Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DOENÇA FALCIFORME
Introdução:
Classificação:
– Síndromes falciformes:
• Anemia falciforme Hb SS – homozigose
• Hemoglobinopatia SC Hb SC – heterozigose para S e para C
• HbS – beta talassemia – Heterozigose para HbS e β talassemia
• Traço falciforme (heterozigose para a HbS) não está incluída nas síndromes falciformes
Dra Ana Cristina X. Neves _______________ Dr Paulo Pepulim Bastos Dr Sergio Henrique Antonio
Onco hematologista pediátrica Diretor DUUPA Secretário Municipal de Saúde
SMS
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
Prevalência:
• O Brasil tem a anemia falciforme como problema de saúde pública pela alta prevalência e
elevada morbimortalidade:
• Frequência na população geral: de 2 a 6%;
• Traço falciforme (heterozigose simples): 4% da população brasileira;
• Doença homozigótica (SS – anemia falciforme) ou condição de heterozigotos compostos
(SC, SE, SD; S/beta talassemia – doença falciforme): 25.000 a 50.000 pessoas.
• Nascem aproximadamente 3 mil crianças portadoras de doença falciforme (1:1000 recém-
nascidos vivos);
• 78,6% dos óbitos devidos à doença falciforme ocorreram até os 29 anos de idade, e 37,5%
concentraram – se nos menores de nove anos. A elevada letalidade, que abrange
especialmente jovens, reflete a gravidade da doença.
Fisiopatologia:
• Concentração de HbS: Paciente com traço falciforme é assintomático (até 50% de HbS).
• Concentração de outras Hemoglobinopatias: Hb fetal e A2 diminuem a falcização. HbC e
HbD polimerizam com HbS, mas com menos repercussão clínica.
• Desoxigenação: É o mais importante determinante da falcização. Diminuem oferta de O2:
– Ht < 30 a 35%,
– infecção,
– insuficiência cardíaca,
Elaborado por: Revisado por: Aprovado por: Validado por:
Dra Ana Cristina X. Neves _______________ Dr Paulo Pepulim Bastos Dr Sergio Henrique Antonio
Onco hematologista pediátrica Diretor DUUPA Secretário Municipal de Saúde
SMS
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
– ventilação artificial,
– anestesia geral.
• Estase vascular: Viscosidade é dez vezes maior com HbS desoxigenada: impacto na estase
vascular de sinusoides esplênicos.
• Temperatura: Baixas temperaturas retardam polimerização, mas causam vasoconstrição:
influência clínica limitada.
• Acidose: Baixo pH diminui afinidade do O2 aumentando desoxigenação e polimerização.
• Concentração de hemoglobina corpuscular (HCM): Hiperosmolaridade aumenta a
desidratação celular e polimerização.
• Infecções: Associada à desidratação, hipóxia, desoxigenação, estase vascular e aumento dos
efeitos inflamatórios e pró-coagulantes endoteliais.
Classificação Manchester:
– Vermelho:
Obstrução de vias aéreas/Dispneia
Choque
Hipoglicemia
Convulsão
Criança não reativa
– Amarelo:
Sinais de dor intensa ou moderada
Sinais de meningismo
Erupção cutânea fixa /Púrpura
Febre ou Hipotermia
Sinais de desidratação
Priapismo
– Verde:
Sinais de dor leve recente
Febril
Comportamento atípico
Evento recente
Elaborado por: Revisado por: Aprovado por: Validado por:
Dra Ana Cristina X. Neves _______________ Dr Paulo Pepulim Bastos Dr Sergio Henrique Antonio
Onco hematologista pediátrica Diretor DUUPA Secretário Municipal de Saúde
SMS
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
Crise Álgica:
– Síndromes dolorosas agudas: Dor torácica aguda, colecistite, síndrome mão – pé, crises álgicas,
priapismo, sequestro esplênico
– Síndromes dolorosas crônicas: Artrite, artropatia, necrose asséptica avascular, úlceras nos
membros, colapso do corpo vertebral e neuropatias
• 50% dos casos apresenta: edema e aumento da sensibilidade, febre, taquipneia, hipertensão,
náuseas, vômitos. A dor pode durar poucas horas até duas semanas. Ossos e articulações são
os principais locais afetados,
• No caso de dor abdominal, o exame físico deve ser minucioso e seriado para diagnóstico
diferencial. A crise vaso oclusiva não deve causar peritonismo e a dor em hipocôndrio
direito com surgimento ou piora de icterícia pode se relacionar a infarto hepático, colecistite
ou hepatite. Colecistopatia calculosa acomete até 70% dos doentes.
• O infarto renal pode causar hematúria e insuficiência renal obstrutiva por coágulo.
Dra Ana Cristina X. Neves _______________ Dr Paulo Pepulim Bastos Dr Sergio Henrique Antonio
Onco hematologista pediátrica Diretor DUUPA Secretário Municipal de Saúde
SMS
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
3. Ibuprofeno (1ml/100 mg): 1gt/kg/dose de 4 a 6 h, via oral OU Cetoprofeno (20 mg/ml): 1gt /kg
/dose de 6/6 h, via oral.
6. Morfina (26gts/10 mg): 0,1 a 0,3 mg/kg/dose a cada 4 h, na prática: 10 kg = 5gts; 20 kg = 10gts;
30 kg = 15gts, via oral OU 0,1 a 0,3 mg/kg/dose (1amp/10 mg) a cada 4 h, endovenoso ou
subcutâneo.
Sequência de atendimento:
– Anamnese: Dor: início, duração, intensidade, frequência, fatores desencadeantes, data da última
crise, hospitalização prévia, uso de medicação em casa.
– Exame físico: Avaliar PA, FC, FR, Tax, Sat O2, icterícia, edema e mobilidade articular.
Dra Ana Cristina X. Neves _______________ Dr Paulo Pepulim Bastos Dr Sergio Henrique Antonio
Onco hematologista pediátrica Diretor DUUPA Secretário Municipal de Saúde
SMS
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
Dor intensa:
– Prescrever parenteral: Morfina + AINE + Dipirona
– Internação.
Infecções:
Infecções são comuns nos pacientes com anemia falciforme.
Os pacientes são susceptíveis a infecções por organismos encapsulados: Streptococcus
pneumoniae e H. influenzae tipo B pela ausência da função normal do baço.
A imunização para esses germes mudou o panorama etiológico, com aumento de infecções
por bactérias atípicas, mas a principal causa de óbito em crianças ainda é sepse por Streptococcus
pneumoniae.
Sequência de atendimento:
– Anamnese: Idade, tipo de hemoglobinopatia, situação vacinal, uso profilático de penicilina,
sintomas associados (dor, piora estado geral).
– Exame físico: Palidez, icterícia, visceromegalia, revisão dos sistemas, estado hemodinâmico.
– Exames laboratoriais: Solicitar hemograma, PCR, hemoculturas, RxTórax PA, perfil, Urina
(rotina e urocultura).
Dra Ana Cristina X. Neves _______________ Dr Paulo Pepulim Bastos Dr Sergio Henrique Antonio
Onco hematologista pediátrica Diretor DUUPA Secretário Municipal de Saúde
SMS
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
Sequência de atendimento:
Dra Ana Cristina X. Neves _______________ Dr Paulo Pepulim Bastos Dr Sergio Henrique Antonio
Onco hematologista pediátrica Diretor DUUPA Secretário Municipal de Saúde
SMS
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
– Acidente Vascular Encefálico: Apresentam início abrupto e muitas vezes são associados à crise
vaso oclusiva ou síndrome torácica aguda.
• Acidente Vascular Encefálico Isquêmico: forma mais frequente, acomete 10% dos
portadores de DF antes dos vinte anos de idade.
Dra Ana Cristina X. Neves _______________ Dr Paulo Pepulim Bastos Dr Sergio Henrique Antonio
Onco hematologista pediátrica Diretor DUUPA Secretário Municipal de Saúde
SMS
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
Sequestro esplênico:
– Tratamento da infecção.
Crise aplástica:
É parada transitória e autolimitada da eritropoiese, com reduções bruscas da hemoglobina e
precursores eritroides na medula óssea, sendo geralmente precedida por febre.
Etiologia:
Dra Ana Cristina X. Neves _______________ Dr Paulo Pepulim Bastos Dr Sergio Henrique Antonio
Onco hematologista pediátrica Diretor DUUPA Secretário Municipal de Saúde
SMS
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
Quadro clínico: fadiga, dispneia, febre, infecção respiratória alta, sintomas gastrointestinais
e reticulocitopenia (< 1% e contagem absoluta)
Priapismo
É definido como ereção involuntária, sustentada e dolorosa, por vasoclusão que obstrui a
drenagem venosa do pênis. Priapismo prolongado (superior a três horas) é uma emergência
médica e requer avaliação urológica, pois pode causar impotência se não tratado. A media de idade
é de doze anos e, aos vinte anos 89% dos pacientes já apresentaram um ou mais episódios.
– Prescrever analgésicos
– Hidratar VO
– Intensificar analgesia
– Avaliar: Hemotransfusão
– Internar
Dra Ana Cristina X. Neves _______________ Dr Paulo Pepulim Bastos Dr Sergio Henrique Antonio
Onco hematologista pediátrica Diretor DUUPA Secretário Municipal de Saúde
SMS