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WBA0461_v2.

Geração, transmissão e
distribuição de energia elétrica
Fundamentos básicos para
projetos de sistemas de
energia
Geração

Bloco 1
Leandro José Cesini da silva
Centrais hidroelétricas

Configurações:
Figura 1 – Usina em desvio Figura 2 – Usina reversível

Fonte: Reis (2011, p. 111). Fonte: Reis (2011, p. 113).


Barragens - impactos
Geomorfologia e Geologia:
• Estabilidade das encostas.
• Assoreamento.
• Aspectos paisagísticos.
• Recursos minerais.
Hidrogeologia:
• Alteração do regime de águas subterrâneas.
• Contaminação do aquífero por agrotóxicos.
Qualidade das águas:
• Entrada de agrotóxicos podem alterar a qualidade da água do reservatório.
Solo:
• Obras de engenharia.
• Descarte de materiais.
• Perda de produção agrícola e mineral.
Vegetação e fauna:
• Abrigos e fonte de alimentos de animais são perdidos com a inundação.
Socioeconomia:
• Aspectos que alteram a qualidade de vida da população.
Barragens - tipos
Figura 3 – Barragem a arco Figura 4 – Barragem a gravidade

Fonte: Rusm/ iStock.com. Fonte: ClaudineVM / iStock.com.

Utiliza das propriedades das estruturas em O equilíbrio estático da construção é


arco para resistirem com facilidade a cargas realizado pelo próprio peso e forças da
distribuídas sobre seu dorso. estrutura.

Existem ainda as barragens arco-gravidade que possuem planimetria em arco,


porém, funcionam parcialmente, ora a arco, ora a gravidade.
Centrais termoelétricas

Figura 5 – Termoelétrica a vapor Figura 6 – Termoelétrica a vapor


com extração

Fonte: Reis (2011, p. 190). Fonte: Reis (2011, p.191).


Centrais termoelétricas
• Projetos com ciclo
Figura 7 – Termoelétrica ciclo combinado mais
combinado
eficientes.
• Aproveitamento dos
gases quentes da
queima do gás.
• Geração de energia
elétrica em dois
sistemas distintos.
Conjuga-se o ciclo de
Fonte: Reis (2011, p. 190).
Brayton (gás) e o
Rankine (vapor).
Fundamentos básicos para
projetos de sistemas de energia
Transmissão

Bloco 2
Leandro José Cesini da Silva
Cálculo da flecha

É a diferença de nível entre o ponto mais baixo do


condutor e seu ponto de apoio.

Figura 8 – Disposição do condutor 𝑝𝑝𝑙𝑙 2


𝑓𝑓 =
8𝑇𝑇
𝑓𝑓 – flecha.
𝑝𝑝 – peso do condutor.
𝑙𝑙 – comprimento do vão.
𝑇𝑇 – tração que atua no
ponto O.

Fonte: Reis (2018, p. 77).


Altura mínima do solo

Figura 9 – Disposição do condutor ao solo

Fonte: Reis (2018, p. 79).

Para torres niveladas, a altura mínima é calculada por:


𝐻𝐻 – Altura Mínima.
𝐻𝐻 = 𝐻𝐻𝑚𝑚 − 1/3 𝑓𝑓 𝐻𝐻𝑚𝑚 - Altura média dos condutores no
plano do solo.
𝑓𝑓 – Flecha.
Faixa de segurança
Figura 10 – Esquema para cálculo faixa de 𝐿𝐿 – faixa de segurança.
segurança
𝑏𝑏 – distância horizontal do
eixo do suporte até o ponto
de fixação do condutor mais
afastado.

𝑑𝑑 – soma das projeções


horizontais da flecha do
condutor e do comprimento
da cadeia de isoladores, após
o seu deslocamento angular,
devido à ação do vento.
Fonte: Pinto (2018, p. 92).
𝐷𝐷 – valor fixo de no mínimo
𝐿𝐿 = 2 𝑏𝑏 + 𝑑𝑑 + 𝐷𝐷 0,5m.
Esforços nas torres de transmissão
Os cabos, isoladores e suportes sofrem esforços devido às intempéries do
tempo, principalmente, pela ação da força dos ventos.

1
Pressão Dinâmica de Referência. 𝑞𝑞0 = 𝜌𝜌𝑉𝑉𝑝𝑝2 (N/m)
2

1,293 16000 + 64𝑡𝑡 − 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴


Massa Específica do ar. 𝜌𝜌 =
1 + 0,00367𝑡𝑡 16000 + 64𝑡𝑡 + 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴
1
𝐻𝐻 𝑛𝑛
Velocidade do vento do projeto. 𝑉𝑉𝑝𝑝 = 𝐾𝐾𝑟𝑟 ∗ 𝐾𝐾𝑑𝑑 𝑉𝑉𝑏𝑏
10

𝑡𝑡 – média das temperaturas mínimas diárias quando da ocorrência de velocidade do vento.


𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 – altitude média da região de implantação do projeto.
𝐾𝐾𝑟𝑟 – coeficiente de rugosidade do terreno.
𝐾𝐾𝑑𝑑 – coeficiente de correção do período de integração (t).
𝐻𝐻 – altura do solo até o elemento em estudo.
𝑛𝑛 – coeficiente de correção da velocidade do vento.
Diretrizes para elaboração de projeto em
transmissão - ONS

Diretrizes e critérios para • Estudos na frequência fundamental.


estudos elétricos. • Estudos de transitórios eletromagnéticos.

• Aspectos gerais.
Diretrizes para a
• Tensão e corrente nominal dos equipamentos.
especificação da instalação
• Planilha de dados técnicos dos equipamentos
e equipamentos. (disjuntores, capacitores, reatores etc.).

• Definição do traçado preliminar e levantamento dos


Diretrizes e critérios para parâmetros meteorológicos.
linhas de transmissão. • Escolha do condutor.
• Cálculo de capacidades (operativas, correntes).
Fundamentos básicos para
projetos de sistemas de energia
Distribuição

Bloco 3
Leandro José Cesini da Silva
Fatores típicos de carga - Fator de demanda
É a relação entre a demanda máxima (𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 ) em um determinado tempo e a carga
nominal/ instalada total do elemento considerado (𝐷𝐷𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛,𝑖𝑖 ).

𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑓𝑓𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 =
∑𝑖𝑖=1,𝑛𝑛 𝐷𝐷𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛,𝑖𝑖

Figura 11 – Conjunto de trafos

160
𝑓𝑓𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑_𝑇𝑇𝑇 = = 1,067 Sobrecarregado.
150

60
𝑓𝑓𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑_𝑇𝑇𝑇 = = 0,80
75

375
Fonte:Kagan et al. (2010, p. 31). 𝑓𝑓𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑_𝑇𝑇𝑇 = = 1,250 Sobrecarregado.
300
Fatores típicos de carga - Fator de utilização

Fator de utilização (𝑓𝑓𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢 ) é a relação entre demanda máxima do sistema (𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 ), em um


intervalo de tempo τ, e sua capacidade (𝐶𝐶𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 ). Ambas expressas em unidades de corrente ou
potência aparente.
𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑓𝑓𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢 =
𝐶𝐶𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠

Em um exemplo em que 𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = 450 kVA e capacidade 𝐶𝐶𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 = 850 kVA, o fator de utilização
será:

450
𝑓𝑓𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢 = = 0,5294 = 52,94%
850

Isso significa que o sistema possui uma reserva de 47,06% de capacidade.


Portanto, como visto anteriormente, o fator de demanda resulta na porcentagem da potência
instalada que está sendo utilizada. Já o fator de utilização, resulta na porcentagem da
capacidade do sistema que está em utilização.
Fatores típicos de carga - Fator de carga

É a relação entre as demandas médias (𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 ) e máximas (𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 ) do sistema em um determinado


período de tempo τ.

𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 =
𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚

Multiplicando numerador e denominador por τ,, teremos:

𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 × 𝜏𝜏 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝜏𝜏 𝜀𝜀


𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 = = =
𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 × 𝜏𝜏 𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 × 𝜏𝜏 𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 × 𝜏𝜏

Portanto,

𝜀𝜀 = 𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 × 𝜏𝜏 × 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝐷𝐷𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 × 𝐻𝐻𝑒𝑒𝑒𝑒

Sendo 𝐻𝐻𝑒𝑒𝑒𝑒 (horas equivalentes) o período em que o sistema deveria operar com sua demanda
máxima para alcançar a mesma energia que operando em sua curva de carga.
Fatores típicos de carga - Fator de perdas

É a relação entre a potência média dissipada (𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 ) e a potência máxima (𝑝𝑝𝑚𝑚á𝑥𝑥 ) dissipadas em
perdas, em um intervalo de tempo τ.

𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚
𝑓𝑓𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 =
𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚

Multiplicando numerador e denominador por τ, tem-se:

𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 × 𝜏𝜏 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝜏𝜏 𝜀𝜀


𝑓𝑓𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 = = =
𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 × 𝜏𝜏 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 × 𝜏𝜏 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 × 𝜏𝜏

Portanto,

𝜀𝜀 = 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 × 𝜏𝜏 × 𝑓𝑓𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 = 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 × 𝐻𝐻𝑒𝑒𝑒𝑒.𝑝𝑝

Sendo 𝐻𝐻𝑒𝑒𝑒𝑒.𝑝𝑝 (horas equivalentes para perdas) representa as horas de funcionamento de uma
instalação, operando com a perda máxima para que o valor total das perdas seja igual às perdas
medidas no período em análise.
Curva de duração de carga
Fornece o perfil das cargas que demandam do sistema elétrico distribuição

Figura 12 – Curva kWxh Figura 13 – Curva em pu

Fonte: Kagan et al. (2010, p. 41). Fonte: Kagan et al. (2010, p. 41).

1 pu = 2200 kW (demanda máxima). Em 100 horas, a carga ficou acima de 1800 kW.
1 pu = 720 horas. Nas 720 horas de análises, a carga mínima foi
de 400 kW.
A probabilidade da carga exceder 70% de sua
demanda máxima é de 22%.
Teoria em Prática
Bloco 4
Leandro José Cesini da Silva
Reflita sobre a seguinte situação

Os acionistas da indústria em que você é o responsável,


pelo gerenciamento da energia, estão dispostos a investir
em cogeração de energia elétrica. Seu processo produtivo
libera muito calor (gases quentes) e, atualmente, passa por
uma caldeira de recuperação e o condensado retorna para
o sistema. Nesse sentido, você foi questionado em:
• É possível utilizar o nosso processo para cogerar energia
elétrica?
• Em caso positivo, em que tipos de usinas faz sentido a
empresa investir?
Norte para a resolução
É possível utilizar nosso processo para cogerar energia
elétrica?
Sim! Veja que sua indústria já possui a geração de energia
térmica, pois faz parte do processo produtivo. O que,
atualmente, é realizado, é o resfriamento desse calor
através de uma caldeira de recuperação. Nesse processo, a
água fria troca calor com o gás, que, resfriado em
temperatura adequada, é utilizado no processo. A água
quente, resultado da troca térmica, volta para o circuito,
que é fechado.
Norte para a resolução

Em caso positivo, em que tipos de usinas faz sentido a


empresa investir?
Neste caso, é possível utilizar o gás quente em usinas a
vapor. Do mesmo modo que ocorre a queima de
combustíveis, biomassa, por exemplo, para gerar o gás
quente nas caldeiras, seu processo não necessita da
queima, pois o gás quente é seu processo que produz.
Norte para a resolução
Figura 14 – Cogeração

Calor de
processo

Fonte: adaptada de Reis (2011, p. 191).


Dicas do(a) Professor(a)
Bloco 5
Leandro José Cesini da Silva
Leitura Fundamental
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o login
através do seu AVA). Algumas indicações também podem estar
disponíveis em sites acadêmicos como o Scielo, repositórios de
instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos
científicos ou periódicos científicos, acessíveis pela internet.
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que
você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.
Por isso, te convidamos a explorar todas as possibilidades da
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação de leitura 1
Este documento, emitido pelo Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS), apresenta os procedimentos de
rede relacionados aos critérios de operação das linhas de
transmissão no Brasil, informações essenciais para o
aprofundamento nos estudos relacionados aos requisitos
de projetos de linhas.
Referência:
ONS. Procedimentos de rede – Submódulo 2.5 –
Critérios para operação. 2020.
Indicação de leitura 2
O capítulo desse livro traz informações
complementares sobre a geração hidroelétrica,
especificamente sobre as Pequenas Centrais
Hidroelétricas (PCH). Vale a pena a leitura.
Referência
PINTO, M. de O. Energia elétrica: geração transmissão e
sistemas interligados. 1. ed., cap. 3, p. 44-45. Rio de
Janeiro: LTC, 2018.
Dica do(a) Professor(a)
Figura 15 – Dica

No site da Agência Nacional


de Energia Elétrica (ANEEL),
você encontra um espaço
dedicado ao Painel de
Desempenho da Transmissão.
Nesse espaço, você pode
pesquisar sobre os
empreendimentos de
transmissão que estão com
projetos em execução e
acompanhar as informações
fiscalizadas pela ANEEL, bem
Fonte: https://www.aneel.gov.br/fiscalizacao-
como os indicadores que da-transmissao. Acesso em: 23 mar. 2022.
utiliza para este fim.
Referências
KAGAN, N.; OLIVEIRA, C. C. B.; ROBBA, E. J.
Introdução aos Sistemas de Distribuição de Energia
Elétrica. São Paulo: Blucher, 2010.
ONS. Procedimentos de rede – Submódulo 2.5 –
Critérios para operação. 2020. Disponível em:
http://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-
ons/procedimentos-de-rede/vigentes. Acesso em: 23
mar. 2022.
PINTO, M. de O. Energia elétrica: geração
transmissão e sistemas interligados. 1.ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2018.
REIS, L. B. dos. Geração de energia elétrica. 2.ed.
Barueri: Manole, 2011.
Bons estudos!

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