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1. Quais os impressos para a realização de consulta de pré Natal?

2. O enfermeiro pode ou não solicitar exames para gestantes?


A lei 94.406/87, que regulamenta o exercício profissional da Enfermagem,
estabelece a consulta de Enfermagem como atividade privativa do enfermeiro e a
Resolução Cofen n.º 195/97 reconhece sua competência para solicitar exames de
rotina e complementares
3. O que é TIG? E quais seus mecanismos de funcionamento?
O exame Beta-hCG, Gonadotrofina coriônica humana se solicitado em mulheres, é
útil no diagnóstico precoce da gravidez (a partir de um a dois dias de atraso
menstrual), não tendo valor na avaliação de tempo gestacional.
Para que serve? Diagnóstico precoce da gravidez.
Orientações: O uso de biotina e suplementos alimentares que contenham biotina
devem ser suspensos 3 dias antes da coleta.
Anotar medicamento(s) do(s) último(s): 30 dias (s
4. Quais os sinais de presunção e probabilidade da gravidez?
Esses são sintomas e sinais pouco precisos para diagnosticar a gravidez, porém
podem ser apresentados pela paciente, considerados para investigação. São eles:
Náuseas; Vômito; Alterações do apetite; Tontura; Fadiga; Sonolência; Mudanças de
humor; Aumento de peso; Aumento dos seios; Aumento da frequência urinária;
Melasma facial; Linha nigra (marca de cor escura que aparece na vertical no meio
da barriga) Aumento do volume abdominal, entre outros.
5. Como é realizado a anamnese na consulta de pré-natal?
Um dos aspectos mais importantes do conhecimento preciso da gestante pode ser
visto através da anamnese obstétrica, onde é possível conhecer informações
detalhadas de aspecto social, clínico e de antecedentes familiares.
A composição dessa entrevista possui certas similaridades com uma anamnese
convencional, com a junção de fenômenos ginecológicos.
Inicialmente, a anamnese obstétrica, se inicia com a identificação, dados
socioeconômicos, a queixa principal, história clínica, história familiar, hábitos de
vida, hábitos de patologia pregressa, história ginecológica, história obstétrica e
história obstétrica atual.
Na abordagem dos antecedentes obstétricos é importante o registro das gestações
anteriores, o tipo de parto (normal ou cesárea) e intercorrências, como alguns
transtornos fisiológicos que podem se agravar na gestação. A sigla GAP busca o
registro do número de gestações, abortos e partos.
A história ginecológica busca registrar os eventos mais relevantes do organismo
feminino, entre os quais, abordam a menarca, as características do fluxo menstrual
como frequência, regularidade, fluxo, quantidade de fluxo e as datas dos últimos
períodos menstruais. Além dessas, deve se abordar se há alguma queixa como
dispauremia, hemorragia, atividade sexual, exames ginecológicos como o
Papanicolau e perguntar se esta faz uso de algum método contraceptivo, se faz
anotar o tipo, mas, caso não o faça, dialogar sobre os principais meios
anticoncepcionais e buscar o mais adequado.
A coleta dos dados obstétricos atuais se baseia no cálculo da idade gestacional a
fim de se obter uma certa precisão a respeito do tempo, medido em semanas ou
em dias completos, decorrido desde o início da última menorreia. Geralmente,
verifica-se a quantidade de dias que se passaram da DUM até o dia do cálculo e
divide-se o valor inteiro por 7, o resultado da divisão é o número de semanas da
gravidez e o resto da divisão é o número de dias passados na última semana. A
data provável do parto é feita através da regra de Naegele, essa se baseia na soma
de 7 dias ao 1º dia da DUM e se ocorreu entre os meses de janeiro até março, se
soma 9, mas se ocorrer de abril à dezembro, se subtrai 3.
6. Como é realizado o cálculo da IG?
O cálculo da IG deve ser realizado em todas as consultas, baseado na data da
última menstruação (DUM), isto é, o primeiro dia em que ocorreu o último período
menstrual da mulher. A DUM será informada no primeiro atendimento pré-natal.
Para facilitar sua compreensão, segue abaixo o passo a passo:
Quando a DUM é conhecida e certa: com auxílio do calendário, somamos o número
de dias transcorridos entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por sete
(resultado em semanas). O que sobrar de resto nesta divisão corresponderá ao
número de dias.
Exemplo: DUM: 15/04/2020 e data da consulta: 22/06/2020
Somando os dias transcorridos neste intervalo (15 do mês Abril, 31 do mês Maio e
22 do mês Junho), resultaremos em: 68; dividindo 68 por 7 (número de dias da
semana), teremos como quociente 9 (correspondendo às semanas) e resto 5
(correspondendo aos dias). Logo, a IG é de 9 semanas e 5 dias.
Quando a mulher não lembrar ou não tiver certeza da DUM: questione se a
menstruação dela costumava vir no início, na metade ou no final do mês e
dependendo da resposta, você considerará para o cálculo o dia 5, 15 ou 30,
respectivamente! E aguardará o resultado da primeira ultrassonografia obstétrica
para confirmar a data!
7. Como é feito o cálculo da DPP?
Para o cálculo da DPP levamos em consideração a duração média da gestação
normal (280 dias ou 40 semanas, também baseado na DUM), aplicando a Regra de
Näegele, da seguinte forma:
Somamos sete aos dias da DUM;
Subtraímos três ao mês em que ocorreu a DUM, se ocorreu entre abril e dezembro;
ou
Adicionamos nove se corresponder aos meses de janeiro a março.
Utilizando o exemplo anterior, DUM: 15/04/2020, teremos:
Número de dias: 15 + 7: 22
Número de meses: 04 – 03: 01 (janeiro)
Logo, a DPP será 22/01/2021!
E atenção no que eu vou lhe dizer agora: se o número de dias encontrado for maior
que o número de dias do mês, passe os dias excedentes para o mês seguinte,
adicionando 1 (um) ao final do cálculo do mês. Veja outro exemplo:
DUM: 27/01/2020
Número de dias: 27+7: 34
Número de meses: 01 +09: 10 (0utubro)
8. O que são as manobras de Leopoldo e como são realizadas?
As manobras de Leopold-Zweifel desenvolvidas em 1884 por Christian Gerhard
Leopold, conhecidas apenas por manobras de Leopold, consistem em uma das
partes mais importantes do exame físico na obstetrícia. Essas manobras possuem
como objetivo determinar a posição do feto no abdome gravídico (estática fetal)
através da palpação. Didaticamente essas manobras são divididas em quatro
tempos, que durante a prática médica se torna apenas uma manobra contínua.
Primeiro tempo (primeira manobra)
O primeiro tempo da manobra tem como objetivo identificar o polo fetal presente
no fundo uterino e assim determinar qual a situação do feto. Para isso, o
examinador deve utilizar ambas as mãos encurvadas de forma a comprimir a
parede abdominal com as bordas cubitais para delimitar o fundo uterino. É
importante que nesse primeiro tempo a palpação seja feita com a face palmar da
mão, e não com as polpas digitais. Após delimitar o fundo uterino, deve-se
determinar qual a parte do feto que está localizada no fundo uterino. Geralmente
a parte fetal a ser palpada é o polo pélvico, identificado por ser mais volumoso,
esferoide, de superfície irregular e amolecido. Agora, se for palpado o polo
cefálico, a sensação é de um corpo de superfície regular, resistente e endurecido.
Segundo tempo (segunda manobra)
Após o primeiro tempo, o examinador desliza as mãos para o polo inferior do
órgão, regiões laterais no abdome, para tentar identificar o dorso fetal de um lado
e as pequenas partes ou membros do outro lado. O dorso fetal é sentido como
uma superfície resistente, lisa, regular e contínua. Quando o dorso está localizado
para trás, os membros fetais são mais perceptíveis, pois estarão em contato mais
direto com a parede anterior. Assim, fica perceptível que, se o dorso estiver
orientado para a direita, os membros estarão posicionados à esquerda, e vice-
versa. Essa manobra tem como objetivo determinar a posição fetal e pode até
ajudar a identificar o melhor foco de ausculta dos batimentos cardíacos do feto
(dorso).
Terceiro tempo (terceira manobra)
O terceiro tempo possui como objetivo avaliar a mobilidade do polo fetal inferior
em relação ao estreito superior da bacia materna, determinando assim a
apresentação fetal. Para isso o examinador precisa apreender o polo entre o
polegar e o dedo médio da mão direita, realizando movimentos de lateralidade
para indicar o grau de penetração da apresentação na bacia. Quando o polo fetal
está alto e móvel durante o exame, o pola balança facilmente de um lado para
outro. Agora, se o polo estiver mais insinuado, se encontrará fixo.
Quarto tempo (quarta manobra)
Por fim, a quarta manobra de Leopold, responsável por determinar a insinuação
fetal, é a única manobra realizada com as costas do examinador voltada para a
cabeça da paciente. Nesse tempo, o examinador precisa posicionar suas mãos
sobre as fossas ilíacas, aprofundando-as na pelve como se estivesse “escavando”,
indo em direção ao hipogástrio, à procura do polo fetal inferior. Assim como no
primeiro tempo, ao achar o polo inferior, é necessário determinar através das
características qual é a parte fetal localizada. O polo cefálico é menor, com uma
superfície regular, lisa e endurecida (apresentação cefálica). Já o polo pélvico é
maior, com uma superfície irregular e amolecida (apresentação pélvica). Na
apresentação córmica, no qual o feto está em situação transversa e, durante o
quarto tempo, o polo inferior encontrará vazio.
9. Com quantas semanas o útero sai da cavidade pélvica?
A altura uterina começa a ser medida por volta de 16 semanas, em alguns casos
com 20 semanas. É nessa idade gestacional que o útero começa a se destacar do
osso pélvico, chegando a altura do umbigo. Há casos em que a altura uterina
diverge com o número de semanas da gravidez.
10. Como é realizado a AFU?
A avaliação da altura uterina é realizada com fita métrica flexível. Consiste da
medida da distância da borda superior da sínfise púbica até o fundo do útero,
estando a mulher em decúbito dorsal, com a finalidade de observar o crescimento
fetal que é normalmente 4 cm por mês (REZENDE, 2005).
11. Como é realizado ausculta dos BCFs?
Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto;
 Identificar o dorso fetal. Além de realizar a palpação, deve-se perguntar à
gestante
em qual lado ela sente mais os movimentos fetais; o dorso estará no lado oposto.
 Utilizar detector fetal:
 Procurar o ponto de melhor ausculta dos BCF, na região do dorso fetal, conforme
POP de Palpação Obstétrica.
 Controlar o pulso da gestante para certificar-se de que os batimentos ouvidos são
os do feto, já que as frequências são diferentes;
 Contar os batimentos cardíacos fetais por um minuto, observando sua frequência
e seu ritmo
12. Talvez como é realizado a investigação da vitalidade e bem-estar fetal?
Indicações
Pacientes com hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, sangramento
vaginal, obesidade mórbida, gestação prolongada, idade materna avançada,
deslocamento prematuro da placenta, diminuição do movimento fetal,
crescimento intrauterino restrito, oligoidrâmnio, polidrâmnio, gestação múltipla e
parto pré-termo.

Mobilograma
Contagem dos movimentos fetais, que deve ser realizada a partir de 26 a 32
semanas de gestação. Resultado anormal é menos de 6 movimentos a cada 2 horas
(SOCG, 2007).

Cardiotocografia
Exame que mostra traçados de FCF, cujos padrões informam estado acidobásico.
As alterações são categorizadas em basais, periódicas (decorrem de contrações
uterinas) e episódicas (não associadas à atividade contrátil).

A descrição completa do traçado cardiotocográfico envolve contrações uterinas,


FCF basal, variabilidade (da FCF basal), acelerações e desacelerações.
FCF basal
Linha na qual estão inscritas as variações tacométricas é chamada de FCF basal e
seus limites situam-se entre 110 e 160 bpm. Para dizer que está normal, deve
predominar nessa faixa por, no mínimo, 10 minutos. A FCF basal anormal é
bradicardia (< 110) e taquicardia (> 160).

Variabilidade ou oscilação
É o quanto varia a FCF basal em janelas de 10 min, levando em conta as flutuações
da FCF basal em bpm e são classificadas em:

Ausente: amplitude não detectada.


Mínima: amplitude menor ou igual a 5 bpm.
Moderada: amplitude entre 6 e 25 bpm.
Acentuada: amplitude maior que 25 bpm.
A variabilidade moderada indica ausência de acidemia metabólica fetal.

A variabilidade mínima ou ausente isoladamente não é indicativo confiável de


sofrimento fetal.

A variabilidade acentuada não está esclarecida o significado.

Alterações Periódicas/Episódicas
Aceleração: são súbitas transitórias da FCF causadas pelo movimento fetal (MF) ou
por sua estimulação e pela contratilidade uterina. Representam resposta do
concepto sadio ao estímulo e estresse. É definida como aumento súbito da FCF ≥
15 bpm e duração ≥ a 15 segundos. Antes de 32 semanas, o aumento e duração
devem ser ≥ 10.
Desacelerações (ou dips): quedas temporárias da FCF e podem ser classificadas em
tardio, precoce e variável (ou umbilical). As desacelerações precoces (tipo I)
correspondem às linhas de contração uterina (exceto que eles são em sentidos
opostos). Decorre do estímulo vagal consequente à compressão da cabeça fetal. A
desaceleração tardia (tipo II) significa que a onda é retardada em relação a
contração uterina (o tempo de latência é ≥ 30s). Estão associados à estase de
sangue interviloso, por isso é encontrado na asfixia fetal por insuficiência
uteroplacentária aguda. A desaceleração variável é quando está não reflete a
contração uterina.

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