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Comarca de Estrela

1ª Vara
Rua XV de Novembro, 5
Processo nº: 047/1110002460-4 (CNJ:0007769-73.2011.8.21.0047)
Natureza: Ação Monitória
Autor: Sandro de Macedo Marques
Réu: Conceição de Souza
Juiz Prolator: Pretora - Dra. Alba Docelina Ribeiro Tenório
Data: 20/03/2015

Vistos e examinados os autos.

SANDRO DE MACEDO MARQUES ajuizou a presente ação monitória em desfavor de


CONCEIÇÃO DE SOUZA, ambos qualificados nos autos.
A parte autora afirmou ser credora da parte demandada da importância atualizada de R$ 2.559,56,
representada pelos cheques que aparelham a petição inicial. Referiu que as cártulas foram devolvidas
por insuficiência de fundos e que não conseguiu receber a importância representada pelo títulos
amigavelmente. Por fim, postulou pela procedência do pedido, visando o pagamento do referido
débito. Pagou custas e juntou documentos (fls. 02/16).
Em sede de embargos, a parte requerida alegou que não manteve qualquer relação negocial com a
parte autora apta a ensejar a emissão das cártulas que aparelham a petição inicial. Afirmou que sustou
alguns cheques que sumiram do seu talão. Ao cabo, postulou pela improcedência do pedido constante
da inicial. Pediu a concessão da AJG. Acostou documentos (fls. 39/44).
O autor manifestou-se às fls. 22/29 reiterando os termos da peça inaugural e rechaçando os
argumentos exarados na contestação.
Os autos vieram conclusos.

É O RELATO.
PASSO A DECIDIR.

O caso em tela comporta julgamento antecipado, já


que as questões debatidas são unicamente de direito e as provas
produzidas suficientes para o deslinde da questão, nos termos do

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artigo 330, I do Código de Processo Civil.
Compulsando os autos, verifico que o réu, em sua
defesa, permaneceu no campo das meras alegações e não trouxe
ao feito qualquer prova apta conferir verossimilhança a sua versão
fática.
O artigo 1.102-A, do Código de Processo Civil dispõe
que basta mera prova escrita da existência do crédito para
embasar a ação monitória. Na espécie, a pretensão está calcada
em três cheques emitidos em favor de terceiros que foram
endossados em favor do autor
Inequívoco que os cheques que aparelham a inicial
são títulos hábeis para promover a presente ação monitória e
fazem prova do crédito, mormente considerando que não veio aos
autos qualquer prova apta a retirar a certeza e a credibilidade das
cártulas.
Desse modo, tenho que a autora assiste o direito de
ver adimplida a dívida representada pelos cheques acostado com a
peça inaugural.
Em relação ao valor da dívida, o valor histórico de
cada cheque deverá ser corrigido pelo IGP-M a partir da sua
respectiva emissão e acrescido de juros moratórios de 1% ao mês a
contar da citação.
A propósito:

“MONITÓRIA. CHEQUE PRESCRITO. REVELIA.


PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MAJORAÇÃO.
Majoração dos honorários advocatícios, na forma do art. 20, § 4º do CPC.

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JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. CITAÇÃO. Os juros moratórios incidem a
partir da citação válida do devedor, sendo esse o momento que resta
caracterizada a mora, nos termos do art. 219 do CPC. Tratando-se de
cheque prescrito, implica a perda da característica cambiariforme do
título. APELAÇÃO PROVIDA EM PARTE. UNÂNIME (Apelação Cível Nº
70022115299, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Paulo Augusto Monte Lopes, Julgado em 30/01/2008)”

“AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO


MONITÓRIA. CHEQUE PRESCRITO. JUROS MORATÓRIOS. TERMO INICIAL.
DECISÃO AGRAVADA MANTIDA. IMPROVIMENTO. I - Os juros moratórios,
na ação monitória, contam-se a partir da citação. II - A agravante não
trouxe nenhum argumento capaz de modificar a conclusão do julgado, a
qual se mantém por seus próprios fundamentos. Agravo improvido.”
(AgRg no REsp 1040815/GO, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 12/05/2009, DJe 10/06/2009).

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido de


SANDRO DE MACEDO MARQUES na presente ação monitória
manejada em desfavor de CONCEIÇÃO DE SOUZA para DECLARAR
de pleno direito constituído como título executivo judicial a
importância lastreada nos documentos de fl. 09, valor que deverá
ser corrigido pelo IGP-M a partir da data de emissão dos títulos e
acrescido de juros de mora de 1% ao mês a contar da citação.

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Condeno a parte ré ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios ao patrono da parte
requerente que arbitro em 20% sobre o valor da condenação,
levando em consideração o trabalho desenvolvido, tempo de
duração da demanda e sua natureza, nos termos do artigo 20, § 3º,
do Código de Processo Civil. Todavia, resta suspensa a exigibilidade
de tais encargos em face da AJG que ora lhe concedo em atenção
ao pedido realizado na cotestação.

Com o trânsito em julgado, prossiga-se na forma


prevista no Livro I, Título VIII, Capítulo X, do Código de Processo
Civil.

Publique-se.

Registre-se.

Intimem-se.

Estrela, 20 de março de 2015.

Alba Docelina Ribeiro Tenório,


Pretora.

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