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Farmacologia 1º ano - Enfermagem

FARMACOLOGIA DA DOR

Dor
“...é uma experiência sensorial e emocional desagradável, relacionada com uma lesão tecidular real ou potencial, ou
descrita em termos deste tipo de dano”
Experiência Subjetiva e Multifatorial
valorização da descrição pessoal e avaliação com base em escalas
“...o tratamento da dor não deve estar limitado a eliminar a sensação dolorosa, mas deve principalmente, dar alívio ao
paciente que apresenta dor”

 É um sinal de alerta que ajuda o corpo a proteger-se de possíveis danos nos tecidos
 A dor pode ser definida como o efeito psicológico relacionado com um reflexo protetor, cuja finalidade é fazer com
que o tecido afetado se afaste de estímulos potencialmente nocivos
 Ao contrário da maioria das funcionalidades sensoriais, a função da dor é essencial à sobrevivência

Limiar da dor
variabilidade interpessoal significativa
Limite de intensidade
do estímulo, acima do Indivíduo não está preparado para tolerar a dor
qual o individuo não Componente afetiva
está preparado para Limiar de tolerância Varia com a idade, género,
tolerar a dor (muito variável) fatores culturais, treino, etc.

Limite de intensidade Limiar de perceção


do estímulo, abaixo do (relativamente constante)
qual a dor não é Estímulo sensorial
sentida dor não é sentida como tal

Sinais vitais
1. Temperatura corporal
2. Frequência cardíaca (pulso)
3. Pressão arterial
4. Frequência respiratória
5. DOR → 5º sinal vital
(a DOR é um sintoma que acompanha, de forma transversal, a generalidade das situações patológicas que requerem
cuidados de saúde)

Avaliação e registo sistemático da intensidade da dor

Escalas

Escalas da intensidade da dor


 Quantitativa (sem dor, dor leve, dor moderada, dor intensa, dor insuportável)
 Numérica (0 a 10)
 Visual analógica
 De faces de Wong Baker
Idade Pediátrica
FLACC (Face, Legs, Activity, Cry, Consolability)
FPS-R (Faces Pain Scale – Revised)
Escala de faces de Wong-Baker

Escalas de “risco” de dor


Farmacologia 1º ano - Enfermagem

DN4 (Douleur Neuropathique en 4 Questions)


Usada para avaliar o risco de dor neuropática
Simples, validada para a população portuguesa

Classificação Clínica De Dor


Classificação variável
 Evolução temporal – Aguda/Persistente versus Crónica
 Fisiopatologia – Nociceptiva versus Neuropática
 Área afetada

Classificação variável (e.g., benigna, neoplásica)


Aguda: Dor de início recente e de provável duração limitada, havendo normalmente uma definição temporal e/ou causal
(traumatismo, dor pós-operatória, etc.)
 Dano tecidular
 Sinal de alerta para situações anómalas que estão a afetar o organismo (estímulo nóxio muito intenso origina a
sensação dolorosa desagradável)
Crónica: Dor prolongada no tempo, normalmente com difícil identificação temporal e/ou causal, que causa sofrimento,
podendo manifestar-se de formas diversas. Nociceção de intensidade inadequada em relação à lesão tecidular observada.
Aberração das vias fisiológicas
Hiperalgesia
Sensibilização dos nervos terminais nocicetivos periféricos (bradicinina, PGs)
Alodinia
Facilitação da transmissão a nível central no corno dorsal e tálamo: glutamato, substância P, NO,
CGRP (calcitonin gene related protein), BDNF (brain-derived neurotrophic factor), NGF (nerve
growth factor)
e.g., estímulo normalmente inócuo g processamento central g percecionado como doloroso

Facilitação da transmissão a nível central no corno dorsal e tálamo (glutamato, substância P, NO, CGRP, BDNF, NGF)
Estímulo normalmente inócuo → processamento central → percecionado como doloroso
Sensibilização dos nervos terminais nocicetivos periféricos (bradicinina, histamina, PGs)

Nocicetiva: Dor provocada por uma lesão ou dano tecidular (traumatismo, inflamação, cancro) com ativação dos
nocicetores que detetam os estímulos dolorosos e os transmitem ao SNC
 Dor Somática: Recetores localizados na pele, tela subcutânea, fáscia e outros tecidos conjuntivos (periósteo,
endósteo e cápsulas articulares)
 Dor Visceral: Recetores localizados na maioria das vísceras e no tecido conjuntivo circundante
Neuropática: Dor relacionada com uma lesão/perturbação funcional dos nervos, de origem traumática, metabólica,
isquémica, imunoalérgica ou infeciosa (e.g., diabetes, zona [pós-herpética], neuralgia do trigémeo, etc.)
Psicogénica: Dor sem uma base fisiológica, parece ser originada a partir do estado psicológico do doente

FISIOLOGIA DA DOR Clinicamente a DOR pode distinguir-se em quatro fases independentes: v NOCICEÇÃO:
Processo de deteção e sinalização do estímulo nóxio (i.e., qualquer estímulo de intensidade capaz de o tornar, efetiva ou
potencialmente, inimigo da integridade tecidular) v PERCEÇÃO: Modo como o organismo recebe e processa o estímulo
v SOFRIMENTO: É a reação do organismo à nociceção v COMPORTAMENTO: Consequência pessoal e social da
perceção e do sofrimento

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