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Texto A

“Conheceremos, primeiramente, que somos, enquanto a nossa natureza é pensar; e que há


um Deus de que dependemos. Depois de ter considerado os seus atributos, poderemos
investigar a verdade de todas as coisas, porque ele é a sua causa.” Descartes

Texto B

“Se prosseguirmos a nossa investigação para além da aparência dos objetos dos sentidos,
receio que a maior parte das nossas conclusões venham a estar cheias de ceticismo e
incerteza. Nada é mais consentâneo com esta filosofia do que um modesto ceticismo até certo
ponto, e uma confissão leal de ignorância em assuntos que excedem toda a capacidade
humana. D. Hume

- A partir da identificação da tese presente nos textos A e B, estabeleça uma comparação entre
as teorias de Descartes de Hume, no que se refere à origem e possibilidade do conhecimento

Resposta

Ambos os textos abordam questões fundamentais da metafísica, embora de perspetivas


distintas. Na metafísica, procura-se compreender a natureza da realidade, incluindo a
existência, a essência e a relação entre mente e mundo.

No Texto A, a tese metafísica de Descartes é introduzida através da ideia de que a essência do


ser humano está ligada ao ato de pensar, sugerindo uma relação intrínseca entre a mente e a
existência. Ao postular a existência de um Deus como a causa última e garantia da verdade,
Descartes insere a dimensão divina na estrutura metafísica da sua filosofia, estabelecendo uma
fundação ontológica (doutrina do ser) que fundamenta o conhecimento humano.

Por outro lado, o Texto B, representando o pensamento de Hume, introduz uma perspetiva
mais cética sobre a metafísica. Ao questionar a confiabilidade dos sentidos e a capacidade
humana de compreender a realidade para lá das aparências, Hume levanta dúvidas sobre a
possibilidade de alcançar certezas metafísicas. A sua abordagem sugere uma postura de
humildade intelectual diante da complexidade da existência, reconhecendo os limites do
entendimento humano perante questões metafísicas.

Assim, enquanto Descartes oferece uma base metafísica fundada na razão e na existência de
Deus, Hume propõe uma abordagem mais cética e modesta, enfatizando a incerteza inerente
ao conhecimento humano e a necessidade de uma postura cautelosa ao lidar com questões
metafísicas. Ambos os textos, embora diferindo nas suas abordagens, contribuem para a rica
tradição de investigação metafísica na filosofia ocidental.

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