EDIÇÃO 006 — ANO 1

MISSÃO PRONTA
OPERAÇÃO FLORESTA VERMELHA
 DICAS DE MESTRE
Entendendo o que são doenças e infecções

SANGRAMENTO
Abordando doenças e infecções com sensibilidade

ABRAÇANDO O SOBRENATURAL
O florescer sobrenatural

INFECÇÕES SOBRENATURAIS
Doenças derivadas do sobrenatural

VASTILARVA
Monstro Adaptado
 EDITORIAL
Diretoria
Ramon “PlayRay” Ramos (@playraymon).
João “Portill” Portilho (@P0rtolho).
Editor-Chefe
Miguel Souza (@_Miguel_Souza).
Revisora-Chefe
Alice Priestly (@AlicePriestly).
Colaboradores
Texto: Alice Priestly (@AlicePriestly),
João “Portill” Portilho (@P0rtolho), Mahhiel
(@Mahhiel), Miguel Souza (@_Miguel_Souza),
Pedro Luiz Santos (@pedro_lu_santos).
Arte: Davi Mota (@drawmlins), Nullavoid
(@_Nullavoid), Gosk (@goskk16), Sumo
(@desconjurado) e Trakoll (@Trakoll).
Diagramação: Jonz (@joaojonz), Guilherme
“Guirassol” Schilling (@guirassolarts),
Pedro Luiz Santos (@pedro_lu_santos) e
Lucas Tenório Queissada (@lucaztenorio).
Revisão: Alice Priestly (@AlicePriestly) e
Miguel Souza (@_Miguel_Souza).
Produto não recomendado para menores
de 14 anos. Este é um material não
oficial, amador, feito de fãs para fãs.
3
AGRADECIMENTOS
Equipe de Ordem Paranormal: Amanda Brotto,
Akila, Jottah, Mathz, Orenjiro, Over, ART.
Corvus, Noblezito, Henrique Mueller, Kael,
Felipe Faria, Thiago Baltar, Eddu, Fubukii, Eloá
Picon, Rizzart.
Equipe da Jambô: Guilherme Dei Svaldi, Rafael
Dei Svaldi, Leonel Caldela, Ana Carolina
Gonçalves, André de Oliveira, Andrew Frank,
Cássia Bellmann, Daniel Boff, Daniel Ramos,
Davide Di Benedetto, Elisa Guimarães, Freddy
Mees, Glauco Lessa, J.M. Trevisan, Karen
Soarele, Marcel dos Reis, Marcelo Cassaro,
Marlon D’Ávila, Matheus Tietbohl, Maurício
Feijó, Pietra Nunez, Priscilla Souza, Tatiana
Gomes, Thiago Rosa, Tiago Guimarães e
Vinicius Mendes.
Ordem Paranormal RPG é Copyright © 2022
Rafael Lange. Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução, no todo ou em parte,
por qualquer meio, sem autorização prévia e
por escrito da editora. Esta revista é oferecida
sob os termos da Open Game License. Todo o
conteúdo Open Game é explicado na página 59.
SUMÁRIO
5 Dicas de Mestre 33 Operação Floresta Vermelha
Entendendo o que são doenças e infecções Missão pronta

11 Sangramento 53 Vastilarva
Abordando doenças e infecções com sensibilidade Monstro adaptado
17 Abraçando o Sobrenatural 57 Lista de Apoiadores
O florescer sobrenatural

25 Infecções Sobrenaturais 59 Open Game License

Doenças derivadas do sobrenatural 61 Extras

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 DICAS DE
MESTRE
ENTENDENDO O QUE SÃO DOENÇAS E INFECÇÕES

5
Entendendot que soEnt
Y o! Eu sou Miguel Souza! Autor da coluna ge-
nericamente conhecida como “Dicas de Mestre”,
mas se você leu a Edição #001, já sabe que tenho um
objetivo bem específico!
Eu não quero vender algum curso de “como narrar
melhor” nem nada do tipo, muito menos ficar dando pi-
taco em algo tão artístico e instintivo quanto narrar um
jogo de RPG. Para isso, basta ler o livro ou o manual do
sistema que quer jogar e aprender as regras e o cenário.
Minha intenção é ajudar você, que nunca narrou ou
já narra RPG, mas está sofrendo com incertezas e inse-
guranças, a ter uma melhor qualidade de vida nas suas
mesas de RPG — algo que você não vai encontrar em
um livro ou manual.
Se você tem mais de vinte anos, é provável que já
tenha ouvido falar do “Manual de Sobrevivência Esco-
lar do Ned”. Imagine minha coluna como algo parecido!
Um Manual de Sobrevivência Social de Figuras Nar-
radoras — que também vai ajudar muito as Jogadoras a
auxiliarem e tornarem a experiência da pessoa narrado-
ra melhor e mais divertida. Afinal, Narradora também
é Jogadora e está lá para se divertir e se entreter como
todo mundo na mesa.
Eu costumo defender a ideia de que quanto mais
o mestre sabe, mais ele tem a acrescentar para o jogo.
Então, já que estamos falando de infecções, vou gastar
minha graduação em Farmácia Bioquímica para ensi-
nar você sobre elas. Lembre-se! Conhecimento é poder!
Um mestre estudado tem muita munição pra gastar!
ESCLARECENDO
DOENÇA E INFECÇÃO
O que é uma doença? Uma doença é uma alteração
da saúde de um ser que causa desconforto, disfunção
ou ambos. Pode ser causada por vários fatores, como
agentes patogênicos (como bactérias, vírus, fungos
e parasitas), desequilíbrios genéticos, distúrbios do
sistema imunológico, trauma f ísico ou emocional,
exposição a toxinas ou substâncias nocivas, entre ou-
tros. As doenças podem afetar diferentes partes do
corpo, resultando em uma variedade de sintomas e
impactando negativamente a saúde e o bem-estar ge-
ral de uma pessoa. O diagnóstico, tratamento e prin-
cipalmente a prevenção de doenças são áreas-chave
da medicina e da saúde pública.
O que é uma infecção? Uma infecção é a inva-
são do corpo por microrganismos patogênicos, como
bactérias, vírus, fungos ou parasitas, que se multipli-
cam e se reproduzem no organismo, causando uma
resposta do sistema imunológico. Essa invasão pode
levar a uma série de sintomas, que variam dependen-
do do tipo de microrganismo envolvido e da área do
corpo afetada. As infecções podem ser localizadas,
afetando uma área específica do corpo, ou sistêmi-
cas, quando se espalham para outras partes do corpo
além do local inicial de invasão. O tratamento das in-
fecções geralmente envolve o uso de medicamentos
antimicrobianos, como antibióticos, antivirais, anti-
fúngicos ou antiparasitários, dependendo do tipo de
microrganismo envolvido.
Resumindo... Quando uma criatura invade seu
corpo e se prolifera, ela te infecta e é essa infecção
que resultará em doenças.
ENTENDENDO OS
MICRORGANISMOS
Hora de voltar aos termos das aulas de biologia
que você já viu no fundamental e, principalmente,
no colegial.
Bactérias. Uma bactéria é um organismo unicelular
microscópico que pertence ao reino Monera.
6
 Elas são células procarióticas, o que significa
que não possuem um núcleo definido ou organelas
membranosas. Em vez disso, seu material genético,
geralmente DNA, está disperso no citoplasma. As
bactérias são encontradas em uma ampla variedade
de ambientes, incluindo solo, água, ar e dentro de
outros organismos. Muitas bactérias são inofensivas
ou até mesmo benéficas, desempenhando papéis
importantes em processos como decomposição,
fixação de nitrogênio e síntese de alimentos. No
entanto, algumas bactérias são patogênicas — podem
causar doenças em seres vivos. Exemplos de doenças
bacterianas incluem tuberculose, cólera, salmonelose
e meningite. As bactérias também são utilizadas em
diversas aplicações industriais, como produção de
alimentos, produção de antibióticos e engenharia
genética.
Vírus. Um vírus é uma entidade biológica
microscópica que consiste em material genético
(como DNA ou RNA) envolvido por uma cápsula
protéica chamada cápside. Os vírus não são
considerados células porque não possuem estruturas
celulares típicas, como citoplasma ou membrana
plasmática, e não são capazes de realizar atividades
metabólicas por conta própria. Eles dependem da
maquinaria celular de outros organismos, como
células hospedeiras, para se replicar e produzir
novos vírus. Os vírus são conhecidos por causarem
uma variedade de doenças em organismos vivos.
Essas doenças podem variar desde infecções leves,
como resfriados comuns, até condições mais graves,
como AIDS, gripe e COVID-19.Contudo, o clichê só
é clichê por que funciona. Então usar essa estrutura
7
básica para construir sua aventura de RPG slasher é
mais do que suficiente para envolver suas jogadoras.
Fungos. Um fungo é um organismo eucariótico
pertencente ao reino Fungi, caracterizado por
possuir células com núcleo definido e organelas
membranosas. Os fungos podem ser unicelulares,
como as leveduras, ou multicelulares, como os
cogumelos e os bolores. Eles são heterotróficos, o que
significa que obtêm seu alimento a partir de matéria
orgânica em decomposição ou de outros organismos.
Os fungos desempenham papéis essenciais nos
ecossistemas, atuando na decomposição de matéria
orgânica, na ciclagem de nutrientes e na simbiose
com outros organismos. Além disso, muitos fungos
são utilizados na produção de alimentos, bebidas,
medicamentos e na indústria, enquanto outros
podem causar doenças em criaturas vivas.
Parasitas. Um parasita é um organismo que
vive em ou sobre outro organismo, conhecido
como hospedeiro, e obtém seus nutrientes dele.
Essa relação é geralmente desigual, com o parasita
se beneficiando enquanto o hospedeiro pode ser
prejudicado de alguma forma. Os parasitas podem
ser divididos em diferentes categorias, incluindo
parasitas ectoparasitas, que vivem na superf ície
externa do hospedeiro, como piolhos e carrapatos,
e parasitas endoparasitas, que vivem dentro do
corpo do hospedeiro, como vermes intestinais e
protozoários. Algumas doenças humanas, como
malária, toxoplasmose e giardíase, são causadas
por parasitas. É importante destacar que ter um
“comportamento parasitário” não é o mesmo que
ser definido biologicamente como parasita.

COMO UMA
INFECÇÃO... INFECTA?
Uma infecção pode se espalhar de várias manei-
ras, dependendo do tipo de patógeno envolvido e das
condições ambientais. Aqui estão algumas das for-
mas mais comuns de propagação de infecções:
• Contaminação fecal-oral: Isso ocorre quando
os microrganismos presentes nas fezes de uma
pessoa infectada entram no corpo de outra pes-
soa através da boca. Isso pode acontecer quando
alimentos ou água contaminados são consumi-
dos sem serem adequadamente higienizados —
mais de 33 milhões de brasileiros não têm aces-
so à água potável e quase 100 milhões (metade
da população) ainda não usufruem dos serviços
de coleta e tratamento de esgoto.
• Transmissão de pessoa para pessoa: Isso
ocorre quando um patógeno é transferido di-
retamente de uma pessoa infectada para outra
pessoa saudável. Isso pode acontecer através do
contato f ísico próximo, como aperto de mãos,
beijos ou contato sexual, onde os microrganis-
mos podem ser transferidos de uma pessoa para
outra. Também pode ocorrer por meio de gotí-
culas respiratórias, quando uma pessoa infec-
tada tosse, espirra ou fala, liberando pequenas
partículas que contêm o patógeno no ar, que são
inaladas por outras pessoas.
• Transmissão por contato indireto: Isso ocorre
quando uma pessoa entra em contato com su-
perf ícies ou objetos contaminados por patóge-
nos. Se a pessoa tocar essas superf ícies e depois
tocar seu rosto, boca ou nariz, os microrganis-
mos podem entrar no corpo e causar infecção.
• Transmissão por vetor: Alguns patógenos são
transmitidos por vetores, que são organismos,
como insetos ou outros animais, que carregam
o patógeno de uma pessoa infectada para outra.
Por exemplo, a malária é transmitida através da
picada de mosquitos infectados, e a doença de
Lyme é transmitida através da picada de carra-
patos infectados.
• Transmissão vertical: Isso ocorre quando
um patógeno é transmitido para a criança
durante a gestação, parto ou amamentação
pela pessoa gestante.
É importante adotar medidas preventivas, como la-
vagem frequente das mãos, práticas de higiene adequa-
das, vacinação, uso de equipamentos de proteção indi-
vidual e práticas sexuais seguras, para reduzir o risco de
infecções e interromper a propagação de patógenos.
HORROR DAS INFECÇÕES
Já falamos sobre “horror corporal” nas últimas edi-
ções d’A Passagem e os mesmos cuidados de maturi-
dade e respeito ao tratar do tema se aplicam quando
falamos de doenças.
O horror das infecções está na invasão do corpo
humano por organismos patogênicos, como vírus,
bactérias, fungos ou parasitas, que podem causar
uma ampla gama de doenças e complicações.
8
 As infecções podem se manifestar de várias formas,
desde sintomas leves, como febre e mal-estar, até
condições graves que ameaçam a vida. Além disso,
algumas infecções podem ser altamente contagiosas,
espalhando-se rapidamente entre as populações e
resultando em surtos e epidemias — devido a eventos
recentes, sei que sabe do que eu estou falando.
Esse horror também reside na capacidade das
infecções de desafiar os sistemas de defesa do
corpo humano, muitas vezes causando danos aos
tecidos, órgãos e sistemas do corpo. Em alguns
casos, as infecções podem levar a complicações
graves, como sepse (infecção generalizada),
falência de órgãos e até mesmo morte.
Além disso, o tratamento de infecções nem
sempre é direto, e algumas cepas de microrganismos
podem desenvolver resistência aos antibióticos e
outras formas de tratamento, tornando o combate às
infecções mais dif ícil e potencialmente perigoso.
Em resumo, o horror das infecções reside na
ameaça que representam para a saúde e o bem-
estar humanos, bem como na complexidade e
imprevisibilidade de sua natureza.
Se você tiver estômago para tal, basta pesquisar
algumas infecções graves causadas por parasitas
principalmente, para ver o quão aterradora e
agonizante uma infecção pode ser — pele, olhos,
intestino, pulmão e até mesmo o cérebro são alvos
potenciais. Inclusive, muitas pessoas vivem seu
dia a dia sem considerar que milhões de formas
de vida parasitam seu corpo nesse momento. Se
não fossem suas células brancas lutando pela sua
imunidade a todo momento, você já estaria muito
doente — cuide da sua saúde!
9
INFECÇÕES E O
PARANORMAL
Em Ordem Paranormal RPG, temos a presença do
Infecticídio. Um vírus paranormal que o Outro Lado
vomitou em nossa Realidade através do nosso medo
de uma sociedade “zumbificada” pela tecnologia.
Esse mesmo tema pode ser expandido para incon-
táveis relações entre o sobrenatural e as infecções.
Contudo, antes de qualquer coisa, eu recomendo que
infecções realistas só sejam usadas em mesas com
maiores de 16 anos, pois será abordado em jogo te-
mas sensíveis e ameaças que tiram vidas de pessoas
queridas todo dia. Além disso, mesmo com maiores
de 16 anos, é necessário a realização de uma conver-
sa sobre consentimento. Nunca sabemos como uma
infecção pode ter afetado a vida de uma pessoa.
Para menores de 16 anos, criar infecções lúdicas,
mesmo que inspiradas em infecções reais, é minha
recomendação. A mensagem vai ser passada sem a
necessidade de abordar o jovem com a realidade ter-
rível em que vivemos quando falamos de doenças.
Doenças sobrenaturais são conceitos frequente-
mente explorados em obras de ficção, especialmente
em gêneros como horror, fantasia e paranormal. Elas
são caracterizadas por apresentarem aspectos ou
causas incomuns e muitas vezes inexplicáveis, indo
além das doenças tradicionais que são estudadas pela
medicina convencional. Aqui estão alguns exemplos
de doenças sobrenaturais frequentemente retratadas
na cultura popular:
• Maldição: Uma condição imposta por uma for-
ça sobrenatural, frequentemente como resulta-
 do de uma transgressão ou invocação de poderes • Câncer sombrio: Uma doença fictícia frequen-
malignos. A maldição pode causar uma série de temente encontrada em histórias de horror,
efeitos negativos na vítima, como enfermidades caracterizada por tumores escuros e malignos
f ísicas, má sorte ou até mesmo morte. que se espalham rapidamente pelo corpo da
• Possessão: Uma condição na qual uma entida- vítima, causando dor excruciante e levando à
de, comumente demoníaca, toma controle do morte em pouco tempo.
corpo de uma pessoa, manifestando-se através
dela e causando mudanças de comportamento,
distorções f ísicas e tormento psicológico.
• Praga sobrenatural: Uma epidemia ou surto de
doença que é atribuída a uma origem sobrena-
tural, como a invocação de uma entidade malig-
na ou a quebra de um pacto antigo. Essas pragas
podem ser extremamente contagiosas e causar
danos generalizados à população afetada.
• Envenenamento espiritual: Uma condição na
qual a alma ou espírito de uma pessoa é cor-
rompido ou contaminado por influências nega-
tivas, resultando em sintomas f ísicos ou men-
tais adversos.
• Envenenamento espiritual: Associada aos
vampiros na mitologia popular, essa condição
envolve a transformação de uma pessoa em um
vampiro após ser mordida por um deles. Os
sintomas incluem sensibilidade à luz solar, sede
insaciável por sangue e imortalidade. Uma mal-
dição vampírica não precisa estar relacionada
com sangue. Na mitologia chinesa, por exem-
plo, vampiros se alimentam da essência vital
(alma ou espírito) de suas presas. Miguel Souza

10
 SANGRAMENTO
ABORDANDO DOENÇAS E INFECÇÕES COM SENSIBILIDADE

11
sangramentoabordand
O lá passageira! Me chamo Alice Priestly e, en-
tre muitas coisas, sou uma consultora cultural,
artivista travesti e pesquisadora na área das Ciên-
cias Sociais, trabalhando com enfoque em temas
relacionados a minorias sociais, direitos humanos,
representação midiática e construção de imaginá-
rio. Nesta coluna intitulada “Sangramento”, estarei
ao seu lado, apresentando a você formas sensíveis
e responsáveis de explorar determinados temas em
sua mesa de RPG.
Antes de mais nada, é importante destacar que o
meu papel aqui não é definir a forma “correta” ou “in-
correta” de abordar certos assuntos, tampouco tentar te
impor uma perspectiva específica sobre um tema. Meu
objetivo, na verdade, é apresentar a você, que se preo-
cupa com o bem-estar de seu grupo, novas perspectivas
sobre temas já conhecidos, de modo a tornar as suas
histórias mais inclusivas, sensíveis e acessíveis às parti-
cularidades de suas jogadoras e possíveis espectadoras.
Mesmo abordando assuntos de caráter acadêmico,
esta coluna procura manter uma linguagem acessível e
didática, oferecendo fontes e citações de autoras para
enriquecer o seu arcabouço de referências. Reconhece-
mos que muitos assuntos apresentam múltiplos pontos
de vista válidos ou diversas soluções possíveis, evitando
assim a adoção de um viés limitado — uma vez que nar-
rativas únicas são um risco para a construção da plurali-
dade e diversidade de ideias e representações.
Por fim, ressalto a importância de que quanto mais
conhecimento você adquire, mais ampla se torna sua vi-
são de mundo. O conhecimento é uma ferramenta ina-
lienável — uma vez conquistado, jamais será perdido.
Então, sem mais delongas, convido você a explorar um
pouco mais sobre doenças, infecções e suas possíveis
abordagens sensíveis dentro da arte, da ficção e do RPG!
SOBRE DOENÇAS
E INFECÇÕES
Uma das máximas que constantemente enfati-
zo em minhas consultorias é que, diante de um tema
desconhecido, é essencial dar um passo atrás antes de
tomar qualquer decisão. Em outras palavras: antes de
começarmos a escrever, é crucial realizar uma pesqui-
sa aprofundada. Quando o tema tem origem científi-
ca, como doenças e infecções, esse conselho se torna
ainda mais relevante — afinal, não tem como escrever-
mos sobre um assunto que desconhecemos, correto?
Com isso em mente, apresento abaixo algumas defini-
ções científicas de saúde, doença e infecção.
• Oque é saúde? Segundo a Organização Mun-
dial da Saúde (OMS), saúde é definida como um
“estado de completo bem-estar f ísico, mental e
social, e não apenas a ausência de doença”. É cru-
cial destacar que para avaliar a saúde de um in-
divíduo, é necessário analisar o contexto no qual
ele está inserido: local, época, classe social, raça,
gênero, entre outros fatores. Conforme aponta-
do pela legislação brasileira, “a saúde tem como
fatores determinantes e condicionantes, entre
outros, a alimentação, a moradia, o saneamen-
to básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda,
a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos
bens e serviços essenciais”. Ou seja, a saúde abar-
ca tanto o interior do indivíduo, quanto o con-
texto exterior ao qual ele está inserido.
• Oque é uma doença? IEmbora a definição de
doença na literatura médica seja um frequente
alvo de críticas e revisões, no geral, especialistas
tratam doenças como alterações na saúde que
causam disfunção, desconforto ou risco à in-
tegridade do indivíduo. As doenças podem ter
12
 diversas origens, como agentes infecciosos, in-
terferência genética, distúrbios do sistema imu-
nológico e/ou endócrino, exposição a substân-
cias nocivas, traumas f ísicos e/ou emocionais,
entre outros. Além da preocupação médica e
individual, as doenças representam uma pre-
ocupação constante para a saúde pública, uma
vez que a saúde de uma população determina a
qualidade de vida de um país.
• E o que é uma infecção? De acordo com o Mi-
nistério da Saúde, uma infecção ocorre quando
há “penetração e desenvolvimento ou multipli-
cação de um agente infeccioso no organismo
humano ou de outro animal”. Esses agentes in-
fecciosos podem ser bactérias, vírus, parasitas
ou fungos, afetando partes específicas do corpo
em infecções localizadas ou o organismo como
um todo em infecções sistêmicas. O tratamento
de uma infecção geralmente envolve o uso de
medicamentos que combatem o agente infec-
cioso responsável, tais como antibióticos, anti-
virais, antiparasitários e antifúngicos.
Em resumo, as infecções são causadas pela
invasão de agentes infecciosos em um organismo
vivo, podendo resultar em doenças infecciosas que
afetam a saúde e o bem-estar do indivíduo. Esses
três elementos estão intrinsecamente ligados aos
contextos históricos e sociais nos quais o indivíduo
está inserido, sendo que parcelas menos favorecidas
da sociedade frequentemente estão mais expostas
aos riscos associados a esses fatores.
13
DOENÇAS E
INFECÇÕES NA FICÇÃO
Quando adentramos o mundo da ficção, as
doenças e infecções podem ser exploradas de maneira
ampla e diversificada, sem se limitar aos modelos da
realidade. Elas não apenas adicionam complexidade
ao enredo, mas também oferecem oportunidades
para explorar questões emocionais, éticas e morais
das personagens e do universo em que estão inseridas.
Nesse contexto, é comum que pessoas autoras
e narradoras se debrucem sobre o que chamamos
de “biologia especulativa”, um subgênero da ficção
especulativa que imagina o funcionamento fisiológico
de seres fictícios, sejam eles animais, plantas ou até
mesmo bactérias. Esse termo é aplicado quando, por
exemplo, obras como “The Last of Us” exploram o
desenvolvimento de um vírus ou quando a origem do
Venom é explicada nas obras da Marvel.
Com tanto potencial criativo, é sempre importante
lembrar que doenças e infecções são temas
potencialmente sensíveis e suas representações podem
afetar as pessoas de forma inesperada. Muitas das
representações midiáticas de doenças estigmatizam,
como é o caso da ultrapassada ideia de insanidade,
ou até mesmo colaboram com a dessensibilização
dos corpos, como ocorre em algumas obras sobre
zumbis. A seguir, está uma abordagem clássica de
“infecções fictícias” que tangenciam temas sensíveis
e podem ofender minorias ou banalizar assuntos de
alta relevância social.

INSANIDADE:
UM CASO A PARTE
Uma das mais clássicas representações fictícias
de infecções no terror é a ideia de insanidade: um
estado psicológico de desordem e desequilíbrio,
frequentemente associado ao contato com criatu-
ras sobrenaturais ou dimensões ilógicas. Esse tropo
foi amplamente difundido por autores como Edgar
Allan Poe e H. P. Lovecraft na virada do século XIX
e permaneceu como característica marcante do hor-
ror gótico e cósmico, expandindo-se para outros gê-
neros ao longo do tempo, como a fantasia sombria e
o terror psicológico.
No período em que tais autores desenvolveram
seus contos e livros, a insanidade era de fato uma
definição psiquiátrica usada como diagnóstico em
manicômios. Entretanto, a psiquiatria evoluiu com
o passar dos anos, e essa terminologia caiu em de-
suso, juntamente com a própria noção de loucura,
uma vez que não definiam um diagnóstico preciso e
não permitiam o tratamento adequado do paciente,
mas sim sua exclusão da sociedade.
Outro fator relevante para essa reflexão dentro
da psiquiatria foi a luta antimanicomial que se suce-
deu após os diversos massacres cometidos em ma-
nicômios ao longo dos séculos XIX e XX, como o
ocorrido aqui no Brasil no Hospital Psiquiátrico de
Barbacena, em Minas Gerais. Mais de 60 mil pessoas
foram mortas após serem submetidas a um espaço
diminuto, com leitos insuficientes, sendo obrigadas
a dormirem em pátios ao ar livre, uma sobre a outra.
Conforme apresentado no livro “Holocausto
Brasileiro”, nem todos os pacientes apresentavam
transtornos psicológicos, e aqueles que os apresen-
tavam não recebiam o tratamento adequado. Mu-
lheres solteiras, pessoas trans e homossexuais, mi-
norias raciais, prostitutas e pessoas em situação de
rua: todas eram tratadas como “insanas” por suas
características individuais e levadas a um corredor
da morte que as excluía da sociedade.
Anos depois, Foucault pontuou em seu aclama-
do livro “A História da Loucura” que a “insanida-
de” e a “loucura” nada mais eram do que conceitos
usados para higienizar a sociedade: ou seja, para re-
mover do ambiente social aquelas pessoas conside-
radas indesejadas, como as minorias mencionadas
anteriormente. Esse mesmo viés é perceptível no
livro “O Grande Mentecapto”, de Fernando Sabino,
onde acompanhamos Geraldo Viramundo em uma
aventura pelo interior de Minas Gerais, chegando
até mesmo a ser submetido aos “tratamentos” de um
hospital psiquiátrico da região — uma referência
crítica direta de Sabino ao Hospital de Barbacena.
Atualmente, há consciência de que o uso de ter-
mos como “louco”, “insano”, “maluco” e outras pala-
vras similares são utilizados para despir as pessoas
de sua própria humanidade, estereotipando-as so-
bre a ideia de alteridade do “Outro”. De acordo com
Zharkallu em seu artigo “Estigma — Uma Revisão
das Evidências”, essas nomenclaturas, ideias e repre-
sentações contribuem para o estigma social associa-
do aos transtornos psicológicos, levando pessoas do
14
 mundo real a se prejudicarem e se machucarem, afe- No entanto, ao mesmo tempo em que reconhe-
tando sua confiança, autoestima e percepção de si cemos os desafios e armadilhas envolvidos na repre-
mesmas, enquanto a probabilidade de procurarem sentação de doenças e infecções, também devemos
ajuda para lidar com seus transtornos psicológicos celebrar o potencial criativo e transformador dessas
diminui. Por isso, é tão necessário repensar e se ab- narrativas. Quando abordadas com sensibilidade e
dicar desses ideais psicofóbicos. responsabilidade, as histórias de doenças e infec-
ções podem abrir espaço para discussões importan-
tes sobre saúde, identidade e solidariedade.
ABORDAGENS Portanto, concluo esta reflexão reiterando a im-
RESPONSÁVEIS portância de uma abordagem ética e inclusiva ao ex-
Diante do exposto, torna-se evidente a importân- plorar temas sensíveis em obras de ficção e RPG. Que
cia de uma abordagem cuidadosa e sensível quando possamos continuar buscando novas perspectivas,
se trata de temas como doenças e infecções, espe- ampliando nossos horizontes e promovendo uma
cialmente no contexto da ficção e do RPG. Como ex- narrativa mais diversificada e reflexiva, que respeite a
plorado ao longo deste texto, esses assuntos podem dignidade e a humanidade de cada pessoa envolvida.
ser poderosos veículos para reflexão sobre questões
sociais, éticas e morais, mas também apresentam
riscos de estigmatização e desumanização.
Ao discutir a representação das infecções fictícias,
é crucial reconhecer o impacto que essas narrativas
podem ter sobre indivíduos e comunidades margi-
nalizadas. As histórias de insanidade, por exemplo,
têm sido historicamente associadas à exclusão e es-
tigmatização de grupos minoritários, contribuindo
para a perpetuação de preconceitos e estereótipos
prejudiciais. Uma solução para esse caso, é substi-
tuir a terminologia por estresse e pensar em formas
táteis de abordar a representação dos sintomas des-
se contato paranormal, sem tratar a saúde mental
como um espectro linear.
Alice Priestly

15
Descubra o preço de
ser um herói
Apoie uma novel nacional em: catarse.me/cevgraphicnovel
 ABRAÇANDO O
SOBRENATUR
O FLORESCER SOBRENATURA

17
 E m grande parte das produções relacionadas
ao sobrenatural, a maioria dos seres que
estão amaldiçoados são humanoides ou
possuem uma aparência animalesca. Isto é um
tanto cômodo para a imaginação das jogadoras
e para que sejam feitas artes das criaturas.
Alguns casos acabam por fugir deste estereótipo,
por mais que sejam pouco comuns. Além disso, sendo
um conceito que representa os medos humanos e se
fortalece a partir do consumo de sanidade em suas

O
mentes, é esperado que o sobrenatural se manifestasse
de maneiras mais incompreensíveis e menos comuns
a mentes humanas. Escolhendo formas de seres
conhecidos, temidos, porém não tão cotidianos.

RAL
Trazendo em foco este conceito e o tema desta
edição (Infecções e Parasitas), aqui serão apresentados
alguns exemplos de efeitos sobrenaturais a partir
de Plantas e Fungos que, em partes, são capazes de
infectar ou parasitar corpos. Para simplificar, estes
seres da Flora e Funga criados pelo sobrenatural serão
chamados de Brotos Sombrios, como um termo geral
para suas classificações.

LENDO BROTOS SOMBRIOS

AL Um broto sombrio tem 5 características principais:
Aparência, Criação, Efeitos, Tamanho e Vida. Cada
uma delas define um ponto importante para auxiliar
em mesa o uso dos brotos.
• Aparência: A aparência define como o broto
é e como tais traços influenciam no comporta-
mento dele.
• Criação: Esta característica indica onde e como
cada broto é criado.
• Efeitos: Define todo e qualquer efeito mecâ-
nico dos brotos, mostrando como interagem com
os personagens.
• Tamanho: Determina o espaço no mapa que
será ocupado pelo Broto, sendo útil para deter-
minar quais seres serão ou não afetados por ele.

18
 • Vida: Indica o quanto o broto é capaz de aguen-
tar, mostrando a Defesa, PV e RD que possui.
Normalmente, o RD indicado será apenas f ísico
(contra dano Balístico, de Corte, Impacto ou
Perfurante). Os brotos sombrios não podem ser
afetados por qualquer efeito, exceto causar dano,
vulnerabilidade ou as condições Desprevenido e
Vulnerável. Brotos falham automaticamente em
qualquer teste de resistência.
USANDO BROTOS
SOMBRIOS
Diferente de criaturas ou outras ameaças, os brotos
são um tanto simples, servindo mais como obstáculos
para as personagens gastarem recursos ou simplesmente
para terem uma dor de cabeça tendo que resolver um
problema. A maioria dos Brotos Sombrios tem efeitos
reativos, que se ativam conforme as ações das persona-
gens. Por isso, para utilizá-los, basta posicioná-los no
mapa e esperar que as jogadores se aproximem e inte-
rajam ou, caso não esteja utilizando um mapa, usá-los
em um momento oportuno, como quando uma perso-
nagem vai investigar uma árvore durante uma Cena de
Investigação. Qualquer personagem Expert em Sobre-
vivência tem direito a um teste DT 25 desta perícia
ao estar na presença de um Broto Sombrio. Se passar,
o identifica. Se falhar, não sabe que ele está lá. Brotos
Sombrios podem ser utilizados em qualquer missão
para grupos de NEX 50% ou mais, sem um VD espe-
cífico, sendo mais semelhantes a um perigo complexo.
BROTOS SOMBRIOS DE EMOÇÃO
Agonia Imensurável
Aparência. Uma planta de estatura média com
folhas em forma de coração, pequenas flores ao longo
de seus galhos e com frutos brancos. Por toda sua
estrutura é possível ver uma camada de neurotoxinas
em um tom forte de verde.
19
Criação. Diferente das demais, este broto sombrio
não é sobrenatural, sendo apenas uma planta comum
originária da Austrália e da Malásia. Em algumas delas,
existem pequenas esferas vermelhas em sua base, sendo
manifestações do elemento da Emoção, se alimentando
da dor intensa causada por essa planta. Estas esferas
fortalecem a planta em uma relação de mutualismo.
Efeitos. Caso um ser passe em um espaço ao qual
esta planta esteja presente, deve rolar um 1d6. Se o
resultado for ímpar, irá encostar na planta. Um ser
que toque nela, irá após 1d6 x 10 minutos começar a
sofrer uma dor intensa, pior do que tudo que já sofreu
em vida. Após isso, no início de cada cena, a perso-
nagem deve fazer um teste de Vontade (DT 20 + 2
por teste realizado). Ao falhar, sofre 1d6 de perda de
Sanidade +1 para cada falha consecutiva. A planta se
mantém tendo este efeito por múltiplas semanas. Só
se pode anular os efeitos desta toxina caso uma perso-
nagem utilize ácido para neutralizá-la. Fazer isso exige
uma Ação Completa, um teste de Medicina (DT 25)
e acesso a qualquer efeito que possa causar dano de
Químico no alvo. Se a planta possuir as esferas verme-
lhas, a perda de Sanidade aumenta de 1d6 para 1d10.
Tamanho. Quadrado com 1,5m de lado.
Vida. Defesa 1, PV 15 e RD 0.
Maré Vermelha
Aparência. Milhares de algas de cor vermelha
que se unem como uma grande e poderosa onda de
destruição rubra.
Criação. Alimentadas pelo medo do mar, estes
são os Brotos Sombrios mais poderosos, capazes de
levar navios inteiros para o fundo do mar.
Efeitos. Qualquer ser ou embarcação que entrar
na área onde estas algas residem, deve fazer um teste
de Fortitude (DT 30), se for um ser, ou Pilotagem (DT
25), se for uma embarcação. Caso falhe, fica agarrado
e começará a ser puxado para baixo da água 3m por
rodada. Só é possível se soltar ao cortar as algas. Caso
se solte de uma alga, todas as algas adjacentes irão
tentar novamente lhe capturar.
Tamanho. Cada alga tem tamanho médio e elas
vivem em colônias de até 100m de lado.
Vida. Cada alga tem Defesa 15, 50 PV e RD 15.
Além disso, elas são imunes a dano de Emoção, Fogo
e são vulneráveis a Corte.
Raízes da Serpente
Aparência. Uma estranha planta onde os galhos
e as raízes se misturam, fazendo um padrão de fios
entrelaçados em seu tronco, como se tivessem sido
manualmente torcidos em conjunto.
Criação. Criadas a partir de um experimento
falho na replicação das criaturas sobrenaturais mais
fracas, estas plantas são extremamente agressivas e
fazem de tudo para se reproduzir.
Efeitos. Quando um ser entra em alcance curto
desta planta, ela desfaz o entrelaçamento de seus
galhos e raízes, liberando uma bela flor. A partir deste
momento, qualquer ser que se estiver a 6m ou menos
de distância da planta no início de uma rodada, irá ser
atacado por um dos galhos, sofrendo 4d6 de dano de
Impacto e sendo Agarrado (Reflexos DT 25 anula). É
possível sair da condição ao ser bem-sucedida em um
teste de manobra (DT 30). Se uma pessoa terminar
a rodada agarrada, as raízes irão perfurar a pele dela
e inserir suas sementes lá. Isto causa 2d6 de dano
de Perfuração e 2d12 de Veneno. No início de cada
cena, uma personagem que teve sementes injetadas
em seu corpo, deve fazer um teste de Fortitude (DT
30). Se falhar sofre 2d12 de Veneno e caso morra,
novas árvores como essa surgirão. Após uma semana
dentro do corpo de um alvo sem serem ativadas
completamente, as sementes se dissolvem.
Tamanho. Médio.
Vida. Defesa 30, PV 100 e RD 10.
BROTOS SOMBRIOS DE SABER
Assobio do Anoitecer
Aparência. Árvores com poucas folhas e diversas
aberturas em seus troncos. Durante a noite, estas
aberturas se expandem, e o barulho gerado pelo
vento passando pelas fendas se assemelha a passos e
assobios. Este fenômeno torna tais florestas o lar de
diversos predadores, por facilitar com que eles cacem.
Criação. Estas árvores surgem em locais que
estão sendo expostos constantemente ao sobrenatural,
se expandindo conforme o tempo. É extremamente
comum nestas florestas encontrar criaturas poderosas,
como se fossem um refúgio para elas.
Efeitos. Diferente de outros Brotos Sombrios,
o Assobio do Anoitecer tem um efeito mais simples.
Qualquer ser que realizar um teste de Furtividade em
uma Floresta de Assobios do Anoitecer, recebe +10
em seu teste.
Tamanho. A floresta tem uma extensão de até 1km
de lado variando conforme o tempo que o local está
exposto ao sobrenatural. Cada Assobio do Anoitecer
tem tamanho Grande.
Vida. Uma Assobio do Anoitecer tem Defesa 8,
PV 20.
Salvação Falsa
Aparência. A Salvação Falsa existe em dezenas
de formas, mimetizando de forma precisa a aparência
de plantas frutíferas. Esta planta tão enganosa imita
também os frutos, conseguindo ter um gosto até
melhor que os originais. Para uma pessoa comum, é
impossível diferenciar a aparência desta planta com
as versões verdadeiras de outras plantas.
Criação. Presente em meio a desertos comple-
tamente desprovidos de água, esta planta surge como
uma esperança para aqueles com sede. Em seus frutos
existe uma toxina que fornece um gosto delicioso para
quem as consome, mas também drena toda a água em
20
 seus corpos. A planta aparece em desertos, próxima
a pessoas, se alimentando do temor delas perante o
cruel destino da desidratação.
Efeitos. Uma pessoa que consumir um fruto desta
planta, irá se sentir imparável durante 1d3 rodadas, tem
o custo de todos seus gastos de PE diminuídos em 2
(mínimo 1). Porém, ao fazer isso, toda a água do corpo
dela começará a ser drenada rapidamente pelo fruto.
Durante 2d4 rodadas após isso, deve realizar um teste
de Fortitude (DT 25 + 5 por teste já realizado). Se falhar,
perde 15 PV + 5 para cada vez que tiver falhado neste
teste no mesmo dia. Caso chegue a 0 PV por este efeito,
irá morrer desidratado e uma Salvação Falsa começa a
desabrochar de seu estômago. Cada fruto tem Peso 1 e
é necessário gastar uma ação de movimento para con-
sumi-lo. Ao sofrer o efeito de múltiplos destes frutos ao
mesmo tempo, a DT apenas é aumentada em 10, em vez
de ser necessário rolar duas vezes o teste por rodada. A
perda destes PV só pode ser recuperada a partir da ação
Dormir. Uma personagem pode beber água (com uma
ação de movimento), desde que tenha acesso, para que
naquela rodada a DT do teste não aumente. É possível
adquirir um destes frutos como um item de Categoria
II, por mais que não seja recomendável.
Tamanho. Qualquer tamanho. Ela irá imitar o
pertencente à árvore que está mimetizando.
Vida. Defesa 8, PV 120 e RD 15.
Toque dos Sonhos
Aparência. Um arbusto de folhas amarelas com
bordas roxas em um tom fluorescente.
Criação. Originalmente criada para defender
bibliotecas, castelos e universidades, estas plantas
possuem poderosos alucinógenos. A forma mais
eficiente de combatê-las é queimá-las.
Efeitos. Caso um ser passe por um espaço onde
um destes arbustos está (ou toque em um deles), ele irá
começar a alucinar, ficando Confuso por 1d4 rodadas.
Enquanto estiver Confuso, deve, no início de cada um de
21
seus turnos, fazer um teste de Vontade (DT 30). Se falhar,
fica inconsciente. Se passar, anula o efeito da planta.
Tamanho. Grande.
Vida. Defesa 15, PV 50 e Vulnerabilidade a Fogo.
BROTOS SOMBRIOS DE TEMPO
Asas do Vampiro
Aparência. Uma árvore extremamente alta, com
uma copa larga e escura. Estas árvores nunca são vistas
sozinhas, existindo sempre em um grande conjunto,
numa densa floresta escura. Nestes locais, somente
elas e pequenas plantas rasteiras residem. Próximas
ao topo de seus troncos, existem diversas frutas dou-
radas, semelhantes a cocos.
Criação. Sendo extremamente raras, as florestas
criadas por estas árvores podem ocorrer em qualquer
lugar, desde que uma pessoa com Afinidade com o
Tempo tenha morrido envenenada neste local.
Efeitos. Normalmente, estas plantas são inofen-
sivas, só tendo como efeito manter a floresta escura.
Porém, caso um ser tente pegar um de seus frutos, ela
irá se tornar agressiva. Nesta situação, elas fazem jus ao
nome que receberam. Uma Asa do Vampiro agressiva
cria galhos rígidos e finos que perfuram seres dentro da
floresta. A aparência dos galhos se assemelha com asas
de morcego. Se uma destas árvores se tornar agressiva,
todas em alcance médio também se tornam, criando
uma onda da morte. Cada árvore consegue perfurar
com suas “asas” qualquer ser que esteja a até 3m dela.
Um ser neste alcance sofre 8d8 de dano de Perfuração
e tem direito a um teste de Reflexos (DT 30 para anular
o dano) ou Fortitude (DT 25 para reduzir o dano pela
metade). Se falhar duas vezes seguidas fica Sangrando.
Durante 1d6 rodadas após uma árvore se tornar agres-
siva, ela irá repetir o dano de cada uma das rodadas.
Por mais perigoso que seja, conseguir estes frutos
vale o esforço. Ao consumir a fruta de uma Asa do Vam-
piro, a personagem recupera 8d8 PV e fica imune à con-
dição Fraco e Fatigado por 1d10 rodadas. No entanto,
o sangue da usuária fica menos denso e suas veias mais
finas. Durante as próximas 24 horas, para cada uma
destas frutas que consumir, irá sofrer +1d6 de dano de
Sangramento por rodada. Cada fruta é um Item Peso 1
e de Categoria II. Elas levam uma semana para estragar
e consumir uma delas é uma ação de movimento.
Tamanho. A floresta tem uma extensão de aproxi-
madamente 500 metros de lado. Cada Asa do Vampiro
tem tamanho Grande.
Vida. Uma Asa do Vampiro possui Defesa 10, 250
PV e 20 de RD.
Devoradora do Solo
Aparência. Uma árvore cinzenta, seca e sem
folhas. Todo o solo ao redor dela é completamente
escuro e sem vida.
Criação. Quando um local sofre com dezenas
de mortes humanas, estas árvores começam a surgir
para tomar toda e qualquer vida restante. É comum
encontrá-las em locais em que criaturas sobrenaturais
apareceram e exterminaram grupos inteiros de agentes.
Efeitos. Toda a área em alcance médio se torna
coberta pela morte. Qualquer ser na área que não seja
uma criatura de Tempo ou tenha Afinidade com este
elemento fica Alquebrado, Lento e sofre -5 em testes.
Tamanho. Grande.
Vida. Esta planta não tem defesa ou RD e é incapaz
de sofrer dano. Seus PV (50) só são diminuídos caso
um ser tente curá-la.
Prenúncio do Fim
Aparência. Um pequeno fungo em formato de
balão, capaz de expelir milhares de esporos, contami-
nando todo o ar de um local.
Criação. Este fungo surge em cidades acometidas
por surtos de doenças, espalhando seus esporos pelo
ar e piorando a situação de todas as pessoas.
Efeitos. Quando uma pessoa que está sob efeito de
uma doença se aproxima em alcance curto de um desses
fungos, ele expele seus esporos. Os esporos se espalham
rapidamente atingindo todos em alcance extremo (desde
que estejam ao ar livre ou em locais com grande ventila-
ção). Todos atingidos pelos esporos sofrem -10 em testes
de Fortitude contra efeitos de doenças e de Tempo.
Tamanho. Pequeno.
Vida. Defesa 0, PV 5 e RD 0.
BROTOS SOMBRIOS DE ENERGIA
Dançarina Letal
Aparência. Uma pequena planta com uma longa
flor laranja. Quando desabrocha, ela apresenta um
padrão com duas espirais contrárias em suas péta-
las. Diferente do comum, é normal ver esta planta se
movendo, de maneira semelhante a uma câmera, como
se estivesse vigiando um local com o centro de sua flor.
Criação. Nascida do medo de caçadores que os
animais possuem, estas flores crescem em árvores que
foram atingidas por balas perdidas. O projétil então se
torna uma semente e desabrocha em uma linda flor.
Efeitos. Por mais inofensiva que aparente, esta flor
é capaz de fechar suas pétalas, imitando o formato de
um funil. Quando ela faz isso, ela começa a atirar peque-
nas sementes nos orifícios presentes na face de qualquer
ser em alcance curto dela. Um ser atingido sofre 6d6 de
dano Balístico e deve rolar 1d6 para saber onde foi atin-
gido (conforme indicado abaixo). Todos os efeitos na
tabela são permanentes, exceto caso digam o contrário.
A flor atira novamente no início de cada rodada. Todos
no alcance têm direito a um teste de Reflexos DT 25. Se
passarem, sofrem metade do dano e não devem rolar o
1d6. Quando a flor atira, todos em alcance longo têm
direito a um teste de Percepção DT 30 para encontrar
a flor. Seres atingidos recebem +10 neste teste.
Tamanho. Minúscula.
Vida. Defesa 20, PV 25, RD 10 e imunidade a dano
de Caos.
22
 TABELA 1.1: DANÇARINA LETAL - EFEITOS
Resultado Consequência
O olho esquerdo do alvo é atingido. Ele fica Desprevenido contra qualquer ser em alcance médio que
1
esteja posicionado à esquerda dele. Se for atingido em seus dois olhos, fica Cego.

O olho direito do alvo é atingido. Ele fica Desprevenido contra qualquer ser em alcance médio que esteja
2
posicionado à direita dele. Se for atingido em seus dois olhos, fica Cego.

O ouvido esquerdo do alvo é atingido. Ele sofre a condição Vulnerável contra qualquer ser que esteja
3
posicionado à esquerda dele.

O ouvido direito do alvo é atingido. Sofrendo o mesmo efeito do resultado 3, porém para seres que estejam a
4
direita dele. Se for atingido em ambos os ouvidos, fica Surdo.

A semente atinge o nariz do alvo e se expande, bloqueando sua capacidade de respirar. O personagem fica
5 Asfixiado. Se sofrer dano de Fogo igual ou superior à quantia de PV da Dançarina Letal, o efeito desaparece e a
planta pega fogo.

A semente entra na boca do alvo e a princípio nada acontece. Na próxima vez que ele dormir, seu sono será
interrompido na metade e a flor começará a crescer. O alvo terá seu interior perfurado por plantas e ficará
6
Asfixiado, perdendo 1d12 + 1d12 pontos de vida por rodada que a flor estiver o Asfixiando. Para impedir este
efeito, é necessário que a personagem entre em Morrendo a partir de dano de Fogo.

Falso Amigo (é necessário passar pelo menos 6 horas em um local

Aparência. Um minúsculo cogumelo azul-claro
com cerca de três centímetros de altura que tem
manchas rosas em formato semelhante a de um rosto
sorrindo. Esta característica fez com que no momento
em que foi descoberto, muitas pessoas começassem a
adquiri-los para decoração.
Criação. Criados por um antigo imperador grego,
estes cogumelos mudam a personalidade de pessoas
próximas a eles. Era comum que nobres os colocassem
em quartos de hóspedes quando eram visitados por
cortes de países rivais, para que a personalidade dos
visitantes fosse mudada permanentemente.
Efeitos. Conforme passam tempo próximas a
este cogumelo, a personalidade das pessoas mudam
em alcance médio dele para que aquele dia seja conta-
bilizado). Após um dia que uma pessoa ficar exposta,
a Narradora deve escolher uma criatura de Caos de
VD 280 ou superior. No início do segundo dia, a pes-
soa apresentará comportamentos semelhantes ao da
criatura. No terceiro dia, a cor de pele da pessoa irá
mudar para um tom mais próximo da criatura. Por fim,
ao começar o quarto dia exposta a este cogumelo, ela
irá se transformar completamente na criatura.
Tamanho. Minúsculo.
Vida. Defesa 20, PV 1, RD 50 a qualquer tipo de
dano. Se o cogumelo for destruído, o efeito passa
instantaneamente, retornando as pessoas a sua
personalidade original.

23
Invasora Tecnológica
Aparência. Uma pequena planta que possui ape-
nas raízes e uma pequena folha em seu topo. Seu for-
mato normalmente se assemelha a um cilindro por se
encontrar enrolada em cabos de energia, se ligando ao
interior deles a partir de suas raízes.
Criação. Nas últimas décadas, de forma acele-
rada, esta planta se desenvolveu para conseguir adqui-
rir energia a partir dos fios presentes na rede elétrica.
Vendo tal capacidade, ela começou a ser aprimorada
pelo elemento do Caos, para que ela pudesse destruir
grandes fios elétricos.
Efeitos. Esta planta possui 2 estágios, o carregado
e o descarregado. Em seu estágio descarregado, ela é
completamente inofensiva, porém, em seus momentos
de carga máxima, ela é extremamente perigosa. Na
versão carregada, todas as rodadas ela dispara um raio
de energia em seres hostis a ela. O raio é uma linha de
alcance médio e causa uma quantia de dano Elétrico
igual à metade dos PV que ela gastar no momento
que lançar (máximo 100 PV). Reflexos DT 25 anula o
dano. Se ela terminar uma rodada com 0 PV, ela fica
descarregada. Qualquer tecnologia em alcance curto
dela para de funcionar automaticamente.
Tamanho. Média.
Vida. Enquanto carregada, ela tem Defesa 30, 500
PV, 20 de RD e cura acelerada 50 (vinda de sua fonte
de energia). Além disso, todo dano Elétrico ou de Caos
recuperam os PV dela. Já em sua forma descarregada,
ela tem Defesa 15 e 5 de PV. Caso perca a sua fonte de
energia, ela perde a cura acelerada. A Invasora Tec-
nológica fica carregada caso fique 10 rodadas ligada
a uma fiação elétrica sem sofrer dano.
BROTOS SOMBRIOS DE TERROR
Espelho Bioluminescente
Aparência. Um enorme conjunto de plânctons
bioluminescentes que podem ser encontrados em 4
cores diferentes: Amarelo, Cinza, Rosa e Vermelho. É
comum encontrá-las em praias extremamente popu-
losas.
Criação. Estes plânctons se transformam ao
comer os restos mortais de uma criatura sobrenatural,
recebendo essa bioluminescência. A cor dela é definida
conforme o elemento da criatura que devoraram. Eles
vão às praias em busca de seres ligados ao sobrenatural
com o objetivo de se alimentarem.
Efeitos. Quando tocam um ser ligado ao sobre-
natural, eles grudam em sua pele e adentram em seus
corpos por ela. Na próxima vez que esse ser entrar
em uma situação de perigo, os plânctons irão fugir
de dentro dele, como uma forma de sobreviver. Neste
momento, os plânctons formam um clone do ser, com
as mesmas estatísticas, porém do elemento ao qual
a cor indicava. Após a saída dos plânctons do corpo
do ser, ele ficará fraco por 1d6 rodadas. As ações dos
plânctons serão decididas pela Narradora, mas seu
comportamento será semelhante ao de quem forma-
ram um clone.
Tamanho. O mesmo de quem ele copiou.
Vida. A mesma de quem ele copiou.
PORTILL
24
 INFECÇÕES
SOBRENATUR
DOENÇAS DERIVADAS DO SOBRENATU

25
 O Lugar Além da Fenda procura se alastrar de
diversas formas na realidade, e seus res-
quícios podem se tornar agentes infecciosos,
que ao afetar o corpo humano, causam doenças
derivadas do sobrenatural. As Organizações
Sobrenaturais buscam há anos uma forma de
prevenir esses efeitos, mas até hoje não obti-
veram sucesso.

INFECÇÕES
SOBRENATURAIS
Quando resquícios do sobrenatural entram na cor-
rente sanguínea, ele modifica negativamente a estrutura

RAIS
de uma pessoa, causando alterações severas. As Infec-
ções Sobrenaturais são o resultado desse processo, e
quando não tratadas, podem chegar a um estado onde
o corpo é completamente consumido pelo sobrenatural.

RESISTINDO A INFECÇÕES
Quando entra em contato com um agente transmis-
sor, o ser deve realizar um teste de Fortitude ou Vontade
para resistir a ele. Se passar, não é afetado pela doença,
mas ao falhar recebe o primeiro estágio da infecção.
A DT para resistir a uma Infecção Sobrenatural, é
URAL decidida conforme o Nível de Exposição Sobrenatural
do indivíduo. Quanto mais alto, mais o sobrenatural se
prolifera dentro do corpo humano. Ela é calculada como
17 + 1 para cada 5% de NEX que o indivíduo possuir.

LIDANDO COM A INFECÇÃO

Quando infectada, uma pessoa deve realizar um
teste de Fortitude ou Vontade a cada duas cenas. Caso
obtenha sucesso, a doença continua estagnada, mas
ao falhar, o estágio da infecção aumenta em 1.
A única forma para se curar de uma Infecção Sobre-
natural, é com o auxílio de medicamentos específi-
cos, comuns em bases de Organizações Sobrenaturais
como a Noctem (Passagem, Edição 005), mas também
podem ser levados para missões.

26
 FORMAS DE CONTAMINAÇÃO
Existem diversas formas de contaminação de uma
Infecção Sobrenatural, que diferente de doenças
comuns, tem contágios mais restritos e complexos.
Contato. Transmissão via contato com o agente
infeccioso, seja através de um ataque que acerte o alvo,
ou ao tocar em um objeto infectado. Ao entrar em
contato com a doença, a pessoa deve realizar um teste
de Fortitude ou Vontade. Se falhar, é contaminada pela
infecção, recebendo o Estágio I dela.
Ferimento. Transmissão via ferimentos. Quando
o agente infeccioso entra em contato com um feri-
mento de uma pessoa, ele começa a se proliferar. Caso
o ferimento não seja limpo com o auxílio de água,
ou um kit médico e uma ação de movimento, após
1 rodada, o alvo da infecção deve realizar um teste
de Fortitude. Se falhar, é contaminado pela doença,
recebendo o Estágio I dela.
Inalação. Transmissão via respiração. A infecção
é transmitida através de uma fina camada de fumaça,
que, ao ser respirada, entra no sistema respiratório do
alvo. Enquanto estiverem expostos à doença, seres na
área devem realizar um teste de Fortitude ou Vontade
no início de cada rodada. Se falharem, são contamina-
dos pela doença, recebendo o Estágio I dela.
EMOÇÃO
Frenesi. Uma Infecção Sobrenatural que altera a
sensação de perigo, e ativa um instinto de sobrevivência
na pessoa, forçando a raiva intensa. Contaminação por
contato. Fortitude evita.
Ž Estágio I. Você sofre -2 em testes de Artes, Diplo-
macia e Enganação.
Ž Estágio II. Você sofre -5 em testes de Artes, Diplo-
macia e Enganação. Além disso, no início do seu
turno deve realizar um teste de Vontade. Se falhar,
você não consegue se concentrar, não podendo
realizar ações que requerem concentração.
27
Ž Estágio III. Você sofre -10 em testes de Artes,
Diplomacia e Enganação. Além disso, no início
do seu turno, você deve realizar um teste de Von-
tade. Se falhar, você é tomada por uma fúria des-
controlada, não conseguindo realizar ações que
requerem concentração e deve atacar o máximo
de vezes possível o alvo mais próximo.
Sensibilidade Dolorosa. A Emoção age como
um agente infeccioso, entrando em suas veias através
de ferimentos e consumindo sua visão lentamente, até
que finalmente só restem buracos em sua face. Con-
taminação por ferimento, Fortitude Evita.
Ž Estágio I. Diversas manchas vermelhas aparecem
na sua visão, dificultando a percepção. Você sofre
-1 em qualquer teste de perícia.
Ž Estágio II. Sua visão se torna parcialmente con-
sumida enquanto veias de sangue aparecem ao
redor de seus olhos. Você sofre -1d20 em testes de
Força e Agilidade. Além disso, todos os seres são
considerados em Camuflagem Parcial para você.
Ž Estágio III. Seus olhos são completamente devo-
rados. Você sofre 6d6 de dano de Emoção e recebe
a condição Cego permanentemente.
TEMPO
Doença do Tempo. Uma doença misteriosa que
infelizmente já levou a vida de incontáveis pessoas
que lutaram contra o sobrenatural. Sua contaminação
é feita ao contato com agentes infecciosos encon-
trados em lugares onde o tempo é distorcido. Até
hoje, não foi descoberta uma cura para essa infecção,
sendo possível apenas prolongar a vida de alguém
infectada, mas não salvá-la.
Quando entra em contato com um agente infec-
cioso da Doença do Tempo, você deve realizar dois
testes de Fortitude. Se falhar em ambos, é contami-
nada pela doença, e seu tempo passa a ser consumido
dez vezes mais rápido que o normal.
 Raiz Putrefata. A infecção cria raízes que nas-
cem rasgando sua pele e absorvendo sua energia vital
para se fortalecerem. Em alguns dias, você é completa-
mente coberto pelas raízes, que consomem seu corpo
e vida. Contaminação por ferimento, Fortitude evita.
Ž Estágio I. As raízes crescem através das partes mais
frágeis do corpo, e absorvem sua energia vital len-
tamente. Você tem seu limite de PE reduzido em 2.
Ž Estágio II. Seu corpo é lentamente tomado pela
doença, que espalha raízes por toda sua extensão.
Seu limite de PE é reduzido em 4, e você sofre a
condição Alquebrado.
Ž Estágio III. Seu corpo é completamente tomado
pela doença, restando apenas resquícios do que
um dia você já foi. Assim como o estágio 2, mas
seu limite de PE diminui em 1 no início de cada
cena, e quando chega a 0, você se torna uma cria-
tura composta por raízes secas que escorre um
líquido preto entre elas.
CAOS
Tecno-Vírus. Uma Infecção Sobrenatural que
age como um vírus de computador. Ela contamina as
pessoas através do contato com máquinas infectadas,
passando diretamente da rede ou sistema para o corpo
de seu alvo. Ela pode ser adquirida ao aceitar uma
mensagem de spam em um site, ou entrar em lugares
não confiáveis dentro da internet. Fortitude evita.
Ž Estágio I. Você desestabiliza máquinas, des-
truindo qualquer sistema que tente mexer.
Ž Estágio II. Assim como o Estágio I, mas você
também passa a ser consumida pelo vírus, que
computa o seu corpo como informações binárias
e, aos poucos, as corrompe. Quando reage a um
ataque, você deve rodar 1d4. Em um resultado
4, você não consegue reagir, mas gasta a Reação
Especial mesmo assim.
Ž Estágio III. Assim como o Estágio I, mas seu
corpo é completamente consumido pela doença,
que frequentemente causa glitches em seu corpo.
Quando você decide realizar qualquer ação que
requer um teste ou gastar uma Reação Especial,
você deve rolar 1d4. Em um resultado 4, você
falha, mas gasta a ação mesmo assim.
Vírus Explosivo. Um agente Infeccioso que se
prolifera através de ferimentos, se expandindo sempre
que detecta um novo dano, e causando explosões pela
extensão do corpo.
Ž Estágio I. Uma vez por turno, quando sofre dano
(exceto dano de Caos), uma explosão é desencade-
ada pelo seu corpo. Você sofre 2d8 de dano de Caos.
Ž Estágio II. Duas vezes por turno, quando sofre dano
(exceto dano de Caos), uma explosão é desencadeada
pelo seu corpo. Você sofre 2d8+7 de dano de Caos.
Ž Estágio III. Sempre que você sofre dano (exceto
dano de Caos), uma explosão é desencadeada pelo
seu corpo. Você sofre 2d8+14 de dano de Caos.
SABER
Penumbra Obscura. Uma Infecção Sobrenatural
que age através das sombras, formando uma área
coberta pela escuridão. Ao entrar em contato com a
pele humana, começa a se espalhar por ela criando
manchas que absorvem a luz. Contaminação por
contato, Fortitude evita.
Ž Estágio I. O local de contato é tomado pela escu-
ridão, se tornando somente sombras. Você sofre
-2 em testes de Vontade.
Ž Estágio II. Sua pele começa a ser tomada por
manchas de escuridão, você sofre -5 em testes de
Vontade e no início do seu turno sofre 3d6 de
dano de Saber.
Ž Estágio III. Seu corpo é totalmente tomado pela
escuridão, se unindo às sombras. Assim como
o Estágio II, mas sempre que encostar em uma
28
 sombra, você deve realizar um teste de Reflexos
(DT 30) para evitar despencar em um mundo
de escuridão. Dentro dele, você não é capaz de
se mover e sofre 3d6+12 de dano de Saber por
rodada. Você pode realizar um teste de Fortitude
(DT 35) para sair das sombras, após despencar.
Simulacro. O Saber se espalha pelo seu corpo,
atingindo sua mente e criando alucinações de um simu-
lacro idêntico a você. Ele possui uma personalidade
inversa à sua, tentando sua mente com visões deslum-
brantes. Contaminação por inalação, Vontade Evita.
Ž Estágio I. No início do seu turno, você deve realizar
um teste de Vontade contra a DT da doença para
ignorar o simulacro. Caso falhe, ele toma sua aten-
ção, concedendo -2 em qualquer teste de perícia.
Ž Estágio II. O simulacro se torna cada vez mais
presente em sua mente, tornando dif ícil ignorá-lo.
Assim como o Estágio I, mas quando falha no teste,
você perde sua rodada, ficando presa em ilusões.
Ž Estágio III. O simulacro se torna algo real em sua
mente, podendo lhe afetar fisicamente. Ele possui
uma ficha idêntica à sua e tentará te matar (role
1d20 para decidir a Iniciativa do simulacro). Você
deve vencê-lo antes que morra, e, caso o derrote,
a infecção diminui para o Estágio I.
TRATAMENTO
Grande parte das Infecções adquiridas em mis-
sões, podem ser tratadas na base de uma Organização
Sobrenatural, ou com o auxílio de medicamentos que
estabilizam o corpo humano.
TABELA 1.1: ITENS OPERACIONAIS
Nome Categoria Espaço
Medicamento Sobrenatural I 1
Antítese da Morte 0 1
Condensador III 1 pode receber temporariamente habilidades adquiridas
29
MEDICAMENTO SOBRENATURAL
Um pequeno frasco que contém uma conjuração
capaz de fortalecer o sistema imunológico de uma
pessoa para lidar com Infecções Sobrenaturais. Cada
Medicamento Sobrenatural possui três doses, cada
uma delas pode ser aplicada com uma ação padrão
em um alvo a alcance corpo-a-corpo. Quando apli-
cada, a dose diminui o estágio de uma infecção em 1
e concede +2 no próximo teste para resistir à doença.
ANTÍTESE DA MORTE
Um medicamento fabricado para combater a
Doença do Tempo. Um ser infectado pela doença
pode absorver um comprimido por dia para reduzir
a velocidade de envelhecimento. Enquanto está sob o
efeito do medicamento, seu tempo de vida é consumido
apenas ao dobro da velocidade comum. Cada Antítese
da vida possui doze comprimidos, que se assemelham
a um plasma em múltiplas cores.
CONDENSADOR
Um equipamento ligado a tubos em suas veias,
que condensa e libera rapidamente Potencializadores
dentro do seu corpo. Ele possui dois espaços para
Potencializadores, que podem ser anexados a ele,
permitindo que você utilize cada Potencializador
até duas vezes. Além disso, você pode injetá-los
diretamente em suas veias com uma ação livre.
POTENCIALIZADORES
Em busca de desenvolver uma vacina para as
Infecções Sobrenaturais, uma Organização acabou
descobrindo uma forma de utilizá-las de maneira
efetiva em combate, aprimorando o corpo ao invés
de destruí-lo. Ao injetar uma pequena quantidade de
agentes infecciosos alterados de uma doença, você
através do sobrenatural.
 Os chamados Potencializadores são agentes Você entra em um estado de fúria latente, rece-
infecciosos que foram alterados para aprimorar seu bendo +2 em testes de perícias baseadas em Força e
corpo em combate. Eles são contidos em um pequeno rolagens de dano corpo-a-corpo. Além disso, habili-
frasco com uma agulha, e, quando inseridos com uma dades que aumentem o dano de um ataque, custam 1
ação de movimento a um corpo humano, a agulha libera PE a menos. O efeito perdura por 1d4+1 rodadas, e,
a doença que concede uma habilidade para o usuário. enquanto estiver sobre ele, você sofre -5 em testes de
Diplomacia, Enganação e Artes.
O RISCO DOS Ž Risco dos Potencializadores: Frenesi.
POTENCIALIZADORES Sensibilidade Aérea. Um pequeno frasco que
Devido aos Potencializadores utilizarem agentes contém um líquido vermelho radiante. Ao injetá-lo em
infecciosos de uma doença, existe um pequeno risco de seu corpo, altera as suas sensações, permitindo que
contaminação. Esse risco é reforçado sempre que uma você enxergue através das vibrações no ar. Até o final
agente recebe um potencializador de uma Organização. da cena, você recebe Percepção às Cegas.
Quando utiliza um potencializador, você deve rolar Ž Risco dos Potencializadores: Sensibilidade
1d6. Em um resultado 6, você deve realizar o teste de resis- Dolorosa.
tência para impedir que seja contaminada pela doença.
Sempre que utiliza o mesmo potencializador duas vezes
na mesma cena, você deve rolar 1d4 em vez de 1d6, e em TEMPO
um resultado 4 você deve realizar o teste de resistência. Morte Espiral. Um frasco que contém a essência
da própria morte, que condensa a espiral e emana
cinzas que absorvem a entropia de todos os seres.
TABELA 1.2: ITENS SOBRENATURAIS Quando injetado, sua sensação do tempo é alterada,
e o tempo parece caminhar devagar. Você recebe um
Nome Categoria Espaço
segundo turno na cena, tendo que rolar sua Iniciativa
Fúria Intensa I 1
novamente, porém no fim da cena deve rolar 1d4. Em
Espectro da Penumbra I 1
um resultado ímpar, você obtém a Doença do Tempo
Antídoto Explosivo II 1 (Página XX, Edição 006).
Potencializador de Penumbra II 1
Sensibilidade Aérea II 1
Se você já possui a Doença do Tempo, ela é ampli-
ficada, e a Antítese da Morte deixa de funcionar como
Simulacro Perfeito III 1
contra-medida para o avanço do tempo.
Morte Espiral IV 1
Ž Risco dos Potencializadores: Doença do Tempo.
Raízes Decadentes. Um frasco que contém uma
raiz putrefata, coberta por lodo. Ao injetá-la em um
EMOÇÃO corpo humano, as raízes começam a crescer em torno
da pele, formando uma fina camada de armadura.
Fúria Intensa. Um frasco que contém um pó
vermelho. Ao ser injetado na pele, ele se transforma Você pode gastar uma ação padrão e 2 PE para tentar
em um líquido que entra agressivamente no corpo, agarrar um alvo em alcance curto com suas raízes. Caso
criando veias vermelhas que cercam os olhos enquanto tenha sucesso, no início da rodada, o alvo sofre 1d6 de
os deixam com um brilho escarlate. dano de Tempo para cada ponto em Presença que você

30
 possui e pode se soltar com um teste de Atletismo (DT
Pre) ou quebrando as raízes que possuem 20 PV.
Ž Risco dos Potencializadores: Raiz Putrefata.
CAOS
Antídoto Explosivo. Um plasma contido em
um pequeno frasco. Você pode inseri-lo em um feri-
mento para cauterizá-lo, curando 2d12+6 PV e encer-
rando a condição de Sangramento, caso a possua.
Ž Risco dos Potencializadores: Vírus Explosivo.
Distorção Espacial. Um pequeno frasco azul
que contém um vírus tecnológico capaz de afetar o
corpo humano. Ao injetá-lo, a composição do seu
corpo é temporariamente alterada, permitindo que
você interaja com as informações do universo e as
molde temporariamente.
Você pode gastar uma ação padrão e 3 PE para mol-
dar o espaço, puxando-o enquanto forma uma barreira
de 1,5 metros de altura e largura, sendo considerada
uma cobertura completa por 1d4 rodadas. A barreira
não possui vida e nada pode passar por ela, agindo como
um erro sólido nas informações do próprio espaço.
Ž Risco dos Potencializadores: Tecno-Vírus.
SABER
Espectro da Penumbra. Um pequeno frasco
contendo uma sombra que se assemelha a uma
densa fumaça. Você pode inalá-la, permitindo que as
sombras percorram seu corpo em direção aos seus
braços e pernas até o final da cena.
Você pode gastar uma ação padrão e 4 PE para
expandir sua sombra em alcance curto. A área se torna
um terreno dif ícil para todos, exceto você. As som-
bras na área afundam os alvos, que se passarem duas
rodadas sem se mover, devem realizar um teste de
Fortitude para evitar despencar nas sombras, ficando
completamente Caídos e Imóveis.
Ž Risco dos Potencializadores: Penumbra Obscura.
31
Potencializador de Penumbra. Um frasco
que contém, em seu interior, uma sombra líquida.
Quando injetado com uma ação de movimento, o
líquido percorre o seu corpo, o cobrindo com sombras
até o final da cena.
Você se torna capaz de gastar uma ação completa
e 2 PE para entrar em uma sombra adjacente. Quando
está dentro de uma sombra, você é capaz de se
movimentar através dela, mas não pode interagir com
nada no mundo exterior. Você se movimenta entre
as sombras com 12 metros de deslocamento e pode
permanecer nas sombras por, no máximo, dois turnos
para cada ponto de presença. Após o final da duração,
você é expelido para fora da sombra.
Um ser pode realizar um teste de Percepção contra
sua Furtividade para saber onde está sua localização
dentro da sombra, mas não pode afetá-lo até que saia.
Ž Risco dos Potencializadores: Penumbra Obscura.
Simulacro Perfeito. Sigilos de Saber integra-
dos a um frasco preto, com entalhes em dourado. Você
pode injetar os sigilos em sua corrente sanguínea, libe-
rando um gás dourado para dentro de seu corpo e
criando uma manifestação idêntica a você. Ela possui
uma ficha igual à sua, mas seus PV e dano são redu-
zidos pela metade . Ela age logo após o seu turno, e
desaparece em 1d4+1 rodadas.
Ž Risco dos Potencializadores: Simulacro.
MAHHIEL
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 MISSÃO PRONTA

OPERAÇÃO
FLORESTA
VERMELHA
NEX RECOMENDADO: 20% - PERSONAGENS: 4
 RESUMO DA MISSÃO
Após receber relatos de desaparecimentos e ani-
mais estranhos avistados próximos ao rio Sucun-
duri, na floresta Amazônica, um grupo de agentes
é deslocado para investigar o caso. Liderados pelo
oficial Nilton Carvalho Oscar, as personagens en-
tram em um barco de turismo da região, enquanto
Nilton e outros aliados decidem ir a um velho ae-
roporto da região, para investigarem e eventual-
mente estabelecerem uma base. Porém, nada irá
acontecer como o planejado.
Enquanto viajam, as personagens sofrem uma
violenta emboscada de animais claramente altera-
dos pelo sobrenatural, resultando em diversas mor-
tes e o naufrágio da embarcação. Além disso, Nilton
e seu grupo são atacados simultaneamente. A única
esperança das agentes é fugir para a mata, o que se
revela um grande desafio de sobrevivência. Ao lon-
go da exploração, uma importante informação se
revela: os animais estão infectados por uma mis-
teriosa doença, que está se espalhando de maneira
implacável na floresta.
Sobrevivendo contra animais letais, sobreviven-
tes infectados e a escassez de recursos, enfim uma
nova pista da investigação é encontrada. Um hangar
abandonado revela algumas pessoas armadas sol-
tando essas criaturas na mata, como parte de algo
maior. Chegando até o acampamento delas, fica cla-
ro que tudo é um plano feito por cultistas para criar
uma nova ameaça à realidade, liderados por uma
criminosa poderosa. Ao encontrarem Nilton na flo-
resta, que sobreviveu contra um ataque de ocultis-
tas, todos se preparam para irem até o aeroporto e
desmantelarem essa operação.
Avançando pela base inimiga, as agentes desco-
brem que os ocultistas planejam transportar os in-
fectados até diversos lugares, como parte de um
grande esquema imparável. Com isso, o final des-
sa missão está nas mãos das personagens, onde pa-
rar esse plano e impedir os ocultistas pode salvar
milhares de possíveis vítimas.
35
PREPARAÇÃO
Você deve ler o caso completo antes de começar a
narrá-lo, para se familiarizar com seu tamanho, pis-
tas, inimigos e NPCs. Esta história foi desenvolvida
para 4 personagens de NEX 20% e patente Operador.
Antes da sessão, é recomendado que a figura respon-
sável por narrar acompanhe a criação das persona-
gens das jogadoras, para analisar suas fichas e garan-
tir um jogo justo e divertido para todas. A duração
dessa missão é de 2 a 3 sessões. Caso precise parar
a narração em algum momento, é recomendado que
seja logo no fim de uma cena.
LENDO ESTA MISSÃO
Para facilitar a leitura, essa história é dividida em
cenas, onde cada uma pode conter momentos de in-
vestigação, combate ou interlúdio. Além disso, NPCs
e outros nomes importantes para a missão são desta-
cados quando citados pela primeira vez, e pistas ou
fichas de ameaças estão compiladas em apêndices no
final do caso, para agilizar a consulta.
Caixas de Texto. Para facilitar a visualiza-
ção, alguns textos aparecerão de maneira especial
ao longo desta missão:
Esta caixa é utilizada para textos que
podem ser lidos em voz alta para as jo-
gadoras, como falas de NPCs e sugestões
de descrições de cenas, podendo ser di-
tas da forma como está escrita ou com as
suas próprias palavras.
Esta caixa é usada para textos com infor-
mações importantes, que a narradora deve
guardar para si, como regras ou detalhes da
narrativa, ajudando na interpretação e aplica-
ção ao longo da sessão.
 Testes de Perícia. No decorrer da missão,
alguns testes podem ser pedidos às jogadoras. Eles
sempre terão o nome da perícia necessária, junto da
dificuldade do teste (DT). Por exemplo, “Tecnologia
DT 20” indica que a personagem deve fazer um
teste de Tecnologia e obter um resultado maior ou
igual a 20 em seus dados.
PRÓLOGO
Esta história começa com as personagens no aero-
porto de Guarulhos, em São Paulo. Elas são levadas
por uma van até um hangar, onde um turboélice as
aguarda. São 4 horas da manhã, e mesmo com sono,
todas atenderam ao chamado da organização, que li-
gou informando sobre uma missão importante, onde
precisariam viajar até o local. Ao entrarem, um ho-
mem de 30 anos, com algumas cicatrizes, um bigode
formidável, jaqueta de couro e touca preta as recebe,
se apresentando como Nilton Carvalho Oscar. Quie-
tos e sentados no fundo, existem dois agentes usando
roupas táticas, capacetes e balaclavas verdes escuras,
com as inscrições “BR” e “LF” em seus coletes. Ao
entrarem na aeronave, ele começa a explicar o caso,
enquanto a viagem começa tranquilamente. Leia o
texto a seguir em voz alta:
Bom dia meus amigos! Agradeço que vie-
ram. Bom, vou começar do começo: meu
nome é Nilton Carvalho Oscar, codinome
November Charlie Oscar. Costumo usá-lo
em comunicações por segurança. Estes
são Bravo Romeo e a Lima Foxtrot, meus
braços direito e esquerdo para tudo. A
algumas horas atrás, a nossa equipe de
inteligência notificou sobre um caso
peculiar, e de possível urgência, e por
isso já estamos indo ao destino. Se aco-
modem, temos muita coisa para planejar.
Nilton entrega um mapa, mostrando a re-
gião do rio Sucunduri, na Amazônia, com
pontos marcados como o final dele e um tipo
de estrutura em meio a floresta.
Deem uma olhada aqui. Neste longo rio,
foram registrados vários desapareci-
mentos nas últimas semanas. Além dis-
so, turistas relataram em postagens de
diversas redes que existem “seres es-
tranhos” lá, como animais com compor-
tamentos alterados e aparências assus-
tadoras. Isso é mais do que necessário
para soar o nosso alarme. Contudo, exis-
te outra coisa. Esta região possui um
pequeno aeroporto desativado, o qual
foi substituído pelo da cidade de Azuí,
onde estamos a caminho. Mas, um avião
foi avistado na região, e simplesmen-
te sumiu, provavelmente pousando nele.
Por conta de outros casos que já vi por
aí, um aeroporto abandonado tem boas
chances de sofrer influência sobrena-
tural, e talvez essa aeronave tenha ca-
ído lá, ou as criaturas relatadas podem
ter surgido de vítimas de algum aciden-
te antigo, sei lá. E por isso, nós vamos
investigar o que está acontecendo.
Nilton entrega alguns rádios (item
sem peso ou categoria), que possuem ano-
tações de frequências para comunicação
na parte de trás.
Usaremos estes rádios ao longo da mis-
são. O plano é o seguinte: eu e meu time
vamos direto ao aeroporto, com um heli-
cóptero que consegui graças a uns con-
tatos militares. Enquanto isso, vocês
vão observar a região, que está cheia de
turistas, especialmente em barcos pelo
rio, os quais vocês vão poder aproveitar
uma viagem. Vejam o porquê das ativi-
dades turísticas ainda estarem ativas,
ou se tem alguém estranho por lá. O Su-
cunduri se estende por uma longa área,
e depois do seu fim, existe uma trilha
até o aeroporto. Se não encontrarem
nada, saiam da embarcação e sigam pela
floresta nessa trilha até uma clareira,
onde posso pousar e buscá-los, afinal
levaria horas para chegarem até o aero-
porto a pé. Tudo certo?
36
 Use a viagem para que as agentes conversem e in-
terajam entre si, além de também poderem fazer al-
gumas perguntas a Nilton. Aqui estão algumas infor-
mações que ele pode fornecer:
, Seis pessoas estão desaparecidas até o mo-
mento, duas por atividades de trilha e
quatro por conta de uma viagem de bar-
co para pesca no rio, onde nem a pequena
embarcação foi achada. Um dos trilheiros su-
miu na semana passada.
, O aeroporto foi fechado na década de 80, então
não existem muitas informações sobre ele dis-
poníveis, além de que foi fechado por proble-
mas financeiros e falta de apoio.
, Não foi encontrado nada suspeito em relação
às empresas de turismo e pesca, mas o com-
portamento de continuar as atividades têm
levantado suspeitas e até repúdios por parte de
moradores da região.
, Nilton investiga casos sobrenaturais há 8
anos, agindo dentro do exército e atuando em
operações de ambientes dif íceis ou que exi-
gem armamentos pesados, além de fornecer
equipamentos e veículos para investigadores
durante esses anos.
Quando as conversas diminuírem, todos chegam
ao pequeno aeroporto de Azuí. Ao saírem, Nilton
leva as personagens até o heliponto do local, onde
um helicóptero militar Caracal aguarda. Ao entra-
rem, ele voa por alguns minutos até um espaço aber-
to de terra, com uma estrada de terra que leva até um
conjunto de casas próximas ao rio. Nilton se despede
e começa a decolar novamente.
Boa sorte agentes! Lembrem-se, qualquer
coisa que ocorrer, me avisem pelos rádios, e
tomem cuidado! Até breve!
Agora, as agentes estão por conta própria.
37
CENA 1
TURISMO PERIGOSO
Vocês chegam em um conjunto de casas de
madeira, com alguns barcos encostados na
margem do rio, além de uma grande placa
de madeira escrita “Pousada do Sucunduri:
Pescas e Turismos”. São 9 horas da manhã, e
o local está bastante movimentado, espe-
cialmente por turistas. Na área das embar-
cações, existem vendedores de itens varia-
dos e diversas pessoas em filas, comprando
viagens para andarem pelo rio. Não parece
um lugar que foi palco de desaparecimen-
tos e histórias estranhas, e isso provoca
um sentimento estranho, como se tudo esti-
vesse tranquilo demais.
No local, os rádios funcionam normalmente, e as
personagens podem usá-los para se comunicar entre
elas. Caso contatem Nilton, sua voz parece estar sob
efeito de interferência, e ele pede que tentem falar
com ele somente após chegar na base. Esta é uma
cena de investigação inicial, e existem alguns pontos
de interesse aos quais as agentes podem interagir:
POUSADA DO SUCUNDURI
Grau de Urgência. Muito baixo (6 rodadas).
Pista Básica. Mesmo com os relatos de seres
incomuns e desaparecimentos, as atividades turísti-
cas continuam acontecendo. Por quê?
Vendedor de Jornais. Próximo aos barcos, um
homem simples, com uma mochila e diversos jornais
nas mãos, vende-os para turistas próximos. Caso as
agentes comprem um jornal, podem fazer um teste
de Investigação (DT 15) para encontrar uma notícia
sobre o fim das buscas pelo trilheiro desaparecido.
Em seguida, uma reportagem com um vereadorda
região, anunciando investimentos para “atrair mais
pessoas da área da ciência na rica fauna local”.
 Barqueiro. Uma pequena tenda com um senhor
vendendo passagens para passeios de barco. Os agen-
tes podem adquiri-las sem problemas, conseguindo
uma viagem pelo rio em uma embarcação média de
dois andares.
Turistas Exigentes. Um casal de turistas
está conversando próximo à entrada da pousada,
despertando a atenção das personagens. Com um
teste de Percepção (DT 22), é possível escutá-los
reclamando de barulhos de aviões na noite passada.
Quando todos os pontos foram explorados ou as
rodadas acabarem, um homem anuncia em um me-
gafone para todos que o barco está saindo para seu
percurso. Após apresentarem suas passagens para a
viagem (ou mesmo comprá-los na hora), as agentes
embarcam rumo ao rio Sucunduri.
Caso as personagens não adquiram as passagens,
desenvolva outras formas de fazê-las entrar no bar-
co. Por exemplo, um grupo de turistas cancela sua
viagem e oferece-a às agentes, ou uma ordem geral é
anunciada para que todos subam na embarcação de-
vido a “bichos perigosos” nas redondezas.
Após embarcarem, a viagem segue de forma tran-
quila, com paisagens bonitas e um clima agradável.
Agora, as agentes podem explorar o barco em busca
de mais pistas, mas não por muito tempo.
O BARCO
Grau de Urgência. Baixo (5 rodadas).
Pista Básica. Rumores de seres estranhos fo-
ram ditos por pessoas durante viagens pelo rio. Será
que essas histórias são verdadeiras?
Depósito do Barco. Em um pequeno cômo-
do do barco, algumas caixas de papelão estão empi-
lhadas, com avisos ao redor para não serem abertas.
Com um teste de Investigação (DT 20), é possível
ver que se tratam de peixes conservados.
Além disso, com um teste adicional de Investi-
gação (DT 18), a personagem encontra um papel
pendurado atrás da porta, que diz que a carga deve
ser deixada na “Trilha do 707”, para um destinatário
escrito apenas como “Sora”.
Turista Curioso. Um homem de barba longa,
regata e uma câmera fotográfica parece estar bem
atento ao rio. Com um teste de Diplomacia (DT 20), as
agentes podem conversar com ele e descobrir que ele
está fotografando aviões na região, e segue rumores
de aeronaves que estariam voando sobre o rio. Além
disso, ele também procura avistar as misteriosas
criaturas que estão trazendo uma nova fama ao local.
Margens do Rio. Se uma personagem ficar ob-
servando a paisagem por 1 rodada, ela pode fazer
um teste de Percepção (DT 20). Se passar, obser-
va um jacaré nas margens, que entra na água rapida-
mente. Caso possua um binóculo, câmera ou outro
objeto que ajude na observação, consegue ver que o
animal está bastante sujo, e suas escamas estão ma-
chucadas, como se tivesse diversos cortes. Contudo,
o animal não parecia se importar com esses ferimen-
tos. A agente recebe +2 na sua rolagem de Iniciativa
no combate da Cena 2.
Enquanto atravessam o rio, os rádios param
de funcionar, não podendo ser usados nem
para comunicações próximas. Quando
as rodadas da cena acabarem, um
perigo inesperado surge,
e gritos indicam que
talvez nem todas as
histórias a respeito
do rio sejam mentiras.
Comece a narrar a Cena 2.
38
 CENA 2
EMBOSCADA
Enquanto vocês investigam o barco, um
estranho barulho começa a ser ouvido. Ao
olhar para fora, um pequeno helicóptero
pode ser visto. Então, subitamente, o barco
balança, e gritos começam a ser ouvidos. Sem
tempo de reação, uma onda de jacarés surge
nas águas e começa a subir pela embarca-
ção furiosamente. Mas algo chama a atenção.
Esses animais não deveriam ser assim. Seus
olhos estão vermelhos, suas escamas dila-
ceradas, e suas caudas possuem espinhos
letais. Só existe uma única resposta. Vocês
estão de frente com seres paranormais, e es-
tão em clara desvantagem.
O ATAQUE DOS JACARÉS
Objetivo. As agentes devem sobreviver contra
os ataques da aeronave e das criaturas ao barco e fu-
gir antes de 5 rodadas.
Efeito. No fim de cada rodada, todas sofrem
3d6 pontos de dano de Corte por conta das mordidas
das criaturas. Caso uma personagem sofra mais de
12 pontos de dano de uma vez, deve fazer um tes-
te de Fortitude (DT 20). Se falhar, é infectada pela
Ferocidade Hemorrágica (Apêndice B, página XX).
Ações.
Fugir (Atletismo DT 22). A agente corre em
busca de pular na água, ficando exposta aos jacarés
no caminho. Ela sofre 4d6 pontos de dano, e se fa-
lhar, acaba caindo no chão, não conseguindo reali-
zar esta ação na próxima rodada. Passando por 2 su-
cessos ao fugir, a personagem sai da cena e não pode
realizar nenhuma outra ação.
Atacar Criaturas (Pontaria ou Luta
DT 20). A personagem luta contra as criaturas
para ganhar tempo. Some todo o dano causado ao
39
longo da rodada. Ao atingir um total de 20 pon-
tos de dano, o dano diminui em 1d6 para todas as
agentes até o fim da cena.
Se Proteger (Reflexos DT 18). A perso-
nagem se esconde ou foca em desviar dos ata-
ques dos jacarés. Se passar, o dano sofrido diminui
em 2d6 nessa rodada.
Ajudar Aliados (Iniciativa DT 20). A agente
ajuda uma pessoa próxima a fugir do local. Se passar,
o aliado recebe +5 no seu próximo teste para fugir.
As agentes escaparam do ataque e
fugiram do local
Vocês correm em meio ao caos, pulando
na água enquanto o barco vira em chamas.
Algumas criaturas avançam em suas dire-
ções, mas vocês conseguem fugir delas, que
se distraem e avançam em outros turistas
próximos, sendo dilacerados ao lado de vo-
cês. Conforme chegam na borda do rio, o som
dos gritos provocam um pânico interno, que
se agrava quando olham ao redor: ninguém
está próximo. Vocês são as únicas sobrevi-
ventes. Todas as agentes sofrem 3d6 pontos
de dano Psicológico por conta do aconteci-
mento (Vontade DT 25 evita).
Mais da metade das agentes não
escaparam antes de 5 rodadas
Vocês lutam incessantemente contra as
criaturas, que realizam ataques mortais.
Mesmo com seus esforços, elas não param de
surgir, e vocês são agarradas pelas suas
impiedosas mandíbulas. Enquanto isso, o
misterioso helicóptero assiste a tudo, na
distância, totalmente neutro. Com uma fú-
ria imparável, os jacarés dilaceram a car
ne, e fugir se torna um sonho impossível.
Ao mesmo tempo, o barco termina de vi-
rar, esmagando tudo com seus destroços.
 Uma equipe de busca chega após
algumas horas. Esta emboscada foi
planejada, e as pessoas por trás disso sabiam
que investigadores viriam ver o que estava
acontecendo no Rio Sucunduri.
Nem todas as histórias têm um final
feliz. As sobreviventes são hospitalizadas
durante meses, e não pensam em voltar
a missões tão cedo. As agentes perdidas
recebem um funeral digno, em um local onde
são enterradas pessoas que deram a vida
pela organização. A Ordo Realitas envia
uma nova equipe para o caso, e tudo volta à
normalidade após alguns dias.
Neste segunda opção, a história se encerra. Falhas
acontecem, e o importante é se preparar para a pró-
xima missão. As personagens que não foram mortas
durante a cena podem continuar em missões futuras,
mas perdem pontos de prestígio e não aumentam seu
NEX. Adicionalmente, caso não queira terminar esta
história tão cedo, você pode permitir que as agentes
consigam escapar mesmo falhando na fuga, ficando
gravemente feridas. Elas começam a próxima cena
exaustas e sangrando por 1d8 rodadas (pontos de
vida perdidos na emboscada e ao sangrar podem ape-
nas ser recuperados em interlúdios nesse cenário).
CENA 3
PERDIDOS NA MATA
Após nadar pelas águas e fugir dos
ataques, vocês correm para dentro da mata,
sem conseguir olhar para trás em meio ao
pânico. O terror fica para trás e, por um
momento, o silêncio volta. Então, o som
estrondoso do helicóptero surge, sumindo
após alguns segundos enquanto a aeronave
desaparece sobre as árvores. Depois, apenas
a floresta pode ser ouvida.
Mas isso não significa que acabou.
Vocês escutam sons ao redor, como galhos
quebrando, e um medo do desconhecido
perturba seus sentidos, com o receio de mais
criaturas surgirem. Por fim, um sentimento
de confusão se estabelece, onde todos os
lados mostram uma floresta sem fim. Esse
ataque foi apenas o começo. A verdadeira
sobrevivência começa agora.
Após uma rodada na floresta, o rádio de todas
as agentes começam a tocar. Um barulho de inter-
ferência é ouvido, com alguns trechos cortados
da voz de Nilton.
November Charlie Oscar para todos…
respondam… fomos atacados… armadilha…
toda parte… algo maior… não confiem em
nenhum… sozinho… sinal, preciso me en-
contrar com vocês…
Agora, as agentes devem andar pela mata se-
guindo as informações que possuem (como o mapa
dado por Nilton) para seguir com a investigação
e encontrar recursos para sobreviver. Nenhum de
seus rádios está funcionando na floresta, estan-
do tomados por interferência. Além disso, caso al-
guém tenha sido infectado na cena passada, os
efeitos começam a aparecer.
Para chegar em um local da região, um teste esten-
dido deve ser feito, onde uma das personagens assu-
me a posição de líder, precisando adquirir 5 sucessos
antes de 3 falhas em um teste de Sobrevivência (DT
20). Ao passar nos testes, o grupo chega no lugar de-
terminado (caso estejam sem um objetivo definido e
andando ao acaso, role 1d4 e escolha um dos lugares
a seguir). Caso acumulem 2 falhas, ficam perdidas e
sofrem um encontro aleatório. Voltar a um local já
visitado diminui os sucessos necessários para 3.
40
 TEMPO E CENAS DE
INTERLÚDIO
Enquanto exploram a floresta, as personagens
podem realizar uma cena de Interlúdio a qualquer
momento (com condições de descanso precárias).
Após um Interlúdio ou a cada dois locais explorados,
o clima e tempo mudam: a noite chega, aplicando
camuflagem parcial em todos os seres; depois, um
amanhecer chuvoso surge, causando Chuva; por fim,
tudo se estabiliza, com um sol forte e temperaturas
amenas. Este clima se repete ao longo do resto da
missão, até a Cena 5.
1. O 707 ABANDONADO
Após passar por um conjunto de rochas escorre-
gadias no meio da mata, as agentes se deparam com
um gigante avião antigo e sujo de lama, estando en-
trelaçado por árvores.
Pegadas. É possível perceber marcas na trilha.
Com um teste de Percepção (DT 18), a agente
encontra rastros de pegadas, especialmente de
botas, de um grupo grande de pessoas, que some
em meio a lama.
Avião Abandonado. No meio da trilha, um
grande avião se apresenta, consumido pela vegeta-
ção ao redor. Na lateral, é possível ver o seu modelo,
um Boeing 707, além de um símbolo do que pare-
ce uma estrela-cadente. Com um teste de Investi-
gação (DT 22), a agente percebe marcas de tiro na
fuselagem, com um corpo de um turista caído ao
lado. Ao fazer um teste de Medicina (DT 25), são
percebidas marcas no corpo, como veias saltadas e
ferimentos infeccionados.
41
ENCONTROS ALEATÓRIOS
DA MATA
Após falhar no teste estendido para andar na
floresta, a líder do grupo deve rolar 1d6 e esco-
lher um dos encontros a seguir, que se iniciam na
próxima rodada:
Resultado Criaturas
1 5 Hemorrágicos
2 3 Hemorrágicos
3 2 Jacarés Cauda-Vermelha
4 2 Sucuris Espinhentas
5 1 Sucuri Espinhenta e 1 Hemorrágico
6 Nenhuma criatura surge
Cabine do Piloto. Entrando no avião, a cabi-
ne empoeirada revela um sistema antigo, mas que
pode ser útil. Com um teste de Tecnologia (DT 25),
é possível encontrar os sistemas de rádio e energia
do avião. Para ativá-los, as personagens precisam de
baterias em bom estado, além de desativar a antena
bloqueadora de sinal, que podem ser encontradas no
Acampamento Misterioso. Após instaladas, as agen-
tes podem fazer um teste de Tecnologia (DT 20)
para entrar em contato pelo rádio usando as frequ-
ências anotadas nos aparelhos fornecidos por Nilton
no começo da missão.
, Contatando a Inteligência. Ao usar
uma das frequências, uma voz feminina res-
ponde, se identificando como Carolina Ma-
chado, da área de vigilância e inteligência
contra seres sobrenaturais, em São Paulo. Ao
informarem sobre a emboscada e os ocultis-
tas, ela diz que enviará reforços, mas reco-
menda que as agentes prossigam pela missão,
pois podem demorar até chegar no local.
2. GALPÃO DA LINHAS AÉREAS
Em uma região mais aberta, surge um hangar
de madeira, tomado pela vegetação e com seu teto
cedido. Nas portas, está escrito “Cometa Linhas
aéreas”. Um pequeno avião pode ser visto em
meio aos escombros.
Caixotes Velhos. Uma pilha de caixas e panos
velhos. Com um teste de Investigação (DT 20), é pos-
sível encontrar alguns panos e lonas, que podem ser
usados em um interlúdio para melhorar a condição
de descanso para confortável. Caso a personagem
queira levá-los, ocupam 3 espaços.
Avião Sucateado. Um pequeno turboélice
destruído pelo desabamento do hangar. Com um
teste de Investigação (DT 25), a agente encontra
um esqueleto entrelaçado em vinhas de sangue na
cabine, segurando um jornal, que possui uma notícia
com o título: “Aeroporto de Estrela do Leste possui
envolvimento com Criminosos”, contando sobre
atividades ilegais envolvendo animais silvestres na
região em 1996, e que os donos do aeroporto, os
quais possuíam envolvimento, estavam detidos.
Todo o esquema era chefiado por uma criminosa
do ramo de contrabando, conhecida apenas como
Sora, a qual estava foragida. As outras partes do
jornal estão deterioradas.
Raízes Estranhas. Existem diversas “raízes”
ao longo dos destroços do local, que soltam um es-
tranho líquido vermelho e viscoso. Com um teste
de Ocultismo (DT 25), a agente encontra corpos
apodrecendo mesclados às raízes (Medicina DT 20
aponta que alguns estão mortos há dias, enquanto
outros são bastante recentes).
Gaiola Aberta. Na entrada do galpão, uma
gaiola de metal se encontra largada, com rastros e
veias de sangue. Com um teste de Ocultismo (DT
22), a personagem sente a presença de influência
sobrenatural nela.
3. DESTROÇOS DO BARCO
Voltando para o local da emboscada, o barco está
parcialmente afundado no meio do rio, com diversos
destroços espalhados e corpos infectados pelas mar-
gens, que deixam a água levemente vermelha. De re-
pente, três pessoas surgem nas águas, com suas rou-
pas rasgadas e peles corroídas por ferimentos, agindo
de forma bestial e violenta.
Combate: As personagens se deparam com três
Hemorrágicos.
Corpo do Turista. Um corpo com uma câ-
mera em seu pescoço, flutuando sobre o rio com
diversas veias vermelhas e inflamadas. Com um teste
de Investigação (DT 18), é possível encontrar uma
foto em seu bolso, mostrando o helicóptero que es-
tava sobrevoando o barco durante a emboscada. A
aeronave é diferente da que pertencia a Nilton, e uma
figura encapuzada pode ser vista na porta lateral.
Caixas de Alimentos. Em uma parte do
casco do barco, as agentes encontram as caixas
de peixes conservados, completamente vazias e
destruídas. Com um teste de Investigação (DT 25),
a personagem encontra quatro pacotes de alimentos
em bom estado. Cada pacote ocupa 1 espaço e pode
ser usado para apenas 1 refeição, funcionando como
um prato nutritivo em uma cena de Interlúdio.
4. FIM DO RIO E ACAMPAMENTO
Seguindo pelo margem do Rio Sucunduri, as
agentes enfim chegam ao seu fim, após horas de
caminhada. Passando por um conjunto de rochas, uma
trilha se revela e, após alguns minutos andando por
ela, um pequeno acampamento surge, aparentemente
militar, com alguns homens encapuzados andando
e realizando tarefas básicas. Contudo, uma cena
surpreende a todas antes que se aproximem deles.
Leia o trecho a seguir em voz alta:
42

Ao começar a se aproximar do acampa-
mento, vocês veem dois soldados, um pouco
afastados do local, conversando próximos a
uma jaula. Vocês param por um momento para
vê-los, enquanto continuam escondidas em
meio a mata. É difícil entendê-los por con-
ta de suas máscaras de gás, mas aparente-
mente estão falando em outro idioma. Eles
abrem a jaula de metal mirando suas armas,
enquanto uma cobra, composta de espinhos
sangrentos e uma mandíbula horripilante,
sai com uma fúria assustadora. Contudo, a
criatura os ignora, adentrando a floresta
em questão de segundos. Não restam dúvidas,
essas pessoas não são aliadas. De repente,
enquanto absorvem essas informações, um
soldado avista vocês, gritando para todos
que encontrou inimigos.
Combate: As personagens enfrentam 2 Capangas
e 1 Soldado de Aluguel.
Tendas. Barracas militares, com suprimentos e
itens pessoais. Com um teste de Investigação (DT
22), a personagem encontra três Cicatrizantes e um
computador. Por meio de um teste de Tecnolo-
gia (DT 20), é possível ver mensagens com alguém
identificado apenas como “Echo Lima”, informando
que todas as patrulhas deveriam liberar seus “testes”
nas últimas horas e ficar atentas a pessoas fugitivas.
Além disso, a líder Sora estaria iniciando os prepara-
tivos para recolher as criaturas resultantes dos testes
e transportá-las para seus clientes.
Jaulas. Algumas jaulas e caixas, empilhadas
próximo ao acampamento. Em uma delas, é possível
encontrar um Hemorrágico preso.
Bolsas Militares. Algumas bolsas amon-
toadas do lado de fora das barracas. Com um tes-
te de Investigação (DT 20), a personagem en-
contra um Medalhão de Proteção e três pacotes
de munições aleatórias.
43
MEDALHÃO DE PROTEÇÃO
Um amuleto metálico sujo, que sangra indefi-
nitivamente. É um item maldito de Emoção que
possui categoria II e ocupa 1 espaço. Enquanto
equipado, a personagem recebe +5 em Fortitude
e tem o dano do sangramento da Ferocidade He-
morrágica diminuído pela metade.
Gerador. Um grande gerador a diesel, próximo
a uma antena. Com um teste de Investigação (DT
20), é possível encontrar algumas baterias em bom
estado (carregá-las ocupam 2 espaços). Além disso,
com um teste de Tecnologia (DT 20), a agente
entende o funcionamento da máquina e pode
desligá-la, desativando a antena com o bloqueador
de sinal. Após isso, todos os rádios das personagens
voltam a funcionar.
Contatando Nilton. Ao tentar se comunicar
com Nilton, ele responde apenas se for chamado
por seu codinome, com uma voz trêmula e ofegante,
informando que estava tentando encontrá-los, e que
sofreu um ataque de ocultistas ao chegar no aeroporto,
sendo o único sobrevivente. Ao informarem as suas
posições, Nilton diz que está a caminho da trilha do
707, e sugere que se reagrupem lá.
REAGRUPANDO
Ao voltarem até o avião abandonado na
mata, um silêncio reina no local. De repen-
te, uma lâmina passa por vocês, acertan-
do uma árvore. Nilton surge, com um claro
sorriso em seu rosto.
Há! Que bom ver vocês! Vocês se feriram?
Como estão? Essas criaturas possuem
algo venenoso, está se espalhando nessa
floresta aos poucos. Bom, eu e meus cole-
gas paramos no aeroporto, aparentemen-
te vazio. Então, ocultistas surgiram de
todos os lados atirando, e quando tentei
voar para longe, me atingiram com um

explosivo. O helicóptero caiu, e minha
única escolha foi fugir sem destino pela
mata. Agora que estamos aqui, precisamos
dar um jeito nisso. Sobreviver até agora
não foi fácil, mas se não irmos até aquele
aeroporto desgraçado para eliminar
esses ocultistas junto de seja lá o que
eles estão fazendo, tudo isso será em
vão. E aí, vamos?
CENA 4
O AEROPORTO
Com as informações em mãos, vocês seguem
junto de Nilton até a misteriosa base
militar. Conforme andam, equipamentos
enferrujados, placas e peças de aviões
surgem em meio a mata, até um ponto onde
as árvores são barradas por uma cerca de
metal. Enfim, vocês chegam até o misterioso
aeroporto de Estrela do Leste. Na frente de
vocês, está um pequeno prédio, junto de uma
torre de comunicação. Ao lado, um hangar
e a pista do local, com um avião pousado,
próximo a várias caixas e contêineres.
Todas as estruturas estão velhas, sujas e
tomadas por matagais, mas isso não significa
que estejam abandonadas. Muitos soldados
mascarados podem ser vistos, seja rondando
a instalação ou carregando a aeronave com
caixas e jaulas cobertas por lonas. Do lado de
fora, vocês avistam o helicóptero de Nilton
destruído na esquerda, e uma aterrorizante
fossa com corpos largados.
Nesta cena, as personagens devem entrar
no aeroporto em busca de investigar e deter os
ocultistas. Os pontos de interesse possuem uma
ordem aos quais podem ser explorados: primeiro
passam pela Fossa de Cadáveres ou as Grades, e
após entrar no aeroporto, podem explorar o Prédio
Administrativo, Pátio ou seguir direto para o Hangar
(Nesse caso, vá para a Cena 5). Desta cena em diante,
Nilton Carvalho Oscar passa a funcionar como
um aliado Guerrilheiro.
Fossa de Cadáveres. Um segmento de terra
cavado próximo ao helicóptero de Nilton, com alguns
corpos, carcaças e objetos em sua maioria de turistas,
como os que estavam com as agentes no barco.
Com um teste de Investigação (DT 20), é possível
encontrar os corpos de alianças de Nilton, Bravo
Romeo e Lima Foxtrot. Além disso, a personagem
encontra duas armas táticas aleatórias.
Grades. Uma alta cerca de metal com arames
enferrujados. É possível escalar a estrutura (Atletismo
DT 22), mas a personagem sofre 1d6 pontos de dano
após cair para o outro lado. Além disso, caso possua
alguma ferramenta como um alicate, pode-se gastar
uma ação completa para abrir um buraco nas grades.
Prédio Administrativo. Um prédio
abandonado, com suas paredes cheias de musgos e
infiltrações. Ao entrar, as agentes são surpreendidas
por dois Soldados de Aluguel. Após derrotá-los,
existem vários cômodos com camas e suprimentos,
e subindo por uma escada, podem chegar até a torre
de controle. Com um teste de Investigação (DT
25) nas camas, é possível encontrar um Medalhão
de Proteção, e com outro teste de Investigação
(DT 20) em algumas das mesas com suprimentos, a
personagem vê dois Cicatrizantes.
Quarto Reservado. Um cômodo trancado,
com uma placa escrita “Sora” do lado de fora. Com um
teste de Crime (DT 22), é possível destrancar a porta
e acessar um quarto parecido com os outros, mas com
muitos papéis espalhados e produtos cosméticos,
incluindo de origens ocultistas. Por meio de um teste
de Investigação (DT 20), os personagens encontram
uma maleta com frascos vermelhos, contendo
etiquetas com o nome “Ferocidade Hemorrágica”. O
fornecedor dos itens está apagado.
Torre de Controle. Uma pequena sala
com computadores velhos e diversos papéis. As
personagens conseguem ver a partir dela toda a
44
 movimentação ao redor do avião, incluindo uma
mulher na frente da rampa de carga, que guia todos
os soldados. Na torre, um Ocultista Investido, com
os rituais de Perturbação, Tecer Ilusão, Esconder
dos Olhos e Hemofagia. Depois que for eliminado, é
possível fazer um teste de Investigação (DT 18), para
encontrar uma lista e um gravador de voz. A lista
contém nomes de pessoas sequestradas na região,
incluindo o que faziam (andando de barco, realizando
trilhas, etc.). Ao ligar o gravador, uma voz feminina
começa a falar:
Registro de Missão, Sora, dia 40. Em
algumas horas estaremos saindo com o
primeiro carregamento. Nunca imaginei
que meus negócios poderiam estar dando
certo novamente, ainda mais nesse lugar,
que me fez quase perder tudo antes. O plano
funcionou e as agentes foram eliminados,
com exceção do piloto do helicóptero, mas
isso será resolvido. Além disso, tenho
criaturas até demais para o avião, talvez
precise de mais veículos futuramente.
Enfim, tudo está correndo certo, e em breve,
o mundo verá os resultados. Fim do Registro.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
Após o fechamento do aeroporto pela polícia
em 1996, Sora desapareceu enquanto buscava
novas formas de enriquecer com o tráfico de
animais na Amazônia. Nos últimos anos, ela
passou a usar o sobrenatural para criar seres letais
e, com a ajuda de alguns fornecedores, conseguiu
uma amostra da Ferocidade Hemorrágica, que
podia transformar seres em ameaças poderosas.
Contudo, precisava de algo maior que apenas
animais silvestres transformados. Realizando
testes em alguns humanos, ela descobriu
criaturas muito mais fortes, nomeando-as como
“Hemorrágicos”. Assim, planejou uma emboscada
no barco turístico para, ao mesmo tempo, lidar
45
com as agentes e adquirir uma abundância de
cobaias por meio dos turistas. Para finalizar
o plano, Sora deixou patrulhas na mata para
continuarem soltando animais infectados em
pessoas que sobrevivessem, além de capturar as
criaturas para trazerem até o aeroporto. Agora, o
grupo planeja transportar as criaturas originadas
de toda essa operação para outros lugares, a
serviço de contatos do submundo ocultista.
CENA 5
A FUGA
Enquanto exploram o hangar, as gigantes
portas do local se abrem, mostrando diversos
soldados e o avião cargueiro em processo de
carregamento. Sora, acompanhada de alguns
ocultistas, percebe vocês imediatamente,
exibindo um sorriso no rosto.
Olha só quem apareceu… Vocês
realmente não conseguem ficar longe
do sobrenatural, sentem ele melhor
que qualquer ocultista aqui. Eu
realmente achei que o único que teria
que lidar seria o piloto aí, mas eu não
devia ter confirmado mortes sem corpo.
Pelo menos facilitaram meu trabalho
depois de tudo, não vou precisar enviar
ninguém para a mata atrás de vocês
quando estiverem transformados. Vamos!
Deem um jeito neles! E vocês, façam esse
avião decolar!
Os ocultistas ao seu lado se movimentam
rapidamente, sacando armas e ingredientes
de conjuração. Os soldados ao redor correm
e agilizam o carregamento da aeronave.
Combate: As personagens enfrentam 2 Ocultis-
tas Iniciados (um deles tem os rituais Decadência e
Arma Atroz, enquanto o outro possui Consumir Ma-
nancial e Ódio Incontrolável) e Sora, uma Cultista
Investida (com os rituais Definhar, Amaldiçoar Arma
de Sangue, Esconder dos Olhos e Hemofagia). Durante
o combate, Sora fica recuada, enquanto os ocultistas
avançam nas agentes.
Quando os dois ocultistas forem derrotados ou
Sora ficar machucada, ela realiza uma conjuração
e fica invisível, reaparecendo na rampa do avião
pronta para fugir.
Eles estão fugindo! Vamos, nem que seja a
pé, não podemos deixar eles saírem da-
qui!
Sora reaparece na rampa de carga do
avião, gritando para seus soldados.
Liguem e levantem essa coisa! Esqueçam
as criaturas, já temos o necessário, va-
mos embora!
As hélices começam a girar e produzir um
zumbido alto, e o C-130 começa a assumir a
posição para decolagem.
A DECOLAGEM DO AVIÃO
CARGUEIRO
Objetivo. As agentes devem tomar o controle
do C-130 antes que ele fuja do local com uma carga
perigosa de criaturas paranormais.
Efeito. No fim de cada rodada, todas sofrem
2d6+2 pontos de dano Balístico decorrente dos tiros
dos criminosos do avião.
Progressão. Durante a fuga, alguns eventos
acontecem em certas rodadas, mostrando o progres-
so na decolagem da aeronave:
, 3° rodada. O avião, já posicionado na pista,
inicia a corrida para decolar. A ação Entrar no
Avião tem sua DT aumentada para 25. Caso ne-
nhuma personagem entre nele até o fim dessa
rodada, o cargueiro consegue fugir.
, 4° rodada. A aeronave sai do chão e não é mais
possível entrar nela. Por conta da velocidade,
todos que estiverem a bordo devem fazer um
teste de Reflexos (DT 20) no fim de seus turnos.
Se falharem, ficam Caídos.
, 5° rodada. O avião começa a executar curvas
e balançar para desestabilizar inimigos a bordo.
As ações Atacar e Imobilizar Criminosos têm
suas DTs aumentadas em 2.
Especial. Até três vezes na cena, Sora pode usar
a conjuração Definhar em uma das agentes. Este
é um efeito opcional, podendo ser usado a critério
da narradora.
Ações.
Atacar Criminosos (Pontaria DT 20). A
personagem revida os tiros dos ocultistas. Se acer-
tar, role o dano. Após 20 pontos de dano causados
no total, o dano dos tiros diminui para 1d6+2, e
após 30 pontos, a DT da ação Imobilizar Criminosos
diminui em 5.
Entrar no avião (Atletismo DT 18). A agen-
te pula na rampa do avião e entra nele. Uma vez que
esta ação seja feita, duas novas surgem: “Imobilizar
Criminosos” e “Tomar o Controle do Avião”.
Imobilizar criminosos (Luta DT 22). A
personagem empurra ou nocauteia os tripulantes do
avião, fazendo com que os tiros parem. Após dois su-
cessos, a ação “tomar o controle do Avião” é liberada.
Tomar o controle do Avião (Intimidação
DT 25). A agente rende os pilotos, obrigando-os a
voltar a aeronave para o aeroporto.
FINALIZANDO A MISSÃO
Esta missão pode terminar de maneiras diferen-
tes, dependendo do desempenho das personagens
na fuga e se conseguiram se comunicar pelo rádio
na Cena 3.
46
 As personagens conseguem tomar o
controle da aeronave e evitam a fuga.
Rendendo os pilotos, eles iniciam
rapidamente o processo para voltar a
aeronave, pousando minutos depois. Alguns
helicópteros militares chegam ao local,
trazendo agentes da Ordo Realitas. Sora e
outros criminosos são algemados e levados,
e ela permanece quieta, ainda que com o
olhar furioso em direção a vocês, capaz
de dizer mil palavras. Nilton reúne todo
mundo e agradece ao trabalho.
Agentes, conseguimos. Sem vocês, eu nem
sequer estaria aqui para contar história, e
mesmo com as perdas, eu considero que fizemos
um trabalho impecável. Sobrevivemos contra
a floresta e os ocultistas. Alguns colegas
meus já estão recolhendo as evidências e
realizando a limpeza. Sora é apenas uma
parte de todo esse esquema ocultista, mas
agora, quero que descansem, a missão acabou.
Obrigado.
Mais tarde, as agentes retornam para
São Paulo, realizando um resumo do caso e
recebendo seus bônus de prestígio. Hoje, a
realidade venceu.
O Avião consegue fugir, mas
as agentes contataram a
Inteligência anteriormente.
Mesmo tentando, o avião consegue deco-
lar e se afastar do aeroporto, deixando vo-
cês para trás. Enquanto a rampa de carga se
fecha, Sora olha para vocês de cima, junta
de outros ocultistas. Nilton se aproxima,
percebendo a decepção do grupo.
Não é possível! E agora? Para onde estão
indo? Vamos, tem que ter um jeito, ela
não pode fugir assim! Vocês têm algo?
Qualquer informação? Carta na manga?
Após dizer a última frase, vocês se sur-
47
preendem com o horizonte. Em meio a floresta,
dois pequenos turboélices surgem, fazendo
um alto barulho. Nilton grita “Tucanos!”. As
duas aeronaves ficam atrás do cargueiro,
e em um piscar de olhos, atiram em seus
motores, forçando o C-130 a cair dentro da
mata, causando um som de explosão que treme
o chão. Em seus rádios, uma voz feminina
chama, perguntando se estão bem. É Carolina
Machado. Após alguns minutos, helicópteros
de suporte pousam, e todos embarcam, rumo
a casa. Nilton começa a falar, com sua voz
abafada pelo rádio.
Agentes, a missão terminou. Vocês
serão levadas para casa e receberão
tratamentos por conta desses dias de
sobrevivência. Que bom que conseguiram
avisar a organização a tempo. Mesmo que
não tivemos o melhor resultado, estou
feliz. Nossas perdas não foram em vão, e
nós vamos encontrar todos os envolvidos
com esse grupo ocultista. Mas descansem,
foi uma missão difícil.
Vocês retornam para São Paulo,
descansando por alguns dias. Sora e outros
sobreviventes da queda são presos, sendo
interrogados para mais informações.
Carolina e Nilton realizam um resumo da
missão depois de alguns dias e analisam o
desempenho das agentes. Vocês recebem seus
bônus de prestígio, mas com uma penalidade
de -2 por falharem na fuga dos ocultistas.
Mesmo com tudo, a realidade está protegida
e isso é o que importa.
O Avião consegue fugir, mas
as agentes contataram a
Inteligência anteriormente.
Vocês correm em direção ao avião, mas ele
consegue levantar voo antes que alcancem.
As rajadas de tiros causam ferimentos e im-
pedem que se aproximem, restando apenas ob-
servar a aeronave subir para o céu. Enquanto
a rampa é fechada, é possível ver Sora nela,
 olhando fixamente para vocês, com um criaturas, além da angústia da derrota. Uma
sorriso. A aeronave some no horizonte. Após morte lenta e agonizante, em que apenas uma
alguns minutos, helicópteros militares ideia permanece: o que irá acontecer?
chegam, trazendo agentes. Nilton tenta
Após algumas semanas, casos de doenças
acalmar a todos.
estranhas e aparições assustadoras
Agentes, eu sei que não conseguimos, explodem no país, e agentes são enviados
mas é algo que estamos sujeitos a sofrer. para tentar conter esse caos. Após muita
Fizemos nosso melhor, e outras chances luta, Sora é enfim presa, e o contrabando
virão, eu tenho certeza. Nós vamos da Ferocidade Hemorrágica diminui.
encontrá-los, e Sora irá pagar por tudo Mas seus contatos continuam à solta, e
isso. Vamos, esta missão acabou, e a hora ela se recusa a revelar qualquer nome
de pensar o futuro. durante meses. No fim, a realidade ainda
corre perigo, e novas agentes devem ser
Vocês retornam e realizam um resumo
recrutadas, para haver uma chance contra os
da missão, para que todas as informações
perigos além da Fenda.
possíveis do caso sejam reunidas. As
agentes não recebem bônus por prestígio.
Derrotas acontecem, e a realidade corre
um novo risco. Contudo, lutar ainda
é a única forma de salvá-la, e novas
oportunidades surgirão.
MINIATURAS DE NPCS
Disponíveis na pasta de Miniaturas da Edição!

E SE… TODO MUNDO MORRER?

O combate contra os criminosos começa

a virar para um lado. Conforme caem, Sora
saca sua faca, pronta para finalizar todas
uma a uma. Nilton, mesmo relutante, é imo-
bilizado com uma arma em sua cabeça. Com um
sorriso no rosto, Sora diz:
Vocês são inúteis. Atrapalham meus ne-
gócios e ainda tentam destruir meus es-
forços de semanas. Quando casos dessas
criaturas se espalharem pelo país, eu
vou lembrar de vocês. É uma pena que não
vão estar aqui para ver isso acontecer.
Eu até gostaria de deixá-los vivos, mas
tenho minhas ordens. Vocês também ti-
veram as suas, mas infelizmente falha-
ram, não é? Bom, eu não vou falhar.
Os ocultistas atiram em Nilton, que cai
de joelhos, imóvel. Sora corta o pescoço uma
a uma de cada vez, e seus últimos pensamen-
tos se misturam com os gritos vorazes das
Nilton Carvalho Oscar Sora Heedlock

48
 APÊNDICE A: PERSONAGENS DA NARRADORA

HEMORRÁGICO
Uma pessoa infectada pela doença da Ferocidade Hemorrágica, que invoca sentimentos de raiva e violência
conforme manipula o sangue da vítima. Hemorrágicos são extremamente contagiosos, onde qualquer conta-
to é perigoso, e costumam avançar em seus alvos quando estão vulneráveis, agarrando-os ou vomitando seu
gosmento sangue. Ao atingir estágios avançados da doença em seu corpo, eles se “desfazem”, espalhando suas
veias e órgãos em poças grudentas e corrosivas, capaz de contaminar uma área que levaria dias para ser pro-
priamente limpa. Nesta história, vários turistas foram contaminados e se tornaram receptáculos dessa terrível
doença, tomando a floresta com sua corrupção aos poucos.
tada por uma doença contagiosa, que manipula
HEMORRÁGICO
20
e transforma seu sangue rapidamente. Sempre
EMOÇÃO
VD que causa 10 ou mais pontos de dano com sua
Mordida, ele recebe resistência a dano 5 até o
fim da próxima rodada, e o alvo do ataque deve
TEMPO w CRIATURA w MÉDIO
fazer um teste de Fortitude (DT 25). Se falhar,
PRESENÇA PERTURBADORA é infectado pela Ferocidade Hemorrágica.

DT 15 w 2d6 psicológico w NEX 30%+ é imune AÇÕES

SENTIDOS PERCEPÇÃO 1O+5 | percepção às cegas MOVIMENTO v AGARRÃO

INICIATIVA 2O A criatura pula em um alvo em alcance
curto, agarrando-o (teste 3O+5). Se con-
DEFESA 15  
FORTITUDE 2O+5 seguir, seu próximo ataque de Mordida no
                   REFLEXOS 2O+5 alvo causa +1d6 pontos de dano. O ser pode
refazer o teste em sua rodada para se soltar.
        VONTADE O
PADRÃO u AGREDIR
PONTOS DE VIDA 50   25 machucado MORDIDA Corpo a corpo
                  RESISTÊNCIAS Balístico, Impacto e Perfura- TESTE 3O+5 | DANO 2d6 Perfuração
ção 5, Emoção 10 COMPLETA v TRANSFORMAÇÃO SANGRENTA
VULNERABILIDADE Morte A criatura pula em um alvo em alcance
curto, agarrando-o (teste 3O+5). Se con-
ATRIBUTOS seguir, seu próximo ataque de Mordida no
alvo causa +1d6 pontos de dano. O ser pode
AGI  2  FOR  3  INT  0  PRE  1  VIG   2 refazer o teste em sua rodada para se soltar.
COMPLETA v VOMITAR SANGUE
DESLOCAMENTO Terrestre 12m  8q
Expelindo sangue e abrindo seu corpo com
as próprias mãos, o Hemorrágico lança suas
FEROCIDADE HEMORRÁGICA veias ao redor, se entrelaçando e corrom-
O Hemorrágico é uma pessoa comum infec- pendo uma área em até alcance médio. A

49
 criatura recupera 2d8 pontos de vida, fica Imóvel e tem sua defesa diminuída para
13, mas pode realizar sua ação de Agarrão em seres dentro da área. Além disso,
alvos que terminem seus turnos dentro do local afetado são perfurados por espi-
nhos e ficam Sangrando por 2 rodadas (Reflexos DT 25 evita). A criatura pode reali-
zar esta ação somente uma vez, e volta a seu estado normal após 3 rodadas.

VARIANTES INFECTADAS
As criaturas como o Jacaré Cauda-Vermelha e a Sucuri Espinhenta são Variantes, baseadas em
outras ameaças, possuindo algumas habilidades alteradas, removidas ou adicionadas, mas mantendo o
mesmo Valor de Desafio. Além disso, ambas podem transmitir a Ferocidade Hemorrágica: se causarem
13 ou mais pontos de dano com seus ataques de Mordida, o alvo deve fazer um teste de Fortitude (DT
25). Se falhar, é infectado pela doença.

espinhos ao longo de sua coluna.

JACARÉ CAUDA-VERMELHA
Uma Sucuri Espinhenta possui 55 pontos de vida
Uma variante de um Jacaré, que foi infectado e
e não tem bônus em Furtividade. Além disso, seu
transformado pela Ferocidade Hemorrágica. O animal
ataque de Constrição causa 2d6+2 pontos de dano
desenvolveu espinhos em suas costas, colorações
de Perfuração, e ela recupera metade desse dano em
vermelhas em suas escamas e um comportamento
pontos de vida.
mais arisco que o normal.
Um Jacaré Cauda-Vermelha não possui bônus AÇÕES
em Furtividade nem suas habilidades Giro da
COMPLETA v DIGERIR
Morte e Agarrão.
A Sucuri se lança em um alvo a até 12m,
AÇÕES agarrando com sua mandíbula um item que
esteja empunhando (teste 4dO +6). Se conse-
LIVRE v LANÇAR ESPINHOS guir, o objeto é ingerido, perdendo 10 pontos
Ao atacar com sua Cauda, o Jacaré gira e joga de vida por rodada enquanto no estômago
alguns de seus espinhos em um cone de alcance da criatura. A Sucuri pode ingerir um total de
curto. Todos os seres atingidos ficam Vulneráveis e itens que ocupem até 5 espaços, podendo ser
Fracos (Reflexos DT 20 evita) até que gastem uma recuperados apenas quando ela for derrotada.
ação padrão para retirar os espinhos fincados em Ela não consegue utilizar esta habilidade caso
suas peles. esteja agarrando um ser.

SUCURI ESPINHENTA
Uma variante de uma Sucuri, que foi infectada
e transformada pela Ferocidade Hemorrágica. Ela
possui uma mandíbula anormalmente aberta e
cheia de dentes, pele vermelha e exposta, além de

50
 APÊNDICE B: A DOENÇA DA FEROCIDADE HEMORRÁGICA
A Ferocidade Hemorrágica foi criada por ocultistas de Sora, infectando animais e pessoas ao longo desta
missão para serem uma arma letal contra a Realidade. Ao entrar em contato com uma criatura e sofrer uma
infecção, a doença entra no estágio I. No início de cada cena, a personagem deve realizar um teste de resistência. Se
falhar, a doença avança em um estágio. Pontos de vida perdidos por esta doença apenas podem ser recuperados
em descansos. Caso passe em dois testes seguidos, a personagem volta ao primeiro estágio ao invés de se curar.
Ferocidade Hemorrágica. Contaminação por ferimento, Fortitude DT 20.
, Estágio I. No início da cena, a personagem fica Sangrando por 1d6+2 rodadas.
, Estágio II. No início da cena, a personagem fica Sangrando por 1d6+2 rodadas. Além disso, ela causa
+5 pontos de dano em ataques desarmados ou com armas corpo a corpo.
, Estágio III. No início da cena, a personagem fica Esmorecida e Sangrando por 1d6+4 rodadas. Ela
também adquire a desvantagem de idade Teimosa.
, Estágio IV em Diante. No início da cena, a personagem fica Esmorecida, Enjoada e Sangrando por
1d6+4 rodadas. Ao sofrer dano de alguém, ela deve gastar a próxima rodada para revidar, usando a habilidade
com maior potencial de dano. Se for reduzida a 0 pontos de vida neste estágio, morre imediatamente e se
torna um Hemorrágico.

POR PEDRO LUIZ SANTOS

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 VASTILARVA
MONSTRO

53
MONSTROCENOBITAMEDO
S audações prezadas passageiras! Chamo-me
Valerian Helsing e sou uma catalogadora
de criaturas reconhecida pelo multiverso como
“A Tecelã”, mas vocês, estimantes viajantes, têm
permissão para me tratar como Vó Helsing ou,
simplesmente, Vó. Sou uma mera senhorinha de
79 anos que, no lugar de se ocupar com pantufas e
tricô, viaja entre planos utilizando conhecimentos de
biologia, misticismo e escrita para catalogar os mais
diversos e temidos seres — estejam eles vivos ou não.
Sei que você deve estar se perguntando se apresen-
to algum tipo de parentesco com o grande caçador de
monstro Van Helsing e, apesar da conexão familiar com
meu desquerido neto, não compartilhamos das mesmas
abordagens quanto se trata de seres místicos, criaturas
cósmicas e horrores Além da Fenda. Digamos que, cá
entre nós, sou uma entusiasta da vida e prefiro manter
cabeças nos seus devidos corpos, independente de sua
natureza, enquanto o Vanzinho tem um apreço por car-
regá-las e ostentá-las como troféus em sua cintura.
E, caso esteja estranhando a ausência dos antigos
Mestres Artesãos, não se acanhe: eles estão em boas
condições. Suponhamos que o garoto Damnu e o se-
nhor Mikael apenas foram… dar um passeio, sem data
prevista de retorno. Por agora, serei a responsável por
guiá-las pelos trilhos Além da Fenda, permeando as es-
tranhezas que habitam tanto este plano quanto os de-
mais. Para nossa segunda viagem em conjunto, peço
que não se esqueçam: o conhecimento é a lança mais
afiada contra as sombras do desconhecido!
O VAZIO
Bem, estimantes viajantes, a história de hoje não
ocorreu há muito tempo — acredito que um mês, no
máximo —, e minhas memórias estão frescas como as
brisas de Ionia, por onde passeava. Havia feito uma pa-
radinha humilde em um dos mercados do Jardim Se-
creto, buscando algumas ervas e chás para enriquecer
meu arsenal de remédios, quando meu dispositivo de
rastreio vital começou a emitir sinais inquietantes. Eles
vinham de debaixo da terra, com movimentações acalo-
radas em possíveis complexos cavernosos sob meus pés.
Não levou sequer o arrepio da minha espinha e a
arqueada de minha sobrancelha para eu perceber a
gravidade da situação: as criaturas que habitavam o
subsolo eram provenientes do Vazio, uma dimensão
além dos limites conhecidos dos cosmos, envolta em
escuridão e capaz de parasitar planos inteiros com
seu caos. Ainda não sabia se tais seres estavam ali in-
tencionalmente ou por coincidência do destino, mas
reconhecia a necessidade de agir o quanto antes para
retorná-las ao seu plano de origem.
Munida de coragem e conhecimento, mergulhei
nas profundezas das cavernas determinada a confron-
tar tais criaturas e impedir consumirem os campos de
Runeterra. Em meio à escuridão sinistra, permaneci
por alguns minutos, sem qualquer sinal de vida esca-
pando do meu dispositivo ou dos sons creptuosos que
adivinham daqueles túneis. De repente, senti uma vi-
bração sob minha cabeça, como se algo escavasse as
rochas com os próprios dentes e fui surpreendida pelo
que viria a reconhecer como Vastilarvas, pequenas
criaturinhas escamosas com bocas axiais dentadas,
capazes de romper rochas.
Amontoando-se umas sobre as outras, elas preen-
chiam os túneis com violência e eu não tive escolha
se não partir em disparate em prol da minha própria
vida. Elas me perseguiam com afinco, como se espe-
rassem sentir minha carne em suas bocas. Se não fos-
se por uma dos meus apetrechos acendendo com a
minha corrida, eu não adivinharia a sua hipersensibi-
lidade à luz e incapacidade de se aproximar de fontes
extremas de luminosidade. Aproveitei a abertura e sa-
quei uma de minhas tochas, guiando-as de volta para
o buraco de onde não deveriam ter saído. Encontrei
54
 uma Fenda do Vazio que conectava os dois planos e
forcei o seu fechamento com um feitiço de selamento,
impedindo o crescimento de tal metástase.
Os dias que se sucederam foram permeados de in-
vestigações em meu laboratório sobre tais criaturas,
principalmente porque, umas horas após o ocorrido,
meu cabelo começou a cair de minha cabeça e uma
careca alongou minha testa por alguns meses. Apa-
rentemente, tais criaturinhas soltam um feromônio
que, ao entrarem em contato com organismos vi-
vos, os forçam a dilatar os poros ao ponto de romper
quaisquer estruturas conectivas, como, por exemplo,
pelos. No mínimo, pude voltar aproveitar meus dias
agradáveis em Ionia em poucas semanas, apesar de
agora estar acompanhada de um longo chapéu.
e chamando a atenção da mídia local. Não demorou
muito para que uma infecção de origem desconhe-
cida se espalhasse entre os moradores. Os primeiros
sinais era a perda completa dos pelos, seguido pela
escamação da pele e o surgimento de um pigmento
arroxeado no sangue. Em questões de dias, os olhos
cresciam além do comum e a estrutura corporal dimi-
nuía, curvando-se, ao passo que uma fenda começava
a abrir no peito em direção ao umbigo. Uma semana
era o tempo necessário para que aquelas pobres almas
logo se tornassem, por si, as próprias Crias do Vazio.
Alice Priestly

E COMO EU USO ISSO?

O sombrio Vazio faz parte do universo de Lea-
gue of Legends. Sabemos que adaptar um de seus
habitantes para uma temática de horror pode pa-
recer um desafio. Por isso, eu, Tecelã Vó Helsing,
estou aqui para ajudar:

EXPERIMENTO FALHO
Numa cidadezinha do interior, um meteorito atin-
giu as plantações de um humilde fazendeiro, acordan-
do-o de madrugada. Com receio e certa curiosidade,
o senhor partiu em direção ao campo, procurando
traços do estrondo que ouvira anteriormente. Sem
muitas delongas, ele encontrou uma pequena rocha,
enegrecida com linhas minerais arroxeadas, pulsando
uma luz lilás entre as hastes de milho. O solo, ao re-
dor, estava repleto de um líquido púrpura,
Nos dias seguintes, a comunidade se envolveu ao
redor do meteorito, realizando até mesmo um festival

55
 CRIAS DO VAZIO

VASTILARVA
CAOS
VD 80 Vastilarvas são seres advindos do Vazio e carregam com si
uma aura sombria. Alvos que falhem o teste da sua Presença
Perturbadora devem fazer o teste de novo no seu próximo
turno, e assim consecutivamente até obterem sucesso. A DT
da presença perturbadora diminui em 1 a cada falha.
TERROR  CRIATURA  MÉDIO
MENTE COLETIVA
PRESENÇA PERTUBADORA Vastilarvas têm seu pensamento conectado por meio de
DT 22  4d6 psicológico  NEX 40%+ é imune uma mente em colmeia. Elas são capazes de compartilhar
sentidos de visão, olfato e audição. Normalmente andam
em grupos de três, tomando posições estratégicas de ob-
SENTIDOS PERCEPÇÃO 3O+12 Percepção às cegas e Faro servação de campo. Quando uma Vastilarva sofre dano ou
INICIATIVA 3O+10 morre em campo, as demais em alcance longo são informa-
das imediatamente.
DEFESA 24 FORTITUDE 3O+10
REFLEXOS 4O+12 AÇÕES
VONTADE 2O+5 PADRÃO  AGREDIR
MORDIDA Corpo a Corpo
PONTOS DE VIDA 180 90 machucado
TESTE 3O+12 | DANO 2D8+12 Caos
IMUNIDADES Energia
RESISTÊNCIAS Corte, Impacto e Balístico 10,
PADRÃO  AGREDIR
Energia 20
GARRAS Corpo a Corpo
VULNERABILIDADES Medo TESTE 3O+10 | DANO 1D10+8 Caos

ATRIBUTOS
COMPLETA v MITOSE MACULENTA
A Vastilarva é formada por diversas larvas menores
AGI 4 FOR 3 INT 2 PRE 0 VIG 3
que apresentam consciência própria. Uma vez por
combate, a Vastilarva pode forçar um processo
PERÍCIAS de separação celular em seu corpo, criando duas
ACROBACIA 3O+15
Vartilarvas-Filhas. As Vartilarvas-filhas apresentam
INTIMIDAÇÃO 3O+12 as mesmas estatísticas das Vastilarvas anteriores,
OCULTISMO 3O+10 mas com metade da vida da Vastilarva-Mãe. Elas
são capazes de se dividir mais uma vez por meio
DESLOCAMENTO 15m 10q da Mitose Maculenta e podem se unir novamente
quando quiserem por meio de uma ação livre.

CAREQUISTOSSIMOSE MOVIMENTO v TRANSPORTE METÁSTICO

Seres que apresentam contato com Vastilarvas sofrem o
efeito de seus feromônios, capazes de retirar seus pelos por
completo. Qualquer ser em alcance médio de uma Vasti-
larva começa a perder seus pelos, ficando Frustrado e, após
cada turno, perde 2d4 de PV (Fortitude DT 22 evita dano e
condição). Um ser que resista ao dano é incapaz de conti-
nuar perdendo seus pelos.
O núcleo da Vastilarva brilha uma luz arroxeada, pul-
sante, se enchendo de energia. Até o fim da sua pró-
xima rodada, ela recebe +1d10 em suas rolagens de
dano, sendo capaz de infectar o chão com o Vazio e se
teletransportar com uma ação livre para qualquer loca-
lização em alcance médio.

56
 LISTA DE APOIADORES
PRIMEIRA CLASSE VIP
Carolina Bernardo Ribeiro Longo Nyck
Sirlei Garcia Bombonatto Juliana Carla Bendini Zago
Nicolas Baiero Silvana de Souza Menezes
antonio sobroza bordin Carlos Kobayashi
Bernardo Britto Arrieche
Isabelle Souza Terra dos Santos
Vinícius Adamski Heller
Fabio Patricio de Araujo
Marcelo Frasson Carvalho
Zyon Nahoy
Gabriela Parizotto da Silva
Isa
Maikel Alves
Jonathan Frederico Passos
Adan lima
Diego Azevedo Albuquerque
Guilherme Cerqueira
Willian Mossignato

57
 APOIE A PASSAGEM
www.catarse.me/apassagem

58
 OPEN GAME LICENSE
OPEN GAME LICENSE Version 1.0a
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line names, logos and identifying marks including
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storylines, plots, thematic elements, dialogue,
incidents, language, artwork, symbols, designs,
depictions, likenesses, formats, poses, concepts,
themes and graphic, photographic and other visual
or audio representations; names and descriptions
of characters, spells, enchantments, personalities,
teams, personas, likenesses and special abilities;
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places, locations, environments, creatures,
equipment, magical or supernatural abilities or
effects, logos, symbols, or graphic designs; and any
other trademark or registered trademark clearly
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Product Identity, and which specifically excludes
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original de E. Gary Gygax e Dave Arneson.
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