Você está na página 1de 27

SARCOPENIA

Universidade Federal do Oeste da Bahia


Dietoterapia do Adulto I

Profª Adna Luciana de Souza


SARCOPENIA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES

¡ Descrita primeiramente na década de 80 como um declínio de massa corporal relacionada a idade afetando a mobilidade, estado
nutricional e independência
¡ A partir de 2010 à inclusão da função muscular no conceito de sarcopenia à Melhor preditor de resposta clínica que a massa
muscular

¡ 2016 à Inclusão da sarcopenia no CID-10 (CID-10M62.84 )à reconhecimento como uma condição clínica independente

¡ Doença muscular (insuficiência muscular) generalizada e progressiva, que envolve a acelerada perda da função e a da massa muscular

¡ Associada a resposta adversas como quedas, declínio funcional, fragilidade e mortalidade.

¡ Pode ser aguda (usualmente durante doença aguda ou imobilidade repentina, como durante a hospitalização) ou crônica

Lancet 2019; 393: 2636–46


SARCOPENIA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES

¡ Consenso para definição e diagnóstico mais aceito e utilizado


¡ European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP) – proposto em 2018
¡ Atualizado em 2019 à EWGSOP 2

baixa
Baixa força quantidade
muscular ou qualidade
muscular
SARCOPENIA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Variações de
acordo com o
gênero, genética,
estilo de vida
SARCOPENIA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES

https://doi.org/10.1016/j.metabol.2023.155637
SARCOPENIA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Perda de massa
muscular
1 a 2% ao ano

Perda de força
muscular v Melhor preditor de limitação
1,5 a 4% ao ano Qualidade muscular funcional do que a massa muscular
isoladamente
Força produzida por unidade de
massa muscular v Pode preceder a perda da massa
muscular
SARCOPENIA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES

¡ Consenso para definição e diagnóstico mais aceito e utilizado


¡ European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP) – proposto em 2018
¡ Atualizado em 2019 à EWGSOP 2

Risco de Provável Sarcopenia


sarcopenia Sarcopenia Sarcopenia grave
SARC-F Baixa força muscular Baixa força muscular Baixa força muscular
+ baixa quantidade ou + baixa quantidade ou
qualidade muscular qualidade muscular
+ baixa performance
física
RASTREAMENTO DA SARCOPENIA – SARC-CALF
DIAGNÓSTICO DA SARCOPENIA

Força muscular Quantidade ou qualidade muscular Performance física

Força de preensão palmar


(aperto de mão, dinamometria Circunferência da panturrilha Teste de caminhada
manual)
• Pontos de corte
• H <30kg
• M<16kg DEXA, BIA, TC, RM, US Teste de velocidade de marcha

Utilizada para avaliação da


severidade da sarcopenia à
importante para prognóstico e
escolha das intervenções
Negativo
Triagem SARC-F ou suspeita clínica Sem sarcopenia.
Reavaliar posteriormente.
Positivo

Avaliação Força muscular Normal Sem sarcopenia.


(força de preensão) Reavaliar posteriormente.
Baixa
Na prática clínica, é suficiente para
Provável Sarcopenia recomendar a avaliação de causas e
iniciar a intervenção.

Quantidade ou qualidade muscular Normal


Confirmação
(DEXA, BIA, TC, RM - CP)
Baixa

Sarcopenia confirmada

Baixa
Severidade Performance física Sarcopenia severa
(Teste de caminhada, velocidade de marcha)
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA SARCOPENIA

Caquexia Fragilidade
Sarcopenia Desnutrição • Perda de peso e • Vulnerabilidade
mm associada a e declínio do
• EWGSOP2 • GLIM doenças estado
• Evans/ESPEN fisiológico
OBESIDADE SARCOPÊNICA

Baixa força
muscular +
baixa Excesso de
quantidade tecido
adiposo
ou qualidade
muscular

Mecanismos
fisiopatológicos comuns
PATOFISIOLOGIA DA SARCOPENIA

Fatores endócrinos
corticosteroides, GH, IGF-1, função tiroidiana
anormal, resistência à insulina (infiltração Deficiências nutricionais
gordurosa muscular)

Doenças neurodegenerativas
Perda de neurônios motores Inatividade física

Fatores relacionados ao
envelhecimento Alimentação inadequada
Hormônios sexuais, apoptose, disfunção
mitocondrial

Alterações da microbiota
Uso de medicamentos
PATOFISIOLOGIA DA SARCOPENIA

Circulation. 2023;147:1534–1553
PREVALÊNCIA DA SARCOPENIA

Ø A prevalência da sarcopenia varia de acordo com a idade

Ø 13% a 24% dos indivíduos entre 65 e 70 anos de idade

Ø Mais de 50% dos idosos acima de 80 ano


PREVALÊNCIA DA SARCOPENIA
Comparação da perda de massa magra da perna
durante repouso no leito de jovens, indivíduos de meia
idade e idosos
Jovens - 14g/dia
ILPI Meia idade - 83g/dia
40% Idosos - 95g/dia
Hospital
Idoso crítico – 317g/dia
21%

Comunidade
Aumento da Sarcopenia durante a
10%
hospitalização
v Repouso no leito/desuso
v Doenças
v Medicamentos
v Desnutrição
v Procedimentos cirúrgicos

Paddon-Jones, 2014
TRATAMENTO DA SARCOPENIA

• Estratégia primária para • Esteroides anabolizante • Assegurar a ingestão


prevenção e tratamento • hormônio de calórica e proteica
• Aumento de massa, força crescimento (GH) adequada
e desempenho • Garantir a oferta de
musculares micronutrientes
• Exercícios resistidos, • Avaliar a suplementação
aeróbicos e de equilíbrio

Exercícios Tratamento
Farmacológico
físicos Nutricional
RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNAS

• Quantidade
Importante • Fracionamento
• Qualidade

Idosos que praticam Doenças crônicas ou Doenças graves e


Adultos em geral Idosos em geral
atividade física agudas* desnutrição

1,2-1,5 g/Kg/dia ou 2 g/Kg/dia de


0,8-1,0 g/Kg/dia 1-1,2 g/Kg/dia 1,2-1,5 g/Kg/dia
mais proteínas

(*exceto nefropatas com taxa de filtração glomerular <30 mL/min/1,73m2, sem diálise)
Fonte: PROTAGE

Ingestão proteica sem adequação da oferta calórica total não é efetiva


RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNAS

• Quantidade
Importante • Fracionamento v25-30 g de proteína de alta qualidade em ≥ 3 refeições/dia
• Qualidade

Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2009 Jan; 12(1): 86–90
RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNAS

• Quantidade
Importante • Fracionamento v25-30 g de proteína de alta qualidade em ≥ 3 refeições/dia
• Qualidade
~10 g de AAEs
2,5-6,0 g de leucina
Fonte Leucina (mg)

Atum (180 g) 3700


Maior teor de leucina Peito de frango assado (120 g) 2650
Escolha Carne bovina (100 g) 810
Maior digestibilidade e
da fonte absorção Clara de ovo (2) 600

proteica Maior disponibilidade de


Queijo mozarela (100 g) 2380

AA pós-prandial Leite desnatado (240 ml) 950


RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNAS

¡ Proteínas vegetais
Ø menos anabólicas em comparação com às proteínas vegetais
Ø menor conteúdo de AA essenciais e leucina

Apesar disso, ainda é possível obter uma ingestão adequada de proteínas de forma isolada ou em
combinação de fontes de proteínas vegetais e animais
RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNAS

Fonte Perfil de AAE Leucina Digestibilidade Biodisponibilidade


Proteína do leite Completo Alto Rápida Alta
Caseina Completo Alto Baixa Alta
Leite Completo Alto Baixa Alta
Proteína da Soja Completo Médio Rápida Média
isolada
Colágeno Incompleto Baixo Rápida Média
Proteína do trigo Completa Médio Rápida Alta
isolada

Nutrients 2022, 14(1), 52; https://doi.org/10.3390/nu14010052


¡ Realização de exercícios físicos em estreita
proximidade temporal com a ingestão de
proteínas de alta qualidade.

https://doi.org/10.1016/j.metabol.2023.155637
CREATINA, HMB, ÔMEGA-3, ANTIOXIDANTES

¡ Poucas evidências sobre intervenção nutricional na sarcopenia


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS – VITAMINA D

Suplementar v.D3 com


base na dosagem dos Dose diária
Vitamina D níveis séricos ou em recomendada
indivíduos com alto 800-1000 UI
risco para deficiência

Avaliação da deficiência - 25(OH)D


Abaixo de 20 ng/mL (50nmol/L) >> Deficiência
Entre 20 e 29 ng/mL (50 e 74 nmol/L) >> Insuficiência

Concentracões ideais (suficientes) estão entre 30 e 100 ng/mL (75 e 250 nmol/L).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bibliografia recomendada
• Aline Marcadenti de Oliveira e Flávia Moraes Silva (Org). Dietoterapia nas Doenças do Adulto. 2 ed. Rio de Janeiro:
Rubio, 2021.
• Carla de Oliveira Babosa e Helen Hermana Miranda Hermsdorff. Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia. 1 ed – Rio de
Janeiro: Rubio, 2021.
• Artigos científicos em periódicos indexados e materiais, citados e referenciados durante a aula

Bibliografia básica:
• Cuppari, Lilian. Nutrição Clínica No Adulto - 4ª Ed. 2019
• Krause, M V; Escott-stump, S; Mahan, L. K. Krause: alimentos, nutrição &amp; dietoterapia. 15. ed. - Rio de Janeiro :
GEN, 2022. (Disponível em: Minha Biblioteca)
• Rossi, L. Tratado de nutrição e dietoterapia. 1. ed. -Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2019. (Disponível em: Minha
Biblioteca)
• - Oliveira, AM; Silva, FM. Dietoterapia nas Doenças do Adulto. 2 ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2021.
• Babosa CO; Hermsdorff, HHM. Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia. 1 ed – Rio de Janeiro: Rubio, 2021.

Você também pode gostar