeso: + 150 kcal/d;
•Mães com obesidade: – 50 kcal/d

Altura: em cm
Peso: em kg
Gestação: em semanas
Washington (DC): National Academies Press (US); 2023 Jan 17.ISBN-
13: 978-0-309-69723-1ISBN-10: 0-309-69723-9
Estratégias
nutricionais para a
gestantes nos
diferentes estágios da
gestação
Proteína
 OMS (2002): 0,83 g/kg/dia + adicional proteína (g)
1° trim: + 1 g/dia
2° trim: + 10 g/dia
 Adolescentes (ADA, 1989):
3° trim: + 31 g/dia
≤15 anos: 1,7g/Kg/dia
 RDA (1989):
60 g/dia → 50% PROTEINA DE AVB > 15 anos: 1,5 g/Kg/dia
Cálculo individual: 1,3 g / Kg / dia

 IOM (2006):10 a 35%


71 g/dia
1,1 g /kg/ dia Para as veganas:
pelo menos
1,1g/kg de peso
Suplementação de proteína

Proteínas de Whey protein Proteína de soro


Whey Protein
soro de leite concentrado e do leite isolada e
Concentrada, proteína
hidrolisadas isolado emulsificante
de soro do leite isolada
e isoladas lecitina
e proteína de soro do
leite hidrolisada
Gestação gemelar

• Adicional energético: 1000 Kcal


• Adicional proteína= 0,83 g/kg/dia (OMS) + 50g

Vasconcelos, Gadelha e Lima, 2011


Para as veganas: pelo menos 1,1g/kg de peso
Carboidratos
▪ IOM = 45 a 65%
▪ Ingestão mínima de 175g (RDA)

▪ OMS = 55 a 75%
▪ Preferencialmente integrais (prevenção e tratamento da DMG)

Índice glicêmico e carga glicêmica altos no início da gestação estão associados a percentual de gordura
elevado nos filhos aos 4 e 6 anos
Am J Clin Nutr. 2014 Jun 18

Níveis aumentados de glicemia de jejum materna estão associados a maior adiposidade nos filhos
J Clin Endocrinol Metab. 2014 Jan;99(1):240-7

Cuidado com os
excessos
Lipídeos
▪ OMS (2003): 15 a 30%
▪ DRI/ IOM (2002): 20 a 35%

▪ Preferir poliinsaturados:
▪ ômega 6 (5 a 8%)
▪ ômega 3 (1 a 2%)
Tratamento
nutricional para
enjoos da gestante
Tratamento nutricional para enjoos

- 85% das gestantes tem enjoo

- Não é totalmente conhecida:

Elevação de estrogênio? hCG?


psicológico?
Predisposição genética?
Cefaléia?
Tratamento nutricional para enjoos

- Fracionar a alimentação: Não


ficar muito tempo sem se
alimentar: 1 a 2 horas
- Evitar alimentos gordurosos e
picantes
- Comer alimentos mais secos:
antes de se levantar – 2
bolachas água e sal
Tratamento nutricional para enjoos

Recomendado pela American College of


Obstetrics and Gynecology

Gingerol inibe receptores colinérgicos e


serotoninérgicos no TGI: antagonistas de
dopamina e serotonina e aumentam a
motilidade do TGI.

Também inibem o crescimento da H. pylori


(caso a gestante tenha)

Seguro para o feto


Tratamento nutricional para enjoos

Cápsula de gengibre em pó

1g a 2 g/dia
(fracionar em 3 ou 4 doses)

De 4 dias a 2 semanas
Tratamento nutricional para enjoos

Vitamina B6: 40 mg, 2x ao dia

Gengibre: 250mg, 4x por dia

MPUQE score: ambos reduziram


os sintomas de náusea e vômito,
de modo semelhante,
especialmente após 4 dias de
tratamento
Tratamento nutricional para enjoos

3 biscoitos água e sal antes


de levantar, pela manhã
Suplementação
para a gestante
Ômega 3
Gestante (2 e 3º trimestre) e lactantes

Recomendação de
200 – 600 mg de DHA
por dia.
Ômega 3
Reduz parto
prematuro

Melhora
Reduz risco
desempenho
de alergias
cognitivo Benefícios
do ômega 3

Reduz risco Reduz risco


de HAS e DM de
gestacional complicações

Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol. 2014 January ; 28(1): 85–95. doi:10.1016/j.bpobgyn.2013.08.007
Am J Clin Nutr 2013 Apr;97(4):808-15
Ômega 3

Ou seja, 1 cápsula tem 500 mg de DHA.


São 120 cápsulas, portanto, a embalagem
dura 4 meses de uso diário.
Ômega 3
Ômega 3
Ômega vegetal:
menor
biodisponibilidade

Apenas 200mg de
DHA

Sem EPA na
composição
Ômega 3

Suplementação de ômega-3 durante a


gravidez pode exercer efeitos favoráveis Uma baixa ingestão de PUFA
contra pré-eclâmpsia, baixo peso ao ômega-3 durante a gravidez
nascer, parto prematuro e depressão pós- foi correlacionada com
parto, pode melhorar o sistema níveis mais baixos de EPA, o
imunológico e atividade visual em bebês que tendeu a levar à
e crianças. depressão pós-parto.
Vitaminas
Mulher Gestante
19-50 anos 19 a 50 anos
RDA/AI RDA/AI % Aumento
Folato (B9) (mcg) 400 600 50
Piridoxina (B6) (mg) 1,3 1,9 46
Niacina (B3) (mg) 14 18 29
Riboflavina (B2) (mg) 1,1 1,4 27
Ácido pantotênico (B5) (mg) 5 6 20
Tiamina (B1) (mg) 1,2 1,4 17
Vitamina C (mg) 75 85 13
Vitamina A (mcg) 700 770 10
B12 (mcg) 2,4 2,6 8
Colina (mg) 425 450 6
Vitamina D (UI) 200 200 0
Vitamina E (mg) 15 15 0
Vitamina K (mcg) 90 90 0
Biotina (mcg) 30 30 0
Minerais
Mulher Gestante
19-50 anos 19 a 50 anos
RDA/AI RDA/AI % Aumento
Ferro (mg) 18 27 50
Iodo (mcg) 150 220 47
Zinco (mg) 8 11 38
Cromo (mcg) 25 30 20
Magnésio (mg) 19-30 anos 310 350 13
31-50 anos 320 360 13
Cobre (mcg) 900 1000 11
Manganês (mg) 1,8 2 11
Selênio (mcg) 55 60 9
Calcio (mg) 1000 1000 0
Potássio (mg) 4700 4700 0
Sódio (mg) 1500 1500 0
DRIs
Vitaminas: RDA Vitaminas: UL
DRIs Minerais: UL

É o valor máximo de
prescrição. Podemos usar
quando o paciente
apresenta insuficiência/
deficiência

Minerais: RDA

É obrigatório que você alcance


esse valor.
É o mínimo que o paciente precisa.
https://ods.od.nih.gov/HealthInformation/nutrientrecommendations.aspx
No plano alimentar
No plano alimentar, é possível alcançar a (RDA)?
No exame bioquímico
Se a paciente não apresenta valores adequados, vamos suplementar.
http://abran.org.br/new/wp-content/uploads/2019/08/ALEM_DA_NUTRICAO.pdf
Polivitamínicos comuns
Quantidade, biodisponibilidade, corantes, veículos

Excipientes: crospovidona, lactose


monoidratada, estearato de magnésio,
laurilsulfato de sódio, ácido esteárico,
dióxido de silício, corante opadry rosa,
óleo mineral, polissorbato 80, citrato
trietílico e água purificada. Excipientes: óleo de soja, Softisan 378
(mistura de glicerídeos de ácidos graxos
saturados), lecitina de soja e
simeticona.

Excipientes: óleo de soja, glicerídeos de ácidos graxos


saturados, lecitina de soja, gelatina, mistura de
sorbitol/glicerina, água destilada, metilparabeno,
propilparabeno, dióxido de titânio, óxido de ferro
preto em suspensão, óxido de ferro vermelho em
suspensão
Mistura Orgânica de Frutas e Vegetais Crus
Maçã Orgânica (fruta), Beterraba Orgânica (raiz), Brócolis
Orgânico (caule e flor), Cenoura Orgânica (raiz), Espinafre
Orgânico (folha), Tomate Orgânico (fruto), Morango Orgânico
(fruta), Cereja Ácida Orgânica (fruta), Amora-Preta Orgânica
(fruta), Pimentão Verde Orgânico (fruto), Couve de Bruxelas
Orgânica (folha), Mirtilo Orgânico (fruta), Gengibre Orgânico
(raiz), Alho Orgânico (bulbo), Cebola Verde Orgânica (bulbo),
Framboesa Orgânica (fruta), Folhas de Salsa Orgânica (folha),
Couve-Flor Orgânica (flor e caule), Repolho Roxo Orgânico
(folha), Couve-de-Folhas Orgânica (folha), Pepino Orgânico
(cabaça), Aipo Orgânico (caule), Aspargo Orgânico (flor e caule).

Mistura Para Conforto Digestivo na Gravidez


Gengibre (raiz e rizoma), [Lactobacillus plantarum, Lactobacillus
bulgaricus, Lactobacillus rhamnosus] (6 Bilhões de UFC),
Saccharomyces cerevisiae
Mistura de Superalimentos Orgânicos da
Rainbow
Espirulina orgânica, beterraba orgânica
(raiz), brócolis orgânico (planta), couve
orgânica (folha), espinafre orgânico (folha),
amora orgânica (fruta), mirtilo orgânico
(fruta), cenoura orgânica (raiz), cranberry
orgânico (fruta)

Mistura de Enzimas e Probióticos


Extrato do suco de gengibre (raiz), amilase
(150 DU†), protease (600 HUT†), xilanase
(80 XU†), maltase (4 DP†), glucoamilase
(0,4 AGU†), hemicelulase (61 HCU†),
betaglucanase (0,2 BGU†), fitase (0,04 FTU†),
celulase (24 CU†), alfa-galactosidase
(4 GaIU†), lipase (22 FIP†), lactase (7 ALU†),
invertase (3 SU†), Bacillus coagulans MTCC
5856 (25 milhões de UFC†)
Formulação
magistral para a
gestante
Formulação magistral,
elaborada de acordo com a
necessidade individual de
cada gestante, sejam
carências ou excessos.
Ferro
Ferro
➢ Repor as necessidades materna Necessidades  partir do 2º trimestre →
➢ Aumento da massa de hemácias prematuros tem + chances de anemia
➢ Necessidade para o crescimento do
feto, da placenta e perdas de sangue

Cuidado com o excesso

Ferro estresse oxidativo: destruição da célula


beta pancreática:  [insulina]

J Matern Fetal Neonatal Med. 2017 Jul 11:1-5. doi: 10.1080/14767058.2017.1349746 ; Helin A, Kinnunen TI, Raitanen J, et al. BMJ Open 2012;2:e001730. doi:10.1136/bmjopen-2012-
001730; Clinical sports nutrition/edited by Louise Burke and Vicki Deakin, 2015
FERRO: 30 a 60 mg

FERRO: 40 mg
Ferro

Ferro para todas? Será?

- Ferritina > 70 mcg/L: sem necessidade da


suplementação de ferro RDA: 27 mg
- Ferritina entre 31-70 mcg/L: 30-40 mg de ferro
- Ferritina ≤30 mcg/L: 60 a 80 mg de ferro UL: 45 mg
- Ferritina < 15 mcg/L: doses terapêuticas de 100 mg
Ferro Observem a quantidade mas também a forma química
Ferro
Uma possibilidade
interessante é o ferro
quelato bisglicinato ou
lipossomal
- Fórmula pronta
- Manipulada
25mg de ferro elementar
- Avaliar ferritina sempre
que possível

Ferro lipossomal
Magnésio
• Deficiência:
- Prematuridade
- Caibras nas pernas
- Constipação
- Pré eclâmpsia
- RCIU (restrição do crescimento intra-
uterino)

• Deficiência:
- Gordura corporal
- Causa intolerância a glicose
- Induz RI

(Placenta. 2016 Mar;39:87-93; J Nutr 2005, Jun 135 (8)1353)


Magnésio

Dose recomendada
(suplementação):

100-200mg/dia

(máx 350mg/dia UL)


Cálcio
Nem todos polivitamínicos tem cálcio na
composição, por isso, é prudente
verificar se tem e qual quantidade, para
que possa ajustar na alimentação

A suplementação de
Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) cálcio na deficiência
(até 600 mg / dia) durante a gestação para
Organização Mundial da Saúde (OMS) reduzir o risco de pré-eclampsia

Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) RDA: 1300 mg (< 19 anos)


1000 mg (> 19 anos)
UL: 2,5 g

A administração da suplementação deve ser feita pela manhã ou


noite, para garantir uma absorção adequada
Cálcio

Diminui a biodisponibilidade: oxalato, fitatos


Aumenta a biodisponibilidade: AGCC (FOS, fibras solúveis), Mg, Vitamina D
COZZOLINO, S.M.F. Biodisponibilidade de nutrientes, 2007
Vitamina D
• Deficiência: 25(OH)D <25–50 nmol/L (10-20 ng/ml)
• Ótima: >75 nmol/L (30ng/ml)

DM
gestacional

Pré-
Asma
Média do estudo em gestantes eclâmpsia
curitibanas: 53.41 nmol/L
Somente 19.2% apresentaram níveis
normais de vitamina D

Alterações
Aborto
ósseas

BMC Pregnancy Childbirth. 2016 May 24;16:119; Curr Diab Rep (2014) 14:451, Nutrients 2012, 4, 799-840
Vitamina D

RDA: 600 UI (15 ug)

UL: 4000 UI (100 ug)

Nutrients 2012, 4, 799-840; doi:10.3390/nu4070799


Ácido fólico
Síntese de DNA e de RNA
Importante para a divisão celular e síntese proteica

Deficiência
- Anencefalia, hidrocefalia e espinha bífida: tubo neural fecha
aos 28 dias de gestação
-Aborto espontâneo
- Anemia megaloblástica
- Pré-eclâmpsia
- Restrição de crescimento intrauterino e baixo peso
nascimento
- Parto prematuro
ÁCIDO FÓLICO: 400 mcg
RDA: 600 mcg Durante toda gestação

UL: 1 mg (> 19 anos)


800 mcg (≤18 anos)
Ácido fólico

Preferir a
recomendação de
400 ug/ dia

Nutrients 2017, 9, 123; doi:10.3390/nu9020123


Ácido fólico
Doses >1g na gestação associadas à
Cognição menor desenvolvimento cognitivo entre
crianças entre 4-5 anos

Verbalização Memória
global verbal

Função cognitiva Função cognitiva


do córtex posterior do córtex anterior

Am J Clin Nutr doi: https://doi.org/10.3945/ajcn.117.152769.


Ácido fólico

Recomendação
Ácido fólico
Organização População Recomendação
American College of População em geral: Mulheres Suplementação de ácido fólico de 400 μg por dia é recomendada durante o
Obstetrics and capazes de engravidar período periconcepcional para reduzir a ocorrência e recorrência de alterações no
Gynecology tudo neural em mulheres de baixo risco.
População de alto risco: mulheres A suplementação de ácido fólico de 4 mg por dia é recomendada para mulheres
com alto risco de alterações no com alto risco de alterações no tubo neural.
tudo neural ou com gravidez
anterior com alterações no tubo
neural (ATN)
American Academy População geral: mulheres sem Todas as mulheres em idade fértil, capazes de engravidar e sem histórico de
of Pediatrics histórico de gravidez anterior gravidez anterior afetada por alteração no tubo neural devem consumir 400 μg de
afetada por uma alteração no tubo ácido fólico.
neural
População de alto risco: mulheres As mulheres com uma gravidez anterior afetada por um ATN devem consumir
com uma gravidez anterior afetada 4.000 μg (4 mg) de ácido fólico por dia, começando 1 mês antes do momento em
por um ATN, tendo um parente que planejam engravidar e nos primeiros 3 meses de gravidez, a menos que
próximo com um ATN, com contraindicado. As mulheres devem ser aconselhadas a não tentar atingir a
diabetes, recebendo tratamento dosagem diária de 4.000 μg de ácido fólico tomando multivitaminas de venda livre
com ácido valpróico ou ou prescritas contendo ácido fólico devido à possibilidade de ingerir níveis nocivos
carbamazepina para um distúrbio de outras vitaminas. Mulheres de outros grupos de alto risco que estão planejando
convulsivo e tendo um ATN ou um uma gravidez devem discutir com seu médico as vantagens e desvantagens de
parceiro com um ATN aumentar sua ingestão diária de ácido fólico periconcepcional para 4.000 μg.
Ácido fólico
Organização População Recomendação
Public Health Service População geral: Mulheres em idade Mulheres em idade fértil nos Estados Unidos que são
reprodutiva nos Estados Unidos capazes de engravidar devem consumir 0,4 mg de ácido
fólico por dia para reduzir o risco de ter uma gravidez
afetada por espinha bífida ou outras ATN.

População de alto risco: Mulheres que As mulheres com uma gravidez anterior afetada por um
tiveram uma gravidez anterior afetada por ATN devem consultar seus médicos para
uma ATN aconselhamento ao planejar engravidar.
American Academy of Family Mulheres planejando ou capazes de Suplemento diário contendo 0,43 a 0,8 mg (400 a 800
Physicians engravidar μg) de ácido fólico é recomendado para mulheres que
planejam engravidar ou podem engravidar.

American Academy of Neurology Mulheres com epilepsia A suplementação de ácido fólico deve ser instituída em
mulheres com epilepsia: não menos que 0,4 mg/dia e
continuada durante a gravidez.
Ácido fólico
Organização População Recomendação
Institute of Medicine Mulheres capazes de engravidar 400 μg de ácido fólico diariamente de alimentos
fortificados, suplementos ou ambos, além de consumir
folato alimentar de uma dieta variada

National Institute for Health and População em geral: mulheres que podem Recomenda-se uma dose diária de 400 μg de ácido fólico
Care Excellence engravidar e mulheres no início da gravidez antes da gravidez e durante as primeiras 12 semanas.

• População de alto risco: mulheres ou seus Uma dose diária de 5 mg de ácido fólico é recomendada
parceiros têm uma ATN para mulheres de alto risco que planejam uma gravidez
• Mulheres que tiveram um bebê anterior ou estão nos estágios iniciais da gravidez.
com ATN
• Mulheres ou seus parceiros com histórico
familiar de ATN
• Mulheres que têm diabetes
B1, B2, B6, B5,
B3 e B12 tem suas
necessidades
aumentadas de 30 a
40%

Co-fatores no
metabolismo dos
macronutrientes
Cafeína

Nutrients 2019, 11, 806; doi:10.3390/nu11040806


Polifenóis

As propriedades biológicas dos polifenóis são


extensas: efeitos vasoprotetores e
vasodilatadores, bem como efeitos
antitrombóticos, eles também têm
propriedades antilipêmicas e
antiateroscleróticas. Mas será que existe algum
prejuízo para o bebê?
Polifenóis
Polifenóis
Polifenóis
Destaca-se a relação existente entre DMG e maior
incidência de doenças do neurodesenvolvimento,
como TDAH e TEA, além de outros problemas de
Relação positiva entre
desenvolvimento cerebral.
polifenóis e redução dos níveis
As ações antioxidantes e anti-inflamatórias dos
de glicose no sangue é descrita
polifenóis podem prevenir processos nocivos no
na literatura.
organismo, como o estresse oxidativo, e, portanto,
também prevenir suas consequências, como
Além disso, o DMG é a
descompensações metabólicas, doenças diversas
complicação cardiometabólica
(por exemplo, DMG) e alterações no metabolismo.
mais relacionada a diversas
patologias e consequências no
Em resumo, os polifenóis têm um impacto positivo
neurodesenvolvimento fetal.
na saúde transgeracional mãe-filho e, portanto, na
epigenética.
Tratamento
nutricional da
gestante com DMG
O ganho de peso recomendado
durante a gravidez em mulheres
com DMG é o mesmo quando se
considera gestações normais com
tolerância à glicose
A glicose passa pela placenta para o feto e
aumenta a produção fetal de insulina, que,
por sua vez, estimula o crescimento fetal,
causando macrossomia e crianças grandes Não há evidências suficientes para
para a idade gestacional (GIG). sugerir que os requisitos de
energia para mulheres com DMG
A curto prazo, o DMG está associado a um devam ser diferentes de mulheres
risco aumentado de resultados adversos da normoglicêmicas ou sugerir uma
gravidez, com um risco a longo prazo de ingestão calórica ideal específica
obesidade infantil e diabetes tipo 2 na mãe e para mulheres com DMG
nos filhos.
Fibras
Consumo mínimo de 25
g de fibra dietética.
A American Diabetes
Carboidratos Association recomenda
O IOM recomenda 46-65% de carboidratos e um mínimo de um mínimo de 28 g de
175 g de carboidratos por dia para garantir crescimento fetal fibra para mulheres
adequado e desenvolvimento e função cerebral. com DMG: estas
recomendações podem
Os carboidratos devem consistir predominantemente em ser satisfeitas com a
alimentos de baixo à moderado índice glicêmico e um teor ingestão diária de 600 g
naturalmente alto de fibra dietética, como vegetais, legumes, de fruta e vegetais com
frutas e grãos integrais. A ingestão de açúcares adicionados um mínimo de 300 g de
deve ser mantida baixa: a ingestão de açúcar adicionado deve vegetais.
ser limitada a não mais que 25% da energia total
Fibras
▪ 20 - 35 g / dia (quantidade para todas as gestantes, não
apenas as com DMG) Variedade

- Controle glicêmico
- Controle da constipação gestacional
e pós-parto

Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2009 Nov;12(6):565-74


Glicemia
de jejum

Glicemia 2h

HBa1c
Nesta revisão sistemática e
meta-análise de mais de 1
milhão de mulheres grávidas
foram avaliadas:
47% tiveram ganho de peso
Ganho de peso gestacional excessivo e gestacional maior do que as
insuficiente tem sido associado a resultados recomendações do IOM e 23%
adversos da gravidez, incluindo tamanho tiveram ganho de peso
pequeno para a idade gestacional (PIG), gestacional menor do que as
tamanho grande para a idade gestacional (GIG), recomendações do IOM.
diabetes mellitus gestacional (DMG), pré-
eclâmpsia, retenção de peso pós-parto e
obesidade da prole.
- Controle do aumento de peso

- Controle nos carboidratos, Peso


especialmente os refinados.
Evitar refeições exclusivas de
carboidratos de alto índice
glicêmico.

- Consumo de proteínas adequado Glicemia


ADA 175g de CHO, pelo menos 71g de PTN e 28g de fibras

175g de CHO distribuídos em 3 grandes refeições,2


Diabetes Canada
lanches (1 antes de dormir), trocar carbo de alto IG
por moderado IG

35-45% de CHO: 3 grandes refeições, 2 – 4 lanches (1


Endocrine Society antes de dormir).
Ajuste nas kcal consumidas: redução em 33% é
apropriado em mulheres com sobrepeso/ obesidade
https://glycemicindex.com
Programação
metabólica
Programação metabólica

Indrio et al, 2017


doi: 10.1111/apa.14269
Diabetes Res Clin Pract. Author manuscript; available in PMC 2019 November 01
IMPACTO
VIDA ADULTA

Dano sofrido durante a gestação


resulta em modificação do padrão de
crescimento e formação de órgãos
centrais do metabolismo, produzindo
alterações
morfológicas, fisiológicas e
metabólicas permanentes.
Em longo prazo, suas consequências
são irreparáveis e irreversíveis,
sendo observadas na vida adulta
mesmo na interrupção do estímulo
desencadeante do mecanismo
adaptativo
(Lucas, 1991; Barker, 1995b; Barker e Clark, 1997)

doi: 10.3389/fphys.2018.00602
300.000 filhos de mulheres holandesas com desnutrição
durante 1º e 2º trimestre de gestação durante 2ª Guerra
Mundial

RN baixo peso
Hipótese do gene poupador

Aumento na chance de
obesidade na vida adulta

Aumento na chance de:


• Elevação da PA
• Dislipidemia
• DM2
(Barker et a, 1989; 2002; Eriksson et al, 2002; Daivies et al, 2004; Szathmari et al, 2000; Painter et al, 2007)
Ômega 3

• Desenvolvimento neurológico

• Desenvolvimento cognitivo

• Habilidade motora
Recomendação de
200 – 600 mg de DHA
• Acuidade visual por dia.
A exposição perinatal a uma dieta rica em gordura aumenta os
comportamentos relacionados à ansiedade.
Em alguns estudos realizados em modelos animais de restrição
calórica, a exposição durante o início da gravidez demonstrou
aumentar os comportamentos relacionados à ansiedade em
comparação com outros estágios da gravidez.

No caso da restrição proteica, foram descritas modificações nos


comportamentos relacionados à depressão, incluindo
problemas relacionados ao aprendizado, memória,
coordenação neuromuscular e desenvolvimento
comportamental, embora os mecanismos subjacentes afetados
sejam desconhecidos
Os distúrbios do sono durante a gravidez
podem ser prejudiciais tanto para a mãe
quanto para a prole, promovendo um risco
aumentado no perfil metabólico e epigenético
e estão associados a algumas alterações
hormonais, incluindo: aumento dos níveis de
progesterona (causando fadiga e sonolência
diurna), aumento dos níveis de estrogênio (que
diminuem seletivamente a ativação do sono
Exercício físico de intensidade REM), alterações na secreção de cortisol (que
moderada a vigorosa em mulheres diminui o sono REM e aumenta o sono de
grávidas a partir da 17ª semana até o ondas lentas), alterações nos níveis de
parto (3 dias/semana, 60 min/sessão) é prolactina (que exacerba o sono de ondas
uma ferramenta para modular o lentas), alterações nos níveis de hormônio do
crescimento (associado a o início e a
sistema imunológico, evitando futuras manutenção do sono de ondas lentas) e essas
deficiências imunometabólicas e mudanças desempenham um papel importante
prevenir complicações na gravidez no crescimento e desenvolvimento do feto
Estudos em humanos e animais estabeleceram
que a obesidade do pai prejudica seus hormônios
e funcão espermática, que pode ser transmitida à
prole.

Em humanos, a obesidade paterna resulta em resistência


à insulina/diabetes tipo 2 e aumento do nível de cortisol
no sangue do cordão umbilical, que aumenta os fatores
de risco para doenca cardiovascular. Existe associacão
entre a gordura corporal nos pais e a prevalência de
obesidade em suas filhas.

Uma explicacão para estas observacões é a epigenética. A


obesidade paterna pode induzir fenótipos programados
na prole através da epigenética.
Microbiota da
gestante
Microbiota da gestante e
prescrição de probióticos

A microbiota do bebê
é semelhante à da
mãe, independente do
tipo de parto
Gestação
Antigamente acreditava-se que os fetos
eram estéreis no útero e a colonização
microbiana começava durante e após o
nascimento.

A composição e diversidade do microbioma


intestinal materno muda a cada 3 meses do
período gestacional.
E é determinada pelo hospedeiro:
fatores genéticos, fatores ambientais e
hábitos alimentares.

Microbioma intestinal desempenham um


papel vital na saúde:
Imunidade, digestão e estão envolvidos no
desenvolvimento de
doenças crônicas como DM, HAS e
doença inflamatória intestinal Milani C, et al. Microbiol Mol Biol Rev. 2017 Nov 8.
Uma microbiota intestinal
materna saudável pré
gestacional e ao longo da
gestação, leva a maiores
chances de um bebê saudável.

A microbiota intestinal materna


alterada, como no caso da obesidade
materna, antes da gravidez, é
amplificada ou modificada
com adaptações da gravidez.

Essas modificações podem levar a um


ambiente intrauterino inadequado que
pode levar ao desenvolvimento fetal
deficiente/alterado, aumentando o risco
de doença crônica
Pediatr Res. 2015 Jan;77(1-2):196-204.
Alimentação, idade
da mãe e
estado metabólico da
mãe, genética
familiar e estilo de
vida também podem
impactar
a microbiota infantil

Pediatr Res. 2015 Jan;77(1-2):196-204.


Avaliaram o
desenvolvimento da
colonização intestinal
infantil até os 5 anos
de idade e suas
relações com a
sobrepeso materna.
Menores escores de
raciocínio prático aos 36
meses, foram
significativamente
relacionados com o
excesso de peso pré-
gestacional materno
H: eutrófica
0: sobrepeso

E a associação entre o
peso materno e o
escore de raciocínio do
bebê foi observada na
composição da
microbiota, com 36
meses.
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Apesar da fraca qualidade dos trabalhos, o
Por volta de 5 resultado na meta-análise mostra efeito
tâmaras benéfico da tâmara no trabalho de parto.
- Maior dilatação
- Menor necessidade de indução do parto
Redução dos estoques de creatina
tem sido relacionada ao baixo peso
e nascimento pré-termo.

Estudos em animais com suplementação


de creatina para as gestantes:
pode proteger o bebê contra a hipóxia
intraparto.

Até então, sabe-se que


a creatina é um
suplemento seguro.
Mas a segurança será
maior com mais
estudos.
Nutrição da mulher
lactante
Estímulo da lactação por
condutas nutricionais

Leite materno:
Será que é tão simples e
padrão ouro.
fácil quanto a teoria?
Exclusivo até os 6 meses.
Custo energético para produção de leite:
• 0 a 6 meses após o parto: 540 kcal/dia
• 7 a 12 meses: 380 kcal/dia

Mobilização de energia:
para mulheres em amamentação exclusiva (dos 0 a 6
meses pós-parto): adicionar o valor de 140 kcal/d

Emagrecimento:
Pode aplicar déficit calórico?

Altura: em cm Washington (DC): National Academies Press (US); 2023 Jan 17.ISBN-
Peso: em kg 13: 978-0-309-69723-1ISBN-10: 0-309-69723-9
Durante a gravidez, a maioria das mulheres
armazena kg extras nos tecidos, principalmente
na forma de gordura, na preparação fisiológica
para a lactação.

Se as mulheres não consumirem as calorias


extras, as reservas corporais serão usadas para
manter a lactação. Não é incomum mulheres
lactantes perderem 0,5-1,0 kg/mês após o
primeiro mês pós-parto.

A dose diária recomendada de proteína


durante a lactação é de 25 g/dia adicionais.
Por outro lado, os níveis de cálcio, fósforo e
magnésio no leite materno são independentes
dos níveis séricos e da dieta materna.
Fatores maternos como estresse, ansiedade e
tabagismo podem diminuir a produção de leite,
A perda de peso durante a mas o valor quantitativo e calórico do leite materno
lactação geralmente não não muda com dieta e exercícios.
afeta a quantidade ou a
qualidade do leite materno, Além disso, o peso, o IMC, o percentual de gordura
mas deficiências maternas corporal e o ganho de peso de uma mulher durante
de magnésio, vitamina B6, a gravidez não influenciam a produção de leite
folato, cálcio e zinco foram
descritas durante a A FDA recomenda precauções semelhantes em
lactação. Felizmente, essas relação a evitar peixes com alto teor de mercúrio
deficiências vitamínicas no durante a lactação. Efeitos neonatais adversos não
leite materno respondem à foram demonstrados com o consumo materno
suplementação materna. normal de peixe durante a amamentação.
Para combater essa tendência e
Vários estudos demonstraram que mulheres aumentar a probabilidade de as
com obesidade têm taxas reduzidas de iniciar mulheres com obesidade
a amamentação e podem amamentar por atingirem seus objetivos de
períodos mais curtos amamentação, elas precisam de
apoio e incentivo adicionais para
Causas: amamentar, incluindo
Biológica (lactação atrasada), psicológica assistência com técnicas de
(constrangimento relacionado ao corpo e pega, para ajudar no início e na
dificuldade em amamentar discretamente), continuação da lactação.
fatores mecânicos (mamas e mamilos maiores
que criam dificuldades na pega) e médicos
(ou seja, partos cesáreos, diabetes, disfunção
da tireoide)
Outra recomendação é
consumir 1200- 1.500 mg/dia
de cálcio devido à possível
diminuição da ingestão

Vegetarianas

Suplementos de vitamina D são


recomendados para mulheres que não
bebem leite ou outros alimentos
enriquecidos com vitamina D.

Um suplemento de vitamina B12 (2,6


μg/d) também é recomendado para
mulheres que consomem dieta
ovolactovegetariana e vegana.
As mulheres que amamentam gastam cerca
de 330 a 500 kcal e 71 g de proteínas a mais
por dia
Os níveis de vitamina D são baixos no LM,
sendo necessária a suplementação.

Os níveis de vitamina A no LM variam de


acordo com a dieta materna, podendo ser
baixos se a dieta for pobre em vegetais e
produtos lácteos.

DHA: 200 a 300 mg por dia

Butte NF, Stuebe A. Maternal nutrition during lactation. Pediatric Up-to-Date. 2018; Henderson A. Vitamin D and the breastfeeding infant. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs.
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2015;(10).
Estímulo da lactação por
condutas nutricionais

Consumo de água

Adicionar esses valores:

- 750 – 800 ml de leite por dia


- Gêmeos: 1200 – 2000 ml de Feno-grego, funcho, erva-doce
leite por dia

Efeito estrogênico nas glândulas mamárias e


proliferação de células mamárias secretoras

Kominiarek MA, Rajan P. Nutrition recommendations in pregnancy and lactation. Med Clin North Am.
2016;100(6):1199-215.
A composição do leite humano é
influenciada por muitos fatores maternos,
nutricionais e fisiológicos.
Muito obrigada

dra.alinedavid

“Mas os que esperam no senhor, renovarão as suas forças, subirão com asas
como águias, correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão.”
Isaías 40:31

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