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Índice

1. Introdução .................................................................................................................... 2

1.1. Objectivos................................................................................................................. 3

1.1.1. Objectivo geral: .................................................................................................... 3

1.1.2. Objectivos específicos: ......................................................................................... 3

1.2. Metodologia ............................................................................................................. 3

2. Deficiência Intelectual ................................................................................................. 4

3. Alunos com atraso no desenvolvimento mental .......................................................... 5

3.1. Sinais de alerta nos alunos com atraso no desenvolvimento mental ........................ 6

3.2. Causas do Atraso no Desenvolvimento mental ........................................................ 6

3.3. Sistemas de Classificação da Deficiência Intelectual. ............................................. 7

4. Particularidade de Atenção Aos Alunos Com Necessidades Educativas Especiais


Intelectuais na Escola Especial e na Escola Inclusiva......................................................... 9

4.1. A Escola Regular Perante a Deficiência Intelectual............................................... 10

6. Atenção Diferenciada Aos Alunos Com NEE Intelectuais Nos Diferentes Contextos
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6.1. Escola ..................................................................................................................... 13

6.2. Família.................................................................................................................... 14

6.3. Comunidade ........................................................................................................... 14

7. Conclusão................................................................................................................... 15

8. Bibliografia ................................................................................................................ 16
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1. Introdução

O presente trabalho de pesquisa surge no âmbito da cadeira de Necessidades Educativas


Especiais, com vista a debruçar sobre temas com importância bastante preponderante no que
diz respeito a educação dos alunos especiais, pelo que, este trabalho aborda diversos aspectos
a considerar tanto no mundo social como no escolar dos alunos com necessidades educativas
especiais intelectuais, ou seja, mais concretamente focalizada na atenção e no atendimento dos
alunos com atraso no desenvolvimento mental.

Durante as últimas décadas, a definição de deficiência mental evoluiu de modo notável


quer em termos de conhecimentos teóricos quer de práticas reabilitativas. A definição de
deficiência mental é ainda hoje, entre autores e organismos cientificos, um campo de
divergência, interessa-nos, no entanto, referir a mais recente.

A partir do século XX, o diagnóstico da deficiência mental exige que exista em


simultâneo um funcionamento intelectual abaixo da média, assim como um défice no
comportamento adaptativo. Ainda nesse século, mais precisamente em 1992, a Associação
Americana de Deficiência Mental (AAMR) reviu estas correntes e especificou melhor a
definição de deficiência mental, como sendo "um funcionamento intelectual significativamente
abaixo da média, existindo concomitantemente com limitações em duas ou mais áreas do
comportamento adaptativo: comunicação, independência pessoal, vida em casa,
comportamento social, utilização dos recursos da comunidade, tomada de decisões, cuidados
de saúde e segurança, aprendizagens escolares (funcionais), ocupação de tempos livres,
trabalho. A deficiência manifesta-se antes dos dezoito anos". (Vieira e Pereira, 2003, p.43)

Na escolas, em sua maioria, as crianças que apresentam problemas de aprendizagem são


interpretadas como crianças distraídas, desatentas e/ou preguiçosas. Preocupam-se muito com
a inclusão dos deficientes físicos e, por vezes, esquecem as crianças que apresentam distúrbio
ou dificuldades de aprendizagem, como: distúrbio do processamento auditivo central, dislexia,
dislalia, disgrafia, TDAH (transtorno de déficit de atenção/hiperatividade), entre outros;
justificando, assim, estes distúrbios ou dificuldades de aprendizagem como alteração da leitura,
escrita e a não interpretação de textos. Tais crianças por sua vez não são incluídas como se deve,
mascaram essa inclusão atribuindo um nota fictícia só para não ensinarem de maneira diferente
tais alunos, pois isso com certeza dará mais trabalho do que ensinar todos da mesma forma.
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1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo geral:
 Compreender aos alunos com Necessidades Educativas Especiais Intelectuais.

1.1.2. Objectivos específicos:


 Identificar os alunos com atraso no desenvolvimento mental;
 Descrever as particularidades de atenção aos alunos com NEE intelectuais;
 Identificar os alunos superdotados;
 Mencionar a atenção diferenciada aos alunos com NEE nos diferentes contextos.

1.2.Metodologia

Para a realização do trabalho usou-se Microsoft Word, manuais eletrónicos em formato


PDF para a colecta de informações e com auxílio da internet para culminação do mesmo.
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2. Deficiência Intelectual

A deficiência intelectual (DI) caracteriza-se por um funcionamento intelectual geral


abaixo da média e é definido como resultado de Coeficiente de Inteligência (QI) abaixo dos 70
ou 75, baseado numa avaliação realizada através de testes de inteligência geral desenvolvidos
para a avaliação do funcionamento intelectual.

O próprio conceito de DI tem variado no decorrer dos anos, passando por várias
terminologias para a caracterizar, tais como: Oligofrenia, Retardo Mental, Atraso Mental e por
último Deficiência Mental (DM). De acordo Krynski et al. (1983), esse tipo de deficiência é um
vasto complexo de quadros clínicos, produzidos por várias etiologias e que se caracteriza pelo
desenvolvimento intelectual insuficiente, em termos globais ou específicos.

Foi através da iniciativa da aplicação dos testes de Standford Binet que surgiu a primeira
tentativa de classificação da DM, e segundo Morato e Santos (2007), a referência ao
comportamento adaptativo, aparece a partir de 1959, como fator importante para a definição da
DM apresentada pela Associação Americana de Deficiência Mental (AAMR).

Segundo essa Associação e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais


(DSM-IV), Deficiência Intelectual ou Deficiência Mental (como anteriormente era designada)
é o estado de redução notável do funcionamento intelectual, significativamente abaixo da
média, oriundo no período de desenvolvimento, e associado há limitações de pelo menos dois
aspetos do funcionamento adaptativo ou da capacidade do indivíduo em responder
adequadamente às demandas da sociedade em comunicação, cuidados pessoais, competências
domésticas, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e
segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho.

Rodrigues e Cação (cit. por Martins) afirmam que entre pessoas com DM a formação
profissional e o emprego não devem ser equacionados separadamente, mas sim trabalhados
como das fases de um mesmo processo. Deste modo, predizem que: o processo de formação
profissional/emprego deve ser previsto para obtenção do equilíbrio entre o perfil de entrada do
candidato à formação e o perfil de saída, resultante da formação, o qual se deve ajustar às
exigências do desempenho profissional, no qual seja salvaguardado o respeito do indivíduo
como cidadão com direito à diferença. (2001, p.153)
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Nos dias de hoje, o sistema de classificação da Deficiência Intelectual reflete uma


tendência de equilíbrio entre as medidas não sociais como é o caso do Q.I. e as medidas sociais,
tais como o comportamento adaptativo para a sua definição.

Ocorre desta forma aquando do diagnóstico da deficiência um acontecimento


simultâneo de um funcionamento intelectual claramente abaixo da média e de um défice no
comportamento adaptativo.

As limitações intelectuais coexistem com as limitações nas capacidades adaptativas, em


duas ou mais áreas do comportamento adaptativo: lazer, saúde, segurança, trabalho,
comunicação, auto ajuda, determinação, vida no lar, adaptação social, funções académicas ou
uso de recursos da comunidade.

Para Albuquerque:

a deficiência mental passou assim então a ser perspetivada como um défice intelectual,
de que o QI era a expressão numérica de natureza individual e etiologia orgânica,
imutável e incurável. O comportamento dos deficientes mentais era atribuído ao seu
baixo QI. (1996, p.15)

Ocorreu uma mudança do paradigma e da própria nomenclatura da deficiência


intelectual vista também como uma tentativa internacional de organizar a linguagem universal
para redefinir a deficiência agora de uma categoria biomédica.

Segundo Morato e Santos (2007), a terminologia de Dificuldade Intelectual e


Desenvolvimental (DID) ainda não é utilizada, com unanimidade, no contexto científico. Na
perspetiva do recurso ao termo Intelectual, é de facto bastante premente e consensual, uma vez
que a avaliação efetuada é incidente nos fatores intelectuais, subjacentes à génese do
funcionamento do intelecto, muito mais passível de ser analisado quando comparado ao mental.

A Associação Americana de Deficiências Intelectual e do Desenvolvimento (AADID)


propôs a mudança do termo em cima descrito, acrescentando que “as limitações nos dois
critérios QI e Comportamento Adaptativo (CA) são expressas ao nível das habilidades
conceptuais, sociais e práticas” (Santos, 2010, p.3).

3. Alunos com atraso no desenvolvimento mental

Falar do atraso no desenvolvimento mental é o mesmo que deficiência mental. Mas nem
todos os autores concordam com o termo " deficiência mental", preferindo falar de
"insuficiência mental" ou, mais eufemisticamente, de ""crianças portadoras de deficiência" ou
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ainda crianças diferentes. Bollea (citado por OLIVEIRA, 2010: p.216) diz que ""deficiência é
um conjunto de uma vasta gama de condições, de grou, causas, patologias e aspectos sociais
diversos, porem caracterizados por um estado ou por um desenvolvimento incompleto da
psique, de modo que o individuo é incapaz de se adaptar ao ambiente social de forma razoável,
eficiente e harmoniza tendo por isso necessidade de uma vigilância e controlo externo mais ao
menos completo, Deficiência mental ou atraso no desenvolvimento mental é um termo que se
quando uma pessoa apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e no desempenho
de tarefas como as de comunicação, o dado pessoal e de relacionamento social. Estas limitações
provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento das pessoas. As crianças
com atraso no desenvolvimento mental podem precisar de mais tempo para aprender a falar, a
caminhar, e aprender as competências necessárias para se inserir na sociedade. É possível que
algumas crianças não consigam aprender algumas coisas como qualquer pessoa que também
não consegue aprender tudo.

3.1.Sinais de alerta nos alunos com atraso no desenvolvimento mental

É comum que a criança com deficiência mental regista problemas no campo da memória
a curto prazo. Devido a este défice, o processo de aquisição das competências é bastante moroso
(NIELSEN, 1999: p.50)

 São incapazes de proceder as generalizações, a partir das suas experiencias de


aprendizagem. Por isso, tem dificuldades em aplicar o que aprenderam a situações da
vida prática,
 Exibem comportamentos sociais característicos de crianças, ou seja, as suas emoções
são expressas de forma infantil.
 Têm, as vezes dificuldades de linguagem, a sua fala sendo diferente de outras crianças
normais.
 Dificuldade de concentração, falta de juízo e incapacidade de prever situações, são
alguns dos sinais que estes alunos apresentam.
3.2.Causas do Atraso no Desenvolvimento mental

Em geral as causas da deficiência são muito variadas.

Oliveira (2010: p. 217) diz que ao menos na deficiência mais profunda os factores
principais são de ordem orgânica (genética - hereditárias, infecciosas, traumáticas), mas os
factores psicossociais também exercem a sua influência",
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De entre várias causas, nós deduzimos os seguintes:

Condições genéticas: por vezes o atraso mental é causado por genes anormais herdados
dos pais, por erros ou acidentes produzidos na altura em que os genes se combinam com outros,
ou ainda por outras razões de natureza genética.

Ex: síndroma de Dawn, fenilcetonúria, etc.

Problemas durante a gravidez: o atraso mental pode resultar de um desenvolvimento


inapropriado do embrião ou do feto durante a gravidez.

Ex: uma mulher alcoólica que contraia uma infecção durante a gravidez pode também
ter uma criança com problemas de desenvolvimento mental.

Problemas ao nascer: se o bebé não recebe oxigénio suficiente pode acontecer que ao
crescer tenha problemas no desenvolvimento mental.

Problemas de saúde: algumas doenças como o sarampo, ou a Meningite podiam estar


na origem de uma deficiência mental, sobretudo se não forem tomados todos os cuidados de
saúde necessários. A má nutrição estrema ou a exposição a veneno como o mercúrio ou chumbo
podem também originar problemas graves para o desenvolvimento mental da criança.

3.3.Sistemas de Classificação da Deficiência Intelectual.

Existem vários sistemas de classificação para a DI: os comportamentais, os etiológicos


e os educacionais. Serão abordadas classificações de acordo com a dependência da criança, de
acordo com a capacidade funcional e adaptativa, e ainda de acordo com a gravidade da
deficiência.

De acordo com a dependência, que seria o grau de apoio que o indivíduo necessita em
um ambiente particular, o comprometimento pode ser classificado, segundo Winnick (2004),
como:

a) Intermitente: apoios de curto prazo se fazem necessários durante as transições da vida,


como por exemplo, na perda do emprego ou fase aguda de uma doença, esse apoio pode
ser de alta ou de baixa intensidade;
b) Limitado: apoio regular durante um período curto. Nesse caso incluem-se deficientes
que necessitam de um apoio mais intensivo e limitado, como por exemplo, o
treinamento do deficiente para o trabalho por tempo limitado ou apoios transitórios
durante o período entre a escola, a instituição e a vida adulta;
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c) Extensivo: apoio constante, com comprometimento regular; sem limite de tempo.


Nesse caso não existe uma limitação temporal para o apoio, que normalmente se dá em
longo prazo;
d) Generalizado: apoio constante e de alta intensidade, possível necessidade de apoio para
a manutenção da vida. Estes apoios generalizados exigem mais pessoal e maior
intromissão que os apoios extensivos ou os de tempo limitado.

Já no que diz respeito à capacidade funcional e adaptativa, a DI classifica-se em:

a) Dependentes: Geralmente QI abaixo de 25, casos mais graves, nos quais é necessário
o apoio por instituições. Há poucas, pequenas, mas contínuas melhoras quando a criança
e a família estão bem assistidas;
b) Treináveis: QI entre 25 e 75, são crianças que são colocadas em classes especiais,
poderão treinar várias funções como disciplina, hábitos higiénicos, etc. Poderão
aprender a ler e escrever em ambientes sem hostilidade, recebendo muita compreensão
e afeto, com metodologia de ensino adequada;
c) Educáveis: QI entre 76 e 89, a inteligência é dita “limítrofe ou lenta” e estas crianças
conseguem adaptar-se no ensino regular (ainda que com dificuldades, visto o sistema
de ensino atual, não proporcionar o apoio efetivamente necessário), embora necessitem
de acompanhamento psicopedagógico especial.

Em relação à gravidade da deficiência, de acordo com a classificação da Organização


Mundial da Saúde – Classificação Internacional de Doenças (CID-10) é baseada no critério
quantitativo e pode ser:

a) Profunda: São pessoas com uma incapacidade total de autonomia, apresentando


dependência completa e limitações extremamente acentuadas de aprendizagem,
inclusive aquelas que vivem num nível vegetativo. Por isso recomenda-se uma
intervenção realizada no contexto domiciliar;
b) Grave ou Severa: Fundamentalmente necessitam que se trabalhe alguns hábitos de
autonomia, já que há probabilidade de adquiri-los. A sua capacidade de comunicação é
muito primária. Podem aprender de uma forma linear, são crianças que necessitam de
revisões constantes;
c) Moderado: São pessoas que podem ser capazes de adquirir hábitos de autonomia e,
inclusive, podem realizar certas atividades bem elaboradas. Em adultos, podem
frequentar lugares ocupacionais;
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d) Leve ou Limítrofe: Podem chegar a realizar tarefas mais complexas com supervisão.
São os casos mais favoráveis.

A escola é, por exemplo, um meio de estimulação social, motor e cognitivo, no qual a


criança tem maiores possibilidades de ampliar seu desenvolvimento global. Tratando-se da
inclusão de uma criança com DI é preciso que não só a instituição esteja preparada, mas também
os funcionários e os próprios alunos da escola.

4. Particularidade de Atenção Aos Alunos Com Necessidades Educativas Especiais


Intelectuais na Escola Especial e na Escola Inclusiva.

A história nos apresenta muitos estudiosos preocupados com a compreensão do


funcionamento da inteligência, tanto em seus aspectos de normalidade e potencialidades como
em suas fraquezas, dificuldades e alterações. Dos estudos surgiram teorias utilizadas para
explicar o funcionamento humano e a capacidade de aprendizagem dos indivíduos nas
diferentes fases de crescimento e desenvolvimento. Entre esses estudos encontramos a teoria
psicogenética de Piaget (1896-1980),segundo a qual a inteligência se constrói pela acção do
homem sobre o objecto do conhecimento. Para Vygotsky (1896-1934) e seus colaboradores
(Leontiev e Luria), expoentes da teoria histórico-decisiva a influência positiva dos factores
sociais e culturais no desenvolvimento da inteligência. Ou seja, o desenvolvimento mental do
indivíduo é reflexo de seu desenvolvimento cultural. Para o psicólogo israelense Reuven
Feuerstein (1921-2014), criador da teoria da modificabilidade cognitiva estrutural (MCE), todas
as pessoas, independentemente de sua idade ou origem étnica ou cultural, nascem com um
potencial de aprendizagem a ser desenvolvido. Entretanto, a maioria apresenta falhas no
funcionamento cognitivo em decorrência da falta de estímulos adequados. Por meio de apoio
psicopedagógico sistemático, de recursos e instrumentos concretos, o indivíduo é capaz de
modificabilidade e ganhos em seu potencial cognitivo.

O professor precisa de compreender que uma criança com NEE pode apresentar
obstáculo numa área de aprendizagem, mas tem outras potencialidades por desenvolver. Por
exemplo: uma criança com NEE fisico-motora é capaz de aprender diversas disciplinas, tais
como, Matemática e Português. O mais importante é o professor ajudar ○ aluno a desenvolver
a habilidade num clima em que se reconheçam as diferenças, valorizando o comportamento de
interajuda.
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Sala de recursos

Sala de Recursos são espaços (salas) destinados ao atendimento aos alunos com
necessidades educacionais especiais que estão inseridos na educação regular por meio da
política de Educação Inclusiva. Trata-se de salas com materiais diferenciados, além de contar
com profissionais preparados especificamente para o atendimento às diversas necessidades
educativas especiais dos educandos. Em muitas classes regulares existe a presença de alunos
com deficiência mental ligeira ou moderada. O professor deve definir objectivos realistas para
estes alunos, dado que é fundamental que eles se sintam bem sucedidos nos seus esforços
académicos.

É difícil que um aluno com atraso no desenvolvimento mental realize uma tarefa sem
quaisquer instruções necessárias diferentemente dos alunos normais. Com estes alunos, é
necessário requerer a técnica de manipulação e objectos concretos. O professor deve também
dividir o trabalho em pequenos passos ou segmentos, ensinando os procedimentos as seguir
mais de uma vez para realizar cada uma dessas partes.

O professor devera solicitar um menor número de trabalhos escritos aos alunos com
deficiência mental.

Os indivíduos com deficiência mental necessitam de aprender a realizar tarefas que


ajudem a desenvolver competência de trabalho a que possam recorrer nas situações de
quotidiano.

Aos alunos com estas características devem ser distribuídos documentos escritos que
explicitem os trabalhos académicos a realizar em casa ou aqueles que foram já solicitados e
entregues. Há um grande número de tarefas que podem ser realizadas por estes alunos.

4.1.A Escola Regular Perante a Deficiência Intelectual

A deficiência intelectual põe vigorosamente em causa a função primordial que foi


atribuída à escola regular, isto é, a produção de conhecimento. O aluno com deficiência
intelectual tem uma maneira própria de lidar com o saber que, invariavelmente, não corresponde
ao ideal da escola, tal como ainda é concebido pela esmagadora maioria das pessoas.

Em boa verdade, não corresponder ao ideal de escola pode acontecer com qualquer
aluno, mas os alunos com deficiência intelectual denunciam a impossibilidade de atingir esse
ideal de uma forma, que podemos dizer, tácita. Pura e simplesmente não lhes é possível a eles
ou à escola dissimular essa impossibilidade. As outras deficiências não abalam tanto a escola
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regular, pois não ferem o cerne e o motivo da sua urgente transformação: entender a produção
do conhecimento académico como uma conquista individual.

O aluno com deficiência intelectual tem dificuldade em construir os seus conhecimentos


como os outros e em demonstrar as suas capacidades cognitivas, principalmente nas escolas
que mantêm um modelo conservador de actuação e uma gestão autoritária e centralizadora. As
dificuldades dos alunos com deficiência intelectual são um dos indicadores mais rigorosos da
falta de qualidade da escola para todos os restantes.

O carácter elitista, meritocrático, homogeneizador e competitivo dessas escolas oprime


○ professor e o coloca numa situação de isolamento e impotência perante todos os alunos com
dificuldades de aprendizagem, incluindo os com deficiência intelectual. Em consequência, a
grande maioria dos professores só encontra a solução de os encaminhar para outro lugar ou
professor que supostamente saiba como lidar com eles. Esta solução está historicamente tão
cristalizada que nem os professores tomam consciência do quanto ela corresponde à sua própria
opressão. O número de alunos classificados, por psicólogos, médicos e professores, como
deficientes mentais tem vindo a aumentar progressivamente, abrangendo todos aqueles que não
conseguem tirar um bom proveito da frequência da escola ou que demonstrem dificuldades em
respeitar as normas disciplinares que lhes são impostas. A introdução de novas terminologias
como a de ’’necessidades educativas especiais", embora bem- intencionada, contribuiu para
aumentar ainda mais a confusão entre casos de deficiência intelectual e aqueles que apenas
apresentam problemas na aprendizagem, muitas vezes devido a próprias práticas escolares.

O desconhecimento e a busca de soluções imediatistas para resolver a premência do


direito de todos à educação faz com que os administradores da educação e as escolas procurem
incessantemente soluções paliativas, que envolvem todo o tipo de adaptações possíveis e até
algumas imaginárias: de currículos, de actividades, de avaliação, de atendimento na sala de aula
ou fora dela, exclusivamente destinadas a alunos com deficiência. Estas soluções, exclusivas
para os alunos com deficiência, continuam a alimentar o carácter substitutivo da Educação
Especial, principalmente quando se trata de alunos com deficiência intelectual.

Estas práticas adaptativas funcionam como um regulador externo da aprendizagem e são


coerentes com uma perspectiva em que o grande objectivo é determinar o que falta ao aluno
para ter sucesso. Não sendo possível dar-lhe o que lhe falta, desconta-se no rendimento final.

De uma forma geral, para atender os alunos com NEE no sistema educativo, torna-se
necessário que a escola aplique as seguintes estratégias:
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 Promoção de uma cultura de escola e de sala de aulas que percebe, aprecie e se adapte
à diversidade;
 Promoção de uma cultura de escola e de sala de aula que percebe, aprecie e se adapte à
diversidade;
 Existência de uma liderança forte;
 Desenvolvimento e promoção de oportunidades de desenvolvimento profissional;
 Desenvolvimento de uma planificação sistemática;
 Implementação de práticas de colaboração entre alunos, professores e outros membros
da escola;
 Implementação de práticas educativas flexíveis;
 Implementação de apoios de qualidade, através de serviços multidisciplinares;
 Realização de avaliação frequente e sistemática.
5. Alunos Superdotados e talentosos

Quanto a designação, as vezes confunde-se uma criança "precoce" com um superdotado


ou com um génio. Mas na verdade o precoce pode não ser génio e por sua vez também o génio
não ser superdotado. Em todo caso, os termos usados para indicar os sujeitos com inteligência
superior não é uniforme e pode considerar-se o superdotado de algum modo como pessoa
genial.

Frequentemente fala-se também de talento, prodígio, etc. Como quer que lhes
chamemos, há crianças que se distinguem por uma grande superioridade intelectual e ou
artística, social ou de liderança, distanciando-se dos normais, por excesso, de mesmo modo que
os deficientes mais ou menos graves se distanciam por defeito.

Portanto, alunos sobredotados são aqueles que demonstram uma aptidão acima da média
em várias áreas: capacidade intelectual, criatividade, liderança e talentos especiais nas artes
visuais ou performativas.

Aos alunos sobredotados e talentosos podem apresentar uma grande variedade de


características, como:

 Funcionamento cognitivo excepcional;

 Capacidade para reter grandes quantidades de informação;

 Processos de pensamento flexíveis;


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 Criatividade na resolução de problemas;

 Vocabulário muito abrangente;

 Elevados conhecimentos sobre determinados assuntos;

 Talentos artísticos ou físicos avançados;

 Excelentes capacidades metacognitivas e elevados níveis de desempenho.

Segundo Arends (2008;p.58) "Tunnbull e os seus colegas organizaram estas


características em cinco (5) categorias que dão aos professores algumas pistas sobre o que
procurar quando identificam alunos sobredotados nas salas de aulas":

Intelecto geral: os alunos com intelecto geral acima da média podem perceber
conceitos complexos e abstractos de forma imediata. Costuma ter um vocabulário avançado,
fazem perguntas e abordam problemas de forma criativa.

Capacidade académica específica: os alunos superdotados tem muitas vezes


informação e capacidades mais avançadas do que os seus colegas em determinadas disciplinas.
Esta compreensão avançada é normalmente direccionada para o raciocínio matemático,
pensamento científico ou para a escrita, uma vez que são leitores ácidos que lêem literaturas
para adultos desde tenra idade.

As competências emocionais e sociais dos indivíduos superdotados e talentosos variam


bastante à mediada que crescem. Alguns são muito populares, emocionalmente equilibrados e
lideres dentro do ambiente escolar. Outros têm competências sociais pouco desenvolvidas e
podem ter problemas emocionais sérios. Estas crianças podem ver se a si próprios como
diferentes e podem ter relutância em juntar-se aos outros em eventos sociais ou aulas em grupos.

6. Atenção Diferenciada Aos Alunos Com NEE Intelectuais Nos Diferentes Contextos
6.1.Escola

A escola deve:

 Proporcionar oportunidades de sucessos, fornecendo aos alunos materiais e experiencias


práticas;

 Desenvolver no aluno competências de vida diária, competências especiais e de


exploração e consciência do mundo envolvente;
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 Incentivar o aluno a participar em actividades de grupos nas organizações da escola;

 Trabalhar com os pais para elaborar e levar a cabo um plano educativo que respeite as
necessidades do aluno.

6.2.Família

A família deve:

 Incentivar a criança a ser independente, por exemplo: ajudar lhe a aprender


competências de vida diária, como: vestir-se, comer sozinho, tomar banho, etc;

 Atribuir-lhe tarefas próprias e de responsabilidade;

 Elogiar o seu filho sempre que consegue resolver um problema;

 Procurar saber quais são as competências que o seu filho está aprendendo na escola e
encontre fórmulas de aplicar essas competências em casa.

6.3.Comunidade

A comunidade deve:

 Aceitar a criança a participar em actividades sociais, por exemplo aos clubes de


desporto, unidades religiosas, etc.

 Assumir-as como membros integrais da sociedade;

 Não as descriminar, por situação em que elas se encontram.


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7. Conclusão

Após o término e leitura cautelosa deste trabalho de pesquisa, percebemos


primeiramente que a deficiência intelectual corresponde a expressões características como a
insuficiência, falta, falha, carência, imperfeição associadas ao significado de deficiência e
aplicadas ao conceito de mente ou intelecto.

Nesta pesquisa percebeu-se também que a principal característica do atraso mental é a


redução da capacidade intelectual situada abaixo dos padrões considerados normais para a
idade, seja criança ou quando adulta, ou seja, a pessoa com atraso mental, tem a tendência de
apresentar dificuldades ou nítido atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor, aquisição
de fala e outras habilidades, um defit no comportamento adaptativo, seja esta na comunicação,
socialização ou aquisições práticas da vida quotidiana

A deficiência intelectual pode ter varias causas, como genéticos perinatais (ocorridos
durante a gestação e o parto) e pós natais (ocorridos durante o crescimento).

A edução de alunos com NEE representa um esforço de todos os envolvidos na área de


educação e deve ser marcado pela partilha e pela colaboração. Tendo em conta o plano
educativo individualizado e as necessidades pessoas do aluno, a equipa pode ser constituída por
um professor de educação especial, o psicólogo da escola, um assistente, social, um patologista
da ala, um terapeuta físico, um terapeuta ocupacional, outros profissionais e consultores, o
director da escola e os pais. Um aluno que registe uma determinada problemática pode ser
colocado num classe regular, a tempo inteiro ou parcial, com apoio de professores de educação
especial. Os alunos que apresentam deficiência mental desenvolverão de forma diferente as
suas competências académicas, sociais e vocacionais, dependendo o grau dessa diferença do
facto de a deficiência ser ligeira, moderada, severa ou profunda. O facto de a capacidade
intelectual e as competências sociais destes indivíduos serem menos desenvolvidas pode ditar
a sua rejeição por parte dos companheiros e, muitos indivíduos com deficiência mental podem
viver segundo padrões de vida normal.
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8. Bibliografia

Almeida. Marina da S. Rodrigues. Instituto Inclusão Brasil.

Arends, R. Educação Especial, 3a edição, Porto Alegre, 2008, Pg 58.

Antunes, Aurora M. B. T., A Escola E A Familia Face A Criança Com NEE Processo E
Estratégias A Desenvolver Para Uma Aliança Produtiva. Lisboa, 2013.

Bautista, R. et all. Necessidades Educativas Especiais, 2a edição, Colecção saber Mais, 1999,
pp. 9-10

Nielsen, Lee brattland. Necessidades Educativas na sala de aulas, Um guia para professores

Vol.3, Colecção Educação Especial, Porto, Porto Editora, 1999, pp. 48-5C

Oliveira, J.H.B de. Psicologia da Educação - Aprendizagem - aluno. Livpsic, Leg Editora, 3a
edição actualizada, vol.1,2010,pp.215-217.

Souza, A.P., Relação escola e familia de alunos com deficiência intelectual: o ponto de vista
dos familiares. Dourado-MS, 2016.

Unesco. Declaração de Salamanca e linha de acção sobre necessidades educativas especiais.


Corde, Brasilia 1994.

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