Você está na página 1de 34

HISTÓRIA DA INCLUSÃO NO

BRASIL CONCEITOS,
LEGISLAÇÕES E POLÍTICAS
PÚBLICAS DA INCLUSÃO
I NÚCLEO FUNDAMENTAL - INTEGRAÇÃO E CONHECIMENTOS BÁSICOS

Parte 1
Aspectos Históricos da Educação Especial

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
APRESENTAÇÃO

Prof. Dra. MARLENE RODRIGUES


E-mail marlene.rodrigues@unir.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8359994534766008
Universidade Federal de Rondônia

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
OS CLÁSSICOS DO CONTEXTO HISTÓRICO DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL

✗ Jannuzzi (1992; 2004), em seus estudos sociais e


históricos sobre a educação brasileira retrata o
desenvolvimento da Educação Especial no Brasil desde
os tempos coloniais, num contexto social isento de
instrução, em que as pessoas com deficiência e suas
necessidades eram ignoradas pela sociedade, até a
discussão e aprovação dos documentos e acordos
mundiais que levaram à ideia de Educação para todos.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
FASES DISTINTAS DAS POLÍTICAS E PRÁTICAS
DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

✗ Fase 1
Exclusão cujo objetivo era escondê-los da

sociedade.
✗ Eram considerados indignos de educação e
passavam a vida confinados em casas, asilos,
sanatórios e instituições.
( período que antecede o século XX).
©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
EXCLUSÃO

✗ A primeira fase identificada, de acordo com


Miranda (2003), data da Era Pré-Cristã,
marcada pela omissão de atendimento.

✗ Os religiosos concebiam a pessoa com


deficiência com olhar supersticioso e com
malignidade, como uma ameaça.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
2ª FASE - SEGREGAÇÃO

✗ Pessotti (1984), assegura que o período da


segregação nasceu com o intuito de oferecer
tratamento médico e aliviar a sobrecarga
familiar e social.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
2ª FASE - SEGREGAÇÃO

✗ Dechichi et al. (2009) esclarecem que, a


seguir, inicia-se a fase de institucionalização
em meados dos séculos XVIII e XIX que se
pautava na segregação social da pessoa com
deficiência e seu isolamento do convívio
social, sendo o mesmo confinado em
instituições específicas

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
INSTITUCIONALIZAÇÃO

Batalha (2009, p. 1067) afirma que


“o paradigma da Institucionalização se
fundamentava na ideia de que a pessoa com
deficiência estaria melhor protegida e cuidada em
ambiente segregado e, por conseguinte, a
sociedade estaria protegida dela”.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
FASE 2 – SEGREGAÇÃO / INTEGRAÇÃO: PERÍODO
DA TRANSIÇÃO PARA A INTEGRAÇÃO
✗ A fase seguinte remete à expansão de escolas e
classes especiais em escolas públicas, com o
intuito de oferecer uma educação, à parte, para
a pessoa com deficiência e paradigma da
integração provoca mudanças no paradigma
clínico e segregacionista da Educação Especial.
(Rodrigues, 2018)

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
AS CLASSES ESPECIAIS
✗ Glat e Blanco (2007, p. 21) afirmam que “as
classes especiais serviam mais como, espaços
de segregação para aqueles que não se
enquadravam nas normas do ensino regular,
do que uma possibilidade de ingresso de
estudantes com deficiências nas classes
comuns”.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
AS CLASSES SOCIAIS

✗ A ideia de integração escolar (...), entendendo


que o aluno é quem deveria adaptar-se à
escola e não a escola adaptar-se ao aluno.
RODRIGUES( 2018)

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
NEGAÇÃO DA DIFERENÇA
✗ O paradigma da integração baseou-se na
busca pela normalização e o foco de toda
mudança a ser feita estava voltada para o
sujeito, que devia se adaptar à escola.
✗ Na integração, a negação da questão da
diferença fica explicitada e caracterizou-se
como um modelo educacional segregado,
fundamentado justamente com base no
conceito de normalidade/anormalidade.
©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
O QUE É
SER NORMAL?

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
SEGREGAÇÃO NA ESCOLA

A segregação previa a separação física entre


alunos com e sem deficiência no contexto
educacional.

(RODRIGUES, 2018)

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
INTEGRAÇÃO E SEGREGAÇÃO
✗ O paradigma da integração trazia um modelo
educacional segregacionista, sendo que a
Educação Especial era desenvolvida num
sistema de ensino paralelo, que substituía a
educação regular.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
INCLUSÃO

✗ A inclusão constitui-se como um paradigma


que inverte as condições postas pela
integração.
( RODRIGUES, 2018)

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
MODELO MÉDICO
✗ [...] Essa organização determinava que o processo
de escolarização das pessoas com deficiência fosse
restrito a escolas ou classes especiais, cujas
práticas, fortemente ancoradas nos testes
psicométricos, nos laudos diagnósticos e na ideia de
que algumas pessoas não eram capazes de
aprender, configuravam mais como clínico-
terapêuticas e assistencialistas do que educacionais.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
MODELO MÉDICO

✗ Historicamente, o modelo segregacionista


representa o primeiro dos três principais
períodos quanto ao atendimento a pessoas com
deficiência no contexto educacional:
✗ segregação, integração e inclusão
(INSTITUTO RODRIGO MENDES/EQUIPE DIVERSA, 2016, p. 1).

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
INCLUSÃO
✗ O paradigma da inclusão é o resultado de
movimentos sociais assegurados em documentos
e assumidos por meio dos acordos entre diversos
países que, ao serem signatários da Declaração de
Salamanca (UNESCO, 1994) difundiram para o
mundo ideias urgentes e necessárias para se
construir uma sociedade mais justa e democrática.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
INCLUSÃO
✗ Para se consolidar no contexto educacional, a
“Inclusão postula uma reestruturação do
sistema de ensino, com o objetivo de fazer
com que a escola se torne aberta às diferenças
e competente para trabalhar com todos os
educandos, sem distinção de raça, classe,
gênero ou características pessoais”
(DUTRA, 2003, p. 46).
©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
NÓS E A INCLUSÃO!

✗ Inclusão pressupõe, “uma mudança em nós,


em nosso trabalho, nas estratégias que
utilizamos, nos objetos na sala de aula, no
modo como organizamos o espaço e o tempo
na sala de aula”
(MACEDO, 2005, p. 22).

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
NÓS E A INCLUSÃO!

✗ Pode- se dizer que a inclusão se constitui


como um processo que depende mais de nós
do que do outro para se concretizar.
(RODRIGUES,2018,P.17)

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
EDUCAÇÃO PARA TODOS!
✗ A inclusão remete ao direito de educação de qualidade
para todos, prevista nos documentos oficiais, entre
eles:
✗ Constituição da República Federativa do Brasil (BRASIL,
1988)
✗ Declaração Mundial de Educação para Todos (UNESCO,
1990)
✗ Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº
9.394/1996 (LDBEN nº 9.394/1996, BRASIL, 1996)

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
Carneiro e Dall’Acqua (2014, p. 11) dizem
que
“no aspecto escolar, embora os
documentos prevejam que a educação é
um direito de todos, a escola nunca foi para
todos”

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E CULTURA
INCLUSIVA

✗ É complexo falar de educação inclusiva sem


considerar, como necessárias, as
transformações nos espaços sociais, sem
que o cidadão seja educado para a
convivência com a diferença em todos os
segmentos e instituições.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E CULTURA
INCLUSIVA

✗ Não só Escolas e Universidades, mas,


também, outras instituições já consolidadas
devem engajar-se com o movimento em
direção a uma cultura inclusiva.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
✗ Escolas e universidades,
constituem-se como espaços
para consolidar a cultura
inclusiva, mas não deve ser
exclusividade delas.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
CULTURA INCLUSIVA E ACESSIBILIDADE

✗ É importante considerar que, quando se trata


da inclusão escolar de EPAEE e das
mudanças significativas que precisam
ocorrer nos ambientes educacionais, nas
práticas docentes.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
CULTURA INCLUSIVA E ACESSIBILIDADE

✗ Destacam-se:
✗ Atendimento Educacional Especializado na
Educação Básica, regulamentado pelo Decreto
nº 6.571, de 18 de setembro de 2008 (BRASIL,
2008)
✗ Atendimento às formas de acessibilidade
asseguradas na Lei da Pessoa com deficiência nº
13.146/2015 (BRASIL, 2015).
©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
CULTURA INCLUSIVA E ACESSIBILIDADE

✗ Essas mudanças remetem ao envolvimento e


comprometimento de todos que fazem parte
da escola e da universidade e que são
responsáveis pelo funcionamento das
mesmas

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
CULTURA INCLUSIVA E ACESSIBILIDADE

✗ Para Cornélio e Silva (2009, p. 2), “inclusão


pressupõe uma escola com uma política
participativa e uma cultura inclusiva, onde todos
os membros da comunidade escolar são
colaboradores entre si, ou seja, apoiam-se
mutuamente e aprendem uns com os outros a
partir da reflexão sobre as práticas docentes”.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
Para além das transformações no ambiente físico
e práticas docentes, que remetem à acessibilidade
física e pedagógica há que se considerar,
principalmente, os aspectos que envolvem a
acessibilidade atitudinal pois, sem ela, nenhuma
outra forma de acessibilidade se efetiva.
E sem as garantias de acessibilidade, nenhuma
forma de inclusão acontece.
(RODRIGUES, 2018, p. 30)

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
REFERENCIAS
✗ JANNUZZI, Gilberta. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI.
Campinas, SP: Autores Associados, 2004.
✗ RODRIGUES, M. (2018). Formação docente para inclusão de estudantes público alvo da educação
especial em cursos de licenciaturas da Universidade Federal de Rondônia. Araraquara: Faculdade
de Ciências e Letras (FCLAR)
✗ MAZZOTTA, Marcos J. S. Educação especial no Brasil. História e políticas Públicas. São Paulo:
Cortez, 1996. PACHECO, José e outros. Caminhos para a inclusão: um guia para o aprimoramento
da equipe escolar. Porto Alegre: Artmed, 2007.
✗ CARVALHO. Rosita Edler. EDUCAÇÃO INCLUSIVA: COM OS PINGOS NOS “IS”. 5. Ed. Porto
Alegre: Mediação, 2007.
✗ MANTOAN, Maria Teresa; SANTOS, Maria Terezinha Teixeira. Atendimento Educacional
Especializado: Políticas Públicas e Gestão nos municípios. São Paulo: Editora Moderna, 2011.
✗ MENDES, E. G.; ALMEIDA, Maria Amelia (Org.). Das Margens ao Centro: perspectivas para as
políticas e práticas educacionais no contexto da educação especial inclusiva. 2. ed.
Junqueira&Marin Editores: Araraquara, 2010.
✗ PESSOTTI, I. Deficiência Mental: da superstição à ciência. São Paulo: T. A. Queiroz/EDUSP, 1984.

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |
Obrigada!

©Curso | Formação Continuada em Serviço em Tecnologias Assistivas com Ênfase na Educação Especial na Perspectiva Inclusiva |

Você também pode gostar