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Resumo Biofísica - Aula Biofísica da Respiração

Biofísica (Universidade Regional de Blumenau)

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Baixado por Ivanesa Gusmão Marti - IFPE - Campus Recife (ivanesasoares@recife.ifpe.edu.br)
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Resumo de Biofísica – Prova 2

Biofísica da Respiração

• Os seres vivos necessitam de oxigênio para manutenção dos processos


metabólicos que lhes garantem a vida.
• Constante produção de gás carbônico, cuja eliminação é necessária para o
equilíbrio do meio interno, uma vez que CO²+H²O=H²CO³ (ácido carbônico).

Aparelho Respiratório:
Tórax: aloja e protege órgãos, como coração e pulmões.
Espaço Interpleural: região entre as pleuras visceral e parietal, do pulmão e do
tórax, respectivamente. Apresenta pressão negativa, ou seja, abaixo da pressão
atmosférica. A pressão é negativa para evitar uma retração excessiva na
expiração.
Pulmões: órgãos muito extensíveis

Ciclo Respiratório:
Formado por dois semiciclos:
 Inspiração: Processo ativo, ocorre a contração do diafragma, músculos
intercostais externos e peitoral maior. Musculatura precisa de impulsos, esses
têm origem no tronco cerebral, no bulbo e na ponte está o centro de controle da
respiração. Os impulsos são levados aos músculos através dos nervos, com a
chegada deles, os músculos contraem. O diafragma desce ao contrair e os
músculos intercostais externos expandem, elevando o tórax e aumentando o
volume torácico. Com o aumento do volume, a pressão interpleural diminui,
entre -4cm H²O e -8cm H²O. Com a expansão pulmonar, diminui também a
pressão interalveolar, -1cm H²O, fazendo com que entre ar. A entrada de ar
ocorre até que a pressão alveolar se estabilize com a pressão atmosférica, 0cm
H²O.
 Expiração: Durante o repouso, é um processo quase passivo, utilizando
energia potencial elástica acumulada durante a inspiração. Durante um exercício
passa a ser um processo ativo. Os impulsos saem do tronco cerebral, são levados
até os músculos do abdôme, contraindo-os. Com isso, o diafragma sobe e ocorre
a contração dos músculos intercostais internos, logo, há a retração do tórax,
diminuindo o seu volume. Com a diminuição do volume intratorácico, ocorre o

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aumento da pressão para valores entre -4cm H²O e -2cm H²O. Ocorre a retração
pulmonar, aumentando a pressão alveolar, +1cm H²O, e com isso a saída de ar.

Alteração na Pressão Interpleural:


Pneumotórax: é a entrada de ar no espaço interpleural. Quando a pressão
interpleural se iguala a pressão atmosférica, ocorre a entrada de ar no folheto
interpleural. Há a contração pulmonar, com expulsão de ar dos alvéolos, devido
ao aumento da pressão alveolar, todavia, devido ao aumento excessivo da pressão
interpleural, a inspiração não ocorre.
Causas: perfuração de uma ou de ambas as pleuras. Pode ser causada por via
infecciosa ou traumática (acidente de carro, tiro, etc).
Tratamento: drenagem pleurática para retirada do ar, ou tratamento cirúrgico
que visa retornar a pressão interpleural negativa.

Escoamento de ar nas vias aéreas:

 Tubos largos (↑raio) e ↑ gradientes de pressão favorecem uma ↑ movimentação


do ar, grandes fluxos.
 Tubos longos (↑∆L) e ↑ viscosidade acarretam em ↑ resistência,
consequentemente, fluxos menores.

Volumes Pulmonares:
• Volumes e capacidade variam conforme raça, sexo, idade, entre outros fatores.

 Volume corrente: volume de ar inspirado ou expirado em cada ciclo respiratório


(em cada respiração normal). VR: 500 mL.
 Volume de reserva inspiratória: volume extra de ar que pode ser inspirado
além do volume corrente normal. Exemplo: exercício. VR: 3.000 mL
 Volume de reserva respiratória expiratória: volume extra de ar que pode ser
expirada forçadamente ao final do volume corrente normal. Exemplo: exercício.
VR: 1.100 mL.
 Volume residual (VR): volume de ar que permanece nos pulmões após a
expiração máxima. Evita um colapso pulmonar. VR: 1.200 mL

Capacidades Pulmonares:
 Capacidade inspiratória: quantidade máxima de ar que pode ser inspirado.
Volume corrente + volume de reserva inspiratória.
VR: 3.500 mL.
 Capacidade funcional residual: volume de ar que permanece no pulmão após a
respiração corrente. Volume residual + volume de reserva expiratória.
VR: 2.300 mL.

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 Capacidade vital: quantidade máxima de ar que pode ser expelido após uma
inspiração máxima. Volume corrente + volume de reserva inspiratório + volume
de reserva expiratório.
VR: 4.600 mL.
 Capacidade pulmonar total: volume máximo de expansão pulmonar com o
maior esforço inspiratório possível. Capacidade vital + volume residual.
VR: 5.800 mL.

Volume Respiratório por minuto: quantidade total de ar fresco que se movimenta


pelas vias respiratórias a cada minuto. Volume corrente × Frequência respiratória

Espirometria: mede os volumes, avalia a ventilação pulmonar. É possível determinar


as capacidades e, assim, avaliar a função respiratória. Usada para diagnóstico e para
garantir a eficácia de tratamento (identificar qual é mais adequado) em doenças como
asma, bronquite, fibrose pulmonar, entre outras.

Tensão Superficial: todo líquido, posto em contato com um gás, forma uma
membrana elástica na interface gás-líquido, agindo como redes elásticas, tensas e
resistentes. Quanto maior tensão superficial, mais difícil a penetração de gases. O
aumento da tensão superficial nos alvéolos dificulta a difusão de gases para o sangue.
Com a baixa penetração de O², pode ocorrer a morte por asfixia.

Surfactantes Pulmonares: fosfolipídeos produzidos pelos pneumócitos-2 que tem


por função diminuir a força de atração das moléculas de água, o que diminui a tensão
superficial, favorecendo a difusão dos gases, além disso, possuem função bactericida.
Sua liberação é proporcional ao volume corrente.

Baixa produção de surfactante: considerada um estado patológico. Tratamento é


dado através da administração de doses de surfactante exógeno, que possuem ação
rápida e duradoura.

Síndrome da Angústia Respiratória ou Síndrome da Membrana Hialina:


acomete recém-nascidos prematuros. Os pneumócitos não produzem uma quantidade
adequada de surfactantes, aumentando assim a tensão superficial nos alvéolos.
Ocorre a redução das trocas gasosas, podendo acarretar a morte por asfixia, 70% nos
casos onde não há tratamento. Tratamento por administração de surfactante exógeno.

Membrana respiratória pulmonar: formada pela parede alveolar e a parede dos


vasos, possui poros que difundem os gases. O² para o sangue e CO² para os alvéolos.

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Fatores que aumentam a velocidade de difusão de gases pela membrana:


↓ espessura da membrana ↑ área superficial da membrana ↑ solubilidade do
gás na membrana ↑ diferença de pressão
Solubilidade do gás na membrana: CO² se difunde 20x mais rápido do que O².
Diferença de pressão: o gás flui da maior pressão para a menor pressão.

Captação de O² dos alvéolos pelo sangue pulmonar:


• Pressão de O² alveolar é sempre constante.
• A diferença de pressão é o que permite a difusão. Ocorre a difusão até atingir o
equilíbrio dinâmico (pressão de O² no sangue igual a do alvéolo, 104 mm Hg).
• A troca do capilar arterial (pO² 95mm Hg) para o interstício (pO² 40 mm Hg) ocorre
por difusão, bem como, do interstício para as células (pO² 23 mm Hg).
• As trocas ocorrem e estabelece-se um equilíbrio entre células, interstício e o capilar
venoso, a uma pressão de 40 mm Hg. O capilar venoso é responsável por levar o
sangue ao pulmão para que ocorra, novamente, a hematose.

Difusão de CO² da células para os alvéolos:


• As trocas ocorrem por gradiente de pressão.
• Como a velocidade de difusão de CO² é maior, não necessita de uma diferença de
pressão tão significativa para difundir a mesma quantidade de gás.
• pCO² do sangue é de 45 mm Hg.
• pCO² do alvéolo é de 40 mm Hg.

Os gases existem nos líquidos sob duas formas:


 Combinados com solutos. Ex: HbO² (hemoglobina, ocorrência de 97%)
 Dissolvidos fisicamente Ex: O² (livre, ocorrência de 3%)

Transporte de O²:
• Afinidade da hemoglobina com O² nos alvéolos é alta. Por isso, 97% do O² é
transportado ligado a Hb.
• Nos tecidos, a afinidade da hemoglobina com O² é baixa, com isso, ocorre a
liberação de O².

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Transporte de CO²:
• 7% é transportado dissolvido fisicamente (livre).
• 93% entra na hemácia, desse:
 23% se liga à hemoglobina formando o carbamino hemoglobina.
 70% sofre ação da enzima anidrase carbônica, hidratando o CO² formando o
ácido carbônico, que se dissocia em H+ e HCO³-. O H+ associa-se à
hemoglobina com objetivo de evitar acidificação do sangue (tamponamento).
O HCO³- ou bicarbonato, é levado pelo plasma, com a saída de bicarbonato
da hemácia, ocorre a entrada de cloro, contratransporte.
• Até o capilar pulmonar, o H+ fica ligado à hemoglobina. Nos pulmões o H+ é solto
e reage com o bicarbonato, formando, novamente, o ácido carbônico. Por ação da
anidrase carbônica, dissocia-se em H²O e CO², este será expelido pelos pulmões.
• Após liberar o H+, a hemoglobina estará livre para captar O² e transportá-lo pelo
sangue.

Efeito Bohr: compara a afinidade da hemoglobina por O² e por H+. No capilar


pulmonar, se liga ao O² e libera prótons (H+). No capilar tecidual, se desliga do O² e
incorpora prótons (H+).
Efeito Haldane: compara a afinidade entre O² e CO². No capilar pulmonar, incorpora
O², liberando H+ e CO². No capilar tecidual, se desliga do O² e incorpora H+ e CO².

Distúrbios Respiratórios:
Hipóxia: disponibilidade diminuída de oxigênio para as células do corpo. Pode ser
causada por pressão de O² reduzida no ar (como ocorre em grandes altitudes),
anormalidade pulmonares que diminuem a difusão de O² para o sangue (como edema
pulmonar, fibrose ou enfisema), além da anemia.
Pneumonia: infecção do pulmão, faz com que as paredes dos alvéolos fiquem
inflamadas e edemaciadas. Provoca hipóxia.
Enfisema: destruição das paredes alveolares, diminui a aeração do sangue, causando
hipóxia. Maior parte ocorre em decorrência do fumo.
Asma: geralmente, causada por reação alérgica, o que gera espasmo dos bronquíolos
(contração e consequente estreitamento deles, reduzindo a passagem de ar).
Isquemia: déficit de O² devido a falta de sangue para transportá-lo, ocorre em
quadros de hemorragia ou trombose.

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