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EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO

Este material tem como intencionalidade orientar quanto à oficina de exame


físico das gestantes. Reforçamos que a prática sem uma leitura crítica se torna apenas
ação mecanizada, e que, portanto, é recomendado que se faça a leitura destes temas
também nos livros de referência de propedêutica. Assim como a revisão de anatomia
dos órgãos e sistemas avaliados nestes exames.

Estes exames ainda mobilizam questões pessoais e culturais que devem ser
acolhidas, trabalhadas e respeitadas, garantindo sempre um ambiente seguro para a
pessoa atendida. Converse com a pessoa antes do exame, explicando do que se trata e
qual a sua importância, e pactue com a mesma se será necessário que haja outra pessoa
acompanhando o exame, de indicação da mesma.

MATERIAIS NECESSÁRIOS:

1. Água e sabão ou álcool gel;


2. Luvas descartáveis;
3. Papel toalha descartável;
4. Ambiente espaçoso e iluminado;
5. Fita métrica;
6. Sonar doppler;
7. Espéculo;
8. Vaselina;
9. Foco de luz;
10. Folha de registro de dados.

Exame Físico Geral

Realize a antropometria (peso e altura), cálculo do IMC, aferição da pressão


arterial, avaliação das frequências cardíaca e respiratória, conforme trabalhado na
primeira etapa.

Além disso, realizar a inspeção da pele e mucosas, ausculta cardiopulmonar,


pesquisa de edema e exame das mamas.

Inspeção da pele e mucosas

Na gestante pode haver a apresentação de cloasma gravídico (um tipo de


melasma), que são manchas escuras que surgem na face durante a gravidez,
principalmente em fronte, rosto e nariz.
Outra alteração muito comum é a presença da linha nigra, uma linha escurecida
que surge no meio do abdome praticamente dividindo-o em duas partes. Geralmente
surge a partir da 14ª semana de gestação.

Auscultas cardíaca e pulmonar

Realizar conforme o trabalhado na oficina de exame cardiopulmonar.

Mamas

Realizar conforme o trabalhado na oficina de exame de mamas. Atentar às


alterações fisiológicas durante a gestação, com cuidado para a situação dos mamilos,
pela importância do aleitamento materno.

Na gravidez, as mamas apresentam importantes modificações, como


proliferação das glândulas, aumento do volume, edema, vasodilatação (rede venosa de
Haller), aumento da pigmentação da aréola primária, aparecimento da aréola
secundária e hipertrofia das glândulas sebáceas do mamilo (tubérculos de
Montgomery). O profissional de saúde deve avaliar se os mamilos estão invertidos ou
não, o que vai ditar as orientações e informações que ele precisa fornecer à gestante
quanto aos cuidados com as mamas e a amamentação. Deve-se verificar cicatrizes e
fazer a associação com as informações da anamnese, lembrando que algumas
intervenções cirúrgicas podem dificultar a amamentação, o que deve ser discutido com
a gestante, aclarando suas dúvidas e reduzindo sua ansiedade.
Presença de cicatrizes cirúrgicas nas mamas.

Exame físico obstétrico

Faz parte do exame físico obstétrico o exame do abdome, que inclui sua
inspeção, palpação, mensuração da altura uterina e ausculta dos batimentos cardíacos
fetais (BCF). Durante a inspeção do exame obstétrico abdominal, buscam-se alterações
da coloração (linha nigra), de estrias, cicatrizes, tensão (polidrâmnio) e outras
alterações.

A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura uterina. Ela
deve iniciar-se pela delimitação do fundo uterino, bem como de todo o contorno da
superfície uterina (este procedimento reduz o risco de erro da medida da altura uterina).
A identificação da situação e da apresentação fetal é feita por meio da palpação
obstétrica, procurando-se identificar os polos cefálico e pélvico e o dorso fetal,
facilmente identificados a partir do terceiro trimestre.
Para a palpação do útero, realizar as manobras de Leopold, para identificar a
posição e apresentação do concepto.

A depender da posição do crânio, determina-se que a apresentação fetal pode


ser Cefálica, Pélvica ou Transversal (ou Córmica)

Para medir a altura uterina, utilize a fita métrica, palpe a sínfise púbica como
ponto zero, e siga com sua mão superficialmente pelo abdome até sentir o final do
útero, sendo ali o limite da aferição da fita. O resultado será a altura uterina daquele
dia. Espera-se que seja entre +/- 2 cm em relação a semana gestacional.
Identificando-se o lado mais resistente, pela presença do dorso, e confirmando
com a ausculta do batimento cardiofetal, pode-se identificar o quadrante, entre
Quadrante Superior Direito (QSD), Quadrante Superior Esquerdo (QSE), Quadrante
Inferior Direito (QID) e Quadrante Inferior Esquerdo (QIE).

A ausculta do batimento cardiofetal deverá ser realizada no quadrante em que


for identificado o encontro entre o dorso e a presença do crânio, e deverá ser feita por
60 segundos, para garantir a avaliação correta da frequência. Os valores esperados
variam de 120 a 160 batimentos por minuto.

https://youtu.be/SH2ocO3UH2M
Genitálias

Realizar conforme o trabalhado na oficina de exame de genitálias, mas atentar


às alterações fisiológicas na gestante e quando houver necessidade de executar o toque
de colo uterino. Retomaremos essa manobra específica na oitava etapa.

Registro dos dados

Ao final dos exames, após higienizar novamente as mãos, lembre-se sempre de


registrar os achados normais ou alterados no prontuário e na caderneta da gestante da
pessoa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_Novos/Manual_Pre
_natal_25SET.pdf

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pd
f

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