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Para responder à recorrente pergunta se a BNCC favorece ou prejudica o atendimento escolar para todos,
precisamos levar em conta algumas premissas da concepção inclusiva de ensino. Em primeiro lugar, saber que a
ideia do “aluno regular” é uma ficção. Nossas rotulações são, na verdade, uma grossa simplificação que não reflete
a realidade e nos cega diante de uma gigantesca variedade de particularidades observadas em cada estudante.
Em segundo lugar, a visão contemporânea de que precisamos canalizar nossos esforços para a eliminação das
barreiras que prejudicam a aprendizagem e deixar de focar nossas atenções nos impedimentos que estão no aluno
com deficiência (sejam eles físicos, intelectuais, sensoriais etc.).
outras ocasiões. Os meios tradicionais explorados pelos professores estão tão cristalizados que raramente
paramos para avaliá-los. A explanação oral, a lousa e o material didático impresso nem sempre são acessíveis
para todos. Alunos com variados perfis, independente de condição de deficiência, sentem dificuldade em se
relacionar com esses suportes.
Como, então, promover uma pedagogia mais flexível? Retomando as premissas da educação inclusiva
(https://www.diversa.org.br/educacao-inclusiva/),
o caminho passa por incorporarmos múltiplos métodos de apresentação dos
conteúdos curriculares, mediação da aprendizagem e envolvimento dos estudantes. Em outras palavras,
diversificar os formatos dos materiais didáticos, as estratégias pedagógicas e as inter-relações entre o conteúdo e
a vida real do aluno.
Pensar sobre os impactos da BNCC – e dos decorrentes currículos estaduais e municipais – na Educação Especial
requer estar atento à forma como esses instrumentos serão implementados. Caso as escolas reproduzam os
modelos convencionais de ensino e simplesmente imponham seus currículos como um parâmetro padronizado,
que alimenta expectativas homogêneas quanto à aprendizagem dos estudantes, inevitavelmente a BNCC poderá
reforçar uma abordagem que exclui.
Por outro lado, caso sua implementação parta dos princípios citados anteriormente, respeitando e valorizando as
singularidades (https://diversa.org.br/tag/singularidades/) do percurso de cada aluno, a BNCC poderá impulsionar a educação
inclusiva e cumprir com sua missão de promover equidade no direito à educação.
Saiba mais
+ Expressivos avanços da Base Nacional Comum Curricular (https://diversa.org.br/artigos/expressivos-avancos-bncc/)
+ Diversidade na educação: só tema bonito ou imprescindível? (https://diversa.org.br/artigos/diversidade-educacao-imprescindivel/)
Este artigo foi publicado originalmente no Observatório da implementação da BNCC e do Novo Ensino Médio
(https://observatorio.movimentopelabase.org.br/), em 08/03/2021, e está disponível para leitura em https://bit.ly/2RPnYCx
(https://bit.ly/2RPnYCx).
Rodrigo Hübner Mendes tem dedicado sua vida para garantir que toda pessoa com deficiência tenha acesso a
educação de qualidade na escola comum. É professor e pesquisador sobre educação inclusiva, membro da rede
de empreendedores sociais Ashoka (https://www.ashoka.org/pt-br) e do Young Global Leaders (https://www.younggloballeaders.org/)
(Fórum Econômico Mundial). Há 25 anos fundou o Instituto Rodrigo Mendes (https://institutorodrigomendes.org.br/), que
desenvolve pesquisas, consultoria e programas de formação em diversas partes do mundo.
Todos têm o direito à O Planisfério é um material O recurso tem o objetivo de Estudo avalia
diferença, de conviver e pedagógico que permite viabilizar o acesso de todos dos moradore
trabalhar em espaços … tornar um mapa plano … os estudantes, com e … São Paulo so
https://diversa.org.br/artigos/bncc-e-o-atendimento-de-estudantes-com-deficiencia-em-escolas-comuns/ 2/3
12/05/2021 BNCC e o atendimento de estudantes com deficiência em escolas comuns
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