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Curso de Direito
nos termos do art. 411, §4° do Código de Processo Civil (CPP), em face da denúncia
oferecida pelo Ministério Público, pelos fatos e fundamentos a serem expostos a seguir.
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
após:
TESES PROCESSUAL
lei 9296/96 Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer
qualquer das seguintes hipóteses:
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
CPP Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº
11.690, de 2008)
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado
o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma
fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
TESES DE MÉRITO
1. Crime impossível
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em
conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na
acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude
desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando
feito oralmente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Uma criança recém-nascida foi vista boiando em uma lagoa e, ao ser resgatada da
água já se encontrava morta. Após diligências localizou-se a mãe da criança de nome
Antônia, que negou que houvesse jogado a vítima na lagoa. Sua filha teria sido,
segundo ela, sequestrada por um desconhecido, sem dar maiores detalhes. Não
soube explicar porque não havia comunicado o fato às autoridades e porque nem
mesmo estava aparentemente sem sofrer pela morte da vítima, já que era sua filha.
Durante a fase de inquérito, testemunhas afirmaram que a mãe apresentava quadro
de profunda depressão no momento e logo após o parto. Além disso, foi realizado
exame médico legal, o qual constatou que Antônia, quando do fato, estava sob
influência de estado puerperal. À míngua de provas que confirmassem a autoria,
mas desconfiado de que a mãe da criança pudesse estar envolvida no fato, à
autoridade policial representou pela decretação de interceptação telefônica da linha
de telefone móvel usado pela mãe, medida que foi decretada pelo juiz competente. A
prova constatou que a mãe efetivamente praticara o fato, pois, em conversa
telefônica com uma conhecida, de nome Roberta, ela afirmara ter atirado a criança na
lagoa, por puro desespero, depressão, mas que estava arrependida. O delegado
intimou Roberta para ser ouvida, tendo ela confirmado, em sede policial, que
Antônia de fato havia atirado a criança, logo após o parto, na lagoa. Em razão das
aludidas provas, a mãe da criança foi então denunciada pela prática do crime
descrito no art. 123 do Código Penal perante a 1ª Vara Criminal (Tribunal do Júri).
Durante a ação penal, é juntado aos autos o laudo de necropsia realizada no corpo da
criança. A prova técnica concluiu que a criança não havia respirado e que já nascera
morta. Na audiência de instrução, realizada no dia 10 de Maio de 2023, Roberta é
novamente inquirida, ocasião em que confirmou ter a denunciada, em conversa
telefônica, admitindo ter jogado o corpo da criança na lagoa. A mesma testemunha,
no entanto, trouxe nova informação, que não mencionara quando ouvida na fase
inquisitorial. Disse que, em outras conversas que tivera com a mãe da criança,
Antônia contara que tomara substância abortiva, pois não poderia, de jeito nenhum,
criar o filho. Interrogada, a denunciada negou todos os fatos. Finda a instrução, o
juiz intimou as partes para suas alegações, iniciando pelo Ministério Público que o
fez. Agora o processo está com vista para a defesa, sendo você intimado(a) hoje para
oferecimento da peça processual correta Com base somente nas informações de que
dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na condição de
advogado(a), interponha a medida cabível, diversa de habeas corpus, com os
respectivos motivos que possam favorecer sua cliente. Date a petição com o último
dia do prazo.