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GOIÂNIA
2015.1
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
GOIÂNIA
2015
MARLLOS DE SOUZA DUARTE
____________________________________________________________
Profª. Ms. Renato Coelho – Orientador
____________________________________________________________
Profª Dra. Nívea Maria Silva Menezes- Parecerista 1
____________________________________________________________
Profª. Ms. Reigler Pedrosa– Parecerista 2
RESUMO
Esta pesquisa visa averiguar a inserção da prática do jogo xadrez sobre o viés da teoria crítico
superadora da educação física no ensino médio de uma escola pública estadual de Goiânia.
Para o presente estudo foi abordado o histórico do jogo, da teoria crítico superadora e de
temas de sua importância para aplicação do xadrez no sentido crítico e de transformação do
indivíduo. O estudo consiste em uma pesquisa com enfoque qualitativo, do tipo estudo de
caso, utilizando o método materialista histórico dialético, com coleta de dados através de
observação livre; a mesma foi realizada com alunos do ensino médio, mais respectivamente
alunos de 1ª e 2ª anos do ensino médio de uma escola pública estadual na cidade de Goiânia.
São apresentados à análise de dados, em que verificamos a importância do trabalho de xadrez
na educação com uma perspectiva crítica da educação, principalmente na educação física.
Palavras chave: Jogo, Xadrez, Cultura Corporal, Aparelho Ideológico do Estado, Educação
Física, Crítico Superadora.
RESUMEN
Esta investigación tiene como objetivo comprobar la práctica del juego de la inserción de
ajedrez en el sesgo de superar la teoría crítica de la educación física en la escuela secundaria
de una escuela pública en Goiânia. Para el presente estudio se acercó a la historia del juego,
superando la teoría crítica y temas de importancia para la puesta en práctica del ajedrez en el
sentido crítico y la transformación individual. El estudio consiste en un estudio de abordaje
cualitativo, del tipo estudio de caso, utilizando el método dialéctico materialista histórico con
la recolección de datos a través de la observación libre; se hizo lo mismo con los estudiantes
pertenecientes al ciclo IV, más estudiantes, respectivamente primero y segundo año de la
escuela secundaria de una escuela pública en la ciudad de Goiania. Se presenta el análisis de
los datos, en el que vemos la importancia del trabajo de ajedrez en la educación con una
perspectiva crítica de la educación, especialmente en la educación física.
Palabras clave: Juegos de Ajedrez Cultura Cuerpo, aparatos ideológicos del Estado ,
Educación Física , crítico superando .
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO-----------------------------------------------------------------------------------------01
CAPÍTULO I: REVISÃO DE LITERATURA
1.1- O JOGO
1.1.1- Processo Histórico--------------------------------------------------------------------------------03
1.1.2-O Jogo e o Simbolismo---------------------------------------------------------------------------09
1.1.3- O jogo e seu papel na formação intelectual---------------------------------------------------10
1.1.4- O Jogo Segunda PCNs e Abordagem Crítico Superadora ----------------------------------12
1.2- O JOGO XADREZ
1.2.1- A lenda do Xadrez--------------------------------------------------------------------------------17
1.2.2-A Origem Histórica Do Xadrez-----------------------------------------------------------------21
CAPÍTULO II- APARELHO IDEOLÓGICO DO ESTADO
2.1- Aparelho Repressivo Do Estado e Aparelhos Ideológicos Do Estado-----------------------25
CAPÍTULO III- A EDUCAÇÃO FÍSICA E O ENSINO NO CONTEXTO DA
CULTURA CORPORAL
3.1- Breve Histórico da Educação Física no Brasil------------------------------------------------29
3.1.2- Resgate Histórico da Abordagem Crítica Superadora---------------------------------------30
3.1.3- Educação Física no Ensino médio frente aos PCNs e a LDB-26--------------------------34
CAPÍTULO IV- PESQUISA EMPÍRICA METODOLOGICA
4.1- Metodologia-----------------------------------------------------------------------------------------37
4.2- Análise dos Dados---------------------------------------------------------------------------------42
4.2.1- Dados do ambiente da Pesquisa----------------------------------------------------------------44
4.3- Categorias de Análise------------------------------------------------------------------------------47
4.3.1- Xadrez e Gênero----------------------------------------------------------------------------------41
4.3.2- Xadrez e Ludicidade-----------------------------------------------------------------------------47
4.3.3- Xadrez e racismo---------------------------------------------------------------------------------50
4.3.4- Xadrez e Inclusão---------------------------------------------------------------------------------52
4.3.5- Burocracia escolar--------------------------------------------------------------------------------54
4.3.6- Xadrez e relações de poder na sociedade------------------------------------------------------56
4.3.7- A história e o xadrez------------------------------------------------------------------------------59
4.3.8- Xadrez e a Abordagem Crítico Superadora---------------------------------------------------58
CONSIDERAÇÕES FINAIS-------------------------------------------------------------------------66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS-------------------------------------------------------------67
REFÊRENCIAS WEBIGRÁFICAS----------------------------------------------------------------71
ANEXOS-------------------------------------------------------------------------------------------------73
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, primeiramente a Deus, cujo qual está acima de toda religião e de toda
desigualdade, e que tem me ajudado a trilhar o caminho justo e fraterno, a minha esposa e
minha filha que estão sempre do meu lado, aos professores e alunos que me ajudaram ao
longo desta caminhada e, principalmente, àqueles que buscam a transformação da realidade,
especialmente, na área da educação.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que está acima de toda religião e de toda e qualquer desigualdade, que tem
ajudado a trilhar mais esta vitória.
Agradeço aos meus pais, que com esforço criaram seus filhos e guiaram para alcançar vida
mais digna, onde apesar das dificuldades nunca desistiu de buscar o melhor.
Agradeço ao professor orientador, prof. Ms. Renato Coelho, pelo companheirismo, pela
paciência, e pela dedicação que propôs a todo tempo na realização deste trabalho, e em
atividades que almejam mudança da realidade da educação.
Agradeço finalmente a todos que lutam por mudanças no país e na educação brasileira, que
foram inspiração para realização deste trabalho e também desta valiosa profissão que é o
professo
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INTRODUÇÃO
Por outro lado, verificamos que a teoria Crítico Superadora trata de temas da cultura
corporal, incluindo jogos, e dentro do conteúdo jogos chama-se atenção para o fato dos
mesmos serem de acordo com a memória lúdica e relacionados ao contexto da comunidade
onde estão inseridos os alunos, existindo assim jogos que podem ser pedagogizados para
diversas faixas etárias. O xadrez é uma construção humana e importante elemento da cultura
corporal e da história, podendo ser trabalhado como conteúdo da educação física e com
princípios da teoria Crítico Superadora.
A análise dos componentes que fazem parte do xadrez através de sua historicidade e
das mudanças ocorridas em suas peças, regras, cores e design, está relacionada com mudanças
em modelos políticos, sociais, econômicos e religiosos (Racismo, Alienação, Política,
Religião, Preconceito, Desigualdade Social, Machismo etc...) podem levar a uma profunda
reflexão, tomada de consciência e a uma possível transformação por meio da síntese da
realidade escolar a qual o aluno vive.
Sendo assim, o jogar xadrez pode ser trabalhado como conteúdo crítico da educação
física e não apenas como componente extracurricular para as aulas de matemática, servindo
muitas vezes como auxílio técnico para o desenvolvimento da memória ou do raciocínio, ou
ainda, mesmo nas aulas de educação física, com objetivo de vitórias e derrotas. Entretanto,
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trabalhando o xadrez passando pela sociologia, matemática, educação física, história e outras
disciplinas que podem-se utilizar de sua prática social. De acordo com o contexto apresentado
trabalhamos com os alunos do ensino médio no Instituto Estadual de Goiás os elementos
ligados à cultura corporal que englobam historicamente conteúdos abordados pela Teoria
Crítico Superadora, entre eles a divisão de classes sociais, desigualdades sociais, racismo,
exclusão nas aulas de educação física, relações de gênero e crítica ao modelo de sociedade
atual.
disciplina de matemática cedida pela própria professora. Foi utilizada a lenda do xadrez e a
história do xadrez, bem como, a prática do jogo de xadrez para promover a discussão sobre
temas relevantes para estudantes da escola pública, voltado para a luta de classes,
conscientização e possível transformação da realidade a qual o aluno vive. No sentido de uma
educação para autonomia e para a igualdade social, formando indivíduos capazes de
compreender as contradições, as características desumanizadoras e a barbárie provocadas pelo
sistema capitalista e de seguir no aprofundamento dos estudos para transformação da
sociedade a qual vivemos rumo a uma tomada de consciência capaz de vislumbrar a
superação da sociedade do capital.
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1.1- O JOGO
1.1.1-PROCESSO HISTÓRICO
Depois de exibir conceitos diferentes em relação ao que seria jogo, Elkonin conclui
que jogo:
por meio do desenvolvimento humano consegue apresentar sem rendimento material uma
ação de valor sobre igual.
Segundo Elkonin (1998), Karl Marx trouxe a análise desagregadora das unidades por
meio do livro “O Capital”, o qual coloca a mercadoria como forma desenvolvida e que
aparece como unidade em todos os modos de produção capitalista. No jogo existe este fator
desagregador encontrada em Vigostski que utiliza o “método desagregador do todo”
colocando a unidade como parte fundamental do todo.
[...] inserem-se no jogo objetos substitutivos de objetos reais que recebem um nome
adequado à sua significação lúdica; complica-se a organização das ações, a qual
adquire o caráter de concatenação reflexiva da lógica das conexões vitais; produz-
se uma síntese das ações e sua separação dos objetos; aparece a comparação de
suas ações com as ações dos adultos e de acordo com isso, a criança atribui-se o
nome de um adulto; opera-se a emancipação a respeito do adulto, apresentando-se
este à criança como modelo de ação e, simultaneamente, surge a tendência para
atuar com independência, mas como adulto (ELKONIN, 1998, p. 230-231).
Ainda segundo Huizinga (1996), na sociedade antiga, o trabalho não tinha o valor que
lhe atribuímos há pouco mais de um século e nem ocupava tanto tempo do dia. Os jogos e os
divertimentos eram um dos principais meios de que dispunha a sociedade para estreitar seus
laços coletivos e se sentir unida. Isso se aplicava a quase todos os jogos e esse papel social era
evidenciado, principalmente, em virtude da realização das grandes festas sazonais.
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Outra especificidade colocada por Huizinga (1980), sobre o jogo é a questão das
regras, quando um jogador não segue as regras é colocado como desonesto, a regra é
apresentada como uma “verdade inabalável". Quando um jogador burla as regras existe a
necessidade de expulsá-lo, pois ameaça a comunidade dos jogadores, este quebra as regras,
desmancha o mundo mágico e precisa ser punido.
De acordo com Chateau (1987), podemos dividir o jogo nos aspectos funcional e jogo
lúdico, o jogo funcional é aquele em que o impulso vem de uma única função, ou seja,
funções instintivas de cada espécie, utilizando de repetições para a criança adquirir
determinadas funções.
Sobre a representação do jogo (CHATEAU 1987, p.29) fala “o jogo representa para a
criança o papel que o trabalho representa para o adulto”. Dessa forma o jogo representa
papel importante para a aprendizagem da criança, principalmente, quando levada para o jogo
lúdico. Para Vigostski (1984), aquele que ensina não deve prender-se em uma única
capacidade de pensar, mas sim, em muitas capacidades de pensar e ainda em diferentes
campos; exercendo assim diversas faculdades mentais ou múltiplas inteligências. Com o
pensamento de Vigostski verifica-se que no jogo se pode conter diversos conhecimentos
produzidos historicamente e de diversas áreas de saberes as quais possibilitam uma maior
compreensão e investigação por quem joga.
Para verificar melhor a delimitação do jogo e sua prática da Educação Física na escola
(JÚNIOR et al, 2006, apud OLIVEIRA,2007;p.24) traz diferenciação dos jogos mostrando:1
1
¹Nesta brincadeira escolhe-se um aluno que será o pegador. Para mostrar a dificuldade de locomoção dessa
peça, ele só poderá andar numa só perna, podendo ter alterações nas regras conforme as necessidades do jogo.
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O jogo de forma geral está impregnado por códigos simbólicos e regras que seguem
características de uma determinada sociedade, de uma civilização ou mesmo de um grupo. De
acordo com Padilha (2000), atualmente na sociedade capitalista com a racionalidade e o
fetichismo da mercadoria, os valores lúdicos, subjetivos e simbólicos estão sendo retirados do
cotidiano das pessoas. Os interesses são levados sempre para a questão do mercado e para
necessidades do consumo através do signo do Marketing empresarial, a racionalidade nesse
sentido prevalece e o brincar como esfera simbólica precisa ser resgatada.
De acordo com Pinto (2011, p.4, apud Betthleim, 1988), o simbolismo representa uma
complexidade da realidade quando afirma:
Assim, o simbolismo consegue ligar fantasia e realidade, as crianças conseguem
ter um controle que na realidade não têm. Brincam com situações muito complexas,
integrando experiências de dor, medo e perda. Enfrentam o bem e o mal. Muito co-
mum nas brincadeiras de crianças é a vitória do bem sobre o mal com os heróis que
protegem vítimas inocentes (Bettleim, 1988).
relacionado ao papel do faz de conta, onde crianças transformam a brincadeira como forma de
representação da realidade dos adultos, neste aspecto encontra-se também o simbolismo, no
xadrez onde é perceptível através das representações de suas peças e de sua história.
A brincadeira segundo Prestes (2008), tem sido usada em diversas teorias como fator
limitador de aprendizagem, entretanto, temos também visto sua utilização como algo
prazeroso sem vínculo algum com a necessidade do aluno e com a formação intelectual.
Existe então, neste meio termo uma dificuldade de caracterizar o que é brincadeira nas
diversas teorias existentes. Quando analisamos Vigostski (1984), verificamos a brincadeira
em estágios, um bebe com bico pode ter elo com a questão da brincadeira, uma criança de 12
anos com cavalo de vassoura pode ser considerado brincadeira também, porém, cada um em
estágios diferentes e situações diferentes. A brincadeira surge de uma situação imaginária e
por meio de uma ilusão, de um objeto ou situação a qual não se pode alcançar. Sobre isso
Prestes (2008), explica:
É disso que surge a brincadeira, que deve ser sempre entendida como uma
realização imaginária e ilusória de desejos irrealizáveis, diante da pergunta "por
que a criança brinca?". A imaginação é o novo que está ausente na consciência da
criança na primeira infância, absolutamente ausente nos animais, e representa uma
forma especificamente humana de atividade da consciência; e, como todas as
funções da consciência, forma-se originalmente na ação. A velha fórmula segundo a
qual a brincadeira de criança é imaginação em ação pode ser invertida, afirmando-
se que a imaginação nos adolescentes e escolares é a brincadeira sem ação.
(PRESTES, 2008, p.25.)
20
Neste sentido, a criança brinca, porém, sem a consciência dos motivos da atividade
realizada, neste momento podemos verificar a diferença entre o trabalho e a brincadeira, no
trabalho existe uma consciência da atividade e um motivo concreto, já na brincadeira a
criança não tem essa conscientização, agora se formos para um estágio maior que é a
adolescência este fator da consciência encontrada na brincadeira já poderá ser respondido com
maior facilidade.
De acordo com Prestes (2008), o que faz a brincadeira ser brincadeira não é a
simbolização apenas, visto que existe o perigo de generalizar a brincadeira como papel de
simbolização no sentido restrito da palavra. Outro fator que pode fazer a brincadeira como
sentida restrita é a ideia de um ser cognitivo apenas. E existe por último, o poder da
imaginação, onde se tem a possibilidade de desenvolver na criança por meio de determinada
brincadeira.
Partindo do poder da imaginação necessária para o jogo acontecer à criança tem que
usar seu imaginário e dentro deste imaginário é estabelecido regras para acontecer este jogo,
porém, estas regras não são complexas, e sim, formuladas para que o jogo imaginário
aconteça. Com isso, a criança utiliza de uma situação real e transforma esta situação, tirando
aspectos específicos e transformando em uma regra na brincadeira, essas regras não são
formuladas, mas requeridas pela situação imaginada; neste sentido, qualquer brincadeira
requer uma situação imaginária e qualquer situação imaginária requer regras.
Ou seja, mesmo quando uma pessoa passa a representar outra pessoa ou situação, têm-
se assim, a chamada função ou representação simbólica. A principal característica é o poder
de substituição não representando apenas o somatório de gestos ou signos e sim,
estabelecendo a ligação plena e eficaz entre o objeto, ato, pessoa ou situação e o seu signo ou
significado. Um exemplo importante se dá no jogo de xadrez, em que as peças possuem
separadamente uma dada representação simbólica e também seus movimentos estão ligados a
uma dada simbolização, tudo dentro da esfera do representativo e do simbólico.
Para melhor compreensão de como poderá ser tratado o jogo de xadrez trabalhamos
aqui como se dá seu tratamento nos PCN`s e no Coletivo de Autores. Verificamos que existem
vários fatores que podemos levar em conta na aplicação do jogo de xadrez, todavia, existem
fatores que devem ser retirados da prática. Segundo Rodrigues (2002), os parâmetros
curriculares nacionais tem sua origem na necessidade de políticas educacionais e no
desenvolvimento neoliberal. Sobre isso a autora mostra:
De acordo com Rodrigues (2002), a educação física é inserida dentro dos parâmetros
curriculares nacionais do Ensino Fundamental 5ª a 8ª séries com propostas pedagógicas,
entretanto, não considera a cultura corporal, o trabalho metodológico está no sentido de
aspectos conceituais, atitudinais e procedimentais.
No ensino médio os PCN´s são descritos na educação física como caráter produtor de
cultura e de entendimento do ser humano como consta no PCN (BRASIL, 1999, p. 156). Na
qual descreve: A Educação Física precisa buscar sua identidade como área de estudo fundamental para a
compreensão e entendimento do ser humano, enquanto produtor de cultura.
Neste sentido, verificamos que a educação física como proposto no ensino médio tem
o caráter reprodutivo e vago sobre a cultura corporal na educação física. Pautado em modelos
neoliberais da educação e embasados no sistema econômico e banco mundial, sem sentido
para a classe trabalhadora e para uma educação que queira emancipação dos indivíduos.
Propomos então uma cultura voltada para a obtenção conhecimentos relevante para a
sociedade brasileira, que entenda as necessidades de cada região e se proponha a melhorá-las
e compreende-las profundamente.
Cultura essa que perpassa não apenas na compreensão do ser humano, mas,
sobretudo, pela transformação da sociedade do capital, e para isso acontecer não basta apenas
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Conforme Brasil (1999), a educação física dentro dos PCN`s objetiva seu papel
neoliberal demostrado nas competências e habilidades a desenvolver na educação física, onde
apesar deste caráter liberal, temos a autonomia para desenvolver temas diversos da cultura
corporal, tais como os jogos, linguagem da cultura corporal e importante para o
desenvolvimento dos alunos de Ensino Médio.
Todavia, verificamos que o jogo do xadrez não vem sendo trabalhado como fator
colocado na última competência da Educação Física no ensino médio, tendo como objetivo
discutir e modificar as regras, estabelecendo uma melhor compreensão de sua história e de sua
cultura construída por séculos até chegar aos dias atuais. Possibilitando assim, a compreensão
crítica dos conteúdos que são históricos e que estão dentro de uma determinada cultura, que
chamamos na Educação Física de cultura corporal.
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Segundo Rodrigues (2002), a proposta para a educação física encontrada nos PCN`s
tem objetivo de elaborar uma proposta centrada na “cultura corporal do movimento” uma
espécie de junção da cultura do movimento de Elenor Kunz e cultura corporal do Coletivo de
Autores, com a junção dessas duas abordagens causou-se uma confusão na explicação das
abordagens no documento PCN`s.
De acordo com Rodrigues (2002), os PCN`s da Educação Física tem como proposta
na cultura corporal do movimento:
Com essa proposta, Chauí (1978 apud RODRIGUES, 2002; p.140-142), mostra que os
PCN`s dentro do contexto proposto desconsideram a categoria de conflito e não mostram a
existência da luta de classes da sociedade capitalista, não configurando a realidade social dos
indivíduos, principalmente, da escola pública. Quando trata de assuntos das teorias críticas
(Consumismo, Mídia, Indústria Cultural, Exclusão nas Aulas) são abordadas de forma
superficial e sem sentido de transformação ou mesmo compreensão desses temas, não
possibilitando o olhar acerca das desigualdades sociais e econômicas entre classes, repassando
o processo de globalização e o modelo neoliberal a qual o Brasil adotou. Segundo Rodrigues
(2002, p.142), a Educação Física no sentido da cultura corporal se justifica através da seguinte
fala:
o aluno por meio dos conteúdos históricos levados de forma lúdica e prazerosa, sendo que no
fim o aluno consiga não apenas compreender a história, mas interpretar, comparar intervir e
transformar a realidade a qual vive.
Os jogos podem ter uma flexibilidade maior nas regulamentações, que são
adaptadas em função das condições de espaço e material disponíveis, do
n ̇mero de participantes, entre outros. São exercidos com um caráter
competitivo, cooperativo ou recreativo em situações festivas, comemorativas,
de confraternização ou ainda no cotidiano, como simples passatempo e
diversão. Assim, incluem-se entre os jogos as brincadeiras regionais, os
jogos de salão, de mesa, de tabuleiro, de rua e as brincadeiras infantis de
modo geral. (PCN,1998,p.70)
Para o Coletivo de Autores (1992), o jogo pode ser interpretado de diferentes
significados em diferentes línguas. O jogo é uma invenção do homem que passa pelo
intencional e curioso que tem por fim modificar a realidade e o presente. Sobre os jogos o
Coletivo de Autores (1992, p.65), retrata:
Num programa de jogos para diversas séries, é importante que os conteúdos
dos mesmos sejam selecionados, considerando a memória lúdica da
comunidade em que o aluno vive e oferecendo-lhe ainda conhecimento dos
jogos das diversas regiões brasileiras e de outros países (COLETIVO DE
AUTORES, 1992, p.65).
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Neste sentido, o ensino do xadrez nesta perspectiva perpassa por uma leitura da
realidade e essa realidade é tratada como meio de superação oferecida pelos jogos. O xadrez
por ser jogo conhecido mundialmente e que vem sendo implantado em escolas pode seguir o
papel de transformação através dos conhecimentos produzidos historicamente e pela
ludicidade encontrada no mesmo, uma vez que, ao jogar acontece à atividade lúdica, a criança
ou adolescente diverte-se e produz conhecimento com as especificidades do jogo do xadrez.
O xadrez pode ter a sua origem contada por meio de algumas lendas, a principal é a
lenda do Sissa, a partir da versão de Cardo (1994), que descreve a mesma. Segundo o que
conta a lenda houve uma batalha de grandes dimensões entre duas nações e nessa batalha
todos os soldados foram mortos e a guerra continuava, a fim de acabar com a guerra e para
que a mesma nunca mais se repetisse os Reis resolveram recompensar quem trouxesse uma
representação da batalha.
Segundo o mito de Sissa, apresentou as rainhas ao Rei e as chamou de damas, para ele
eram as estrelas do céu e sua luz permitiam movimentos em todas as direções e grandes
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Em último trouxe os soldados reais, chamando-os de peões, para Sissa eles eram em
maior número do exército e foram para o combate sempre a pé e por isso se movimentavam
lentamente, em um quadrado por vez. Os soldados eram símbolos de coragem e lealdade ao
Rei, nunca recuavam na batalha, sempre seguiam, por isso não possuem movimento para trás,
devidos serem os mais vulneráveis no conflito e pelo número grande de baixa entre os peões
que alcançassem a última defesa inimiga, receberia uma promoção e se transformaria em um
cavaleiro real; podendo ser substituído por qualquer outra peça menos o próprio Rei.
Sissa ensinou ainda, que cada peça deveria atacar e defender-se conforme o
movimento específico de cada uma. Ao enfrentar o inimigo em seu caminho e aprisioná-lo,
poderá então ocupar o seu lugar no tabuleiro. Para o peão, entretanto, devido ao pequeno
alcance de sua arma, só poderá capturar o adversário diagonalmente, uma vez que somente até
ali é o alcance do golpe de sua arma. A organização do tabuleiro fica definido assim: o rei
branco no quadrado preto e o rei preto no quadrado branco no centro das primeiras fileiras,
pois lutarão para tomar os poderes do adversário. As damas sempre ao lado dos reis, dama
preta na casa preta, e dama branca na casa branca. Ao lado do rei e da rainha, ficam os bispos,
pois são os conselheiros reais. Em seguida, ao lado dos bispos os cavalos, e nas pontas,
diametralmente opostas as duas torres. No “front”, ou seja, na segunda fileira, os peões, que
protegerão toda a guarnição e comitiva real. Sissa então mostrou que o jogo de xadrez, por ele
criado, poderia ser jogado por diferentes pessoas e com diferentes estilos, de acordo com a
personalidade de cada um. Ensinou ainda, que no jogo de xadrez é possível ainda, através de
sua prática, tirar vantagens de nossas próprias forças e a superação de nossas fraquezas.
seria que todos pudessem praticar o jogo de xadrez, tentando aprender e guardar seus valores
e significados. Embora Sissa afirmasse que realmente era esse seu único desejo, os reis
achando que aquele pedido era muito pouco, insistiram para que ele pedisse riquezas maiores
e afirmavam ainda que juntos tinham tantas riquezas, que eram capazes de construir uma
castelo todo de pedras de ouro se assim o quisessem. Diante de tamanha insistência e
persuasão, Sissa então refez seu pedido para que eles colocassem uma moeda de ouro na
primeira casa do tabuleiro, duas para a segunda, quatro na terceira casa, oito na quarta casa, e
assim sucessivamete, até que se completasse todas as 64 casas do tabuleiro.
Os reis então aceitaram a proposta e ordenaram aos seus súditos que realizassem o tal
pedido de Sissa. Os matemáticos e sábios da corte começaram então a realizar os cáculos para
a contagem das moedas de Sissa, porém, ao se completar a décima casa do tabuleiro,
observaram que já alcançava a enorme quantidade de 1024 moedas e ao continuarem os
cáculos viram que para se completar todo o tabuleiro em uma progressão geométria como
exigiu Sissa, seriam necessárias 264-1 moedas ou seja 18.446.744.073.709.551.615!
Outra lenda é observada por Loureiro (2006), o qual traz o início do xadrez
relacionado ao General Xin Han, nascido em 227 A.C. Esse general era conhecido por não
perder nenhuma guerra, além disso escreveu uma obra chamada “Arte da Guerra” que não foi
preservada, sobre a origem xadrez ligada a esse General de Guerra, Lourenço aborda:
Segundo Milas Júnior E Gilberto (2001), o jogo de xadrez está escondido em lendas e
histórias a respeito de sua origem, através de descobertas arqueológicas foram vistas na Índia
um jogo semelhante ao atual xadrez, o nome do jogo era “Shaturanga” que é considerado o
precursor do xadrez. O shaturanga era disputado por 4 jogadores, as casas eram sem cores e
utilizavam de dados, com o tempo foi sendo modificado até chegar a versão do jogo atual.
Ainda segundo Milas Júnior e Gilberto (2001), o xadrez com o tempo foi difundido
pelos Árabes no norte da África e Sul e da Europa. Quando o xadrez chegou aos países
europeus banhados pelo mediterrâneo, Portugal, Espanha França e Itália sofreram
modificações em suas regras. A partir desse momento houve torneios que marcaram a história
do xadrez, entre eles está o “Torneio de Londres de 1851” que foi realizado durante a
“Exposição internacional das artes e indústria”.
Segundo Sá (1997), a origem do xadrez não é exata, uma das lendas diz respeito ao
herói grego Palamade como criador do xadrez, o qual foi utilizado com objetivo de distrair
guerreiros no cerco de Troiá, a lenda diz que Palamade era criativo e realizava várias
invenções. Porém, foi na Índia que as primeiras fontes arqueológicas foram encontradas e
legitimadas. No ano de 570 D.C nasceu o jogo dos quatro membros, onde 4 pessoas
participavam e cada jogador tinha 8 peças, sendo um ministro (mas tarde a rainha, e presente
no jogo a Dama), um cavalo, um elefante (hoje o Bispo), um navio (mais tarde carruagem,
nos dias atuais a Torre) e 4 soldados (Atualmente peões), que estava nos 4 cantos do tabuleiro,
o tabuleiro continha 64 casas de cores diferentes. As cores das peças eram: pretas, vermelhas,
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verdes e amarelas, os adversários jogavam entre si e o jogador definia a peça a ser jogada pelo
lançamento de dois dados. No lançamento dos dados se saísse o número 1 movia-se o soldado
ou o ministro, se saísse o número 2 era obrigado a movimentar o navio, no caso no número 3
movia-se o cavalo, e o 4 movia-se o elefante e se saísse o número 5 ou 6 eram representados
pelos números 1 ou 4.
Com o tempo o jogo indiano sofreu modificações, a primeira foi a retirada do dado, a
segunda foi a junção dos adversários da diagonal e a última substitui as alianças diagonais por
alianças lado a lado, mudança realizada devido ao nascimento da nação de estado em quebra
das sociedades tribais. O jogo é exportado para outros países devido às trocas comerciais e
culturais, para o leste onde foi chamado “Jogo do Elefante” (China) e Jogo do General
(Japão). No oeste foi chamado de jogo de Xadrez (Pérsia) onde alcançou imensa
popularidade, nessa região criou-se a nova peça “O Rei”.
Segundo Sá (1997), o xadrez foi difundido na Europa durante o século XI, e lá sofreu
modificação, o ministro foi trocado pela Rainha. Um dos motivos da modificação pode ser a
valorização da mulher durante período medieval e, também, metáfora do monarquismo que
dominava a sociedade. Durante a idade média era praticado principalmente pela aristocracia
europeia e era proibida entre os pobres, no século XIII a igreja católica proíbe a prática do
jogo devido as apostas em dinheiro, porém, as proibições não pararam o jogo, a ponto de os
nobres e religiosos praticarem o jogo.
Ainda de acordo com Sá (1997), “O esporte ciência” ajuda nas qualidades pessoais da
criança, dentro dos níveis afetivo e cognitivo. No xadrez encontramos a influência do não
medo de perder, ou mesmo não ter consequências de perda, outro aspecto importante é a
tomada de decisão, a análise do jogo e a realidade que leva a tomar decisões em situações
adversas.
31
Dentro das habilidades traduzidas por Sá (1997), verificamos que podemos trabalhar
com xadrez dentro da perspectiva crítica e de enfrentamento da realidade. Agora sabemos que
para trabalhar dentro de uma perspectiva crítica e com conteúdo da Abordagem Crítico
Superadora iniciaremos sempre pelo aspecto histórico do jogo que pode levar a compreensão
e análise crítica dos alunos.
Segundo Castro (1994), a arte da guerra, associada ao jogo de xadrez, explica-se por
diversos motivos. Primeiramente, a representação das peças como figuras simbólicas, o
cavalo, ou cavaleiro; as torres que simbolizam o poder militar, as armas de combate,
inclusive, sua movimentação assemelhando-se a de um canhão; os peões, soldados a pé, como
previam a origem indiana, a luta e o domínio territorial controlado e o alvo (Rei) a ser
atingido. Podemos tratar o jogo de xadrez como um jogo cultural, que em certos momentos
foi praticado pela cultura de elite e em no momento atual é praticado por diversas camadas
populares, inclusive no meio escolar.
O curta-metragem O Xadrez das Cores. Direção: Schivon. [s.l]: Portal Curta, 2004, é
uma das aquisições da cultura cinematográfica a qual o xadrez faz parte. O curta-metragem
mostra uma empregada negra que era ridicularizada por sua patroa e que sofre racismo, a
patroa usava o xadrez para mostrar a inferioridade da empregada doméstica, até que um dia a
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empregada começa a estudar o xadrez e suas jogadas e percebe que o pião pode virar uma
rainha, até que um dia propõe uma partida e nessa partida ela ganha e vê que a situação de
empregada não é determinada e que pode mudar seu destino, mostrando para sua patroa que
não é por ela ser negra que é inferior, no final a empregada começa o jogo com as peças
brancas, coisa que antes não acontecia.
Os assuntos tratados posteriormente são embasados em Milos E Gilberto (2001), a
primeira competição mundial ocorreu em Nova Iorque no ano de 1886, entre W. Steinitz e
Zukertort, que foi vencida pelo primeiro com título de 1º campeão Mundial da história. No
ano de 1924 foi criada a “FIDE” (Federação internacional des Échus). Ao longo do tempo os
torneios foram aperfeiçoados e criou-se um sistema matemático para avaliar a força dos
enxadristas, o “ELO”.
No Brasil existe a “CBX” (confederação Brasileira de Xadrez) e cada estado tem sua
federação. O xadrez é um jogo que representa uma batalha entre dois exércitos: Brancas e
Pretas. A partida é disputada entre dois jogadores, na maioria das vezes o iniciante da partida
é escolhido por sorteio. No jogo do xadrez a peça principal é o Rei que jamais pode ser
capturado e quando ele é capturado e recebe o xeque-mate a partida está terminada.
A dama é a peça mais poderosa do jogo, pois controla grande número de casas na
direção (horizontal, vertical, diagonal). A torre é a segunda peça mais forte do jogo e se
movimenta em linhas retas (horizontal e vertical).O bispo movimenta-se pelas diagonais e
sempre em casas de mesma cor. O cavalo faz uma trajetória em forma de “L”. O peão é
considerado uma pequena peça, porém cumprem missões importantes em todas as etapas do
jogo. (Seu movimento é para Frente).
Sobre o assunto podemos apontar que quando Marx e Engels (1998) abordam sobre a
divisão do homem contra o próprio homem dentro da sociedade capitalista, no objetivo de
garantir a hegemonia da burguesia, do trabalhador contra o próprio trabalhador. Uma das
maneiras encontradas de prevalecer o poder da classe dominante é colocar as classes
dominadas em guerra uma contra a outra. Sobre a concorrência entre os próprios operários
Marx e Engels (1998), trazem os desvelamentos no âmbito político ao dizerem:
Marx e Engels (1998) mostram com esses estudos que a divisão de classes impõe ao
trabalhador assalariado desvantagens e a exploração da classe dominante denominada
burguesia, sobre a qual detêm o poder da mercadoria e também do AIE (Aparelho Ideológico
do Estado) e ARE (Aparelho Repressivo do Estado), no sentido de impossibilitar qualquer
levante do proletariado, mais respectivamente à revolução socialista.
Por meio dos AIEs o sistema capitalista sobrevive enquanto classe dominante, e
também as desigualdades sociais. O importante a ser constatado é que o AIE não é puramente
ideológico, e não sendo puramente ideológico é possível inverter a ordem do sistema,
extinguindo a dominação das classes hegemônicas, assim como os AIE destruindo-os e
colocando uma sociedade sem divisão de classes e com o mínimo de desigualdades possíveis.
diretamente por essa exclusão e dominação. O jogo xadrez por ser uma representação
simbólica de autoridades e instituições; dentro desta proposta do AEI, temos temas
importantes que podem ser abordados, tais como: a mídia, autoridade, religião, violência,
exclusão social, desigualdades sociais e econômicas, democracia etc.
O xadrez em sua perspectiva histórica possibilita a verificação das mudanças sociais a
qual a sociedade passou isso por meio de sua história e representação simbólica, uma vez que,
sua história passa desde tempos feudais até ao sistema capitalista neoliberal atual. Percebendo
que o jogo é dotado de representações ideológicas contidas dentro do AIE e ARE , estes
estudo mostra que os aparelhos ideológicos são impedimentos para a imersão da classe
trabalhadora sobre a classe dominante detentora destes poderes.
Ainda segundo Althusser (1970), a classe trabalhadora somente vai deter o poder
político após obter a hegemonia sobre e nos Aparelhos Ideológicos do Estado os quais devem
ser modificados para o lado do proletariado. Umas das contribuições de Marx e Engels (1998)
foi o estudo das classes e modos de produção da classe dominante. Althusser (1970) mostra
que a escola e as instituições do Estado ensinam saberes práticos, mas em moldes que garantia
à sujeição a ideologia dominante, e assim mantém a relação trabalhadora (proletariado) e
burguesia (detentora do capital). A escola segundo o autor reproduz essa dominação por meio
de suas regras e saberes, ou mesmo pela divisão de saberes (Ensino fundamental, Ensino
Médio, Ensino superior etc...) todos indicando conhecimentos ligados ao mundo do trabalho e
para a divisão de classes e de funções.
Na atualidade o capitalismo se acirrou de forma ainda mais perversa, pois a ideologia
age de forma a nos tornar eternamente insatisfeitos, vivemos num tempo de insatisfação
permanente que nos torna muito vulneráveis em todos os campos (políticos, educacionais
etc...). A pior ideologia é aquela que não é imposta, mas sim, aquela que é disfarçada de
direito, pois essa não conseguimos nos defender e ela se torna norma ou naturalização social
apagando toda e qualquer mudança necessária no campo de atuação.
A escola é totalmente burocratizada no sentido de impedir a imersão da classe
trabalhadora e manter a classe dominante no poder, bem como seu status de poder na
sociedade. A escola é considerada o maior AIE por desempenhar o papel de organização da
classe dominante e pela exclusão que essa escola oferece. Na idade aproximada dos 16 anos,
grande parte de seus estudantes são obrigados a entrarem na produção devida suas
necessidades de sobrevivência e se tornam operários ou camponeses e outra parte (classe
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média ou burguesa) segue seus estudos e se tornam pequenos burgueses conferindo assim
continuidade da sociedade de classes. Verificamos que a ideologia é considerada uma forma
ilusória para a dominação, para o proletariado conquistar o poder é necessário extinguir o
aparelho de estado Burguês e substituir por um totalmente diferente. Esse novo modelo de
sociedade só poderá ser conquistado através da quebra desse modelo de sociedade capitalista,
bem como esse modelo de escola organizado a favorecer as divisões de classes e manter a
burocracia da sociedade capitalista.
37
Foi criado dessa forma o método desportivo generalizado, o qual incorpora os jogos
no sentido lúdico e recreativo e assim levar os alunos também ao conhecimento do esporte. O
esporte dessa época era um meio e não um fim, o esporte foi escolhido devido seu papel
competitivo, capacidade de raciocínio e aprimoramento físico.
Na década de 1969 a 1979 estava em um contexto de ditadura militar e a educação
física era utilizada pelo estado como forma de controle e manipulação da população. As
escolas foram definitivamente esportivizadas e o esporte era um fim e não um meio na
educação, a aptidão física entra neste contexto com propósito de levar o indivíduo à melhoria
da aptidão física. Este estilo de aptidão física e esporte de alto rendimento era altamente
excludente, uma vez que, se utilizava a seleção dos mais habilidosos tecnicamente e
fisicamente. A esportivização da escola tinha como objetivo colocar o espírito de competição
e amor à pátria.
A partir da década de 1980 a Educação Física sofre influências de áreas com
sociologia, psicologia, filosofia, áreas humanas as quais possibilitaram criação de teorias
críticas para o ensino. A maioria voltada para as classes sociais, e a favor das classes menos
favorecidas, e da democratização do ensino, entre essas tendências encontramos a Abordagem
Critico Superadora a qual se origina da Pedagogia Histórico Crítica abordando que devemos
ensinar conteúdos de acordo com as necessidades sociais, no qual o conhecimento deve ser
adquirido no sentido de refletir sobre seu fazer prático do cotidiano, esse por sua vez contido
no processo histórico de transformação do mundo e da sociedade.
Neste contexto que em 1992 surge à abordagem Crítico Superadora, que tem como
foco a cultura corporal, essa teoria coloca os jogos como um dos conteúdos a ser ensinado nas
aulas de educação Física. O xadrez que antes era praticado fora das aulas de educação física,
agora passa também a ser conteúdo prático nas aulas de educação Física.
região e pode ser modificada de acordo com a realidade a qual o indivíduo está inserido. No
ensino do xadrez este contexto deve ser levado em conta, uma vez que quanto mais próximo
da realidade da comunidade local, melhor será a aproximação com o aluno.
De acordo com Soares (1994 apud CBCE 1997), os PCN`s da educação Física são
elaborados com intuito de reflexão curricular disponível para estados e municípios, o qual,
encontra-se objetivos, conteúdos para professores. O documento muitas vezes chega a
escrever como dar aulas, além disso, elabora uma única abordagem, e tratando a educação
física como repertório motor e de aprendizagem motora, esquecendo-se das diversas
abordagens de conhecimento realizadas no decorrer da história da educação física.
Ainda segundo Soares (1994 apud CBCE 1997), quando se trata da diferença entre
Jogos e esportes os PCN`s trazem um conceito sem significado e clareza, não especificando o
que seria a cultura desses jogos, sendo que a nosso ver essa diferenciação de cultura popular e
erudita não existe especificamente; uma vez que, o que existe é cultura e um grupo que por
meio da dominação tem sua cultura mais valorizada que outras camadas sociais.
Segundo Soares (1994 apud CBCE 1997), isso surgiu no ensino fundamental devido
aos aumentos dos índices de evasão escolar, repetência, tempo de permanência de alunos na
escola etc. A repetência, exclusão dos alunos segundo PCN`s está relacionada a baixa
qualificação dos professores e aos métodos de ensino. O conhecimento trazido pelos PCN`s
apresenta no âmbito histórico da escola questões abordadas na formação da “cidadania” e que
esse conhecimento a ser levado a escola seja fundamentado em parâmetros com objetivos
gerais e por ciclos, conteúdos, orientações didáticas e avaliação.
hegemônica neoliberal dos grupos dominantes são colocadas como referência nos PCN`s, e
além disso não são considerados a diversidade cultural, as diferenças, os conflitos de classes,
hierarquização étnica, de gênero, de classes, como objetivos centrais, isso se da a falta de
contextualização e a generalização.
A LDB segundo Brito (1994, apud CBCE, 1994), com enfoque na educação física tem
objetivo de desenvolvimento do educando inserindo-o na sociedade, exercendo seu papel de
cidadão, fornecendo meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. A educação
física tem o papel importante com as atividades lúdicas, na vivência e convivência dos
educandos. Segundo a LDB artigo 38ª a educação física possui os seguintes objetivos no
ensino médio:
educação física, isso mostra bem claro que a aptidão física ainda está presente na escola, e
amparada pela LDB. Entretanto, a não obrigatoriedade da Educação Física no ensino médio
mostra a relação com a aptidão física, essa que hegemonicamente ainda vem sendo base para
muitos professores de Educação Física escolar no Brasil.
Sobre a Educação Física como componente curricular a Lei nº 9.394/96 dispõe para a
Educação Básica:
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma
base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de
ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada,
exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da
cultura, da economia e da clientela.(...)
§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola,
é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua
prática facultativa ao aluno:
(Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;
(Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
1º.12.2003)
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em
situação similar, estiver obrigado à prática da educação física;
(Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de
1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de
1º.12.2003)(LDB, art.26ª, 1996).
4.1- METODOLOGIA
em apenas ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar,
é utilizado na pesquisa de campo e considerado de caráter antropológico.
A observação utilizada no trabalho consistiu na observação livre, que segundo Triviños
(2007), deve ter presente alguns aspectos, o primeiro relacionado à amostragem de tempo, e o
segundo anotações de campo. A amostragem de tempo pode ser realizada durante um mês,
meses, anos, trata-se da escolha dos dias e hora da jornada de estudo ou trabalho dos
indivíduos pesquisados. A observação livre leva em conta a relevância do sujeito, é utilizado
anotações de campo, as quais são compostas por observações e reflexões sobre expressões
verbais e ações do sujeito, descrevendo-as e fazendo comentários críticos sobre as mesmas.
Para o trabalho foi observada uma aula semanal, durante dois meses, essas aulas foram
realizadas durante a oficina extracurricular nas aulas de matemática que foram ministradas
nas segundas-feiras, de acordo com o a disponibilidade da escola, e também da professora de
matemática que se dispôs a ceder suas aulas para a realização da oficina de xadrez. A
observação livre foi realizada em todas as aulas com objetivo de obtenção do máximo de
dados da realidade; as anotações foram colocadas em um diário de bordo anexado a
observação de cada aula.
Segundo Triviños (2007) as anotações de campo podem ser de natureza descritiva
(exige esforço, informações sobre a teoria que orienta o trabalho e tem objetivos de máximo
de fidelidade na descrição). Ainda segundo Triviños outro fator encontrado na observação
livre e anotações de campo de natureza reflexiva, deve-se a esta partir do pressuposto que
cada fato, cada atitude cada comportamento são importantes. O pesquisador deve fazer
anotações de natureza metodológica e observação sobre o referencial teórico (se os
fenômenos se confirmam de acordo com o referencial teórico, ou se é necessário aprofundar
aspectos da teoria).
Para a pesquisa no começo pensávamos em realizar o estudo de caso, entretanto,
observamos a necessidade de obtenção prática que possibilite a análise de campo mais
profunda e que mude o contexto do ambiente pesquisado. Para isso, colocamos desde início a
aplicação da metodologia de trabalho da pesquisa ação, contudo, devido à burocracia da
escola e número pequeno de aulas, apenas três em turmas sequências observadas; alteramos
para pesquisa participante, cuja qual estava mais adequada com o trabalho devido às
alterações e intervenções ocorridas.
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Nosso esforço aqui deverá caracterizar-se pelo rigor metodológico, dentro da ótica
das ciências sociais. Sem desviar do aspecto participativo, precisamos indagar na
devida profundidade, pelo aspecto de investigação científica. Assim, acompanha-
nos sempre a pergunta, até que ponto o tratamento teórico e prático da realidade
social está sendo levado em frente pela pesquisa participante. Já estamos cansados
de modismos. Nenhum entusiasmo pode substituir sua devida fundamentação. Por
outro lado, a ciência nem de longe dá o que promete. Mais que venerá-la, é mister
desmascará-la. (DEMO, 1982.p.4)
a) A PP é um gênero de pesquisa; como tal não substitui os outros, por mais que possa apontar
defeitos neles e que certamente existem.
b) Os outros gêneros de pesquisa, pesquisa teórica (PT), pesquisa metodológica (PM) e pesquisa
(PE) têm sua razão de ser; de modo geral são complementares, distinguindo-se por alguma
acentuação específica no plano do conhecimento e da intervenção na realidade; é incorreto
considerá-los excludentes ou inferiores.
c) A PP acentua o lado da prática, mas só tem a perder se não ostentar base teórica, amadurecimento
metodológico e uso conveniente de testes experimentais. Também tem seus defeitos, no sentido de
recair facilmente no ativismo, no dogmatismo, no partidarismo, e assim por diante.
d) Não obstante, é uma forma válida de descobrir e manipular a realidade. O compromisso ostensivo
com determinada ideologia pode também ser uma via de controle i Geológico, pelo menos no sentido
de que é mais fácil controlar o jogo aberto. Assim, ê possível preservar o lado da pesquisa, não só
porque a prática é componente constituinte do processo de conhecimento, mas igualmente porque o
processo participativo admite, sem duvida, fundamentação científica.
e) Todavia, não é qualquer processo participativo que merece o nome de PP. A pesquisa pode ser um
instrumento relevante de processos participativos, mas não é condição absoluta. Mesmo que
pudéssemos mostrar que todo processo participativo traz alguma descoberta da realidade, pesquisa é
muito mais que isto. E vale o reverso: nem, toda pesquisa precisa acarretar participação, no sentido
ideológico-político. Haverá momentos em que o distanciamento ideológico (não sua eliminação) ate
por razões políticas, seja desejável, com vistas a uma intervenção mais fundamentada na realidade.
f) Não se há de responder a um erro, com o erro oposto. Assim, aos excessos da PE, que facilmente:
Conota medíocre e superficial, não responderemos com a banalização da PP, muitas vezes um
péssimo subterfúgio para pesquisadores mal formados, sem base teórica e metodológica, e sem
condições de conduzir o mínimo teste empírico.
g) O mérito da PP não está só em recolocar o âmbito da prática, mas também de trazer os ventos da
alternativa na esfera das ciências sociais. Isto já vale muito a pena.
Segundo (Schmidt, 2006), a pesquisa praticante pode ser voltada para os problemas de
ajustamento de populações marginais, para a resolução de conflitos no trabalho ou em
situações de tensão interpessoal, implicando na intervenção concreta na realidade, que visam
à ação transformadora de coletivos. Neste sentido ao realizarmos a pesquisa participante
colocamos todos os problemas encontrados pelos indivíduos inseridos no processo, e a partir
destes problemas procuramos soluções plausíveis por meio do diálogo e da teoria que alicerça
a prática pedagógica.
Na escola por meio das observações de aula realizamos as anotações e procuramos
por meio dessas anotações a mudança da realidade e a proposta da próxima aula, realizando
assim um verdadeiro trabalho educativo. De acordo com Michel Thiollent (1999), podemos
distinguir entre pesquisa participante e pesquisa-ação, valendo-se desta identificação da
pesquisa participante como o modelo observado nas experiências inaugurais da investigação
antropológica e etnográfica.
51
Assim, se, por um lado, a pesquisa- ação constitui-se num tipo de pesquisa
participante porque, em alguma medida, se serve da observação participante
“associada à ação cultural, educacional, organizacional, política ou outra”, por
outro, dela se separa quando focaliza “a ação planejada, de uma intervenção com
mudanças dentro da situação investigada”, priorizando a participação do polo
pesquisado (Thiollent, 1999, pp. 83-84).
Segundo Auad (2006), as relações entre homens e mulheres são relações de poder,
consistindo em relações históricas e depende de contextos diferentes e em distintas épocas,
que podem ser transformados e ressignificados.
Neste sentido o xadrez em determinadas épocas demonstrava o papel da mulher
prevalecida na sociedade e através destes aspectos relacionados ao Gênero que são atribuídos
devido a momentos históricos, formou-se alterações nas regras do jogo. Demostrando que o
jogo seguiu alterações nos aspectos políticos, econômicos, modelo de sociedade, religiosos
etc.; entre eles como conta Sá (1997), refere-se à troca do Ministro pela Rainha, devido à
valorização da mulher durante determinado período da história, difundido pelo monarquismo
e Idade Média.
Segundo Sá (1997), o xadrez foi difundido na Europa durante o século XI, e lá sofreu
modificação, o ministro foi trocado pela Rainha. Um dos motivos da modificação pode ser a
valorização da mulher durante período medieval, e também metáfora do monarquismo que
dominava a sociedade. Durante a idade média era praticado, principalmente, pela aristocracia
europeia e era proibida entre os pobres, no século XIII a igreja católica proíbe a prática do
jogo devido às apostas em dinheiro, porém, as proibições não pararam o jogo, a ponto de os
nobres e religiosos praticarem o mesmo.
não como sexo biologicamente inferior e sim de igualdade com o homem, fato este
demonstrado na fala de um aluno: Nos dias atuais a mulher faz a mesma coisa que o homem,
trabalha e cuida da casa. Foi discutido assim, o papel das mulheres na sociedade; onde
mulheres fazem mesmas atividades do homem em diversos campos, sejam políticos,
econômicos, relatando a importância no tratamento da igualdade entre as pessoas de gêneros e
sexos diferentes.
A palavra lúdica tem origem do latim ludos que significa jogos e divertimento, e de
acordo com Caillois (1986), abrange atividades que não estão ligadas a obrigações e
subordinações ou mesmo de qualquer intencionalidade ou vontade alheia.
De acordo com Brouguare (1998) em cada cultura temos jogos, a interpretação das
manifestações dos jogos, é o que vai designar se consideramos o jogo lúdico ou não. E está
ligada a cultura que determina os sentidos e significados. Segundo Negrine (2000) a
capacidade lúdica está relacionada à história da vida, e trata-se de um estado de espírito e que
é adquirido seguindo de acordo com seu modo de vida.
De acordo com Kishimoto (1992), a ludicidade através do jogo propicia a diversão e o
prazer, o jogo é escolhido livremente possibilitando à criança a vivência de sua autonomia e
ainda permite o complemento dos conhecimentos adquiridos pelos participantes da ação do
jogar e do brincar, pois através do jogo pode-se referenciar ou melhorar as informações e as
habilidades muitas vezes pouco desenvolvidas através de ações técnicas e funcionalistas.
Neste sentido o xadrez trabalhado de forma lúdica e crítica, ajuda a melhoraria das
informações e habilidades, uma vez que nas matérias da escola temos um formalismo
extremista, cheio de técnicas e funcionalidades. Quando apresentamos o xadrez com temas
transversais e de forma lúdica o aluno apropria-se melhor das informações passadas através
do conhecimento técnico e funcional.
No dia 18/03/2014 foi à primeira aula ministrada para as turmas do 1ª ano A, 1ª Ano B,
e 1ª C, os alunos se mostraram motivados para realizarem as atividades, o conteúdo
trabalhado na aula foi à lenda do xadrez e os movimentos das peças através da lenda. Através
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Neste dia sobre a apresentação da lenda do xadrez, nenhum aluno tinha conhecimento
da Lenda de Sissa, que é considerada a principal lenda do xadrez, os alunos ficaram surpresos
com a lenda e sua forma de organização cujo qual perpassa pelo modelo de representação
simbólica da sociedade antiga, até representação dessa sociedade atual e também pelo fato da
matemática estar envolvida nos grãos de arroz encontrado na lenda do xadrez, representando
cálculo de progressão geométrico tão utilizado nos dias atuais.
Dessa forma um conteúdo que seria extremamente chato e exaustivo, como por
exemplo: questão da divisão de classes na sociedade, discutindo este mesmo conteúdo através
da história do xadrez, torna-se um conteúdo chamativo e diferenciado das aulas de sociologia
por exemplo. Ou mesmo, a discussão da questão do racismo realizada através de um vídeo
que retrata preconceito do xadrez, ou através do conto da lenda do xadrez, onde temos
aspectos relacionados ao racismo e a divisão de gêneros contados por meio da lenda cheia de
surpresas e contos.
De acordo com Neves (2006), o lúdico apresenta valores específicos para todas as
fases da vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade é essencialmente
pedagógica. A criança e mesmo o jovem opõe uma resistência à escola e ao ensino, porque
acima de tudo ela “a escola” não é lúdica, não é prazerosa. Com isto, o processo de ensino
aprendizagem é defasado de tal forma que professor tenta de diversos jeitos e com diferentes
métodos de ensino, trazer a criança ou adolescente para ambiente de aprendizagem efetiva,
entretanto, para que isso aconteça é necessário apresentar atividades lúdicas que proporcione
prazer pelo ensino e conhecimento.
Neste sentido o jogo de xadrez e outros jogos têm o papel de aprendizagem através do
lúdico, uma vez que a criança ou o jovem sai da rotina da escola, a qual se tem uma
resistência ao modelo de ensino tradicional e entra no mundo lúdico. Com isto a criança ou o
jovem brinca ao mesmo tempo aprende com conteúdos históricos encontrados nos jogo e
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Ao mesmo tempo em que aluno joga também aprende, para isso a autor acima
relaciona a importância da interação, no xadrez o lúdico essa interação aconteceu através do
conto da lenda de xadrez “SISSA” que conta a história do xadrez e ao mesmo tempo
demonstra o papel de cada peça na época, a movimentação de cada peça e também regras do
jogo.
De acordo com Munaga (2005), nos dias atuais o racismo apresenta um dos temas
mais complexos da atualidade, ainda de acordo com o ator em tempos primitivos até a idade
média, a discriminação baseava-se em diferenças políticas, religiosas e não com ênfase como
nos dias atuais a fatores biológicos e raciais.
Para Santos (1990), pode-se conceituar a palavra racismo da seguinte fala:
Racismo é a suposição de que há raças e, em seguida, a caracterização biogenética
de fenômenos puramente sociais e culturais. E também uma modalidade de
dominação ou, antes, uma maneira de justificar a dominação de um grupo sobre
outro, inspirada nas diferenças fenotípicas da nossa espécie. Ignorância e interesses
combinados, como se vê (SANTOS, 1990, p. 12).
Ainda de acordo com o autor, o racismo nos dias atuais está concretizado no nível da
consciência das pessoas e tornou-se maléfico, precisando ser combatido. Já de acordo com
Ruiz (1988), os negros são os principais sofredores de racismo no Brasil, fator este que se
deve a questão da escravidão em tempos passados ocorrida no Brasil que perpetuou por
décadas no país e infelizmente está imposta na sociedade até os dias de hoje, sobre isso o
autor fala:
De acordo com Munaga (2005) o racismo faz parte de um processo histórico desde
colonização brasileira, onde tínhamos o colonizador que era branco e colocava-se superior aos
negros, os quais eram escravizados pela chamada elite brancos, sobre isto o autor fala: O
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racismo não surgiu de uma hora para outra. Ele é fruto de um longo processo de amadurecimento, objetivando
usar a mão-de-obra barata através da exploração dos povos colonizados. (MUNAGA, 2005, p.42). A escola
deveria ser espaço para discussão e banalização da prática do racismo, este ambiente escolar
de aprendizagem e de formação para a cidadania, fortificou ainda mais este preconceito em
determinados períodos no Brasil. Na educação física, a descriminação racial ocorreu em
diversos períodos, principalmente, através das pedagogias tradicionais de ensino na educação
física. Sobre o racismo na escola e na sociedade em geral Munaga (2005) traz:
Neste aspecto tratamos o jogo de xadrez como um jogo cultural, que em certos
momentos foi praticado pela cultura de elite e em no momento atual é praticado por diversas
camadas populares, inclusive no meio escolar. Trabalhamos com xadrez dentro da perspectiva
crítica e de enfrentamento da realidade do racismo na atualidade, trazendo por meio de vídeo
a representação simbólica do racismo no tempo contemporâneo, onde ainda é marcante a
discriminação racial.
Para isso levamos na 3ª aula dia 11/05/2015 a curta metragem “O Xadrez das Cores”
(MARCO, 2004), o qual é uma das aquisições da cultura cinematográfica a qual o xadrez faz
parte. O curta-metragem mostra uma empregada domestica negra que era ridicularizada por
sua patroa e que sofre racismo, a patroa usava o xadrez para mostrar a inferioridade da
empregada doméstica, até que um dia a empregada começa a estudar o xadrez e suas jogadas
e percebe que o peão pode virar uma rainha, até que um dia propõe uma partida e nessa
partida ela ganha e vê que a situação de empregada não é determinada e que pode mudar seu
destino, mostrando para sua patroa que não é por ela ser negra que é inferior, no final a
empregada começa o jogo com as peças brancas, coisa que antes não acontecia.
No dia 06/04/2015 o racismo surgiu com indagação dos alunos que questionaram o
motivo das peças brancas sempre começarem o jogo, já havia sido colocado o fator do
racismo como era antes e como é nos dias atuais. Como forma de superar esta inquietação
durante os jogos, as peças pretas sempre começaram as jogadas, alterando assim a regra
oficial do xadrez em nome da igualdade social.
60
No dia 13/05/2015 a aula foi realizada para as turmas de 1ª ano B e C, neste dia
juntamos as duas turmas para a finalização da oficina do xadrez. Foi apresentado um vídeo
para discussão no final da aula. Alguns alunos colocaram suas opiniões, visualizaram o
racismo no xadrez, nas falas verificamos frases como: A sociedade é racista, o racismo existe
e sempre existiu no Brasil, falas que demonstraram a atenção e a criticidade destes alunos.
No dia 06/04/2014 na turma do segundo ano tinha uma aluna com deficiência (surdez
e mudez) que participou da oficina com a ajuda de uma interprete de libras, a aluna participou
efetivamente das atividades da aula e inclusive na hora do jogo propriamente dito, tirou-se as
dúvidas chamando o professor e perguntando através de sua interprete as dúvidas que fora
62
surgindo no decorrer do jogo, isso demostrou a importância do xadrez também para este tipo
de deficiência, e para a inclusão desses alunos na escola e nas aulas de educação física.
Dessa forma o xadrez constituiu nas aulas elemento importante de inclusão social dos
alunos com necessidades especiais, configurando assim uma ferramenta importante para a
organização dos conteúdos da educação física, para a inclusão desses alunos nas aulas. E que
pode ser trabalhado não somente na educação física, mas em diversas matérias que estejam
compromissadas a inserir estes alunos com atividades diversas, proporcionando
aprendizagem, cidadania e interação com os outros alunos.
Com isso o Estado tem como parte os procedimentos burocráticos, que tal como
sindicatos, empresas etc.; criam ritos organizações. Estes por sua vez formados por pessoas
que são grupos que sustentam a burocracia. A escola através de suas instituições maiores,
como o MEC (Ministério da Educação e Cultura), tem-se toda uma hierarquia até chegar ao
piso da escola, passando pelos estados, municípios etc.; compondo uma instituição capitalista.
De acordo com Silva e Maia (2013), as escolas são dirigidas pelos burocratas
(Diretores, Coordenadores, Chefes Disto, Chefes Daquilo etc.). Temos os trabalhadores
serviços gerais e os trabalhadores administrativos, onde encontramos as regras e regulamentos
determinados da maior forma burocrática possível.
Na escola pesquisada é nítida a burocracia, os programas são totalmente controlados, e
negligenciados, o descaso com as atividades é enorme. É mais nítido ainda quando a diretora
interviu na oficina em nome de um suposto aumento das aulas para obtenção de média maior
no IDEB (ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA), onde tivemos
que negociar a continuidade das oficinas com a diretora e coordenadora da Escola.
No dia 15/04/2015 fui impressionado por esta mudança de postura da coordenadora e
diretora da escola, que queria usar das oficinas de xadrez como depósito de aulas, colocando
turmas onde não havia professores, e também pela fala da professora que o Estado não quer
nenhum projeto na escola devido à necessidade de aumento da nota do IDEB, mostrando a
função burocrata do Estado, e a inversão do processo qualitativo, para um mero processo
quantitativo e neoliberal na educação pública.
Verificamos neste dia o descaso com projetos que colocam em discussão a própria
aprendizagem dos alunos e melhorias da qualidade na educação. Entre eles o descaso com o
xadrez, onde a escola e o Estado e alguns profissionais da educação não enxergam a
importância do xadrez na aprendizagem dos alunos, não somente na questão lógico-
matemática, raciocínio logico etc., tão cobrados nos exames que medem o IDEB.
A educação burocrática não visa à emancipação, este tipo de educação como visto na
escola pesquisada está voltada para o resultado e para processos meramente quantitativos,
atrapalhando o andamento de projetos que não estejam ligadas em disciplinas burocráticas
capitalista. Neste tipo de escola temos a divisão de trabalho, o qual fica altamente organizado,
e divisão de cargos e funções específicas, retirando assim quaisquer projetos de pessoas que
não estão relacionadas no plano de cargos e funções da escola, cargos estes estipulados pela
burocracia da escola capitalista.
ARE consiste inteiramente do domínio público, além disso, funcionam por meio da violência,
enquanto o AIE funciona por meio da ideologia.
O xadrez trabalhado dentro da concepção dos AIE principalmente na compreensão do
confronto do aparelho ideológico do Estado, das relações da sociedade, da possibilidade de
promoção por esforços na luta pela superação do sistema hegemônico. Além disso, mostra a
realidade posta para a escola pública, onde se concentra os filhos dos proletariados afetados
diretamente por essa exclusão e dominação. O jogo xadrez por ser uma representação
simbólica, de autoridades e instituições; dentro desta proposta do AEI, temas importantes
podem ser abordados, tais como temas relacionados à mídia, autoridade, religião, violência,
exclusão social, desigualdades sociais e econômicas, democracia etc.
O xadrez em sua perspectiva histórica possibilita a verificação das mudanças sociais a
qual a sociedade passou; isso por meio de sua história e representação simbólica, uma vez que
sua história passa desde tempos feudais até ao sistema capitalista neoliberal atual. Sendo que
o jogo é dotado de representações ideológicas contidas dentro do AIE e ARE que
impossibilitam a retirada ou da imersão da classe trabalhadora sobre a classe dominante
detentora dos Aparelhos ideológicos.
Segundo Althusser (1970) a escola e as instituições do Estado ensinam saberes
práticos, mas em moldes que garanta à sujeição a ideologia dominante e assim mantém a
relação trabalhador (Proletariado) e burguesia (Detentora do Capital). A escola segundo o
autor reproduz essa dominação por meio de suas regras e saberes, ou mesmo pela divisão de
saberes (Ensino fundamental, Ensino Médio, Ensino superior et...) todos indicando
conhecimentos ligados ao mundo do trabalho e para a divisão de classes e de funções.
Desde início das aulas ministradas na oficina de xadrez na escola, através do ensino
lúdico doa lenda do jogo de xadrez e pela história do jogo de xadrez, verificamos as
representações simbólicas da sociedade antes e as mudanças que ocorreram, até chegar à
representação simbólica verificada como nos dias atuais. Fator este encontrado em Sá (1997),
quando fala sobre as mudanças das peças do xadrez ano 570 D.C; momento este que confere
mudança das relações de poder na sociedade.
Segundo Sá (1997) a origem do xadrez não é exata, uma das lendas diz respeito ao
herói grego Palamade como criador do xadrez, o qual foi utilizado com objetivo de distrair
guerreiros no cerco de Troiá, a lenda diz que Palamade era criativo e realizava várias
invenções. Porém foi na índia que as primeiras fontes arqueológicas foram encontradas e
66
legitimadas, no ano de 570 D.C nasceu o jogo dos quatro membros, onde 4 pessoas
participavam e cada jogador tinha 8 peças, sendo um ministro (mais tarde a rainha, e presente
no jogo a Dama), um cavalo, um elefante (hoje o Bispo), um navio (mais tarde carruagem,
nos dias atuais a Torre) e 4 soldados (Atualmente peões), que estava nos 4 cantos do tabuleiro,
o tabuleiro continha 64 casas de cores diferentes. As corres das peças eram: pretas, vermelhas,
verdes, e amarelas, os adversários jogavam entre si e o jogador definia a peça a ser jogada
pelo lançamento de dois dados. No lançamento dos dados se saísse o número 1 movia-se o
soldado ou o ministro, se saísse o número 2 era obrigado a movimentar o navio, no caso no
número 3 movia-se o cavalo, e o 4 movia-se o elefante e se saísse o número 5 ou 6 eram
representados pelos números 1 ou 4.
Entre as mudanças esta a troca do Ministro pela Rainha, devido valorização da mulher
na sociedade, o navio pela carruagem e depois pela torre, devido à desvalorização da
mercantilização das rotas marítimas e valorização meios de transporte e guerra pela através da
terra. Relações de poder que foram alteradas de acordo com período da humanidade, que
alteraram drasticamente os movimentos e a organização do xadrez.
Sobre a mudança do Ministro pela Rainha e a atuação da igreja na sociedade Segundo
Sá (1997) mostra que o xadrez foi difundido na Europa durante o século XI e lá sofreu
modificação, o ministro foi trocado pela Rainha. Um dos motivos da modificação pode ser a
valorização da mulher durante período medieval, e também metáfora do monarquismo que
dominava a sociedade. Durante a idade média era praticado principalmente pela aristocracia
europeia e era proibida entre os pobres, no século XIII a igreja católica proíbe a prática do
jogo devido às apostas em dinheiro, porém as proibições não pararam o jogo, a ponto de os
nobres e religiosos praticarem o jogo.
As relações de poder afetaram e muito o xadrez no decorrer de sua expansão, entre
elas foi à proibição do jogo pela igreja católica, e a proibição entre os pobres, estas relações
de poder foram apresentada nas aulas de xadrez na escola. Colocadas como fator de relação
de poder de uma classe social em determinado período histórico sobre outra inferior, trazendo
assim a exclusão dos indivíduos, de gêneros, por meio da religiosidade e da dominação do
feudalismo período da idade média e da burguesia depois da revolução industrial.
Conforme discutido nas intervenções da oficina de xadrez na escola, a ideologia é
considerada uma forma ilusória para a dominação, para o proletariado tomar o poder é
necessário destruir o aparelho de estado Burguês e substituir por um totalmente diferente.
67
Fator este possível, visto que a ideologia não passa da dominação de um grupo sobre o outro.
Para isto acontecer devemos romper com as divisões de classes e com a burocracia da
sociedade de divisão de classes.
Ainda segundo Sá durante a idade média era praticado principalmente pela aristocracia
europeia e era proibido entre os pobres, fator este que representa a dominação de uma classe
social sobre outra, classe essa detentora do poder e das leis. Com isso foi colocado à divisão
de classes constatada no jogo de xadrez e feito um paralelo com os dias atuais, onde temos a
classe burguesa detentora do poder e classe proletária que é explorada pela por esta classe
burguesa.
O xadrez em sua perspectiva histórica possibilitou a verificação das mudanças sociais
a qual a sociedade passou isso por meio de sua história e representação simbólica, uma vez
que sua história passa desde tempos feudais até ao sistema capitalista neoliberal atual. Sendo
que o jogo é dotado de representações ideológicas contidas dentro do AIE (APARELHO
IDEOLÓGICO DO ESTADO) e ARE (APARELHO REPRESSIVO DO ESTADO) que
impossibilitam a retirada ou da imersão da classe trabalhadora sobre a classe dominante
detentora dos Aparelhos ideológicos.
Outra utilização da história do xadrez foi à mudança do dado, que antes era utilizado
para iniciar o jogo de xadrez. Com o tempo o jogo indiano sofreu modificações, a primeira foi
à retirada do dado, a segunda, junção dos adversários da diagonal e a última substitui as
alianças diagonais por alianças lado a lado, mudança realizada devido ao nascimento da nação
de estado em quebra das sociedades tribais, evidenciando nitidamente a quebras das
sociedades tribais e o nascimento do estado não, evidenciado pela burocracia e por leis
regidas por determinada classe, mais especificamente a burguesia.
O jogo quando foi introduzido no ocidente por rotas comerciais e guerras, era
considerado elitista e as camadas menos favorecidas não tinham acesso ao jogo. Demostrando
o caráter individualista das sociedades ocidentais e divisão de poder nesta mesma sociedade,
onde temos uma classe detentora do poder e as demais submissas e esta.
Podemos tratar o jogo de xadrez como um jogo cultural, que em certos momentos foi
praticado pela cultura de elite e em no momento atual é praticado por diversas camadas
populares, inclusive no meio escolar. Evidenciando assim, que é possível utilizar a história do
xadrez nas aulas de praticamente todas as matérias da escola de forma crítica e
contextualizada.
69
Neste sentido o ensino do xadrez nesta perspectiva perpassa por uma leitura da
realidade, e essa realidade é tratada como meio de superação oferecida pelos jogos. O xadrez
por ser jogo conhecido mundialmente e que vem sendo implantado em escolas pode seguir o
70
realidade dos alunos, para que estes possam aprender conteúdos relevantes, assimilando os
conteúdos com os dados da realidade e não apenas decorando e praticando naquele momento,
mas, sobretudo entendendo o significado para a sua vida.
Conforme citado acima, o xadrez não pode ser colocado dentro desta teoria como um
jogo qualquer, onde temos regras pré-determinadas e onde não levamos o seu histórico, suas
mudanças e seu contexto atual. O xadrez foi trabalhado de forma contextualizada com a
realidade e utilizando sua lenda, sua história, fatores de mudança que levaram suas regras, as
dominações ocorridas em certos momentos históricos, levando assim o significado daquele
jogo em diferentes momentos e contextualizando conteúdos relevantes para esses alunos, indo
além da prática tecnicista e mecanicista da educação física.
Segundo o Coletivo De Autores (1992), a Abordagem Crítico Superadora da Educação
Física visa à conscientização das pessoas diante das injustiças da divisão das classes sociais.
Os defensores dessa linha referem-se à elaboração de um projeto político pedagógico, o qual
tem a intenção de refletir sobre a ação dos homens na realidade através da educação.
Com o trabalho do xadrez na escola desde a primeira aula, colocaram-se fatores
relevantes das injustiças da divisão de classes sociais propagada pelo sistema capitalista.
Colocando uma reflexão sobre o papel de cada peça do xadrez, dentro da lenda e da história
do xadrez e da humanidade, encontrando o lugar e o papel de cada membro dessa sociedade
71
de classes; propondo por meio disso uma discussão crítica das situações de marginalidade e
de dominação de certos grupos hegemônicos sobre outros, chamados dominados.
Por meio das falas dos alunos, verificamos que os objetivos de conscientização desses
alunos sobre o papel de cada membro da sociedade capitalista, sobretudo, uma possível
transformação dessa sociedade foi alcançado. Entretanto para realizar uma transformação
sério necessária bem mais que três intervenções, um tempo delongado para reflexão profunda,
e ações abrangentes no sentido de quebrar a lógica do capital e da divisão de classes; fator
este que demandaria longa pesquisa ação.
O Coletivo de Autores (1992) mostra alguns princípios curriculares para auxiliar na
seleção dos conteúdos de ensino, a relevância social do conteúdo, o da contemporaneidade do
conteúdo, não se esquecendo do que é considerada clássica, a adequação às possibilidades
sócio cognitivas do aluno, a simultaneidade dos conteúdos enquanto dados da realidade e a
provisoriedade do conhecimento.
No xadrez dentro da Abordagem Crítico Superadora este conhecimento é levado
primeiramente no âmbito histórico, e partindo então do geral para o específico; ficando por
último, mas não deixando de serem trabalhadas as regras e estratégias do jogo. Apesar do
número pequeno de aulas, procuramos realizar a forma espiralada do conhecimento do
xadrez, partindo do Macro para o Micro, onde verificamos aspectos gerais da história do jogo,
das mudanças ocorridas em diferentes períodos históricos e características macros desses
períodos, partindo para o Micro do xadrez, sempre levando em conta a memória sócia
cognitiva dos alunos.
Os conteúdos trabalhados com os alunos da análise dos componentes que fazem parte
do xadrez através da historicidade das mudanças ocorridas em suas peças regras, cores e
design, relacionada, por exemplo, com mudanças em modelos políticos, sociais, econômicos e
religiosos (racismo, alienação, política, religião, preconceito, desigualdade social, machismo
etc...) podem levar a uma profunda reflexão, tomada de consciência e a uma possível
transformação por meio da síntese da realidade a qual o aluno vive.
De forma geral conforme mostrado neste tópico, verificamos que a Abordagem Crítico
Superadora e xadrez são aspectos importantes, o xadrez faz parte da cultura corporal e como
parte da cultura corporal pode ser trabalhado dentro da educação física. O xadrez proporciona
a tomada de consciência dos educandos sobre diversos temas importantes como citados no
72
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação física escolar tem seu papel importante na formação do cidadão crítico e
emancipado, para isto é necessário ações no campo teórico e prático. Desde a década de 1980
pensadores e estudiosos vem estudando a educação física e seu papel na escola. Como fator
determinado por esta tomada de consciência, verificamos o surgimento da teoria Histórico
Crítica e com o surgimento desta teoria baseada em Saviani e com um coletivo de autores
divulga a Abordagem Crítico Superadora dos Conteúdos, em que observamos uma tendência
voltada para as classes operárias e marginalizada da sociedade.
Este trabalho como parte desta continuidade de estudo sobre a educação física propõe
a utilização do jogo de xadrez dentro desta teoria crítica, não apenas com sentido que já é
impregnado nas escolas, baseado em questões do jogar por jogar, ou o jogar para alcançar
melhor raciocínio lógico matemático, memória, etc...; e sim, compreensão crítica por meio da
rica cultura escondida pela lenda, história e sua representação simbólica do xadrez na
sociedade.
Este estudo aponta o limite para trabalhar com xadrez no campo crítico e reflexivo,
uma vez que, a concepção de xadrez apenas como sentido de desenvolvimento do intelecto e
raciocínio ainda é hegemônico no campo da educação. Outro fator, que impossibilita está
prática é o modelo organizacional de escola que é verticalizada e burocratizada, impedindo a
concretização dos objetivos proposto neste trabalho.
Com este estudo observamos que a escola faz papel diferente do qual deveria fazer,
sobretudo, a escola pública; onde estudam os filhos dos proletariados. A escola com sua
burocracia impede o avanço da classe proletária, utilizando dos artifícios e pensamentos
neoliberais ligados a classe dominante e burguesa.
Apesar deste modelo de escola relacionada antes, verificamos o quanto é importante o
professor de educação física trabalhar com o ensino de xadrez dentro da perspectiva crítica da
educação, sobretudo, pelo fato do xadrez ser rico em conteúdos e “links” possibilitando a
compreensão do mundo e uma tomada de consciência, e até mesmo uma transformação da
realidade do educando.
Esta possibilidade de mudança foi verificada nas observações realizadas, e na
participação dos alunos, com temas importantes discutidos nas intervenções realizadas na
escola, tais como: Relação de gênero, racismo, alienação, desigualdades sociais, inclusão etc;
74
2
É um projeto de extensão em formação continuada de professores da rede pública de ensino, realizado na
ESEFFEGO-UEG, que visa a formação de professores de educação básica que atuam na área de educação física.
75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AUAD, D. Educar meninas e meninos: Relações de gênero na escola. São Paulo: Editora
Contexto, 2006.
BRASIL, Diário Oficial. Lei no. 9394/96. Brasília: Imprensa Nacional, nº. 248 .Dezembros
de 1996.
CASTRO, Celso. Uma história cultural do xadrez. Caderno de Teoria da Comunicação, Rio
de Janeiro, V.1, nº 2, p.3-12, 1994.
DEMO, P., 1985. Metodologia científica em ciências sociais. São Paulo, Atlas.
GORGATTI, M.G; COSTA, R. F. da. Atividade física adaptada: qualidade de vida para
pessoas com necessidades especiais. Barueri, SP: Manole, 2005.
HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 4. ed. São Paulo:
Perspectiva, 1996.
LUDKE, ANDRÉ. Pesquisa em educação: abordagem qualitativas. São Paulo; EPU, 1986.
MANTONAN,M.T.E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São
Paulo:Moderna,2003.(Col.cotidiano escolar) 95 p.
MOTTA, F.C.P. Organização & Poder: empresa, estado e escola. São Paulo: Atlas, 1990.
SANTOS, JOEL. F. A questão do negro na sala de aula. Coleção na Sala de Aula, 1990.
SAVIANI, D. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre
educação e política. 36. ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 2003
SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e realidade. v.20,
n.2, p.71-99. Porto Alegre, 1995.
SOARES,C. L. Educação Física: Raízes Europeias no Brasil. Ed.- Campinas, SP: Autores
Associados, 2007, 1994.
SILVA, J.S; MAIA,L.B. Classes, Estado e Sindicalismo. São Carlos: Pedro & João Editores,
2013. 142p.
YIN, R.K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
78
REFERENCIAS WEBIGRÁFICAS:
NUNES, ANA. R S. O lúdico na aquisição da segunda língua.[s.l]: [s. d.]. Disponível em:
http://www.linguaestrangeira.pro.br/artigos_papers/ludico_linguas.htm. Acesso no dia 16 de
fevereiro de 2006.
79
ANEXOS
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PLANO DE AULA 01
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
DISCENTES: MARLLOS DE SOUZA DUARTE
DATA: 18/03/2015 HORA: 07h00min às 09h30min DURAÇÃO DA AULA: 45 minutos
NOME DO CAMPO: Instituto Estadual de Goiás
TURMA: 1ª A, 1ªB e 1ªC Matutino.
PROFESSOR-ORIENTADOR: MS. Renato Coelho.
CONTEÚDO
Lenda do Xadrez
OBJETIVOS
Contatar na lenda do xadrez aspectos socioculturais, e aprendizagem básica técnica para desenvolver o jogo de xadrez.
METODOLOGIA
Nome das atividades Objetivos Descrição das atividades / Estratégia Recursos físicos e materiais
82
Metodológica
Apresentação do Apresentar a oficina e seus Será realizada a apresentação dos professores e Sala de aula, quadro, giz, jogos
cronograma e dos objetivos, e conhecer os dos alunos, logo após será falado como funcionara de xadrez, tabuleiro magnético,
professores e alunos. alunos. a oficina de xadrez. peças de isopor com desenhos.
Apresentação da lenda do Analisar por meio da lenda No Quadro e com auxílio de imagens desenhadas Sala de aula, quadro, giz, jogos
xadrez conteúdos sócios históricos em isopor para explicar a lenda surgimento do de xadrez, tabuleiro magnético,
de forma crítica e apresenta xadrez e contexto de cada peça do xadrez na peças de isopor com desenhos.
regras e movimentações do sociedade, bem como as questões como racismo e
jogo de xadrez. organização da sociedade atual.
Jogo do xadrez Praticar os movimentos Serão disponibilizados tabuleiros de xadrez em Sala de aula, peças de xadrez.,
apresentados na lenda do lona, com peças de xadrez para cada lona, sendo tabuleiro magnético
xadrez, realizando o jogo que serão formadas duplas que realizarão o jogo
amplo do xadrez. de xadrez como descrito na apresentação da lenda
do xadrez.
AVALIAÇÃO:
A avaliação será continua e processual de acordo com participação e desenvolvimento das atividades, para isso será realizado protocolo de observação
onde terá perguntas que contemple a avaliação e acompanhamento das atividades.
BIBLIOGRAFIA
CARDO. H. A História do Xadrez; trad. Pedro Bandeira – Rio de Janeiro: Salamandra, 1944/2000.
CASTRO, Celso. Uma história cultural do xadrez. Caderno de Teoria da Comunicação, Rio de Janeiro, V.1, nº 2, p.3-12, 1994.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo; Cortez, 1992.
VIGOTSKI, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
83
PLANO DE AULA 02
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
DISCENTES: MARLLOS DE SOUZA DUARTE
DATA: 06/04/2015 HORA: 7:00H as 9:30H DURAÇÃO DA AULA: 45 minutos
NOME DO CAMPO: Instituto Estadual de Goiás
TURMA: 2ª ano E Matutino.
PROFESSOR-ORIENTADOR: Renato Coelho.
CONTEÚDO
História do Xadrez
OBJETIVOS
Contatar na lenda do xadrez aspectos socioculturais e aprendizagem básica técnica para desenvolver o jogo de xadrez.
METODOLOGIA
Nome das atividades Objetivos Descrição das atividades / Estratégia Recursos físicos e materiais
Metodológica
84
Apresentação da história do Apresentar a história do Será realizada a apresentação da história do Sala de aula, quadro, giz, jogos
xadrez. xadrez sobre outros olhares e xadrez, e por meio da historia discussão de temas de xadrez, tabuleiro magnético,
discutir temas da sociedade. (racismo, divisão de classes, machismo, modelos peças de isopor com desenhos.
de sociedade), e apresentação dos movimentos do
xadrez para recordar a aula passada.
Jogo do xadrez Prática movimentos Serão disponibilizados tabuleiros de xadrez em Sala de aula, peças de xadrez.,
apresentados na aula, lona, com peças de xadrez para cada lona, sendo tabuleiro magnético
realizando o jogo amplo do que serão formadas duplas que realizarão o jogo
xadrez. de xadrez como descrito na apresentação da lenda
do xadrez.
AVALIAÇÃO:
A avaliação será continua e processual de acordo com participação e desenvolvimento das atividades, para isso será realizado protocolo de observação
onde terá perguntas que contemple a avaliação e acompanhamento das atividades.
BIBLIOGRAFIA
CARDO, H. A História do Xadrez; trad. Pedro Bandeira – Rio de Janeiro: Salamandra, 1944/2000.
CASTRO, Celso. Uma história cultural do xadrez. Caderno de Teoria da Comunicação, Rio de Janeiro, V.1, nº 2, p.3-12, 1994.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo; Cortez, 1992.
VIGOTSKI, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2007
85
PLANO DE AULA 03
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
DISCENTES: MARLLOS DE SOUZA DUARTE
DATA: 11/05/2015 HORA: 07h00min as 09h30min DURAÇÃO DA AULA: 45 minutos
NOME DO CAMPO: Instituto Estadual de Goiás
TURMA: 1ª ano B e C Matutino.
PROFESSOR-ORIENTADOR: Renato Coelho.
CONTEÚDO
Discussão racismo dentro da sociedade e jogo de xadrez.
OBJETIVOS
Apresentar vídeo “xadrez das cores” para discussão do tema racismo.
METODOLOGIA
Nome das atividades Objetivos Descrição das atividades / Estratégia Recursos físicos e materiais
Metodológica
86
Roda de conversa inicial e Relembrar o que foram Serão relembrados conteúdos apresentados nas Sala de aula, quadro, giz, jogos
apresentação do vídeo trabalhados aulas anteriores e aulas anteriores, e será apresentado vídeo “xadrez de xadrez, tabuleiro magnético,
“xadrez de cores”. apresentar vídeo xadrez cores das cores” para discussão posterior. peças de isopor com desenhos.
para posterior discussão.
Discussão sobre o vídeo Discutir o preconceito dentro Será realizada uma roda onde cada aluno terá a Sala de aula, peças de xadrez,
apresentado. do jogo de xadrez e na voz para discutir o tema racismo e preconceito no tabuleiro magnético.
sociedade atual. filme, e possíveis superações sobre este tema na
sociedade atual.
AVALIAÇÃO:
A avaliação será continua e processual de acordo com participação e desenvolvimento das atividades, para isso será realizado protocolo de observação
onde terá perguntas que contemple a avaliação e acompanhamento das atividades.
BIBLIOGRAFIA
CARDO, H. A História do Xadrez; trad. Pedro Bandeira – Rio de Janeiro: Salamandra, 1944/2000.
CASTRO, Celso. Uma história cultural do xadrez. Caderno de Teoria da Comunicação, Rio de Janeiro, V.1, nº 2, p.3-12, 1994.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo; Cortez, 1992.
VIGOTSKI, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
Curta metragem "O Xadrez das Cores” (2004, 21 minutos), dirigido por Marco Schiavon. Disponivel em<
http://portacurtas.org.br/filme/?name=o_xadrez_das_cores>. Acesso em: 06 mai de2015 às 14h: 14 min.
87
A HISTÓRIA E O XADREZ.
O XADREZ E A LUDICIDADE.
BUROCRACIA ESCOLAR.
XADREZ E GÊNERO.
XADREZ E INCLUSÃO.
XADREZ E RACISMO.
XADREZ E RELAÇÕES DE PODER NA SOCIEDADE.
XADREZ E A ABORDAGEM CRÍTICO SUPERADORA.
88
Foi realizada a primeira visita ao campo no dia 16 de março, onde foi conversado com a
coordenadora e diretora da escola sobre o projeto, juntamente com a professora de matemática
de disponibilizou voluntariamente suas aulas para a realização da oficina de xadrez. No dia 17
de março encontramos a professora que reafirmou a utilização de suas aulas para a realização
da oficina de xadrez em suas turmas, e também a coordenadora confirmou que poderíamos
realizar a pesquisa na escola, neste dia já cobramos um espaço especifico para as intervenções
na escola e a coordenadora ficou de confirmar a sala de aula para ministração da oficina.
Os materiais de xadrez não foram doados pela escola, e sim pelo professor orientador, o
espaço foi delimitado pela coordenadora, entretanto na sala de aula faltavam cadeiras e mesas
que deveriam ser levados da sala de aula dos alunos, para a sala de oficina de xadrez da
escola.
Desde primeiro dia já constatamos a visão hegemônica do xadrez como apenas importância
nos aspectos lógico-matemáticos, e de raciocínio lógico, falas verificadas na professora de
matemática e de física que dispuseram em doar suas aulas para a realização da oficina de
xadrez.
A escola de forma geral tem suas dificuldades na questão de estrutura como observamos na
sala de aula doada para a realização da oficina, onde não tínhamos mesas e cadeiras, e pela
sujeira encontrada na sala de aula. Este descaso esta relacionado a fata de materiais na escola,
que a coordenadora nos relatou que alunos constantemente tem que ir de sala em sala devida a
falta de cadeiras em suas salas.
90
Esta aula foi à primeira ministrada para as turmas do 1ª ano A, 1ª Ano B, e 1ª C, os alunos
mostraram motivados para realizarem as atividades, o conteúdo trabalhador na aula foi à
lenda do xadrez e os movimentos das peças através da lenda. Através da lenda dos alunos
conheciam as peças e suas histórias, e também os movimentos específicos de cada peça no
jogo de xadrez incluíram também inicialmente debate sobre a organização da sociedade e suas
transformações, o racismo quando falamos da questão das peças brancas sempre começarem o
jogo, e também a questão da promoção de cargos representada quando um peão com muito
esforço chega à última casa adversária, fazendo assim analogia as promoções das empresas na
sociedade capitalista.
CONTEÚDO PRIVILEGIADO.
Os conteúdos trabalhados na aula foram: Lenda do xadrez, movimentações das peças, jogos
do xadrez em si, debates temáticos envolvendo a questão do racismo, transformações da
sociedade, promoção de cargos na sociedade.
MÉTODO:
DEMONSTRATIVO( x ) PARTICIPATIVO( x )
Sim, o professor interagiu com a turma para buscar conhecimentos prévios dos alunos, os
alunos participaram da aula fazendo perguntas, e respondendo as indagações do professor.
91
Sim, Os alunos interagiram entre si, realizando os jogos e ajudando os colegas que tinham
dificuldades.
Sim, os alunos fizeram contestações na forma da organização das peças do xadrez na hora da
apresentação, quando foi colocado que as peças brancas sempre começaram alguns alunos já
indagaram do por que as peças pretas não poderiam começar, foi quando apresentei o modelo
de sociedade antes e hoje, o papel de cada peça, e o preconceito que vem desde tempos
antigos e se instala até hoje na sociedade.
Sim, a aula foi motivadora, os alunos participaram, colaboraram e realizou no final da aula o
jogo de xadrez como prático de todo o conteúdo abordado.
Não, o tempo não foi suficiente como propusermos, sendo que no final da atividade prática que
foi o jogo de xadrez os alunos não conseguiram em sua grande maioria terminar a partida do
xadrez.
Neste dia houve intervenção apenas na turma do 1ª ano B, e 1ª ano C, na turma do 1ª A devido
ser a primeira aula dos dias iniciando a 7 horas da manhã e pelo fato de ser primeiro dia de
aula não conseguimos realizar a aula nesta sala. Acerca da apresentação da lenda do xadrez,
nenhum aluno tinha conhecimento da Lenda de Sissa, que é considerada a principal lenda do
xadrez, os alunos ficaram supressos com a lenda e sua fora de organização que perpassa pelo
modelo de representação simbólica da sociedade ate nos dias atuais, e também pelo fato da
matemática que estava envolvido nos grãos de arroz representando calculo de progressão
geométrico tão utilizado nos dias atuais.
Neste dia na turma 1ª B, tínhamos um aluno cadeirante o qual participou ativamente de todos
os momentos da aula, demostrando assim a importância destes jogos alternativos nas aulas de
Educação Física e outras matérias para inclusão destes alunos na escola e na sociedade.
92
Outro fato a levar em conta foi a presença do professor Ms. Renato Coelho, que é meu
orientador que muito auxiliou no primeiro dia intervindo com os conhecimentos acerca do
xadrez e com o lidar da turma no geral.
93
CONTEÚDO PRIVILEGIADO.
MÉTODO:
DEMONSTRATIVO ( ) PARTICIPATIVO( )
Nos dias 25 de março e dia 3 de março não realizamos as intervenções devido às avaliações
do semestre que os alunos estavam realizando. Entretanto fomos à escola, chegando lá à
coordenadora informará que não haveria aula, a mesma não nos disse antes sobre o momento
de avaliação, o que atrapalhou e muito o andamento das atividades e o cronograma proposto
da pesquisa de campo na escola.
95
Dia de paralização dos professores chamado pelo sindicato dos professores (SINTEGO), para
discutir aumento salarial do ano de 2013 e concurso público na educação estadual de Goiás.
CONTEÚDO PRIVILEGIADO.
MÉTODO:
DEMONSTRATIVO( x ) PARTICIPATIVO( x )
Como parte do processo em busca de uma educação melhor, os professores paralisaram para
pedir retroativo de salario do ano de 2013, cujo qual os professores ficaram sem receber e
também a questão do concurso público que a mais de 5 anos não é realizado na educação
estadual de Goiás.
Com menos esta aula, foi à terceira aula seguida ou a 2ª semana sem intervenção após a
paralização das atividades para a realização da prova do bimestre, o que prejudicou o
andamento das atividades e a sequencia da pesquisa ainda mais.
97
Neste dia a aula séria para as turmas de 2ª anos, entretanto devido a falta de professores na
escola, os alunos dos 2ª anos foram dispensados. A coordenadora da escola nos pediu para
ministrar aulas para turma do 1ª ano B na 4ª aula às 09h30min e para 1ª ano C na 6ª aula as
11:45 h que são turmas não tiveram intervenções ainda, neste dia a aula foi sequencial apenas
para 2ª ano E na 5ª aula.
CONTEÚDO PRIVILEGIADO.
Para as turma de 1ª anos foi realizada a primeira aula com o conteúdo da lenda do xadrez e a
apresentação do das movimentações e regras do jogo através da lenda, e logo após o jogo
propriamente dito. Já na turma 2ª ano que tínhamos ministrado a primeira aula antes, foi o
conteúdo privilegiado foram a historia do xadrez, questão das rotas comerciais e marítimas, as
mudanças das regras, questão do papel da mulher antes e nos dias atuais.
MÉTODO:
DEMONSTRATIVO( x ) PARTICIPATIVO( x )
98
Sim, os alunos interagiram entre si, principalmente já hora do jogo quanto havia dúvidas os
alunos ajudavam uns aos outros e tiravam suas dúvidas, e colaboraram com os alunos que
tinham mais dificuldades.
A criticidade ocorreu na turma do 2ª ano que era a turma sequencial e que já estava na
segunda aula ministrada, sobre a questão da organização da sociedade, os alunos
identificaram a diferença entre o monarquismo e a sociedade atual formada por diversas
instituições. Sobre o racismo foi discutido que as peças pretas na hora do jogo começariam a
jogada, delimitando assim o contexto da discriminação racial e de gênero na sociedade atual.
Já nas turmas de 1ª anos não ocorreu essa criticidade de forma abrangente como na turma de
2ª ano.
Na turma dos primeiros anos o tempo foi necessário para o objetivo da aula que era apresentar
o jogo de xadrez e vivenciar na prática as regras e movimentações do jogo. Já na turma 2ª ano
os objetos da aula foram alcançados em grande maioria, os alunos demostraram criticidade
acerca do conteúdo, e realizaram o jogo de forma satisfatória como o previsto para uma
segunda intervenção.
99
Neste dia na turma do segundo ano tínhamos uma aluna com deficiência (surdez e mudez)
cujo qual, participou da oficina com a ajuda de uma interprete de libras, a aluna participou
efetivamente das atividades da aula, e inclusive na hora do jogo propriamente dito com uma
colega, tirou-se as duvidas chamando o professor e perguntando para sua interprete as dúvidas
que fora surgindo no decorrer do jogo.
Os alunos colocaram discussões como questão do racismo, machismo, e sistema de
organização da sociedade capitalista, colocando suas opiniões sobre estes assuntos na hora da
apresentação da história do xadrez.
100
Neste dia a aula séria para as turmas de 1ª anos, entretanto ao chegar à escola a coordenadora
da escola informou que havia mudado os horários devido a falta de professores na escola e
readequação das turmas. Com isso prejudicou ainda mais as sequencias das atividades já
realizadas na escola. Neste dia não ocorreu intervenção devido estas mudanças e pelo motivo
da não possibilidade de sequencia com as turmas de 1ª anos como estava previsto.
CONTEÚDO PRIVILEGIADO.
MÉTODO:
DEMONSTRATIVO( x ) PARTICIPATIVO( x )
Neste dia observamos mais um obstáculo para a sequência das atividades na escola, porém é
claro que toda escola tem seus problemas e dificuldades que podem afetas diversas pessoas e
inclusive o projeto. Com a falta de aula e comprometimento das da escola nesta etapa,
tivemos uma dificuldade em colocar os objetivos da pesquisa no campo/prática.
Neste dia foi estipulado series de sequencia a ser feitas nos próximos dias, porém a
coordenadora e a diretora da escola nos informou que poderia ser mudado a qualquer
momento devido à demanda da escola.
102
Neste dia a intervenção séria nos primeiros anos, entretanto a diretora e a coordenadora não
queriam colocar as mesmas turmas que haviam começado e sim turma que estavam sem
professores, informei sobre a necessidade de sequencia nas atividades da turma por se tratar
também de uma pesquisa de campo. No final ficou acordado que nas turmas de segundas-
feiras seguiria a sequencia que estava estabelecida desde inicio, e que nas turmas de quarta
feira que eram as turmas de primeiro anos faria a intervenção nas turmas que estivesses
faltando professores não seguindo assim turmas fixas, porém neste dia não foi possível a
ministração das aulas sequencias e ministramos a mesma aula de inicia para segundo anos
diferentes, sendo que a turma do dia era os primeiros anos A.B e C.
CONTEÚDO PRIVILEGIADO.
Não, os objetivos da aula eram com outra turma e a aula proposta era diferente. Porem
levando em conta a aula ministra a turma os alunos participaram e conseguiram aprender o
básico do jogo de xadrez.
MÉTODO:
DEMONSTRATIVO( x ) PARTICIPATIVO( x )
Sim, os alunos interagiram e participaram das atividades, alguns indagando o professor sobre
temas tratados, e movimentos das peças.
103
Sim, alguns alunos faziam perguntas e participaram ativamente dos momentos de discussão,
alguns não interessaram e não participaram tanto na hora da apresentação e quanto na hora do
jogo propriamente dito.
Para a maioria dos alunos a aula foi motivadora e houve participação, e iniciativa para
realização das atividades.
Não por serem turmas que nunca tinham realizado a oficina, turmas sem professores o tempo
não foi suficiente como deveria.
Neste dia fui sopreso pela mudança de postura da coordenadora e diretora da escola, que
queria usar das oficinas de xadrez como deposito de aulas onde não havia professores, e
também pela fala da professora que o Estado não quer nenhum projeto na escola devido a
necessidade de aumento da nota do IDEB (ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA), não entende assim a importância dos jogos na ajuda a diversas
matérias e inclusive em matemática e português, matérias que são mais cobradas neste índice
de mediada quantitativo da educação básica.
Todavia a professora de matemática defendeu a sequencia do projeto de xadrez na escola, e
relatou também a importância do xadrez para a concentração dos alunos, e raciocínio logico, e
outras competências que ajudaria em suas aulas.
104
Neste dia devido ao problema da escola nos informar que o governo de Goiás proibiu projetos
paralelos nas escolas, com o objetivo de aumentar aulas de reforço e assim aumentar o IDEB
da escola, foi proposto um acordo onde ficaríamos com as aulas sequenciais apenas nos dias
de segundas feiras. Como forma de contribuição para a escola na quarta feira ministraríamos
as aulas de xadrez nas turmas não sequencias em que faltassem professores, no sentido de
proporcionar a vivencia no xadrez e possibilitar aprendizagem dos alunos conteúdos
relacionados ao xadrez.
CONTEÚDO PRIVILEGIADO.
A aula não seguiu a sequencia e foram ministradas para turmas que estavam sem professores,
turmas essas em que não houve intervenção. O conteúdo trabalhado foi o mesmo das
primeiras aulas com lenda do xadrez para aprendizagem das regras e vivencia do xadrez.
Não, neste dia objetivo era dar sequencia nas atividades com as turmas sequencias.
MÉTODO:
DEMONSTRATIVO( x ) PARTICIPATIVO( x )
Parcialmente, neste dia os alunos não estavam motivados para realizarem as atividades, o que
prejudicou as relações abordadas.
Parcialmente, alguns alunos interagiram entre si, e ajudaram colegas, colaborando para
realização das atividades.
Parcialmente, alguns alunos participaram ativamente das atividades, outros não sentiram
motivados, talvez devido o descaso da escola para com os mesmos.
Não, o tempo foi prejudicado devido alunos chegarem atrasados na sala das intervenções.
A aula foi a terceira sequencial realizada para as turmas de 1ª ano B e C, neste dia juntamos as
duas turmas para a finalização da oficina do xadrez foram apresentadas um vídeo para
discussão no final da aula.
CONTEÚDO PRIVILEGIADO.
O conteúdo apresentado foi discussão racismo dentro da sociedade e jogo de xadrez, realizado
por meio de apresentação de vídeo e discussão final sobre o vídeo apresentado.
Os objetivos foram parcialmente alcançados, o vídeo foi apresentado, entretanto alguns alunos
não estavam dispostos a vê-lo, e na hora da discussão sobre o conteúdo proposto não foram
todos alunos que participaram das atividades.
4) MÉTODO:
DEMONSTRATIVO( x ) PARTICIPATIVO( x )
Sim, o professor procurou relacionar com os alunos no sentido de envolvê-los nas atividades
propostas e na discussão final, a maioria dos alunos participou e houve relação entre os alunos
quando discutido o vídeo.
Sim, a maioria dos alunos se sentiu motivados, alguns não quiseram participar e em certos
momentos faziam outras atividades, depois de uma conversa com estes alunos alguns
participaram da aula efetivamente, no geral a maioria se sentiu motivada com a aula.
Sim, neste dia tivemos 2 aulas para realizar as atividades, o que proporcionou tempo
suficiente para realizar as atividade propostas no dia.