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TÍTULO EXECUTIVO

TÍTULO: pressuposto necessário e suficiente para a prática dos atos executivos; deve
ser compreendido como o documento que atesta a existência de obrigação certa,
líquida e exigível e que autoriza o início dos atos jurisdicionais executivos. A exigência
do título aparece nos artigos 783,798, I, a e 803, I do CPC.

FUNÇÕES DO TÍTULO:
a) autorizar a execução: eficácia abstrata do título (aptidão que permite realizar os atos
da execução prescindindo de investigação acerca da existência ou não do crédito);
b) definir o fim da execução: ele revela qual a obrigação assumida pelo devedor e qual
a sanção correspondente ao inadimplemento;
c) fixar os limites da execução: ele aponta o conteúdo, valor e objeto da obrigação e
acessórios, quem responde pela dívida, quem pode exigi-la; fixa os limites da coação
estatal a ser desencadeada.

ATRIBUTOS DA OBRIGAÇÃO CONTIDA NO TÍTULO:


a) CERTEZA: exato quanto aos elementos exigidos para sua constituição (certeza
objetiva reside em saber o que é devido e certeza subjetiva, em saber quem é o credor
e quem é o devedor); a obrigação é certa quando os sujeitos, o objeto e a identificação
do direito estiverem presentes;
b) EXIGIBILIDADE: falta de impedimento que impeça a eficácia do título; não pode estar
sujeito a limitações (condição ou termo);
c) LIQUIDEZ: determinação do valor ou individualização do objeto; líquida é a obrigação
definida em quantidade, qualidade, extensão, volume e medida.

CLASSIFICAÇÃO: ESPÉCIES DE TÍTULOS - além dos enumerados nos artigos 515 e


784 do CPC (judiciais e extrajudiciais) todos os títulos a que lei atribua força executiva
(nullus titulus sine legis).

JUDICIAIS: produzidos dentro de um processo, por meio de atividade jurisdicional.


EXTRAJUDICIAIS: produzidos fora de um processo por ato de vontade das partes (ou
somente de uma delas como a CDA/artigo 784, IX do CPC) e a lei confere eficácia
executiva. (Cabe lembrar: anticrese= direito real de garantia sobre os frutos e
rendimentos de um imóvel; foro= pensão anual que o enfiteuta paga ao senhorio pelo
direito de usar, gozar e dispor do imóvel foreiro; laudêmio= compensação pelo não uso
do direito de preferência quando o enfiteuta aliena onerosamente o imóvel foreiro)

Não se trata de enumeração numerus clausus; há outros títulos como os


representativos de honorários advocatícios (artigo 24 da lei nº 8906/94), cédula de
crédito rural (artigo 41, do decreto-lei nº 167/67), cédula de crédito comercial (artigo 5º
da lei nº 6840/80), contratos de alienação fiduciária (artigo 5º, do decreto-lei 911/1969),
os títulos oriundos de país estrangeiro, não dependendo de homologação, mas que
devem preencher os requisitos de constituição exigidos pela lei do lugar de sua
celebração, devem expressar-se em moeda nacional e indicar o Brasil como praça de
cumprimento da obrigação, etc.

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