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Neuroauditiva
Embasamento teórico
Sumário
Introdução.............................................................6
Pirâmide do desenvolvimento.....................................................9
Avaliação do paciente a partir da pirâmide de
desenvolvimento.................................................................................................10
A pirâmide e o cérebro.......................................................................................12
Processos psicológicos básicos................................................13
Estímulo sensorial e resposta motora............................................................17
Sensação e percepção........................................................................................19
Atenção e memória.............................................................................................22
Encerramento................................................................................25
Acústica.......................................................................27
Acústica básica............................................................................29
Por que um som difere de outro.....................................................................31
Um pouco mais sobre o som...........................................................................34
Fenômenos induzidos pela natureza do som........................39
Encerramento................................................................................44
Sistema auditivo..........................................................46
Sensação.......................................................................................47
Sistema auditivo periférico................................................................................49
Percepção......................................................................................60
Via auditiva central...................................................................................................61
Tronco encefálico.......................................................................................................66
Sistema límbico..........................................................................................................76
Córtex............................................................................................................................81
Encerramento.................................................................................100
Processamento auditivo.................................................102
Habilidades e funções...................................................................104
Habilidades auditivas.............................................................................................104
Funções auditivas....................................................................................................106
Transtornos do Processamento Auditivo (TPA).....................107
Causas dos Transtornos do
Processamento Auditivo (TPA)................................................. 110
Encerramento..................................................................................117
Referências bibliográficas.............................................219
Capítulo 1
Capítulo 1 - Introdução
Introdução
É muito comum ouvir a recomendação: “Procura uma fono!”
quando alguns comportamentos e dificuldades em relação
ao aprendizado, à atenção, à memória, à linguagem e à
alfabetização, entre outros, são identificados.
6
Capítulo 1 - Introdução
Vou fazer uma pergunta melhor: por que será que essa
criança não consegue manter a atenção? Ao buscar
respostas para essa questão, estaremos partindo da
ponta do iceberg e nos aprofundando na causa subjacente
ao comportamento, ou seja, o problema real.
7
Capítulo 1 - Introdução
Falta de atenção
Dificuldade na
separação figura-fundo Dificuldade na
localização da
fonte sonora
Dificuldade na
inibição das
interferências
8
Capítulo 1 - Introdução
Pirâmide do
desenvolvimento
O SENA© é uma ferramenta projetada para potencializar
a terapia fonoaudiológica. Por isso, é importante entender
a sinergia entre a estimulação neuroauditiva (SENA©) e o
treinamento fonoaudiológico.
Social
5
Aspectos relacionados ao
desenvolvimento de habilidades sociais.
4
Cognitivo
Aspectos relacionados ao desenvolvimento de
habilidades cognitivas.
Emocional
3 Aspectos relacionados à análise emocional do ambiente,
cujo objetivo é também a adaptação ao meio e a
sobrevivência.
Sensório-motor
2 Mecanismos que permitem ao organismo interagir com o
ambiente e se adaptar. São os mecanismos sensoriais, como o
processamento de informações e a resposta motora, que
sempre têm como objetivo a sobrevivência.
1
Fisiológico-biológico
Aspectos que mantêm
um organismo vivo.
9
Capítulo 1 - Introdução
Avaliação do paciente
a partir da pirâmide de
desenvolvimento
Quando encontramos um paciente com alguma alteração em
qualquer andar da pirâmide, a primeira coisa que devemos
fazer é descer até sua base e avaliar cada degrau.
10
Capítulo 1 - Introdução
11
Capítulo 1 - Introdução
A pirâmide e o cérebro
A pirâmide, além de descrever uma sequência no
desenvolvimento, também é um reflexo de como o cérebro
se desenvolveu ao longo da evolução. Acompanhe como se
deu esse processo:
Tronco cerebral
A primeira parte do cérebro a se
desenvolver foi o tronco cerebral. Ele é
responsável por manter os sinais vitais
do organismo e perceber, processar e
dar uma resposta motora, de maneira
reflexa, aos primeiros estímulos
sensoriais.
Sistema límbico
Desenvolvido acima do tronco cerebral,
o sistema límbico é nosso cérebro
emocional e, portanto, responsável por
avaliar emocionalmente o que acontece
conosco e com tudo o que nos rodeia.
12
Capítulo 1 - Introdução
Córtex
Acima do sistema límbico, foram
desenvolvidos os lobos occipital,
parietal e temporal, responsáveis pelas
habilidades cognitivas, e, finalmente,
o lobo frontal, responsável pelas
habilidades sociais.
Processos psicológicos
básicos
Encontraremos a relação do Sistema de Estimulação
Neuroauditiva (SENA©) com a fonoaudiologia no segundo
andar da pirâmide, o sensório-motor, que abordaremos a
seguir com mais profundidade.
O sistema sensorial e o sistema motor devem sempre
permanecer em constante equilíbrio no importante processo
de desenvolvimento.
13
Capítulo 1 - Introdução
O recém-nascido só consegue
perceber sons de alta frequência
em alta intensidade. Antes desses
estímulos, a criança emite respostas
motoras reflexas totalmente alheias
a seu controle ou sua vontade. Do
mesmo modo, o recém-nascido só
consegue ver em preto e branco,
distinguir luzes e sombras e, diante
desses estímulos, emitir as mesmas
respostas motoras reflexas.
14
Capítulo 1 - Introdução
15
Capítulo 1 - Introdução
16
Capítulo 1 - Introdução
Estímulo sensorial e
resposta motora
A relação entre estimulação sensorial e a resposta motora é
o que conhecemos como processamento de informações.
17
Capítulo 1 - Introdução
18
Capítulo 1 - Introdução
Sensação e percepção
O primeiro nível de processamento de informações é a
sensação, que é o primeiro contato entre o organismo e o
ambiente produzido no órgão sensorial.
19
Capítulo 1 - Introdução
20
Capítulo 1 - Introdução
Entrada Saída
Motor
• Visão
• Grosso
• Audição
• Fino
• Toque
Linguagem
• Equilíbrio
• Oral
• Propriocepção
• Escrita
Top-down
Bottom-up
Bottom-up Top-down
Social
5
Aspectos relacionados ao
desenvolvimento de habilidades sociais.
4
Cognitivo
Aspectos relacionados ao desenvolvimento de
habilidades cognitivas.
Emocional
3 Aspectos relacionados à análise emocional do ambiente,
cujo objetivo é também a adaptação ao meio e a
sobrevivência.
Sensório-motor
2 Mecanismos que permitem ao organismo interagir com o
ambiente e se adaptar. São os mecanismos sensoriais, como o
processamento de informações e a resposta motora, que
sempre têm como objetivo a sobrevivência.
1
Fisiológico-biológico
Aspectos que mantêm
um organismo vivo.
21
Capítulo 1 - Introdução
Atenção e memória
Atenção é o processo de seleção das informações que
serão processadas em um nível consciente e cujo objetivo
é o acesso ao significado. Por fim, essas informações
importantes são armazenadas na memória para posterior
recuperação. Esse processo é conhecido como aprendizado.
Podemos dividir o processamento de informações em dois
momentos:
• Processamento vertical.
• Processamento horizontal.
Área cortical
Processamento vertical
Colículo inferior
O processamento vertical é
Complexo olival superior um tratamento de informações
Cóclea
que começa no órgão
periférico e termina em uma
Medula
área do córtex especializada
Nervo coclear
no processamento de um
estímulo específico (imagem
perceptiva).
22
Capítulo 1 - Introdução
Fascículo arqueado
Processamento horizontal
O processamento horizontal é
um tratamento de informações
Área de Boca que começa em uma área
específica do córtex e envolve
a ativação síncrona de outras
Área de Wernicke
áreas no nível cortical. Ele é
responsável pelas linguagens
oral e escrita e pelas funções
executivas, e depende
do desenvolvimento do
processamento vertical.
Ouvir
Capacidade do sistema auditivo periférico de capturar,
amplificar, analisar e transmitir ao sistema nervoso
central as variações de pressão geradas pelas ondas
acústicas propagadas pelo ambiente aéreo.
23
Capítulo 1 - Introdução
Escutar
Capacidade do sistema auditivo central de selecionar
as informações que queremos analisar.
Entender
Capacidade do sistema auditivo central de discriminar
um estímulo.
Compreender
Capacidade do sistema auditivo central de acessar o
significado de um estímulo.
Comunicar
Capacidade do sistema auditivo central de transmitir
uma ideia de maneira consistente e ordenada.
24
Capítulo 1 - Introdução
Encerramento
A audição é um processo extremamente complexo que
começa no ouvido e termina na função executiva. Entre
os dois – a orelha e a função executiva –, encontramos o
processamento auditivo.
25
Capítulo 2
Capítulo 2 - Acústica
Acústica
A audição é um de nossos cinco sentidos e, por causa dela,
somos capazes de perceber os sons, ou seja, receber e
compreender informações sonoras do meio em que vivemos.
Agora, o que fazer quando compreender as informações
recebidas passa a ser um desafio?
27
Capítulo 2 - Acústica
28
Capítulo 2 - Acústica
Acústica básica
Compressão Rarefação
Onda longitudinal
Onda transversal
29
Capítulo 2 - Acústica
Ar
Meio material que permite o transporte de energia.
30
Capítulo 2 - Acústica
1 Ciclo
Vários ciclos
Altura
Está relacionada à frequência. Frequência é o número de
ciclos ou oscilações (ondas sonoras) que passam por um
ponto específico do meio, por segundo. É expresso em hertz
(Hz). A frequência 1000 Hz significa 1000 p/s, por exemplo.
Quando a frequência é alta, o tom é mais alto (agudo) e,
quando a frequência é baixa, o tom é mais baixo (grave).
31
Capítulo 2 - Acústica
F Nº de ciclos F 1000c F F
1000 = 1000 = 1000 = 1000c/s 1000 = 1000Hz
1s 1s
Amplitude
Amplitude
Intensidade
Está relacionada à amplitude. Quanto maior é a amplitude,
maior é o deslocamento das partículas do meio pelo qual
o som se propaga, de modo que quanto maior é a pressão
gerada no meio, maior é a intensidade com que o som se
propaga.
Quanto mais baixa é uma frequência, maior é sua amplitude
e quanto mais alta é uma frequência, menor a sua
amplitude. Portanto, sons de alta frequência se propagam
em menor intensidade e sons de baixa frequência, em maior
intensidade. Dependendo da intensidade, o som será mais
forte ou mais fraco.
32
Capítulo 2 - Acústica
Som simples
Diapasão
Voz
Som complexo
Violino
Timbre
Permite dividir o som entre som simples e som complexo.
O som simples é formado por uma única frequência, é
conhecido como tom puro e só pode ser criado artificialmente.
O som que ouvimos é sempre um som complexo e consiste
em várias frequências.
A frequência que se propaga em maior intensidade é a
frequência fundamental. As demais frequências formam o
espectro sonoro. Das frequências que formam o espectro
sonoro, aquelas que são múltiplos e divisores da frequência
fundamental são seus harmônicos. A energia relativa de
cada um dos harmônicos caracteriza o timbre.
O timbre permite distinguir as vozes de pessoas ou
instrumentos musicais.
33
Capítulo 2 - Acústica
Período
O período é o tempo que demora em completar-se um ciclo.
É a função inversa da frequência e é expresso com a letra (T).
Dessa forma, quanto maior a frequência, menor o período e,
inversamente, quanto menor a frequência, maior o período.
Deslocamento
Período (T)
s
Amplitude
Tempo (s)
Deslocamento
Período (T)
s
Amplitude
Tempo (s)
34
Capítulo 2 - Acústica
1s
T= T
F1000 =
1s T
F1000 = 0,001 s/c
Nº de ciclos 1000c
Comprimento de onda
O comprimento de onda é a distância entre dois pontos
iguais da onda que vibram na mesma fase e é expresso com
a letra (^).
Observe que, quanto menor a frequência, maior é o período
e maior o comprimento de onda, quanto maior é uma
frequência, menor é o período e menor o comprimento de
onda.
s
Amplitude
Tempo (s)
35
Capítulo 2 - Acústica
s
Amplitude
Tempo (s)
340
F1000 =
1000
36
Capítulo 2 - Acústica
37
Capítulo 2 - Acústica
Duração
A duração do som tem três períodos:
38
Capítulo 2 - Acústica
Fenômenos induzidos
pela natureza do som
Para finalizar a revisão sobre os conceitos da acústica, não
podemos deixar de abordar os fenômenos induzidos pela
natureza do som.
Sabemos que a onda sonora induz alguns fenômenos
psicofísicos que são estudados pela psicoacústica e entre
alguns exemplos podemos citar:
Psicoacústica
A psicoacústica é um ramo da psicofísica que estuda a relação
entre as características físicas de um estímulo sonoro e a
resposta psicológica que ela causa em um sujeito.
39
Capítulo 2 - Acústica
Reflexão
É a capacidade da onda sonora de refletir energia
e proporcionar maior audição. O ângulo de
reflexão é o mesmo que o ângulo de incidência.
Refração
É o desvio das ondas sonoras em relação ao seu
caminho original, que ocorre quando elas cruzam
meios de diferentes características.
40
Capítulo 2 - Acústica
Difração
É a capacidade de uma onda de cercar um
obstáculo ou se espalhar por uma pequena
abertura.
Impedância
É a resistência de um meio à passagem da onda
sonora durante sua propagação.
41
Capítulo 2 - Acústica
Eco
É o fenômeno que consiste em ouvir um som depois
que a sensação produzida pela onda sonora é
extinta. Um eco ocorre quando a onda sonora é
refletida perpendicularmente em uma parede.
Interferência
Ocorre quando duas ondas iguais de origem
diferente coincidem sobrepostas em um ponto
de maneira construtiva ou destrutiva, para que
possam ser atenuadas ou reforçadas. Se elas
coincidem em fase, há uma soma de amplitudes
e um aumento na intensidade. Se as fases são
opostas, há uma redução nas amplitudes e uma
redução na intensidade.
42
Capítulo 2 - Acústica
Efeito Doppler
É a variação do som que uma fonte sonora
em movimento sofre. À medida que o som se
aproxima, ele muda de grave para agudo e, à
medida que se afasta, muda de agudo para grave.
43
Capítulo 2 - Acústica
Encerramento
Determinar as habilidades e as limitações da audição
humana possui um valor incalculável para ajudar a usar
os sons no nosso meio ambiente a fim de melhorar as
habilidades auditivas de uma pessoa.
44
Capítulo 3
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Sistema auditivo
Sabemos que o processamento auditivo é mais complexo do
que simplesmente compreender os mecanismos envolvidos
na jornada do som até o córtex.
46
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Sensação
Nossos sete sentidos (visão, audição, tato, olfato, paladar,
equilíbrio e propriocepção) são mecanismos que permitem
captar os sinais provenientes do ambiente que nos cerca e de
nosso próprio corpo por meio do sistema sensorial.
47
Capítulo 3 - Sistema auditivo
48
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Anatomia
Quando falamos anatomicamente, as três partes que
compõem o sistema auditivo periférico são divididas da
seguinte forma:
49
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Função
Quando falamos em função, essas três partes se diferem
da seguinte maneira:
Orelha externa
A função do pavilhão auricular é coletar a energia sonora
das ondas acústicas e conduzi-la pelo canal auditivo até a
membrana timpânica, que fecha o canal auditivo e o separa
da orelha média.
50
Capítulo 3 - Sistema auditivo
51
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Martelo
Orelha média
A orelha média, como vimos, é uma cadeia ossicular formada
por três ossos – martelo, bigorna e estribo –, que fazem a
comunicação da membrana timpânica com o ouvido interno.
Observe:
52
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Estribo
Martelo
Bigorna
Impedância
É a resistência de um meio (aéreo, sólido, líquido ou gasoso) à
passagem da onda sonora durante sua propagação.
53
Capítulo 3 - Sistema auditivo
54
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Orelha interna
55
Capítulo 3 - Sistema auditivo
56
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Resposta seletiva
57
Capítulo 3 - Sistema auditivo
58
Capítulo 3 - Sistema auditivo
59
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Percepção
Percepção é o processo pelo qual o cérebro recebe
informações sobre o que está acontecendo ao seu redor.
Em outras palavras, é o processo que leva à representação
mental que fazemos após receber um estímulo sonoro.
Estímulo sonoro
Vibração mecânica do ambiente em faixas de frequência e
amplitude que estimulam o órgão sensorial da audição, como
vimos nos capítulos anteriores.
60
Capítulo 3 - Sistema auditivo
61
Capítulo 3 - Sistema auditivo
I II III IV V
Córtex
auditivo
62
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Reprograme
Para um entendimento comum, neste curso
consideraremos que a via possui origem na
onda II, portanto, nos núcleos cocleares.
Fisiologia
A via auditiva é, portanto, o caminho do impulso elétrico
pelos diferentes núcleos de relevo que a constituem e que
são distribuídos pelos três estágios de desenvolvimento do
sistema nervoso central (SNC):
• tronco cerebral;
• sistema límbico;
• córtex.
63
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Córtex
Sistema límbico
Tronco cerebral
64
Capítulo 3 - Sistema auditivo
65
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Tronco encefálico
A via auditiva no tronco encefálico começa nos núcleos
cocleares (NC), como mencionado anteriormente. Estes
são divididos em dois, o ventral e o dorsal, e, por sua vez, o
ventral é dividido em anterior e posterior. Observe:
Colículo inferior
Complexo olivar
superior
Núcleo coclear dorsal
Núcleo coclear ventral
Formação
reticular Células ciliadas
Corpo trapezoide
66
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Primeira sinapse
Núcleo do
lemnisco
lateral
67
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Colículo inferior
Segunda sinapse
68
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Cérebro
Córtex auditivo
Vermelho representa o
som vindo por meio da
cóclea direita
Colículo Colículo
inferior inferior
Olivar Olivar
superior superior
Núcleos Núcleos
cocleares cocleares
Cóclea Cóclea
69
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Terceira sinapse
Colículo inferior
Formação
reticular Células ciliadas
Corpo trapezoide 70
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Finalmente, no colículo
inferior, encontramos a quarta
sinapse da via auditiva.
Colículo inferior
O colículo inferior está
envolvido na:
• análise do espaço;
Lemnisco lateral Núcleo do
lemnisco • integração das informações
lateral
auditivas com as
Complexo olivar informações visuais e
superior motoras;
Núcleo coclear dorsal
• resposta reflexa motora decoclear
Núcleo orientação.
ventral
71
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Reprograme
Assim, entendemos que a resposta da
atenção no tronco encefálico é determinada
pelas características físicas do estímulo. São
as variações na intensidade, na frequência
e na duração do estímulo que ativarão a
resposta reflexa de orientação.
72
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Participação do cerebelo no
processamento auditivo
Cerebelo
73
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Formação reticular
SARA
Noradrenalina Acetilcolina
É o principal neurotransmissor
Contribui para a atenção.
das vias auditiva e de memória.
74
Capítulo 3 - Sistema auditivo
75
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Colículo inferior
Sistema límbico
Lemnisco lateral O sistema
Núcleo dolímbico é formado pelas estruturas tálamo,
hipotálamo,
lateral amígdala, hipocampo, região septal e gânglios
lemnisco
da base.
Complexo olivar
superior
Núcleo coclear dorsal
Núcleo coclear ventral
Gânglios da base
Tálamo
Formação
reticular
Hipotálamo Células ciliadas
Corpo trapezoide
Região septal
Amígdala
Hipocampo
76
Capítulo 3 - Sistema auditivo
77
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Filtro atencional
Da mesma maneira que acontece no tronco cerebral, o
sistema límbico também participa ativamente do processo
de atenção.
Tálamo
78
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Amígdala
Se o estímulo representar
uma ameaça, a amígdala,
por meio do eixo hipo-
tálamo-hipóf ise-adrenal,
ativará a resposta ao es-
tresse, preparando o or-
ganismo para uma situação de luta, fuga ou para-
lisia. Se for um alarme falso, quando o estímulo se
tornar consciente no córtex auditivo, ele poderá
inibir a resposta da amígdala por meio do eixo or-
bitofrontal, que conecta o córtex frontal ao siste-
ma límbico.
Córtex auditivo
primário
Ao mesmo tempo em que
o estímulo é direcionado
para a amígdala pela
via rápida, por uma rota
mais lenta, o estímulo
é direcionado para o córtex por meio do núcleo
reticular talâmico, que tem a função de filtrar
os estímulos direcionados ao córtex auditivo
primário.
79
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Motivação e foco
Quando o estímulo gera uma resposta emocional positiva
( motivação), o núcleo reticular talâmico permite que o
estímulo passe para o córtex auditivo, enquanto impede que
outros estímulos competitivos o atinjam, comportando-se
como um filtro atencional que permite manter o foco da
atenção sem esforço.
80
Capítulo 3 - Sistema auditivo
• percepção do espaço;
• integração sensorial;
• motivação;
• atenção;
• respostas emocionais condicionadas;
• processamento de sinais auditivos com grande carga
biológica.
Córtex
A estrutura mais recente do sistema nervoso central
é o córtex, possuindo maiores volume e peso que as
demais, além de ser o responsável por controlar nosso
comportamento.
Nele, encontramos a área auditiva primária, que receberá os
estímulos vindos do núcleo reticular talâmico, como vimos
até aqui.
81
Capítulo 3 - Sistema auditivo
córtex primário e de
associação auditiva
Áreas de Brodmann.
Córtex auditivo
82
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Colículo inferior
Complexo olivar
superior
Núcleo cocle
Núcleo cocle
Formação
reticular Células cil
Corpo trapezoide
83
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Linguagem
A área auditiva primária responde aos estímulos como
tons puros. Dependendo da complexidade do estímulo,
ele é direcionado à área de associação auditiva e à área de
Wernicke (área de linguagem).
84
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Área de Wernicke
Área de Brodmann.
Processamento espectral
No córtex auditivo, encontramos um circuito de
processamento espectral no hemisfério esquerdo e outro no
hemisfério direito. Cada um deles é responsável por analisar
um aspecto específico da informação, especialmente em
funções tão lateralizadas como a linguagem. Observe como
isso ocorre em cada hemisfério:
85
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Processamento espacial
Além disso, no córtex, encontramos um circuito de
processamento espacial, que se origina do corpo caloso.
Observe:
86
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Mecanismo atencional
No córtex, encontramos um primeiro mecanismo atencional
baseado na habituação e na inibição de interferências.
87
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Fundo
Figura
88
Capítulo 3 - Sistema auditivo
89
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Eletrofisiologia cerebral
Por meio da eletrofisiologia, podemos medir a função
associada a cada um dos núcleos da via auditiva,
observando a atividade elétrica que ocorre neles durante o
processamento das informações auditivas.
Os parâmetros avaliados em eletrofisiologia são a amplitude
e a latência de uma sequência de ondas positivas e negativas.
90
Capítulo 3 - Sistema auditivo
P2
P2 – base
N1 – P2 ( pico amplitude)
( pico a pico
amplitude)
N1
N1 – base
( pico amplitude)
Amplitude
Está associada à função: quanto maior a amplitude, mais
desenvolvida é a função.
Latência
Está relacionada à velocidade de processamento: quanto
maior a latência, mais lentamente a informação é processada.
91
Capítulo 3 - Sistema auditivo
92
Capítulo 3 - Sistema auditivo
IV V P1 P2
I III Pa
II
VI
Po
Nervo acústico e µV
V
tronco cerebral No Na Nb
N2
Resposta N1
Resposta do cortical Resposta cortical
tronco cerebral precoce tardia
93
Capítulo 3 - Sistema auditivo
94
Capítulo 3 - Sistema auditivo
IV V P1 P2
III Pa
I
II
VI
Po
Nervo acústico e µV
V
tronco cerebral No Na Nb
N2
Resposta N1
Resposta do cortical Resposta cortical
tronco cerebral precoce tardia
• atenção;
• discriminação;
• funções cognitivas;
• linguagem.
95
Capítulo 3 - Sistema auditivo
IV V P1 P2
III Pa
I
II
VI
Po
Nervo acústico e µV
V
tronco cerebral No
Na Nb
N2
Resposta N1
Resposta do cortical Resposta cortical
tronco cerebral precoce tardia
96
Capítulo 3 - Sistema auditivo
97
Capítulo 3 - Sistema auditivo
98
Capítulo 3 - Sistema auditivo
99
Capítulo 3 - Sistema auditivo
Encerramento
Neste capítulo, vimos como o estímulo auditivo, que são
variações de pressão propagadas pelo ambiente aéreo,
passa por diferentes análises, cada vez mais complexas,
até atingir o córtex e se tornar uma mensagem significativa.
Isso ocorre, resumidamente, da seguinte maneira:
1. Tronco cerebral
A localização espacial 1
é adicionada à análise
das características físicas
do estímulo. É estritamente
relacionado à sobrevivência.
100
Capítulo 4
Capítulo 4 - Processamento auditivo
Processamento
auditivo
Segundo os autores Katz, Stecker e Henderson (1992), o
processamento auditivo pode ser definido como a capacidade
de o cérebro reconhecer e interpretar estímulos sonoros.
102
Capítulo 4 - Processamento auditivo
103
Capítulo 4 - Processamento auditivo
Habilidades e funções
Sabemos que ouvir é muito mais do que apenas escutar. O
processamento auditivo envolve um conjunto de habilidades
que permitem uma interpretação correta da informação
sonora. É o que chamamos de habilidades auditivas.
Habilidades auditivas
Algumas habilidades auditivas são:
Localização
Capacidade de localizar a fonte de som.
Figura-fundo
Capacidade de identificar o sinal de fala na
presença de outros sons competitivos.
Integração binaural
Reconhecer diferentes estímulos
apresentados simultaneamente nos dois
ouvidos. Com base no princípio de que
ouvintes normais podem entender duas
pessoas falando ao mesmo tempo.
104
Capítulo 4 - Processamento auditivo
Separação binaural
Capacidade de escolher estímulos
apresentados em uma orelha, ignorando as
informações apresentadas na orelha oposta.
Com base no princípio de que ouvintes
normais podem ignorar um alto-falante e
direcionar a atenção para o outro.
Ordenação temporal
Capacidade auditiva que implica a percepção
e o processamento de dois ou mais estímulos
auditivos em sua ordem de ocorrência ao
longo do tempo.
Resolução temporal
Capacidade de detectar intervalos de tempo
entre estímulos sonoros, mudanças rápidas e
repentinas no estímulo sonoro, ou detectar o
menor tempo necessário para que o indivíduo
perceba diferenças entre os sinais sonoros.
Interação binaural
Implica a apresentação de informações
auditivas não simultâneas, sequenciais e/
ou complementares, apresentadas aos
dois ouvidos, com base no conceito de
que ouvintes normais podem processar
informações de forma binaural, ou seja,
usando os dois ouvidos. Depende da
localização e da lateralização dos estímulos
auditivos.
105
Capítulo 4 - Processamento auditivo
Fechamento auditivo
Baseado no conceito de que um ouvinte
normal pode entender a fala, mesmo que seja
incompleta ou distorcida. É a capacidade de
perceber a mensagem inteira quando partes
são omitidas.
Funções auditivas
Segundo a American Speech-Language-Hearing
Association (1996), as funções auditivas centrais são:
• localização e lateralização do som;
• discriminação auditiva;
• reconhecimento de padrões auditivos;
• reconhecimento dos aspectos temporais da audição
(resolução temporal, mascaramento temporal,
integração temporal e ordenação sequencial);
• capacidade de reconhecer sinais competitivos e
degradados.
Dificuldades e distúrbios associados às habilidades e funções
citadas acima podem estar diretamente relacionados aos
Transtornos do Processamento Auditivo (TPA), como
veremos a seguir.
106
Capítulo 4 - Processamento auditivo
Transtornos do
Processamento Auditivo
(TPA)
Ouvir e não compreender o que foi dito, dificuldade de
concentração e problemas na leitura e escrita podem
ser indícios de Transtornos do Processamento Auditivo
(TPA). Em outras palavras, algumas circunstâncias estão
prejudicando o processamento ou a interpretação de
informações sonoras.
107
Capítulo 4 - Processamento auditivo
108
Capítulo 4 - Processamento auditivo
Síndromes Generalizadas do
Desenvolvimento
109
Capítulo 4 - Processamento auditivo
Problemas relacionados à
aprendizagem, como atenção,
memória de curto prazo e problemas
de linguagem oral e escrita
110
Capítulo 4 - Processamento auditivo
111
Capítulo 4 - Processamento auditivo
112
Capítulo 4 - Processamento auditivo
113
Capítulo 4 - Processamento auditivo
114
Capítulo 4 - Processamento auditivo
ototóxicas
As drogas ototóxicas são aquelas capazes de lesar estruturas
da orelha interna, impactando negativamente suas funções
auditivas e do equilíbrio.
115
Capítulo 4 - Processamento auditivo
116
Capítulo 4 - Processamento auditivo
Encerramento
Neste capítulo, vimos a definição de processamento auditivo,
o conjunto de habilidades que permitem uma interpretação
correta da informação sonora e as principais causas dos
Transtornos do Processamento Auditivo.
117
Capítulo 5
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Processos
psicológicos
básicos
Estudar ou dirigir ouvindo música. Assistir à televisão e falar
ao telefone ao mesmo tempo. Encontrar aquele acessório
que se quer usar em uma gaveta cheia deles. Prestar atenção
à explicação do professor em sala de aula enquanto vários
alunos estão conversando.
Você com certeza já vivenciou algumas dessas situações!
119
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Esses fatos tão comuns em nosso dia a dia são exemplos dos
conceitos que veremos neste capítulo.
120
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Atenção
A atenção é a função executiva que consome mais recursos
energéticos em nosso cérebro, pois é ela que nos permite
selecionar as informações que precisamos processar o
tempo todo.
121
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Tronco cerebral
122
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Sistema límbico
GÂNGLIOS BASAIS
controle de movimentos
aprendendo, hábito, cognição
e emoção
HIPOTÁLAMO TÁLAMO
Controla temperatura Regulação do sono,
corporal, fome, consciência e atenção
fadiga e sono
AMÍGDALA
Memória, tomada de decisão
e respostas emocionais HIPOCAMPO
Memória, navegação
Cortéx
123
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
2 3
124
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Sistemas atencionais
Observe que, se a atenção surge da necessidade que temos
de selecionar uma parte da informação para que ela possa
ser processada, é necessário supor que o ser humano tenha
uma capacidade limitada de processamento da informação.
125
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Sinais de alerta
A atenção, como sistema de alerta, nos permite manter
um estado de alerta para processar informações, explorar o
ambiente e nos adaptar a ele, e, finalmente, sobreviver. Isso
ocorre em diferentes momentos e pode ser caracterizado
por alerta tônico ou alerta fásico.
126
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
O alerta tônico
é afetado pelo
cansaço ou pelas
demandas da
tarefa.
Por exemplo,
quando estamos
caminhando e
ouvimos o som
de uma freada,
isso ativa o alerta
fásico.
127
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Sistema de orientação
A atenção, como sistema de orientação, nos permite
concentrar o foco nos estímulos importantes para resolver
uma tarefa ou algo potencialmente perigoso. A atenção
pode ser orientada endógena ou exogenamente. Confira:
Endógena
A orientação endógena depende das
metas ou objetivos e, portanto, é
voluntária. Está mais relacionada ao
sistema límbico e ao córtex.
128
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Exógena
A orientação exógena depende da
estimulação externa e, portanto, é
involuntária. Está mais relacionada
ao tronco cerebral.
129
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Enfrentamento de
Correção de erros tarefas em
condições difíceis
ou perigosas
130
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
IV V P1 P2
I III Pa
II
VI
Po
Nervo acústico e µV
tronco cerebral No Na Nb
N2
Resposta N1
Resposta do cortical Resposta cortical
tronco cerebral precoce tardia
131
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Modelos de atenção
Dentro dos modelos estruturais de atenção, podemos
encontrar:
132
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
133
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
IV V P1 P2
III Pa
I
II
VI
Po
µV
No Na Nb
N2
Resposta
N1
Resposta do cortical Resposta cortical
tronco cerebral precoce tardia
Fases iniciais
A atenção, nas fases iniciais, começa a partir de 70-90 ms
e é observada nos potenciais P100 e N100. Esse fato indica
que a atenção começa a ser ativada nos estágios iniciais
antes de atingir níveis mais altos de processamento.
P4
P2
P1 P3
P5
µV
N2
N4
N1
N3 Resposta cortical
tardia
0 2 4 6 8 10 ms
Fases finais
A atenção nas fases finais ocorre quando selecionamos
as informações na memória de trabalho. As ondas P300 e
N400 são um indicador confiável da seleção de informações
nas fases finais.
134
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Cóclea Cóclea
Linha média
AN CN CN
MSO
LSO
HF
MNTB MNTB
LF
AN= Nervo auditivo LSO = oliva superior lateral MNTB = núcleo medial do
corpo trapezoides
CN= Núcleos cocleares MSO = oliva superior medial
135
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Tempo
O primeiro desses mecanismos é a comparação da diferença
no tempo que o som levou para alcançar um ou outro ouvido.
136
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Intensidade
O segundo mecanismo compara a diferença de intensidade
com a qual o som atinge um ou outro ouvido.
137
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
r
θ
Para trás
Para frente
Plano horizontal
138
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Memória
Uma das coisas mais impressionantes que nosso cérebro
faz é criar memórias. Esse importante processo neurológico
nos permite aprender, fazer representações mentais que
envolvem mudanças estruturais e funcionais no cérebro
e tomar decisões que nos levam ao futuro a partir de
experiências vivenciadas.
A memória é um processo pelo qual novos conhecimentos
ou eventos são codificados, armazenados e recuperados
posteriormente.
Aprendizagem Memória
139
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
140
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Fases da memória
O fato ou a necessidade de armazenar as informações na
memória permite que essas informações estejam disponíveis
para uso no momento certo. Quando estudamos para
um exame, por exemplo, precisamos que as informações
estejam disponíveis na memória no dia da prova.
141
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Codificação
Envolve a transformação, consciente ou
inconsciente, de estímulos sensoriais em diferentes
códigos de armazenamento. Esses códigos podem
pertencer a diferentes categorias sensoriais, e a
forma mais eficaz de armazenamento é aquela na
qual as informações são codificadas com base em
mais de uma modalidade.
Armazenamento ou consolidação
Envolve o registro temporário ou permanente das
informações. Quanto melhor a sua organização,
maior a quantidade de informações que podemos
armazenar, embora elas possam ser perdidas
por diferentes motivos – o mais frequente é o
esquecimento.
Recuperação
Envolve a recuperação e nos permite acessar
as informações armazenadas para criar uma
recuperação consciente delas ou executar um
comportamento aprendido.
142
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Reconhecimento
143
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Recordação
A outra maneira de acessar a memória é a
recordação, em que as informações não estão
disponíveis, mas devemos procurá-las em nossa
memória e recuperá-las.
Nesse caso, estamos falando, por exemplo, de
quando respondemos a questões discursivas
em uma prova, pois uma pergunta é feita, e a
resposta é aberta.
Classificação da memória
Já parou para pensar que tudo em nossa vida está organizado
de alguma forma?
Todas as coisas estão classificadas e ordenadas de acordo
com algum critério: as gavetas do armário da cozinha separam
talheres de outros utensílios domésticos, os livros em uma
estante têm alguma característica semelhante, as palavras
no dicionário estão em ordem alfabética, e por aí vai!
144
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Posição serial
A posição serial e a organização do material são aspectos
cognitivos relevantes para a memória.
145
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
146
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Organização
A organização também influencia a recuperação do material
armazenado na memória. Reflita:
147
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Esquecimento e interferência
Até aqui entendemos o mecanismo da memória a cada nova
informação recebida, mas fica a questão: por que a memória
não funciona sempre? A resposta é simples: estamos falando
de esquecimento e interferência. Acompanhe:
148
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Modelos de armazenamento
Um dos primeiros modelos de memória conhecidos é o
modelo de armazenamento múltiplo de Atkinson e Shiffrin
(1968). Até hoje é um dos modelos mais aceitos e baseia-se
na classificação por sistemas de memória.
Para os autores, temos três sistemas de memória. São eles:
• memória sensorial;
• memória de curto prazo;
• memória de longo prazo.
149
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Memória sensorial
No caso da audição, a memória sensorial é chamada
de memória sensorial ecoica. Esse sistema possui uma
grande capacidade de armazenamento, mas de curta
duração (aproximadamente 250 ms, embora alguns autores
considerem que pode atingir dois ou três segundos).
Mantém
Mantéma representação
a representação
Memória Memória
dasdas
informações
informaçõespara
para
sensorial de curto
melhor discriminação
melhor discriminação
ecoica prazo
para enviar
para à: à:
enviar
150
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Mantém a representação
Memória Memória
Memória de dasAnalisa, interpreta
informações para e
sensorial organiza as informações de longo
curto prazo melhor discriminação
ecoica para enviar prazo
para enviar à: à:
151
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
152
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
153
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
2 Altas flexibilidade e
modificabilidade
Baixas flexibilidade e
modificabilidade 2
3 Controle consciente
MD Controle consciente 3
difícil
MND
Avaliação por meio de Avaliação por meio de
5 medições diretas de medições indiretas de 5
memória memória; efeito
Estruturas Estruturas
6 6
neuroanatômicas neuroanatômicas
filogeneticamente mais filogeneticamente mais
recentes antigas
7 Alta vulnerabilidade
à deterioração
Baixa
vulnerabilidade à 7
154
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Novos conceitos
Em 1974, Baddeley e Hitch propuseram um modelo de
memória de curto prazo (ou memória de trabalho) diferente
do que foi proposto por Atkinson e Shiffrin.
Executivo
central
Alça Agenda
fonológica visuoespacial
155
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
156
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Reprograme
A alça fonológica intervém em praticamente
todas as tarefas relacionadas ao idioma,
por isso é essencial para leitura e escrita,
aquisição de vocabulário, aprendizado de
idiomas etc.
A classificação da memória
dependendo do tempo
Se considerarmos o tempo, dependendo se as informações
a serem recuperadas pertencem a um evento do passado
ou do futuro, podemos classificar a memória em:
• prospectiva;
• retrospectiva.
Memória retrospectiva
Implica uma recordação do momento específico e da
situação em que a atividade ocorreu, bem como a
memória da própria atividade.
157
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Memória prospectiva
Refere-se à memória de atividades ou planos de
ação que devem ser executados em um futuro
próximo ou distante.
158
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Córtex auditivo
primário
159
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Reprograme
Para que isso ocorra, a localização da
fonte sonora é essencial, mas, além de
sua localização, temos outras informações,
como a frequência ou os aspectos temporais
do estímulo, que podem contribuir para a
eficácia do filtro atencional.
160
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
161
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Quando a criança
vê o objeto, uma
imagem mental é
formada na agenda
visuoespacial da
memória de curto
prazo. Essa imagem
mental ativa
automaticamente a memória da palavra que
denomina o objeto (alça fonológica). Quando
a criança ouve o nome do objeto e ativa sua
alça fonológica na memória de curto prazo,
a memória da imagem do objeto (agenda
visuoespacial) é automaticamente ativada.
162
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Esquecimento
Estímulo
Memória Memória de Memória de
163
Capítulo 5 - Processos psicológicos básicos
Encerramento
Neste capítulo, vimos como, sem atenção, não podemos
armazenar informações na memória, e assim o processo de
aprendizagem não é possível.
Vimos também que a memória é um processo pelo qual novos
conhecimentos ou eventos são codificados, armazenados e
recuperados. Por isso, é muito difícil separar o aprendizado
da memória.
164
Capítulo 6
Capítulo 6 - Linguagem
Linguagem
A linguagem é uma habilidade característica do ser humano,
e a facilidade com que é adquirida e desenvolvida nos permite
pensar em uma predisposição biológica.
166
Capítulo 6 - Linguagem
A linguagem é um código
cuja função é a comunicação,
a transmissão de ideias e
pensamentos, que ocorre
por meio de um sinal de
natureza sequencial que é
decodificado à medida que
se desenvolve ao longo do
tempo.
167
Capítulo 6 - Linguagem
O corpo caloso é a
estrutura que comunica
as diferentes áreas dos
hemisférios direito e
esquerdo do cérebro.
Os fascículos dorsais e
os fascículos ventrais
comunicam as diferentes
áreas corticais que darão
origem às diferentes vias
da linguagem.
168
Capítulo 6 - Linguagem
Suprassegmentais
Uma característica suprassegmental ou prosódica é uma
característica da fala que afeta um segmento maior que o
fonema, como acento, entonação, ritmo, duração e outros.
O termo suprassegmental implica a existência de elementos
que se enquadram em mais de um segmento por vez. Os
suprassegmentais resultam de um uso particular dos recursos
do aparelho fonador.
169
Capítulo 6 - Linguagem
Processamento da
linguagem oral
Agora que já refletimos sobre o que é a linguagem e vimos
um pouco sobre seus circuitos neurológicos, seguiremos
em frente abordando o processamento da linguagem oral.
170
Capítulo 6 - Linguagem
171
Capítulo 6 - Linguagem
172
Capítulo 6 - Linguagem
173
Capítulo 6 - Linguagem
Vibração inicial
A vibração inicial das cordas
vocais cria um som que atende
às características acústicas da
vibração de qualquer corda.
Quanto mais distantes estão
os harmônicos da frequência
fundamental, menor sua
amplitude.
Modo de
articulação
A coluna de ar, ao passar pelo
trato vocal, sofrerá certas
obstruções em diferentes
partes desse trato. A primeira
obstrução, conhecida como
modo de articulação, levará à
formação da primeira formante
(F1).
174
Capítulo 6 - Linguagem
Ponto de
articulação
A segunda obstrução, chamada
ponto de articulação, originará
a segunda formante (F2), e a
posição da ponta da língua
gerará a terceira formante (F3).
175
Capítulo 6 - Linguagem
Formante
Intensidade
Frequência
176
Capítulo 6 - Linguagem
177
Capítulo 6 - Linguagem
Vamos exemplificar!
Os fonemas /n/ das palavras [cana] e [canta] soam
diferentes, mas a criança, que desenvolve corretamente sua
consciência fonológica, aprende que ambos pertencem à
mesma categoria: fonema /n/.
178
Capítulo 6 - Linguagem
Tempo Tempo
Mas atenção!
179
Capítulo 6 - Linguagem
180
Capítulo 6 - Linguagem
Frequência (KHz)
f3
40 ms 260 ms
f2
f1
Tempo ( ms)
181
Capítulo 6 - Linguagem
Processamento da
linguagem escrita
A linguagem escrita é o avanço cultural mais importante
da humanidade. Atualmente, todo o conhecimento é
armazenado em forma escrita, impressa em papel ou
em formato digital. Portanto, é por meio da leitura que
acessamos o conhecimento.
182
Capítulo 6 - Linguagem
183
Capítulo 6 - Linguagem
184
Capítulo 6 - Linguagem
185
Capítulo 6 - Linguagem
Espanhol
Português Inglês
Finlandês
186
Capítulo 6 - Linguagem
Habilidades adquiridas
As habilidades adquiridas são
aquelas para as quais o ser humano é
geneticamente disposto, e, portanto,
sua origem é biológica.
Habilidades aprendidas
As habilidades aprendidas são aquelas
para as quais o ser humano não está
geneticamente disposto, e, portanto,
sua origem é cultural.
187
Capítulo 6 - Linguagem
.
ABC..
ABC...
188
Capítulo 6 - Linguagem
189
Capítulo 6 - Linguagem
Giro angular
190
Capítulo 6 - Linguagem
Ortografia e dislexia
Ortografia
191
Capítulo 6 - Linguagem
Ortografia arbitrária
Dislexia
Dentro dos problemas de leitura e escrita, devemos fazer
uma menção específica à dislexia.
192
Capítulo 6 - Linguagem
A dislexia compartilha
sintomas com outros
problemas de alfabetização,
mas a diferença mais
importante é que a criança
que sofre de dislexia, e
não de um problema de
alfabetização, dificilmente
superará os sintomas e
sempre apresentará sérias
dificuldades na leitura e na
escrita.
193
Capítulo 6 - Linguagem
SEM DISLEXIA
ÁREA DE BROCA
ÁREA PARIETAL
OCCIPITAL TEMPORAL
Essa é a área da forma da palavra
do cérebro. Para a maioria das
pessoas, quando a palavra é lida
várias vezes, o cérebro faz um
modelo neural que inclui soletrar,
pronunciar e interpretar o
significado da palavra.
194
Capítulo 6 - Linguagem
COM DISLEXIA
ÁREA DE BROCA
Essa é a área que processa a
articulação e, geralmente, nos
ajuda a conectar os sons às
letras. Observe o lado maior.
Essa área está sendo utilizada
para compensar.
Classificação
Rastle e Colheart (2000) classificaram a dislexia em três
aspectos:
195
Capítulo 6 - Linguagem
Dislexia fonológica
Dislexia superficial
Dislexia mista
196
Capítulo 6 - Linguagem
197
Capítulo 6 - Linguagem
198
Capítulo 6 - Linguagem
Encerramento
Neste capítulo, vimos que a linguagem é uma habilidade,
um código de comunicação baseado no som, característica
do ser humano, e necessita de estímulos do ambiente para
excitar e estruturar os circuitos cerebrais que darão suporte
ao seu desenvolvimento.
199
Capítulo 6 - Linguagem
200
Capítulo 7
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Síndromes
generalizadas do
desenvolvimento
Transtorno global do desenvolvimento (TGD), ou distúrbio
abrangente do desenvolvimento (PDD, em inglês), é uma
categoria que engloba os transtornos caracterizados por
atraso simultâneo no desenvolvimento de funções básicas,
como socialização e comunicação em geral.
202
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
• autismo;
• síndrome de Rett;
• transtorno desintegrativo da infância;
• transtorno global do desenvolvimento sem outra
especificação, que inclui (ou também é conhecido
como) autismo atípico.
203
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Transtorno do espectro
do autismo (TEA)
O autismo é um distúrbio de origem desconhecida. No
entanto, alguns estudos fornecem dados para a existência
de um componente genético, e muitos deles demonstram a
participação de diferentes genes.
204
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Reprograme
Podemos afirmar, então, que indivíduos
com TEA possuem uma condição clínica
complexa de herança multifatorial.
1 a cada 88 1 a cada 59
nascidos nascidos
205
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
206
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Diagnóstico
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (2013), os critérios diagnósticos do
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) são baseados
em padrões restritivos e repetitivos de comportamento,
interesses ou atividades. Esses comportamentos devem
manifestar-se, atualmente ou no passado, em dois ou mais
dos seguintes pontos.
Os exemplos são ilustrativos, mas não exaustivos. Observe:
207
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Sintomas
208
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Processamento
auditivo nas crianças
com TEA
Indivíduos com TEA apresentam graves dificuldades nos
seguintes aspectos:
• linguagem;
• relações sociais;
• resposta a estímulos sensoriais.
Independentemente do nível de gravidade que possam
manifestar nas diferentes alterações, esses sujeitos
apresentam um denominador comum: a incapacidade de
desenvolver o pensamento simbólico.
209
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Certamente, alguns
indivíduos com TEA podem
criar seus próprios sistemas
de comunicação, mas não
são capazes de aprender
um código de comunicação
criado por terceiros e que
seja comum a outros.
210
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Hipoaudição e hiperaudição
211
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
x
Hipoaudição Hiperaudição
• Isolar-se.
• Provocar sons intensos e rítmicos.
• Tampar os ouvidos.
• Romper objetos que fazem ruído.
• Assustar-se com facilidade.
• Aproximar-se da fonte sonora.
• Aparentar falsa surdez.
• Ter preferência por ambientes
ruidosos e reverberantes.
• Ouvir sons aparentemente inexistentes.
• Ter medo de sons agudos.
Associação multimodal
Indivíduos com TEA também apresentam alterações nas
áreas de associação multimodal.
212
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Alterações no eixo
corticotalâmico esquerdo
Colículo inferior
213
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Estereotipias
A estereotipia é uma das maneiras mais comuns de
indivíduos com TEA controlarem a ansiedade gerada por
distúrbios sensoriais.
214
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Agitar as mãos
(flapping)
Diminuir a ansiedade
ativando a resposta
periférica do sistema visual.
215
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Balançar-se
Balançar-se ativa o sistema
vestibular, que reduz
a resposta do sistema
auditivo.
Gritar
Os gritos, por sua
vez, ativam o reflexo
estapediano, de forma
que a resposta do sistema
auditivo também é
reduzida.
216
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Provocar sons
A criança produz sons mais
intensos para mascarar
sons do ambiente.
217
Capítulo 7 - Síndromes generalizadas do desenvolvimento
Encerramento
Um ponto-chave para compreendermos a relação dos
transtornos generalizados de desenvolvimento, como o
TEA, com o processamento auditivo é entender que o
desenvolvimento motor facilita o sensorial, e, por sua vez, o
desenvolvimento sensorial facilita o motor, como vimos no
capítulo 3 – Processamento auditivo.
Desenvolvimento Desenvolvimento
motor sensorial
218
Referências Bibliográficas
Referências
bibliográficas
AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION. Diagnostic and
Statistical Manual of Mental Disorders - DSM-5. 5. ed.
Washington: American Psychiatric Association, 2013.
AMERICAN SPEECH-LANGUAGE-HEARING
ASSOCIATION. Central Auditory Processing: Current
Status of Research and Implications for Clinical Practice.
American Journal of Audiology, v. 5, n. 2, p. 41-54, 1996.
219
Referências Bibliográficas
220
Referências Bibliográficas
221
Referências Bibliográficas
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Referências Bibliográficas
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