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ANA LAÍS DOS SANTOS SILVA

NEUROARQUITETURA APLICADA AO ANTEPROJETO DE CENTRO DE


ATENDIMENTO PARA CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
(TEA) PARA A CIDADE DE CAMPINA GRANDE - PB

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito para a
conclusão do curso de Arquitetura e
Urbanismo do Centro Universitário
Maurício de Nassau, e obtenção do título
de Arquiteto e Urbanista.

CAMPINA GRANDE
2023
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por me ajudar a passar em todos os obstáculos da


minha vida, inclusive na faculdade e no trabalho de conclusão de curso.
Aos meus pais, irmã e namorado, por me apoiaram em todos os momentos
desses 5 anos de graduação, por entenderem minha ausência enquanto eu me
dedicava à realização desde trabalho.
Aos amigos, Vitória, George e Erivânia que estiveram ao meu lado, pela
amizade incondicional e pelo apoio demonstrado ao longo de todo o período de tempo
que me dediquei a este trabalho.
A professora Danielle Freire de Araújo por ter sido minha orientadora e ter
desempenhado tal função com dedicação e amizade.
Aos professores(as), Giselly Galdino e Nara Barrios Marinho, pelas correções
e ensinamentos que me permitiram apresentar um melhor desempenho no meu
processo de formação profissional.
A todos aqueles que contribuíram, de alguma forma, para a realização desde
trabalho.
RESUMO

O trabalho final de graduação propõe um anteprojeto inovador para um centro de


atendimento a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na cidade de
Campina Grande - PB. A proposta integra o conceito da neuroarquitetura, que visa
criar ambientes voltados para o bem-estar, desenvolvimento cognitivo, físico e motor
dessas crianças desde a primeira infância. O TEA, uma desordem neurológica que se
manifesta precocemente, apresenta sintomas como déficit na comunicação,
comprometimento da interação social e padrões repetitivos de comportamento. O
diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento eficaz, prevenindo
complicações psiquiátricas futuras. Nesse contexto, a neuroarquitetura, baseada na
inter-relação entre o ambiente construído e seus usuários, emerge como uma
abordagem positiva para o tratamento de crianças com TEA. A problemática abordada
destaca a crescente incidência de TEA, com aproximadamente 2 milhões de
diagnósticos no Brasil. Na Paraíba, o Centro de Atendimento A Criança Autista (CAA)
realizou cerca de 10 mil atendimentos em menos de um ano, evidenciando a demanda
por atendimento especializado. Os objetivos do anteprojeto incluem estudos sobre a
influência da neurociência no tratamento do TEA, análise de correlatos nacionais e
internacionais, definição de um programa de necessidades e a proposição de um
projeto que destaque a inclusão da musicoterapia. A justificativa fundamenta-se na
experiência pessoal da autora com uma criança autista, ressaltando a importância do
tratamento precoce e o interesse em aplicar conceitos de neuroarquitetura para criar
um ambiente humanizado e propício ao desenvolvimento infantil. O anteprojeto visa
atender até 500 crianças entre 1 a 12 anos, com a arquitetura inclusiva impulsionada
pela pesquisa de Magda Mostafa, que propõe intervenções específicas para melhorar
o ambiente escolar. A neuroarquitetura, como disciplina interdisciplinar, busca criar
espaços construídos que promovam o bem-estar físico e mental, incorporando
estratégias como o uso de elementos naturais, biofilia, luz natural e cores
psicologicamente adequadas. A influência do ritmo circadiano na iluminação natural e
a importância das cores na psicologia do ambiente construído são aspectos
abordados. Para o autismo, tons mais claros são preferíveis. A evolução conceitual
do autismo, a trajetória diagnóstica e as abordagens arquitetônicas visam criar
ambientes mais inclusivos e adaptados às necessidades específicas das pessoas com
TEA. O resultado almejado é um centro de atendimento que não apenas trate o TEA,
mas também proporcione um ambiente acolhedor e estimulante para o
desenvolvimento pleno das crianças afetadas.

Palavras-chaves: Neuroarquitetura, arquitetura inclusiva, arquitetura lúdica


ABSTRACT

The final undergraduate thesis proposes an innovative preliminary project for a care
center for children with Autism Spectrum Disorder (ASD) in the city of Campina Grande
- PB. The proposal integrates the concept of neuroarchitecture, aiming to create
environments focused on the well-being, cognitive, physical, and motor development
of these children from early childhood. ASD, a neurological disorder that manifests
early in life, presents symptoms such as communication deficits, compromised social
interaction, and repetitive behavioral patterns. Early diagnosis is crucial for effective
treatment, preventing future psychiatric complications. In this context,
neuroarchitecture, based on the interrelation between the built environment and its
users, emerges as a positive approach to the treatment of children with ASD. The
addressed issue highlights the growing incidence of ASD, with approximately 2 million
diagnoses in Brazil. In Paraíba, the Autism Child Care Center (CAA) provided around
10 thousand services in less than a year, highlighting the demand for specialized care.
The objectives of the preliminary project include studies on the influence of
neuroscience in ASD treatment, analysis of national and international correlates,
definition of a needs program, and the proposition of a project that emphasizes the
inclusion of music therapy. The justification is based on the author's personal
experience with an autistic child, emphasizing the importance of early treatment and
the interest in applying neuroarchitecture concepts to create a humane and conducive
environment for child development. The preliminary project aims to serve up to 500
children between 1 and 12 years old, with inclusive architecture driven by the research
of Magda Mostafa, proposing specific interventions to improve the school environment.
Neuroarchitecture, as an interdisciplinary discipline, seeks to create built spaces that
promote physical and mental well-being, incorporating strategies such as the use of
natural elements, biophilia, natural light, and psychologically suitable colors. The
influence of circadian rhythm on natural lighting and the importance of colors in the
psychology of the built environment are addressed. For autism, lighter tones are
preferable. The conceptual evolution of autism, the diagnostic trajectory, and
architectural approaches aim to create more inclusive environments adapted to the
specific needs of people with ASD. The desired outcome is a care center that not only
addresses ASD but also provides a welcoming and stimulating environment for the full
development of the affected children.

Key-words: Neuroarchitecture, inclusive architecture, ludic architecture


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Cronologia sobre a história do TEA ....................................................... 16


Figura 2 - Setorização da sala de aula feita por Magda Mostafa ............................ 23
Figura 3 - A diferença de um cérebro normal e um cérebro autista ........................ 24
Figura 4 - Arquitetura biofilica ................................................................................ 25
Figura 5 - Ciclo circaciano ...................................................................................... 26
Figura 6 - Psicologia das cores ............................................................................. 27
Figura 7 - Metodologia tabela 1 ............................................................................. 28
Figura 8 - Fachada da Escola Ybá ........................................................................ 32
Figura 9 - Janelas da Escola Ybá .......................................................................... 32
Figura 10 - Fachada posterior e pátio da Escola Ybá Quintal ................................ 33
Figura 11 - Varanda coberta da Escola Ybá do Quintal ......................................... 33
Figura 12 - (A) Varanda; (B) Divisória de bloco de argila; (C) Arandela em acabamento
amadeirado ........................................................................................................... 34
Figura 13 - Salas da Escola Ybá do Quintal ........................................................... 34
Figura 14 - Cadeiras ergonômicas de acordo com cada idade ............................. 35
Figura 15 - Sala de ateliê da Escola Ybá do Quintal .............................................. 36
Figura 16 - Sala sensorial Escola Nía ................................................................... 37
Figura 17 - Recepção escola Nía ......................................................................... 38
Figura 18 - Outra perspectiva da recepção Escola Nía ......................................... 38
Figura 19 - Sala de Aula Nía ................................................................................ 38
Figura 20 - Espaço interativo Escola Nía .............................................................. 39
Figura 21 - Sala de aula Escola Nía ..................................................................... 39
Figura 22 - Jardim da escola Nía .......................................................................... 39
Figura 23 - Setorização da planta-baixa térreo da Escola Nía .............................. 40
Figura 24 - Outra setorização da planta-baixa térreo da Escola Nía ..................... 41
Figura 25 - Setorização do 1° Pavimento da Escola Nía ..................................... 41
Figura 26 - Vistas de uma das salas de aula da Escola Nía ................................. 41
Figura 27 - Escola Kai Early Years ...................................................................... 42
Figura 28 - Corredor central da Escola ................................................................. 43
Figura 29 - Elementos orgânicos .......................................................................... 44
Figura 30 - Interior da Escola ................................................................................ 44
Figura 31 - Espaços Verdes na Escola Kai Early Years ........................................ 45
Figura 32 - Espaço interno na Escola Kai Early Years .......................................... 45
Figura 33 - Ateliê de artes da Escola Kai Early Years ........................................... 45
Figura 34 - Setorização da Escola Early Years ..................................................... 46
Figura 35 - Setorização de zoneamento da Escola Kai Early Years ...................... 46
Figura 36 - Setorização e fluxograma .................................................................... 49
Figura 37 - Mapa de Localização ......................................................................... 51
Figura 38 - Mapa de localização do lote .............................................................. 51
Figura 39 - Mapa de uso e ocupação do solo ....................................................... 52
Figura 40 - Mapa de Gabarito .............................................................................. 53
Figura 41 - Mapa topográfico ................................................................................ 54
Figura 42 - Mapa viário ........................................................................................ 55
Figura 43 - Mapa de cheios e vazios ..................................................................... 56
Figura 44 - Mapa de Vegetação ............................................................................ 57
Figura 45 - Mapa insolação e ventilação ............................................................. 58
Figura 46 - Mapa de situação ................................................................................ 59
Figura 47 - Planta de Coberta ............................................................................... 60
Figura 48 - Planta-baixa Térreo ............................................................................. 61
Figura 49 - Planta-baixa subsolo ........................................................................... 62
Figura 50 - Corte AA e BB ..................................................................................... 63
Figura 51 - Fachadas ............................................................................................. 64
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - CID-11: Classificação dos níveis de gravidade do TEA (6A02) ............ 20


Quadro 2 - Ficha Técnica da Escola Ybá do Quintal ..............................................31
Quadro 3 - Ficha Técnica da Escola Nía .............................................................. 37
Quadro 4 - Escola Primaria de Kai Early Years ...................................................... 42
Quadro 5 - Programa de Necessidades ............................................................... 48
Quadro 6 - Dados Urbanísticos do Terreno ........................................................... 58
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

CAA-CG – Centro de Atendimento ao Autista em Campina Grande


CDC – Center of Diseases Control and Prevention
CID – Classificação Internacional de Doenças
DSM – Diagnóstico e Estatístico e Estatístico de Transtornos Mentais
EUA – Estados Unidos
MPA – Associação Médica Psicológica
OMS – Organização Mundial da Saúde
ONU – Organização das Nações Unidas
SBP – Departamento Científico Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade
Brasileira e Pediátrica
TEA – Transtorno do Espectro Autista
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13
1.1 PROBLEMÁTICA ............................................................................................. 14
1.2 OBJETO DE ESTUDO ..................................................................................... 14
1.3 OBJETIVOS ..................................................................................................... 15
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 15
1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 15
1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 15
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 16
2.1 HISTÓRIA SOBRE O AUTISMO ...................................................................... 16
2.1.1 DSM-1 e DSM-2 ............................................................................................ 17
2.1.2 DSM-3 ........................................................................................................... 18
2.1.3 DSM-4: Transtorno de Rett e Asperger ......................................................... 18
2.1.4 DSM – V ........................................................................................................ 19
2.2 ARQUITETURA INCLUSIVA PRA CRIANÇAS COM AUTISMO ...................... 21
2.3 NEUROARQUITETURA ................................................................................... 24
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 28
3.1 ESTUDO DO TEMA ......................................................................................... 28
3.1.1 Estudo do Autismo ........................................................................................ 28
3.1.1.1 História ....................................................................................................... 28
3.1.1.2 Arquitetura para Autista .............................................................................. 29
3.1.2 Estudo da Neuroarquitetura .......................................................................... 29
3.1.2.1 Neuroarquitetura e seus benefícios ............................................................ 29
3.1.2.2 Correlatos .................................................................................................. 29
3.2 ESTUDO PRELIMINAR ................................................................................... 29
3.2.1 Lote e Estudo do Entorno .............................................................................. 30
3.2.2 Volumetria e escolhas plásticas .................................................................... 30
4 CORRELATO ..................................................................................................... 31
4.1 YBÁ DO QUINTAL ........................................................................................... 31
4.2 ESCOLA PRIMARIA NÍA ................................................................................. 36
4.2.1 Estudo de Planta-baixa e setorização da Escola Nía .................................... 40
4.3. CENTRO DE ENSINO INFANTIL KAI EARLY YEARS .................................... 42
4.3.1 Setorização da Escola Kai Early Years ......................................................... 46
5 PROGRAMA DE NECESSIDADES .................................................................... 48
5.1 SETORIZAÇÃO E FLUXOGRAMA ................................................................... 49
6 ESTUDO PRELIMINAR ...................................................................................... 50
6.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO LOCAL ................................................................. 50
6.2 MAPA DE LOCALIZAÇÃO ............................................................................... 50
6.3 MAPA DE USO E OCUPAÇÃO ........................................................................ 52
6.4 MAPA DE GABARITO ...................................................................................... 53
6.5 MAPA DE TOPOGRAFIA ................................................................................. 54
6.6 MAPA VIÁRIO .................................................................................................. 55
6.7 MAPA CHEIOS E VAZIOS ............................................................................... 56
6.8 MAPA VEGETAÇÃO ........................................................................................ 57
6.9 MAPA INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO ............................................................... 58
6.10 DADOS DO TERRENO .................................................................................. 58
7 ANTEPROJETO ................................................................................................. 59
7.1 CONCEITO E PARTIDO .................................................................................. 59
7.2 PLANTA DE SITUAÇÃO .................................................................................. 59
7.3 PLANTA DE COBERTA ................................................................................... 60
7.4 PLANTA-BAIXA ................................................................................................ 61
7.5 CORTES .......................................................................................................... 63
7.6 FACHADAS ...................................................................................................... 64
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 65
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 66
APÊNDICES .......................................................................................................... 71
APÊNDICE A - PERSPECTIVA FRONTAL ........................................................... 72
APÊNDICE B - PERSPECTIVA PLAYGROUND ................................................... 73
APÊNDICE C - PERSPECTIVA DA ENTRADA .................................................... 74
APÊNDICE D - PERSPECTIVA PÁTIO INFANTIL ................................................ 75
APÊNDICE E - PERSPECTIVA SALA DE ESPERA ............................................. 76
APÊNDICE F – SEGUNDA PERSPECTIVA DA SALA DE ESPERA .................... 77
1 INTRODUÇÃO

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma desordem do sistema de


desenvolvimento neurológico que se apresenta desde o nascimento ou na primeira
infância. De acordo com o manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM-5), a pessoa que apresenta o espectro, pode ter déficit na comunicação ou
interação social, padrões restritivos e repetitivos no comportamento, como movimentos
contínuos, interesse fixo e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.
Segundo especialistas, quando mais cedo o diagnóstico do TEA, mais chances
a criança tem para ter um tratamento correto e eficaz, para garantir uma melhor
qualidade de vida. A médica Ana Márcia Guimaraes, do Departamento Cientifico de
Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira e Pediatria (SBP), alerta
que o diagnóstico tardio existe mais complicações para o paciente e completa: “É um
indivíduo que está comprometido nas suas habilidades sociais e atividades diárias.
Descobrir tardiamente aumenta a incidência de transtorno psiquiátricos que seriam
evitáveis” (Peres, 2022).
De acordo com o Center of Diseases Control and Prevention (CDC), o TEA atinge
em média cerca de 160 milhões de pessoas no mundo e, no Brasil são cerca de
aproximadamente 2 milhões pessoas. Mas segundo estatísticos, esse número pode ser
o triplo, cerca de 6 milhões de acordo com os dados dos Estados Unidos (EUA).
Todavia, no Brasil ainda não existe uma pesquisa de fato sobre o autismo, apenas
porcentagens e estatísticas baseadas em estudos feitos no EUA (Peres, 2022; Paiva,
2023).
A neuroarquitetura é um conceito recente do sec. XXI, que busca explicar de
forma cientifica a inter-relação entre ambiente e seu usuário, por meio da neurociência.
Villanova (2021) explica que a neuroarquitetura é um campo interdisciplinar, que aplica
a neurociência em espaços construídos, para compreender os impactos da arquitetura
sobre o cérebro e os efeitos no comportamento.
Pesquisas recentemente descobertas, comprovaram que o uso da neurociência
em ambientes construídos afetam o sistema cerebral. Os estímulos gerados nos
ambientes afetam o estado físico e mental, impactando diretamente na atenção, na
socialização, nas emoções, no bem-estar, nas decisões e entre outros (Ferrari, 2022).
A neurociência inicialmente tinha como finalidade compreender o funcionamento
do sistema nervoso. Porém, nas últimas décadas, a ciência além de buscar entender a
funcionalidade cerebral, também buscou compreender como, esse sistema pode afetar
o comportamento, os pensamentos e as emoções. Por meio das ferramentas utilizadas
pela psicologia ambiental, e desenvolvidas pela psicologia cognitiva, neurociência e
arquitetura, foi possível entender como os usuários percebem e interpretam o espaço
ao redor. Villanova (2021) destaca que:

O que acontece é que o ambiente fornece estímulos constantemente – de maior


ou menor intensidade -, que são captados pelo corpo como sensações para que
a mente as processe, gerando percepção e consciência, o que pode
desencadear uma resposta comportamental. É possível ainda dizer que os
indivíduos enxergam e reconhecem apenas o que lhes, chama a atenção
influenciados por crenças, visão de mundo e pensamentos (Villanova et al.,
2021, p.18).

Baseado nestes dados, propõem-se um anteprojeto de um centro de atendimento


para crianças com TEA com aplicação da neuroarquitetura; para criar um espaço
propicio para o desenvolvimento de habilidades. E assim, promovendo um ambiente
acolhedor e seguro, que oferece atendimentos de terapia psicológica, ocupacional,
psicomotora, fonoaudiologia, fisioterapia e um diferencial, a musicoterapia. O centro terá
capacidade de atender a 500 crianças com idade entre 1 a 12 anos. A localização será
na cidade de Campina Grande no interior da Paraíba, no bairro do Catolé - na rua: Luiza
Bezerra Motta.

1.1 PROBLEMÁTICA

O aumento de pessoas diagnosticadas com o TEA atinge em média cerca de 160


milhões de pessoas no mundo e, no Brasil são cerca de aproximadamente 2 milhões
pessoas, o que explica o número de procura por atendimento no Centro de Atendimento
ao Autista (CAA-CG) que em um ano, passou de 10mil (Peres, 2022; Governo da
Paraíba, 2023).
A falta de um local para atendimento especializado para crianças autistas que
tenha ambientes humanizados, preparados para acolher esse público adequadamente,
tendo em vista as limitações sensoriais que podem desencadear crises de sobrecarga
emocional.

1.2 OBJETO DE ESTUDO


A neurociência aplicada a arquitetura para a elaboração de um anteprojeto de
um centro de atendimento a criança autista.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

Propor um anteprojeto de um centro de atendimento a criança autista para a


cidade de Campina Grande-PB.

1.3.2 Objetivos específicos

I. Realizar um estudo aprofundado de como a neuroarquitetura pode trazer


benefícios para o tratamento e desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista;
II. Trazer estudos de correlatos sobre o tema a nível nacional e internacional, que
estejam pautadas na neuroarquitetura e no desenvolvimento infantil;
III. Definir um programa de necessidades com base nos correlatos;
IV.Propor um anteprojeto que atenda às necessidades das pessoas com TEA
tendo a musicoterapia como diferencial.

1.4 JUSTIFICATIVA

A escolha desse tema partiu da convivência da autora com uma criança autista
de grau 3 que foi diagnóstica na primeira infância com o Transtorno do Espectro Autista
(TEA) e o tratamento precoce, foi essencial para seu desenvolvimento. De acordo com
Fábio Barbirato, psiquiatra da infância e da adolescência e coordenador do Serviço de
Atendimento e Psiquiatria Infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro,
aponta que “quando a intervenção é realizada em crianças menores de 3 anos, a
melhora é de 80%. Aos 5 anos, cai para 70%, e acima disso fica muito prejudicada”
(Furbino, 2014).
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 HISTÓRIA SOBRE O AUTISMO

O termo autismo surgiu pela primeira vez em 1911 pelo psiquiatra Paul Eugene
Bleuler, para explicar os sintomas de pacientes acometidos pela esquizofrenia que
viviam no seu próprio mundo particular e não tinha atenção ao que estava acontecendo
ao seu redor (Figura 1) (Brand e Zanfelice, 2012).

Figura 1 - Cronologia sobre a história do TEA

Fonte: Elaboração própria (2023)

Mas em 1938, Léo Kanner, psiquiatra austríaco, início as pesquisas cientificas


sobre o autismo e publicou em 1943 o artigo “Distúrbios Autísticos de Contato Afetivo”
descrevendo 11 casos de crianças, que apresentaram caraterísticas de isolamento
social extremo, dificuldade para falar e elaborar frases, replicavam frases ditas e
realizavam atividades por ordem numérica, de cores ou de repetições (Kanner e
Eisenberg, 1955).
Segundo Kanner (1943), o autismo não era um dos sintomas da esquizofrenia,
como Eugene Bleuler havia descrito em 1911, no entanto, era um transtorno próprio que
foi denominado como Síndrome de Autismo Infantil Precoce. Pode-se concluir, portanto,
que as crianças vieram ao mundo com uma incapacidade inata para o contato efetivo
usual com as pessoas.
Além disso, o estudo se tornou mais amplo com a inclusão da descrição do
comportamento dos pais no relatório preliminar que segundo o autor “em todo o grupo,
são raros os pais e mães realmente calorosos. Na maioria dos casos os pais, avós e
colaterais são pessoas muito preocupadas com coisas abstratas, sejam elas de
natureza cientifica, literária ou artísticas, e limitadas no interesse autêntico que tem para
as pessoas. Mesmo nos casamentos mais felizes permanecem relações mais frias”. O
autismo para Kanner, era culpa exclusivamente dos pais que não demostraram carinho
e amor ao filho, e isso o levou a fugir da realidade e se isolar das relações sociais
(Kanner e Eisenberg, 1955).
Em 1968, o psiquiatra Bruno Bettelheim desenvolveu a teoria da mãe geladeira,
no livro A fortaleza Vazia, colocando a mãe como principal responsável pelo autismo
“que seria uma patologia de ordem emocional, em que a criança – por não se sentir
amparada e acolhida por aqueles que com ela conviviam – optaria por habitar uma
“fortaleza vazia” entregar-se a um estado de não existência” (Lopes, 2020). Bettelheim
afirmou que “Ao longo deste livro mantenho minha convicção de que, em autismo
infantil, o agente precipitador é o desejo de um dos pais de que o filho não existisse”
(Bettelheim, 1987, p. 137).
De acordo com Orrú (2012) O autismo afeta a parte comportamental do
neurodesenvolvimento, e por tanto, seria uma questão biológica e não afetiva entre pais-
filho. Silva (2012) afirma que por meio da neurociência, as áreas cognitivas afetadas
pelo autismo estão relacionadas as funções de execução de tarefas. A falta desses
processos neurológicos causa um déficit na atenção, no autocontrole, no raciocínio
logico e na aprendizagem no geral.

2.1.1 DSM-1 e DSM-2

A formalização e sistematização das classificações dos transtornos mentais, foi


incluída na CID-6 (Classificação internacional de Doenças) pela OMS (Organização
Mundial Da Saúde) que foi publicada em 1952 o DSM-1 contendo descrições para o
diagnóstico de 106 tipos de desordens mentais, entre elas, a primeira classificação para
o autismo, que foi considerada uma Reação Esquizofrênica precoce infantil (Figura 1)
(Derbli, 2011).
Segundo a perspectiva psicobiológica de Adolf Meyer (1866-1950), que constituiu
as reações da personalidade como fator psicológico, social e biológico. O autismo era
descrito no DSM-I como “Reação Esquizofrênica, tipo infantil, autisticas”, que
caracterizava o autismo como um dos sintomas da esquizofrenia. Já O DSM-II (1982)
apenas eliminou o termo “reação” e o autismo passou a chama-se “Esquizofrenia Tipo
Infantil” (APA, 1952, 2002).

2.1.2 DSM-3

Em 1980, o DSM-III colocava o autismo como um transtorno singular, não sendo


mais considerado um sintoma da esquizofrenia. Sendo classificado pela primeira vez
como “transtorno autístico”. Posteriormente a APA revisou o DSM-III, e sua nova
atualização, o transtorno autista teve uma mudança brusca, sendo agora considerado
uma comorbidade (Figura 1) (Grinker, 2010; Oliveira e Santos, 2022).

2.1.3 DSM-4: Transtorno de Rett e Asperger

O DSM-IV foi lançado em 1994 com 297 categorias diagnosticadas, sendo uma
delas a Síndrome de Asperger (Figura 1). O psiquiatra austríaco Hans Asperger
publicou em 1944 um artigo sobre o autismo que apenas foi reconhecido em 1991 com
o artigo da psiquiatra inglesa Lorna Wing (Martinhago e Caponi, 2019).
Hans (1944) apresentou uma tese com casos atendidos na Clínica Infantil da
Universidade de Viena que constituíam uma síndrome nomeada de Psicopatia Autística
Infantil. Ele descreveu que as crianças tinham dificuldade de integração social, mas
possuíam um nível de inteligência e linguagem alto. Para o psiquiatra essa peculiaridade
poderia compensar os déficits apresentados e na vida adulta, essas crianças teriam
grandes chances de êxito (Figura 1) (Dias, 2015).
Segundo o artigo de Asperger (1944), as crianças “desenvolveram linguagem
antes da idade escolar, tinham vocabulário amplo e razoável gramática, apesar da
socialmente isoladas fazem tentativas de aproximação”; Já as crianças de Kanner eram
isoladas das pessoas e tinham uma resistência forte em estabelecer qualquer contato
afetivo-social (Dias, 2015).
A Síndrome de Rett, foi descoberta em 1966 pelo pediatra da Universidade de
Viena, Andreas Rett, que realizou um estudo com 31 meninas que foram diagnosticada
com um quadro de regressão mental, que prejudicaram a parte neuromotora do cérebro,
mudanças peculiares e hiperamonemia1. Rett descreveu os sintomas como um quadro

1
Doença metabólica caracterizada por excesso de amônia no sangue.
de “atrofia cerebral associada à hiperamonemia”. Posteriormente, Hagbeg et al (1983),
publicou um artigo, titulado A progressive Syndrome of austism, dementia, ataxia and
loss of purposeful hand use girls: Rett’s syndrome: reporto f 35 cases, assim,
caracterizado o estudo de Rett (1966) como uma síndrome do autismo e passando a
ser conhecida como Síndrome de Rett (Figura 1) (Pazeto et. al., 2013).

2.1.4 DSM – V

A partir da nova publicação do DSM-V (2013), o autismo passou a chama-se


Transtorno do Espectro Autista (TEA), sendo classificado como um transtorno do
neurodesenvolvimento, por apresentar dificuldades em comunicação, interação social e
comportamento restritivo ou repetitivo.
Os critérios de diagnóstico do TEA de acordo com o DSM-V são divididos em A,
B, C, D e E, que podemos ver abaixo:
A - Déficits persistentes na comunicação social e na interação social:
1. Déficits em socializar-se, como exemplo: dificuldade em dialogar normalmente,
demostrar emoção ou afeto;
2. Déficit na comunicação não verbal, variando entre comunicação verbal e não
verbal de maneira anormal, e não compreendendo a linguagem corporal, fácil e
gestos não vergal;
3. Déficit em entender um relacionamento, não compartilhando brincadeiras
imaginativas ou interagindo com colega.
B - Padrão de comportamentos restritivos e repetitivos:
1. Movimentos motores, gestos, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos
(ex: alinhar brinquedos, girar objetos, ecolalia 2, frases idiossincráticas3);
2. Insistência em realizar as mesmas coisas, inflexível a rotinas ou padrões
ritualizados de comportamento verbal ou não verbal;
3. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco;
4. Hiper-reatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos
sensoriais do ambiente
C – Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento;

2
Repetição de frases ou palavras
3
Comportamento característico de um individuo
D – Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social,
profissional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo.
E – Os distúrbios não são diagnosticados por deficiência cognitiva e intelectual ou pelo
atraso global do desenvolvimento.

Tabela 1 - Graus de Gravidade do TEA

Fonte: DMS-5, p. 52

O DSM-V traz nos critérios de diagnostico os níveis de gravidade e a necessidade


de suporte para as atividades do dia a dia. O Transtorno do Espectro Autista é dividido
em 3 níveis diferente de gravidade: leve, moderado e severo (Tabela 1). Além do DSM-
V, o CID é outro documento que auxilia também no diagnóstico do autismo, pois contém
uma linguagem mais comum e universal que facilita a comunicação da mesma forma
entre os profissionais da saúde. De acordo com o CID-11 os níveis de gravidade do
TEA são identificados da seguinte forma (Quadro 1).

Quadro 1 - CID-11: Classificação dos níveis de gravidade do TEA (6A02)


CID-11: Classificação dos níveis de gravidade do TEA (6A02)
Níveis Descrição
- 6A02 TEA sem deficiência intelectual (DI) e com leve ou
Nível 1 nenhum prejuízo de linguagem funcional;
Leve:
- 6A02.1: TEA com DI e com leve ou nenhum prejuízo de
linguagem funcional.
– 6A02.4: TEA sem DI e com ausência de linguagem
Nível 2 funcional;
Moderado: – 6A02.5: TEA com DI e com ausência de linguagem
funcional.
– 6A02.4: TEA sem DI e com ausência de linguagem
Nível 3 funcional;
Severo: – 6A02.5: TEA com DI e com ausência de linguagem
funcional.
Fonte: CID-11 (2019)

2.2 ARQUITETURA INCLUSIVA PRA CRIANÇAS COM AUTISMO

A Organização das Nações Unidas (ONU), aprovou a resolução 48/96, de 20 de


dezembro de 1993, que apresentou as Normas Uniformes sobre Igualdade de
oportunidades para as Pessoas Portadoras de Deficiência, com o compromisso moral
de garantir as mesmas oportunidades as pessoas com deficiência, como: emprego,
lazer, religião, educação e acessibilidade.
No Brasil, a Lei n° 13.146/2015 assegura e promove, de maneira igualitária, o
exercício do direito e liberdade para pessoas com deficiência de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, visando à inclusão social e da cidadania. Porém, apesar da
norma abranger uma acessibilidade universal, ainda não existe uma norma especifica
para acessibilidade ao autista.
Se sabe, que a criança ou adulto que tem o transtorno do espectro autista (TEA),
comumente apresenta grau de hipersensibilidade à luz, ao barulho, as cores muito
vibrantes, texturas de materiais e locais com muitas pessoas. Esse excesso de
informação e estímulo, pode causar uma sobrecarga emocional, sensorial e social que
aumenta os níveis de ansiedade e estresse ao ponto de causar uma crise meltdown ou
shutdown (Rissato, 2023).
A crise meltdown, também chamada de colapso, é uma crise intensa e explosiva
devido à perda de controle emocional. É comum que durante a crise, não exista o
autocontrole sobre as reações e emoções, apresentando um comportamento impulsivo
e agressivo, com movimentos repetitivos. Por outro lado, a crise sultdown ou
desligamento, acontece de maneira interna e discreta, que pode passar despercebida.
Durante a sultdown, a pessoa fica paralisada, com o olhar “vazio” e a respiração lenta,
não consegue se comunicar (Rissato, 2023).
Magda Mostafa (2008) publicou o artigo “An An Architecture For Autism: concepts
of design intervention for the autistic user”. O primeiro artigo sobre como a arquitetura
pode influenciar positivamente o desenvolvimento cognitivo do TEA, por meio de
alterações nos ambientes construídos para criar estímulos específicos, e assim,
acomodar as necessidades do autista ou tornar o ambiente mais confortáveis para
evolução das habilidades.
A pesquisa de Magda Mostafa foi divida em três etapas: a primeira tinha como
objetivo o estudo descritivo dos cuidadores e professores de crianças autistas, para
classificar os impactos arquitetônicos específicos mais influentes no comportamento
autista. Na segunda etapa, foi realizado um questionário online publicado no site
Families for Early Autism Treatment, FEAT, dedicado a famílias e educadores de
crianças com autismo. O mesmo questionário foi distribuído entre os cuidadores e
professores da Sociedade Avançada para o Desenvolvimento de Habilidades de
Crianças com Necessidades Especiais, uma escola localizada na cidade do Cairo no
Egito. Com base nos estudos realizados anteriormente, na terceira etapa foram feitas
intervenções nos ambientes construídos para estudar o desempenho das crianças com
TEA (Mostafa, 2008).
As turmas escolhidas para o estudo foram as turmas do nível primário, com idade
entre 6 a 10 anos e os resultados gerais mostrou-se promissórios com a melhora no
comportamento autista, como: o aumento da atenção três vezes mais, redução do
tempo de resposta, que são medidos os segundos que uma criança leva para responder
a um comando ou pergunta, e a melhora no temperamento comportamental; indica um
resultado bem-sucedido de intervenção (Kaplan, 2006; Mostafa, 2008).
O primeiro teste realizado foi o impacto da acústica no comportamento autista na
aquisição da fala e linguagem. A intervenção foi feita na sala de fonoaudiologia, por
meio de materiais baratos e de instalação rápida, foram feitos isolamento acústico no
piso, parede e teto, reduzindo ruídos de 65,5 decibéis para 52,5 decibéis e a taxa de
eco que era 96% caiu para 57% (Mostafa, 2008).
A segunda intervenção foi a sequência espacial, que reorganizou a sala de aula
em “estações” ou zona definidas para tal atividade, criando um ambiente mais seguro
minimizando as distrações visuais por meio da limitação do campo de visão periférica,
assim desenvolvendo a concentração para a realização das atividades. Foi também
incluído um espaço de fuga que tem como objetivo, auxiliar no autocontrole em meio ao
desequilíbrio emocional (Figura 2) (Mosfata, 2008).
O espaço de fuga foi essencial, no começo as crianças usaram mais vezes e por
mais tempo para escapar da estimulação sensorial. Todavia, com o passar do tempo, o
uso desse espaço foi diminuindo ao ponto que as crianças apenas olhavam por cima do
ombro verificando se ainda estava disponível, como se apenas a presença daquele
espaço no ambiente já era suficiente (Figura 2) (Mostafa, 2008).

Figura 2 - Setorização da sala de aula feita por Magda Mostafa

Fonte: Mostafa (2008)

Mostafa publicou o artigo “Architecture for autism: Autism aspectss™ in school


design” em 2014, descreveu os sete princípios do design para um projeto arquitetônico
para crianças autistas, que são:
1. Acústica: que segundo uma pesquisa realizada com uma amostra de 100 pais e
cuidadoras de crianças com Transtorno de Espectro Autista (TEA) a pontou que a
acústica tem grande influência no comportamento autista. Um projeto de tratamento
acústico, que diminua o ruído e eco, promove maior atenção nas realizações das
atividades, menor tempo de resposta e o comportamento autoestimulatório.
2. Sequência espacial: O autista sente muita dificuldade quando não existe uma
rotina no seu dia a dia, essa falta de previsibilidade normalmente causam crises de
ansiedade e estresse. Seguir uma rotina diária traz uma sensação de segurança e
autocontrole. Com base nisto, Mostafa (2014), então desenvolveu o critério do
Zoneamento Sensorial, em que os ambientes são organizados em ordem lógica e
subsequentes, sem interrupções ou distrações.
3. Espaço de Fuga: é um espaço afastado e silencioso, que devem fornecer um
ambiente sensorial neutro com baixa estimulação.
4. Compartimentalização: a criação de espaços limitados, de modo
compartimentado que devem ter funções determinada, com estímulos específicos para
a atividade exercida. Essa compartimentação pode ser realizada nas salas de aula,
como também na organização dos ambientes em toda edificação.
5. Zonas de Transição: é um ambiente transitório, em que as crianças ao sair de
uma sala de aula com alto nível de estimulo, possa reequilibrar os níveis de estimulo
antes de entrar em um novo espaço com novos estímulos.
6. Zoneamento: Por meio do projeto arquitetônico de layout, agrupar os ambientes
de acordo com o grau de estimulo, criando assim, zonas de “baixo estimulo” e “Alto
estimulo”. A zona de baixo estimulo seria a sala de fonoaudiologia, informática e
biblioteca. E a zona de alto estimulo podem incluir as áreas que precisam de mais
atenção como educação física, fisioterapia e desenvolvimento motor.
7. Segurança: criar ambientes seguro para as crianças brincarem, aprender e
desenvolver suas habilidades.

2.3 NEUROARQUITETURA

A neuroarquitetura é um estudo interdisciplinar que uni os conceitos das áreas


da neurociência, psicologia e arquitetura, com objetivo de criar ou modificar espaços
construídos para gerar bem-estar físico e mental para o usuário. Segundo estudo
realizada pela Berkeley Lab, em média as pessoas passam 90% do tempo da vida em
ambientes fechados, e se esse ambiente não for apropriado, pode afetar negativamente
o usuário (Fajardo, 2018).

Figura 3 - A diferença de um cérebro normal e um cérebro autista

Fonte: Woodard Lab (2019)


A neurociência estuda o cérebro para responder a perguntas mais intimas do ser
humano, e assim podendo comprovar de maneira cientifica os pontos positivos e
negativos por meio do mapeamento do sistema nervoso, que demostra nossas emoções
e sentimentos causados pelo ambiente, objeto e entre outros (Figura 3). Com base
nisso, a neurociência aliada a arquitetura, traz estratégias para projetar espaços que
estimule o bem-estar físico e emocional, melhorando a concentração, diminuindo a
ansiedade e a fadiga. Algumas das estratégias utilizadas são o uso das cores,
iluminação e ventilação naturais, formas orgânicas, uso de matérias naturais e texturas
em moveis e decorações (Solís e Herrera, 2017; Paiva e Jedon, 2019; Shaaban, Kamel
e Khodeir, 2023).

Figura 4 - Arquitetura biofilica

Fonte: RS design (2019)

O cérebro é biologicamente atraído pela natureza e, quanto mais abundante for


plantas e vegetações no ambiente, mais impacto tem no cérebro. O uso do verde e
elementos naturais na edificação é nomeado biofilia, que significa ‘amor às coisas vivas’.
De acordo com o relatório divulgado pelo Human Spaces no Impacto Global de Design,
15% das pessoas que trabalham em espaços com o uso da biofilia tem um índice maior
de bem-estar do que pessoas sem contato nenhum com a natureza (Figura 4) (Kellert
e Calabrese, 2015; Pires, 2021).
A exposição a natureza a curto prazo pode auxiliar no bem-estar; reduzir níveis
de estresse, ansiedade, tensão muscular, pressão arterial e frequência cardíaca; além
de estimular a criatividade e a produtividade. A longo prazo, ajuda o sistema
imunológico, diminui o risco de doenças crônicas e melhora o desempenho cognitivo.
A biofilia auxilia no desenvolvimento das crianças estimulando a imaginação, a interação
social e diminui dos distúrbios de déficit de atenção (Figura 4) (Paiva e Jedon, 2019;
Pires, 2021).

Figura 5 - Ciclo circaciano

Foto: Reprodução (2021)

O uso de luz natural no ambiente influencia diretamente o comportamento


humano. O ritmo circadiano, ou ciclo biológico é um mecanismo do organismo para se
adaptar aos períodos do dia e noite, dessa maneira ao raia do dia os níveis de cortisol
aumentam para começar o dia com energia e ao longo do dia ficamos mais alerta, com
maior coordenação e força muscula. A noite, tudo se inverte perdemos energia e
começamos a produzir melatonina para dormir bem e ter um sono revigorante (Figura
5).
A iluminação natural melhora a qualidade de vida proporciona sensações de bem
estar, disposição, alegria, que aumentam a produtividade; melhora a saúde emocional,
pois a luz solar estimula a produção de vitamina D e ainda traz maior conforto visual,
reduzindo a fadiga e problemas de visão. Pode ser utilizada janelas amplas, iluminação
zenital, claraboia, varandas, jardins externos e entre outros (GPL, 2020).
Figura 6 - Psicologia das cores

Fonte: Dicionário Popular (2020)

As cores, não é apenas elemento estético, para a neuroarquitetura o uso das


cores tem uma relação psíquico-sensorial, influenciando e condicionando as emoções
humanas e o comportamento fisiológico. Os tons primários (verde, azul e amarelo)
reduzem o estresse e traz sensação de conforto. O uso de cores naturais, cria conexões
entre ambiente e natureza (Figura 6) (Fernández, 2019).
Para o autismo, as cores contribuem para o equilíbrio emocional, e podem gerar
sentimentos de satisfação ou desgosto que podem prejudicar ou beneficiar no
aprendizado. Há necessidade de utilizar tons mais claros ou pastéis ao invés de cores
fortes e multicoloridas (Figura 6) (Pietra, 2018).
As cores e diferentes tons, têm efeitos diferentes nas pessoas. Com base nisso,
os especialistas utilizam dessa ferramenta para estimular positivamente pessoas com
TEA, para desenvolver habilidades cognitivas e sociais. O laranja e amarelo são tons
que despertam o bom humor e a sociabilidade. Já o azul transmite calma e equilíbrio.
Já as cores fortes e escuras podem deixar os autistas confusos e desordenados (Figura
6) (Neurosaber, 2021).
3 METODOLOGIA

O processo de estudo e desenvolvimento do anteprojeto se divide em duas


etapas: estudo do tema e estudo preliminar.

Figura 7 - Metodologia tabela 1

Fonte: Elaboração própria (2023)

3.1 ESTUDO DO TEMA

Esta etapa é dividida em 2 sub-etapas, que são: estudo do tema e estudo da


neuroarquitetura.

3.1.1 Estudo do Autismo

Para embasar o tema, foi necessário um estudo aprofundado sobre o Transtorno


do Espectro Autista (TEA) que foi dividido em 2 etapas: história e arquitetura para
autista.

3.1.1.1 História

Para saber o presente, é necessário olhar para o passado. Então, foi necessário
um estudo aprofundado na história do autismo; sua descoberta, o que se saber
atualmente sobre o transtorno, qual o tratamento adequados, cuidados necessários e
entre outras informações para entender o dia-a-dia e as dificuldades desse públicos.
3.1.1.2 Arquitetura para Autista

Com base no estudo sobre o autismo, foi necessário uma buscar de correlatos
ou estudos científicos a respeito de como a arquitetura pode beneficiar os autistas.
Sendo encontrado, os artigos de Magda Mostafa, que dedicou anos de estudo
desenvolvendo estratégias arquitetônicas que auxiliaram e beneficiaram autistas a
desenvolverem suas habilidades mais rápido e de maneira mais tranquila.

3.1.2 Estudo da Neuroarquitetura

Para desenvolver o conceito principal do anteprojeto, foi necessário um estudo


sobre a neuroarquitetura, que foi dividida em 2 etapas: benefício para o usuário e os
estudos de correlatos.

3.1.2.1 Neuroarquitetura e seus benefícios

Os estudos da neuroarquitetura sobre o usuário foram essências para


desenvolver as linhas de partido do anteprojeto; como o uso da luz e ventilação naturais,
o uso de vegetação para criar um microclima e criar bem-estar com o uso da biofilia,
uso das cores pasteis e tons neutros, além de formas orgânicas para trazer a ideia de
segurança e natureza.

3.1.2.2 Correlatos

Os correlatos são importantes para se ter parâmetros para o desenvolvimento do


anteprojeto, e todos os correlatos escolhidos foram utilizados o conceito da
neuroarquitetura em ambientes escolares para desenvolver as habilidades cognitivas e
motores de crianças pequenas, criando ambientes estimulantes com o uso de matérias
e elementos naturais.

3.2 ESTUDO PRELIMINAR

Esta etapa é dividida em 2 sub-etapas, que são: lote e estudo do entorno e


volumetria e escolhas plásticas.
3.2.1 Lote e Estudo do Entorno

O lote no bairro do catolé, na rua Luiza Bezerra Motta foi escolhido devido a área
do terreno que é extensa, a localização privilegiada com o entorno próximo de escolas,
serviços públicos e muitas residências. Além disso a topografia em declive, auxiliou para
a concepção da ideia volumétrica.

3.2.2 Volumetria e escolhas plásticas

Com base no estudo do terreno e as condicionantes, a volumetria foi baseada no


desnível do terreno, sendo dividida em térreo e subsolo. O térreo seria toda a parte de
atendimento e no sub-solo seria área restrita para funcionários. A volumetria trouxe o
conceito de copa de árvores, tendo um desenho curvo com linhas finas, com o uso da
cor branca, vidro reflecta, uso de revestimento em pedras naturais e bastante vegetação
ao redor da edificação.
4 CORRELATO

4.1 YBÁ DO QUINTAL

A Escola da Escola Ybá do Quintal está entre uns dos projetos educacionais
inovadores do mundo. Com base nos conceitos da Neuroarquitetura, sua estrutura
arquitetônica pensada especialmente para o desenvolvimento das crianças com base
no método de ensino de Reggio Emilia, considerado um referencial mundial em
educação infantil (Quadro 2).
O método Reggio Emilia traz sete princípios, a seguir: a criança é a protagonista
de todo o processo de ensino e aprendizagem; os professores praticam a pedagogia de
escuta e promove o aprendizado dos aspectos cognitivos, afetivos, sociais e interativos;
a arte como linguagem expressiva; a ideia de “escola sem muros” onde professores,
educadores, gestores, familiares e comunidade trabalham juntos para o
desenvolvimento da criança; pais presentes no ensino; a importância de documentar
todo processo evolutivo e o uso primordial da arquitetura para criar um ambiente
aconchegante, estimulante e que gere sensação de bem-estar (Baldissera, 2022).

Quadro 2 - Ficha Técnica da Escola Ybá do Quintal

Fonte: Elaboração Própria (2023)


Figura 8 - Fachada da Escola Ybá

Fonte: Alô Alô Bahia (2022)

Figura 9 - Janelas da Escola Ybá

Fonte: Ato Filmes (2022)

A fachada tem traços lineares e jogo de volumetria realizado pelos elementos


cheios e vazios da: janela, varandas e jardineiras, quebrando a sensação de cubo. As
jardineiras abraçam a instituição e são vistas pelos vãos das janelas, que tem altura de
peitoril reduzida, permitindo a conexão das crianças com a natureza e o ambiente
externo (Figuras 8 e 9).
A arquiteta Barbará, responsável pelo projeto, trouxe como referência ao lúdico
casinhas nas esquadrias das janelas, a intenção de convidar as crianças a se sentir em
casa, como uma continuidade do lar (Figura 9).
Figura 10 - Fachada posterior e pátio da Escola Ybá Quintal

Fonte: Alô Alô Bahia (2022)

Figura 11 - Varanda coberta da Escola Ybá do Quintal

Fonte: Ato Filmes (2022)

Segundo a arquiteta Bárbara, devido a pandemia o cuidado com a ventilação foi


foco de maior atenção. Então, foi explorado ao máximo a ventilação natural associada
ao sistema renovação de ar forçado, similar ao de um hospital. O que permite uma boa
qualidade do ar. O pátio e as varandas, internas e externas, são como extensão da sala
de aula para flexibilizar o conviveu e a aprendizagem, para estimular a criança a
explorar, assim como estratégia contra a disseminação da Covid19 (Figuras 10 e 11).
Figura 12 – (A) Varanda; (B) Divisória de bloco de argila; (C) Arandela em acabamento amadeirado

A B C

Fonte: Ato Filmes (2022)

No projeto a iluminação indireta foi utilizada e associada a tecnologia flicker free4,


que evita que as crianças tenham gatilhos relacionados ao stress. A luz é muito
importante para o ritmo biológico, ela é que conduz a produção de hormônios, portanto,
a qualidade do sono tem a ver com a quantidade de luz que se recebe durante o dia. A
luz regula o circo circadiano, ou seja, o relógio biológico (Figura 5).
Pensando nisto, o projeto luminotécnico que conta com 3 circuitos de iluminação,
que vai reduzindo a quantidade de lumens ao longo do dia e da temperatura de cor que
também muda. Se uma criança estiver no turno integral na escola, ela vai reconhecer
que está anoitecendo (Figura 12).

Figura 13 - Salas da Escola Ybá do Quintal

Fonte: Alô Alô Bahia (2022) Fonte: Anota Bahia (2022)


A arquiteta ainda utilizou da iluminação em tons terrosos e arenosos em
luminárias com design orgânico, aproximando as crianças da natureza. Assim

4
Sistema para as lâmpadas não cintilares, assim evitando: dores de cabeça, fadiga, cansaço visual e problemas
neurológicos como convulsões e epilepsia.
transmitindo para os usuários um espaço calma e seguro estimula o aprendizado, a
formação da personalidade e da individualidade.
As crianças tem uma curiosidade natural pelas cores e pelas texturas, elas
nascem com uma enorme capacidade genética que lhes permite explorar e interpretar
a realidade através dos seus sentidos. Texturas e cores fazem da escola um convite
sensorial, como: o uso das pedras de seixo como revestimento para a pia esculpida,
blocos de argila como divisória de ambientes e o próprio piso com uma paginação
reduzida de acordo com a escala das crianças, traz sensação de acolhimento (Figuras
12 e 13). O monocromático nos ambientes, é permitir que cada usuário possa entrar em
sintonia de maneira individual, e assim, descobrir suas próprias preferencias de cores
(Figura 13).

Figura 14 - Cadeiras ergonômicas de acordo com cada idade

Fonte: Ato Filmes (2022)

Os mobiliários foram desenhados especialmente para a Ybá e de acordo com a


ergonomia de cada idade. Para as crianças de 1 e 2 anos, a cadeira envolve a criança
e as quinas são boleadas para mais conforto e proteção (Figura 14). Para as crianças
de 3 a 5 anos, a relação com a cadeira é envolvida de outra forma. Essa idade as
crianças exploram mais o ambiente, então foram retirada os apoios laterais. O encosto
e o assento ganharam um design de arco para melhor conforto, pois as quinas e pontas
ativam parte do cérebro relacionados a ameaça. Pensando nisso, a arquiteta decidiu
criar mobiliários curvos, orgânicos e fluidos (Figura 14).
Figura 15 - Sala de ateliê da Escola Ybá do Quintal

Fonte: Anota Bahia (2022)

A mesa permite o conviveu de devesas formas por ser redonda – na hora de se


alimentar, de brincar, de ler, de investigar, não ter um limite determinado, trazendo a
ideia do coletivo. Todavia ao mesmo tempo as crianças passam a entender o espaço
do outro (Figura 15).
Para estimular a navegação espacial e permitir que as crianças se localizem, e
assim se sentam mais seguras, cada andar é sinalizado com uma cor e os ambientes
destinados a elas, foram aplicadas escalas de acordo com sua idade como portas,
prateleiras, placas e janelas na altura apropriada (Figura 15).
Portanto, com base no correlato da Escola Ybá do Quintal serão utilizados alguns
conceitos e partidos como inspiração para o anteprojeto arquitetônico, que será
produzido e entregue na disciplina de TCC II. Os conceitos que serviram como
embasamento, serão: o método de Reggio Emilia e a neuroarquitetura; e os partidos
que inspiraram, serão: uso de cores, texturas e materiais que desenvolvam os sentidos,
a iluminação e ventilação natural e espaços externos como estratégia de flexibilizar a
convivência.

4.2 ESCOLA PRIMARIA NÍA

A Nía School foi criada para desenvolver a criatividade de crianças com faixa
etária entre dois e os oito anos, para o crescimento por meio de diversos ambientes que
possibilitam movimenta-se livremente e desenvolver habilidades de maneira interativa
(Quadro 3). A sala sensorial, segundo os arquitetos responsáveis “foi pensada a partir
de um ambiente de jogos através da exploração, experimentação e do descobrimento”.
Os materiais utilizados são suaves ao tato (Figura 15).
Quadro 3 - Ficha Técnica da Escola Nía
Escola Nía
DADOS TÉCNICOS:
Paseo de Los Ahuehue Norte 1427, Bosques de Las
Endereço: Lomas, Cuajimalpa de Morelos, 11700 Cidade do
México, CDMX, México.
Jack Sulkin, Gabriel Askenazi, Fernanda Barrera,
Arquitetos(as):
Ramón Aguilar e Aidee Lorenzo
Escritório: Sulkin Askenaki
Tipologia: Instituição de Ensino Infantil
Público-alvo: Crianças entre 2 a 8 anos
Área do -
terreno:
Área 605m²
Construída:
Início da obra: 2019
Final da obra: 2019
Fonte: Elaboração Própria (2023)

Figura 16 - Sala sensorial Escola Nía

Fonte: Archdaily (2020)

O espaço conta com equipamentos que formam um circuito de atividades


diversas para estimular o desenvolvimento motor e a mente das crianças de maneira
interativa e divertida, “(...) para que as crianças explorem, escalem, pulem e montem,
desenvolvendo diferentes habilidades”, explicou os arquitetos responsáveis (Figura 16).
Figura 17 - Recepção escola Nía

Fonte: Escola Nía (2022)

Figura 18 – Outra perspectiva da recepção Escola Nía

Fonte: ArchDaily (2020)

A recepção trouxe o conceito da natureza para o espaço, utilizando materiais


Fonte: Archdaily
naturais como a madeira e cores neutras. O mobiliário é ergonômico para crianças,
(2020)
prateleiras de livros com diferentes alturas que permite que crianças se sintam à
vontade para ler e aprender constantemente e bancos que se assemelham as rochas
na natureza (Figura 17 e 18).

Figura 19 - Sala de Aula Nía

Fonte: ArchDaily (2020)


A iluminação além de tornar o ambiente confortável e natural, também utiliza de
formas geométricas e jogo de volumes para compor o ambiente de maneira lúdica
(Figura 19).

Figura 20 - Espaço interativo Escola Nía

Fonte: ArchDaily (2020)

As salas de aula têm moveis modulares, que serve como prateleiras para guardar
materiais usados em sala, que ficam disponíveis para as crianças utilizarem,
estimulando a autonomia e a independência (Figura 19). O tapete em formato hexagonal
deixa o espaço mais acolhedor para as crianças brincarem, ler, pintar e tocar
instrumentos. O painel de cortiça serve para organizar o espaço, como também
elemento interativo e modular (Figura 20).

Figura 21 - Sala de aula Escola Nía Figura 22 - Jardim da escola Nía

Fonte: ArchDaily (2020)

Um dos conceitos utilizados para o projeto foi a biofilia que incorpora a natureza
nos espaços construídos, como: vegetação, luz natural e materiais como madeira e
pedras, formas orgânicas, que conecta o indivíduo a natureza, promovendo conforto
emocional, saúde e bem-estar. Assim proporcionando um ambiente calmo, que estimula
o aprendizado e a criatividade de maneira produtiva. As crianças em contato
desenvolvem melhor a imaginação, a interação social, que diminui distúrbios como o
déficit de atenção (Figura 22).
Portanto, com base no correlato da Escola Nía será utilizado o conceito da biofilia
para conectar a natureza com a arquitetura, para transformar o projeto do Centro de
atendimento a criança autista, em um lugar confortável e seguro, que proporcione um
ambiente criativo, calmo e estimulante para as crianças. Além do espaço verde, o
projeto de interiores que levou o mesmo conceito, trouxe a natureza para os ambientes
internos, irá ser umas inspiração para a criação de espaços mais aconchegantes com
o uso da neuroarquitetura.
O projeto da sala sensorial, desenvolvida para estimular a criança a explorar e
aventurar-se, de maneira criativa, por meio de um circuito de atividade que estimula a
criança a pular, escalar e correr, com o uso dos materiais e acabamentos para estimular
o tato, e o uso das cores quentes e frias de maneira harmônica. Esse espaço é uma
inspiração que será utilizada no projeto de arquitetura.

4.2.1 Estudo de Planta-baixa e setorização da Escola Nía

Foi possível a realização do estudo de planta-baixa, por meio da setorização dos


espaços (Figura 23).

Figura 23 - Setorização da planta-baixa térreo da Escola Nía

Fonte: Elaboração própria (2023)


Figura 24 – Outra setorização da planta-baixa térreo da Escola Nía

Fonte: Elaboração própria (2023)

É importante observar que o terreno, apesar de ser grande, não foi possível ser
utilizado completamente, devido seu aclive acentuado. Todavia, o ambiente foi bem
setorizado, separando bem as áreas livres e restritas (Figuras 23 e 24).

Figura 25 - Setorização do 1° Pavimento da Escola Nía

Fonte: Elaboração própria (2023)

Pode observar que os ambientes das salas de aula, tem ventilação cruzada pois
as janelas estão posicionadas uma de frente para outras, criando assim um corredor de
ventilação natural e iluminação. É possível observar a integração da sala com o jardim
totalmente, devido as enormes janelas (Figura 25).
Figura 26 - Vistas de uma das salas de aula da Escola Nía
Fonte: ArchDaily (2020)

O corte de um ambiente da Escola Nía se pode observar a escala dos moveis de


acordo com a estatura das crianças, e que sempre está presente a geometria na
marcenaria (Figura 26).

4.3. CENTRO DE ENSINO INFANTIL KAI EARLY YEARS

A Escola primaria Kai Early Years, traz um novo sistema educacional como
também um novo design desde a fachada até a arquitetura de interiores. O conceito de
“terceiro professor” foi adotado pela equipe de arquitetos e pelos os co-fundadores da
escola, Jennifer e Saad Sait. Ou seja, utilizar de artifícios como o toque, os sons, a visão
e os aromas para criar um ambiente intuitivo, sensorial, que promove a imaginação sem
limites das crianças, com foco no desenvolvimento. A escola, atualmente é o maior
campus da Índia de ensino primário. O objetivo desse conceito é criar um ambiente de
aprendizagem sem restrições, e segue a ideia de mente livre e ilimitado das crianças
(Quadro 4).
Quadro 4 - Escola Primaria de Kai Early Years

Escola Primaria Kai Early Years


DADOS TÉCNICOS:
Endereço: Whitefield, Bengaluru, Kamataka, Índia
Arquitetos(as): Mugdha Thakurdesai
Escritório: Education Design Architects
Tipologia: Instituto de Ensino Infantil
Público-alvo: Crianças entre 2 a 6 anos
Área do terreno: 7.284,34m²
Área construída: 5.202m²

Início da obra: -
Final da obra: 2019
Fonte: Elaboração própria (2023)
Figura 27 - Escola Kai Early Years

Fonte: ArchDaily (2020)

A edificação de estrutura orgânica é dividida em dois edifícios, que funciona de


maneira independente por meio de dois acessos. Uma edificação é o centro da primeira
infância e o outro edifício é o centro comunitário. Na parte externa se localiza uma área
de recreação, coberta com cobertura de membrana, separando os dois edifícios (Figura
27).
Figura 28 - Corredor central da Escola

Fonte: ArchDaily (2020)

A edificação transmite fluidez e movimento com o uso de formas orgânicas


arredondadas, tanto na própria estrutura física quanto nas janelas, pilares e marquises.
O uso de laje cogumelo que transmite tanto a ideia dos arquitetos de descrever a mente
de umas crianças, os neurônios, quanto o próprio desenho da natureza, dando a ideia
de arvores sustentando a edificação. As marquises curvilíneas, que transmite a ideia de
copa em movimento (Figuras 27 e 28).
Figura 29 - Elementos orgânicos

Fonte: ArchDaily (2020)

Os pisos, escadas, canteiros e área de recreação, também seguem o mesmo


conceito da estrutura, utilizando-se da forma circular para criar uma linguagem única e
harmônicas. Dessa forma, as crianças se sentem livres e seguras de explorarem o
espaço como um todo, desenvolvendo assim, as partes motoras, visuais e de tato por
meio das texturas dos materiais (Figura 29).

Figura 30 - Interior da Escola

Fonte: ArchDaily (2020)

Os arquitetos trabalharam em cima da interação dinâmica entre o interior e


exterior, de forma holística, fazendo com quer exista uma conexão entre ambas as
partes: como: as formas utilizadas, o teto de vidro para que os espaços recebam luz
natural e o contato com a natureza e do ar livre (Figura 30).
Figura 31 - Espaços Verdes na Escola Kai Early Years

Fonte: ArchDaily (2020)

Os arquitetos, utilizaram de forma estratégica plantas nativas com flores e


árvores frutíferas, para compor os espaços de circulação e recreação, como também
servir como material educacional ambiental para as crianças conhecerem e desfrutarem
(Figura 31).
Figura 32 - Espaço interno na Escola Kai Early Years

Fonte: ArchDaily (2020)

Figura 33 - Ateliê de artes da Escola Kai Early Years

Fonte: ArchDaily (2020)

O interior traz os elementos externos como a madeira e o gesso branco, deixando


o ambiente com o mínimo de barreiras físicas e visuais, como a continuidade da parede
e teto da mesma cor e mudanças de composição de forma orgânica, para não criar
ambientes fechados. De forma sensível às necessidades emocionais das crianças,
foram criados espaços acolhedores e tranquilos, para as crianças lerem, brincarem e
ficarem mais reclusas quando quiserem (Figuras 32 e 33).

4.3.1 Setorização da Escola Kai Early Years

É importante analisar a planta-baixa, para entender o programa de necessidades


e como funciona a setorização da Escola Kai Early Years.

Figura 34 - Setorização da Escola Early Years

Fonte: Elaboração própria (2023)

Foi possível observar que o desenho curvilíneo está presente em todos os


ambientes, de forma orgânica (Figura 34). Além disto, o zoneamento está bem divido
entre setor administrativo (sala da direção, reunião, professores e entre outros), setor
de serviços (cozinha, despensa e deposito) e setor de convivência (hall, praça principal,
área externa, refeitório, salas de música, ballet e teatro).

Figura 35 - Setorização de zoneamento da Escola Kai Early Years


Fonte: Elaboração própria (2023)

Portanto, com base no correlato da escola Kai Early Years, serão utilizados
alguns conceitos e partidos para a elaboração do anteprojeto de arquitetura do Centro
de Atendimento a Criança Autista. O conceito de estrutura orgânica e fluida, que
lembrasse as formas da natureza. Explorar o uso das cores, matérias e textura para
estimular a criatividade, a produção e a descoberta.
A área de recreação da Escola Kai, também será uma inspiração pelo formato
inovador – localizando-se ao redor de toda a escola, como um parque de diversões,
com caminhos curvos, materiais diferentes e com várias texturas, além do uso das
cores, que transforma o lugar em um ambiente criativo e produtivo.
A plantação de vegetação nativa, tanto arvores de floração quanto frutíferas, com
intenção de desenvolvimento o tato e o paladar das crianças com autismo, que na
maioria dos casos tem restrição alimentar.
5 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades teve como referência o programa de necessidades


da Escola Avançada do Egito. O centro é um serviço educacional em tempo integral
fornecido pela Sociedade Egípcia para o Desenvolvimento de Habilidades de Crianças
com Necessidades Especais. Tem como foco principal o desenvolvimento e atraso em
crianças autistas (Mostafa, 2014). Além da Escola Avançada do Egito, o programa de
necessidades se baseou-se no programa de necessidades do CAA-CG.
Quadro 5 - Programa de Necessidades

Fonte: Elaboração própria (2023)


5.1 SETORIZAÇÃO E FLUXOGRAMA

A setorização foi definida por meio de setores: administrativo, diagnostico,


consulta e terapia e setor de funcionários. Dentro de cada setor estão organizados os
ambientes do quadro de programa de necessidades (Quadro 5 e Figura 36).

Figura 36 – Setorização e fluxograma

Fonte: Elaboração própria (2023)


6 ESTUDO PRELIMINAR

6.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO LOCAL

A cidade de Campina Grande está localizada na serra da Borborema, é a


segunda cidade do estado da Paraíba com o maior número populacional, com 413.830
habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficando
atrás da Capital João Pessoa. Pela sua localização privilegiada e sua estrutura de
serviços púbicos de referência como o Hospital Regional de Trauma, Hospital
Universitário (HU) e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), a cidade
de Campina Grande atende tanto as cidades vizinhas, como também as cidades do
sertão paraibano. Portanto, tendo em vista que a cidade é o polo central da saúde do
estado; o trabalho final de conclusão de curso do centro de atendimento a criança
autista, será na cidade de Campina Grande, no bairro do Catolé.
O bairro do Catolé está localizado na zona sul da cidade de Campina Grande,
é um dos bairros mais valorizados tanto pela sua localização que está entre bairros
importantes como: Centro, Estação velha, José Pinheiro, Sandra Cavalcante e
Mirante, como também pelo desenvolvimento e evolução do bairro, onde se localiza
vários comércios e serviços, residências unifamiliar e multifamilar, pela verticalização.
As vias principais da cidade de Campina Grande também faz parte do bairro do Catolé,
como a Avenida Brasília que interliga a BR-230, a rodovia transamazônica que corta
o país do norte ao nordeste, a Avenida Dr. Elpídio de Almeida, as vias coletoras que
são a rua João Quirino e a rua Raimundo Nonato de Araújo.
No contexto socioeconômico, o Catolé é em sua maioria tem uma comunidade
classe média e classe média alta, com muitos comércios e serviços de vários nichos
diversos. O bairro também conta com um dos parques principais da cidade, o Parque
da Criança, que fica ao lado do cartão postal da cidade o Açude Velho onde está
localizado o Museu de Arte Popular da Paraíba com a assinatura de Oscar Niemeyer.

6.2 MAPA DE LOCALIZAÇÃO


O local escolhido para a elaboração do trabalho de conclusão de curso, está
localizado na cidade de Campina Grande- PB, no bairro do Catolé, na rua Luiza
Bezerra Mota (Figuras 37 e 38).
Figura 37 - Mapa de Localização

Fonte: elaboração própria (2023)

Figura 38 - Mapa de localização do lote

F onte: Elaboração própria (2023)


6.3 MAPA DE USO E OCUPAÇÃO

O mapa de uso e ocupação do entorno é possível observar na cor vermelha os


lotes residências unifamilares, que são predominantes. Na cor amarelo pastel, são os
lotes residências multifamilares, com prédios de 4 a 32 andares.

Figura 39 - Mapa de uso e ocupação do solo

Fonte: Elaboração própria (2023)

Além de lotes residências, temos lotes de serviço como posto de gasolina,


estação da Cagepa, restaurantes e lanchonetes que estão destacados na cor laranja.
Temos algumas instituições de ensino privado para crianças e adolescentes, e igrejas;
além de instituições públicas como Mistério Público Federal (MPF) e Sebrae que estão
apresentados na cor azul. Os pontos em amarelo são comércios como farmácia,
mercados, lojas e entre outros. Os pontos em verde são lotes sem uso, canteiros e
praças (Figura 39).
6.4 MAPA DE GABARITO
O mapa de gabarito mostra as alturas dos edifícios no mapa. Pode-se observar
que a maioria dos lotes, tem um pavimento térreo e logo em seguida, lotes com até 4
pavimentos.

Figura 40 - Mapa de Gabarito

Fonte: Elaboração própria (2023)

O mapa apresenta no norte e leste, alguns edifícios que tem entre cinzo a
quinze pavimentos, mas que não chega a impactar o terreno escolhido, pois o sol
segue de leste para oeste. Portanto, os edifícios maiores, por estarem distantes e na
posição norte, não irá impactar com sombreamento ou caminho dos ventos (Figura
40).
6.5 MAPA DE TOPOGRAFIA

O mapa de topografia, mostra as curvas de níveis no solo. Pode-se observar


que o solo está em declive do leste para oeste.

Figura 41 - Mapa topográfico

Fonte: Elaboração própria (2023)

Com base nisso, pode-se concluir que o solo do lote do terreno tem um declive
de cinco metros e trinta centímetros. Esse declive pode prejudicar a ventilação, não é
necessário fazer o uso de vegetações como árvores de grande porte, para que os
ventos desçam e cheguem na edificação (Figura 41).
6.6 MAPA VIÁRIO

O mapa viário é possível observar que a R. Luiza Bezerra Motta é uma via
coletiva, que liga a R. Vigário Calixto a Via arterial chamada R. Cônsul. Joseph
Noujaim Habib Nacad.

Figura 42 - Mapa viário

Fonte: Elaboração própria (2023)

Com base nisso, e em observações realizadas, pode-se concluir que o fluxo


viário é baixo a médio durante o dia. Já em horários de pico, o fluxo de veículos
aumenta (Figura 42).
6.7 MAPA CHEIOS E VAZIOS

No mapa de cheios e vazios é possível observar uns grandes adensamentos


em pontos ao sul, leste e noroeste do mapa.

Figura 43 - Mapa de cheios e vazios

Fonte: Elaboração própria (2023)

Esses pontos adensados, que na sua maioria são casas residências


unifamiliares e alguns lotes de comercio e serviços. Já no entorno do terreno, existem
uma maior área vazia, pode-se concluir que o terreno não sofrerá impacto direto de
edifícios. (Figura 43).
6.8 MAPA VEGETAÇÃO

O mapa de vegetação mostra o adensamento de árvores de grande e médio


porte pelo mapa da área. Pode-se concluir que o entorno do terreno tem uma
porcentagem mediana de vegetação.

Figura 44 - Mapa de Vegetação

Fonte: Elaboração própria (2023)

Ao leste do mapa, no edifício ao lado do terreno, podemos ver um grande


volume de árvores, que pode auxiliar no aumento de circulação de ar, do sudeste para
noroeste. Além da melhor ventilação natural, a vegetação auxilia na redução de ruídos
(Figura 44).
6.9 MAPA INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO

O mapa de insolação e ventilação, pode-se observar a localização do nascer e


pôr-do-sol, do leste para oeste; e os ventos predominantes vindos do sudeste do mapa
(Figura 45).

Figura 45 - Mapa insolação e ventilação

Fonte: Elaboração própria (2023) Fonte: Deborah Aguiar (2020)

Com base nisso, pode-se elaborar um projeto paisagístico para o plantio de


árvores de médio e grande porte ao oeste do terreno, para proteger a edificação da
insolação nos horários mais quentes. Além disso, vegetação ao sudeste e leste,
auxiliam na maior circulação de ar, realizando a troca de ar constantemente (Figura
45).

6.10 DADOS DO TERRENO

Os dados do terreno foram retirados do Plano Diretor (2006) e Código de Obras


(2013) da cidade de Campina Grande (Quadro 6).
Quadro 6 - Dados Urbanísticos do Terreno

Dados Urbanísticos do Terreno


Zoneamento Urbano : Zona de Recuperação Urbana :
Taxa de ocupação: 75 %
Índice de aproveitamento Máx.: 4 ,0
Taxa permeável: 20 %

Fonte: Elaboração própria (2023)


7 ANTEPROJETO

7.1 CONCEITO E PARTIDO


O anteprojeto tem a intenção primordial de ser um “projeto ideal” para o público-
alvo, uma arquitetura inclusiva para crianças com TEA e para isso, o uso do conceito
da neuroarquitetura pode contribuir para o conforto visual, auditivo, tátil, motor e
olfativo, e assim, minimizando os desconfortos e crises causados pelos excessos de
estímulos nos ambientes ou, a falta de estímulos necessários para a realização de
atividades nas terapias e consultas.
Os partidos utilizados são com base no conceito, são: a biofilia, iluminação e
ventilação naturais, uso de elementos naturais e cores. Para criar um ambiente
biofílico algumas estratégias são utilizadas, como: as formas orgânicas da natureza
que são as curvas e círculos. A beleza e harmonia natural, que traz a sensação de
equilíbrio, segurança e serenidade para os espaços construídos. Pensando nisso, o
projeto se utilizou das formas curvas para a criação da estrutura da edificação e
compondo com colunas que se assemelham à caules de árvores.
Além disso, o pátio e nos caminhos pelo jardim trazem o mesmo conceito, o
uso das curvas orgânicas. Os mobiliários e estofados serão curvos para evitar ângulos
pontiagudos que possam atrapalhar o andar, correr e brincar das crianças no espaço.
A utilização de iluminação e ventilação naturais serão realizadas pelas janelas
de pele de vidro com aberturas máximas e claraboias em ambientes específicos para
que, além de iluminar também traga a ideia do lúdico por meio do jogo de luz e sombra
(Apêndices A a F).

7.2 PLANTA DE SITUAÇÃO

A planta de situação destaca o local do anteprojeto (Figura 46).


Figura 46 - Mapa de situação

Fonte: Elaboração própria (2023)


7.3 PLANTA DE COBERTA

Figura 47 - Planta de Coberta

Fonte: Elaboração própria (2023)

A cobertura é feita com laje impermeabilizada em sua maioria. O telhado da


sala de musicaterapia é com telha termoacústica na cor branca e a coberta do pátio
coberto é feita com telha pvc verde. O sistema de escoamento é feito por calhas
localizadas no centro da cobertura medindo cerca de 60x20cm (Figura 47).
7.4 PLANTA-BAIXA

Figura 48 - Planta-baixa Térreo

Fonte: Elaboração própria (2023)

O atendimentos e atividades seram realizados no pavimento terreo, dividido


entre bloco de atendimento - psicologia, psiquiatria e fonoaudiologia - e o bloco de
terapias, que são psicomotricidade e ludoterapia, fisioterapia, terapia ocupacional,
musicoterapia e sala de artes (Figura 48).
Nas salas de fisioterapia e psicomotricidades, incluem banheiros acessiveis de
acordo com a NBR-9050 de 2021 e vestiários de acordo com a norma da anvisa
Resolução-RDC N°50, de 21 de ferveiro de 2002.
O bloco de terapias dispõe de conjuntos de banheiros de acordo com o gênero,
disponibilizando bacias e pias sanitarias tanto para crianças quanto para adultos. Além
de chuveiros para a aula de educação física, que pode servir também, de apoio a
aulas de natação que pode ser disponibilizada em uma expanssão futura (Figura 48).
O pátio interno têm varios pontos setorizados para que o educador, possa
trabalhar o sistema de sequência espacial. Dentro desses espaços serão
disponibilizados espaços de autoregulação, bancos para que as crianças possam se
recolher. Já o pátio coberto, servirá para atividades de educação física, campanhas
socioeducativas, reuniões e entre outros eventos que a instituição poderá organizar
(Figura 48).

Figura 49 - Planta-baixa subsolo

Fonte: Elaboração própria (2023)


O jardim faz o papel principal de conectar o ser humano a natureza, envolvendo
todo entorno da edificação, para trazer o verde para dentro de cada ambiente interno.
Além disso, as vegetações nativas e frutiferas terá um papel fundamental trabalhar
com as crianças o sensorial da textura ao tato, do cheiro pelo olfato e o gosto pelo
paladar (Figura 48).

A planta-baixa do subsolo se localiza o bloco de restrito para funcionários: com


setor de serviços e setor administrativo. O bloc dispõe de deposito, DLM, RH,
administração, sala de segurança, sala de arquivos, conjunto de banheiros com
vestiário, banheiros acessíveis, copa e decanso para os funcionários (Figura 49).
O subsolo, também tem espaço para uma futura espansão, seja novas salas
ou uma piscina interna (Figura 49).

7.5 CORTES
Figura 50 - Corte AA e BB

Fonte: Elaboração própria (2023)

Nos cortes AA e BB se tem a noção da altura do pé direito, com 3.70cm, as


dimensões das salas e elementos como claraboia, rampa circular e detalhamento das
janelas pele de vidro com abertura máxima. As colunas em formado de Y, para se
assemelhar a caules sustentando o edifício (copa), e assim alinhando o conceito inicial
de usar as formas orgânicas da natureza (Figura 50).
7.6 FACHADAS

Figura 51 - Fachadas

Fonte: Elaboração própria (2023)

A inspiração para o projeto, foi o conceito usado por Oscar Niemeyer em seus
projetos, o uso das curvas suaves que forma uma arquitetura minimalista e imponente.
A união das curvas, linhas finas e colunas em Y, compôs uma fachada delicada e
imponente, para trazer a ideia de segurança transparência, suavidade para os
usuários. O uso da cor branca, vidro azul e o verde das vegetações, traz a ideia de
paz e tranquilidade (Figura 51).
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A neuroarquitetura para autistas representa uma abordagem revolucionária na


criação de espaços inclusivos, otimizados para atender às necessidades específicas
das pessoas com TEA. Ao integrar princípios da neurociência e da arquitetura, esse
enfoque busca compreender como o ambiente construído impacta o cérebro,
influenciando diretamente o comportamento, emoções e bem-estar. A ênfase em
elementos como biofilia, iluminanação natural, cores e organização espacial visa criar
ambientes que estimulem positivamente, reduzindo estressores sensoriais e
promovendo o desenvolvimento cognitivo. A neuroarquitetura para autistas não
apenas considera a estética, mas coloca a funcionalidade e o conforto emocional
como elementos centrais na concepção de espaço que proporcionem acolhimento e
suporte às necessidades únicas das pessoas com TEA, contribuindo assim para a
sociedade mais inclusiva e acessível.
REFERÊNCIAS

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BÁRBARA BECATTINI – ARQUITETA FALA SOBRE NEUROARQUITETURA E


PROJETO DA ESCOLA YBÁ DO QUINTAL. Anota Bahia. Disponível em: <
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construído. 1° edição. Rio de Janeiro: Rio Books, 2021.
APÊNDICES
APÊNDICE A - PERSPECTIVA FRONTAL
APÊNDICE B - PERSPECTIVA PLAYGROUND
APÊNDICE C - PERSPECTIVA DA ENTRADA
APÊNDICE D - PERSPECTIVA PÁTIO INFANTIL
APÊNDICE E - PERSPECTIVA SALA DE ESPERA
APÊNDICE F – SEGUNDA PERSPECTIVA DA SALA DE ESPERA

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