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PARTE GERAL II E PROCESSO DE CONHECIMENTO I

TEMA 2 – IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO (ART. 332)

# BLOCO 01

O novo código de processo civil trata especificamente da


improcedência liminar do pedido, diferenciando-a do indeferimento da petição
inicial. No código passado os dois institutos eram tratados conjuntos, ambos sob a
rubrica de hipóteses de indeferimento da petição inicial.

A improcedência liminar do pedido é uma decisão definitiva com


análise de mérito proferida antes da citação do réu, apta a coisa julgada. O
indeferimento da inicial é uma decisão sem análise de mérito.

O artigo 332 prevê duas espécies de improcedência liminar do pedido


e todas elas dependem de prova exclusivamente documental. Portanto, o juiz
apenas julgará improcedente o pedido antes da citação se e somente se a causa
dispensar produção de provas em audiência.

 1ª espécie de improcedência liminar do pedido (§1º):


decadência ou prescrição. Segundo o Código Civil, o juiz só
pode conhecer decadência de ofício as hipóteses de
decadência legal, a convencional é vedada. Quanto á
prescrição há divergência na doutrina, existindo corrente que
defende que o juiz pode conhecer toda e qualquer prescrição
de ofício, bem como corrente que milita que o juiz só pode
conhecer de ofício se a prescrição for indisponível,
irrenunciável, que se baseiam no art. 191 do CC.

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 2ª espécie de improcedência liminar do pedido (caput):
quando o pedido contraria precedente obrigatório firmado
pelos tribunais. É uma concretização de sistema de
precedentes obrigatórios.

É possível a improcedência liminar do pedido parcial, hipótese em que


caberá agravo de instrumento. A decisão de improcedência total desafia apelação, a
qual, nesta hipótese, permitirá juízo de retratação. Se o juiz não se retrata, deverá
citar o réu para contrarrazoar a apelação.

a) É possível uma improcedência liminar atípica, i.e., fora das


hipóteses previstas em lei?

Segundo Didier Júnior, é possível a improcedência liminar do pedido


em casos de pedidos manifestamente absurdo, com base no princípio da eficiência,
duração razoável e da boa-fé. Por exemplo, ação com pedido para que o Brasil
declare guerra aos EUA, em razão da invasão do Iraque.

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