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DIREITO ADMINISTRATIVO –

REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
Prof. Gabriel Lima Fernandes
- Bacharel em Direito pela UFPA
- Mestre em Direito Cons=tucional pela Universidade de Coimbra
- Pós-graduando em Direito Público pela Faculdade Baiana de Direito
- gabriellimafernandes.adv@gmail.com
- @gabriel.fernandes.adv
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
FINALIDADES DO ESTADO (PÓS-MODERNO)

SEGURANÇA BEM ESTAR SOCIAL


• PROTEÇÃO DA VIDA • Implementação dos
• DA LIBERDADE Direitos Econômicos,
• DOS BENS Sociais e Culturais

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
FUNÇÕES DO ESTADO
O ESPÍRITO DAS LEIS
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
FUNÇÕES DO ESTADO

• Legisla(va (ou norma(va): criação de direito novo

• Judicial: solução de conflitos

• Administra(va (ou execu(va): fixação residual

• Polí(ca ou de governo: para alguns autores, Impeachment, veto,


sanção, decretação de estados de exceção, etc

OBS: Funções Hpicas e, quando autorizadas pela Cons(tuição,


funções aHpicas
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
FUNÇÕES DO ESTADO
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO

• Critério subje=vo ou orgânico: realça, destaca, o agente da


função.

• Critério obje=vo
- Material ou substancial: observa-se o conteúdo da a<vidade.
- Formal: observa-se o regime jurídico aplicado

• Critério teleológico: observa a finalidade de sa<sfação o


interesse público primário
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVVO
CONCEITO

• “o ramo do Direito Público que disciplina a função administra<va e


os órgãos que a exercem” Celso Antônio Bandeira de Mello
• “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos,
os agentes e as a<vidades públicas tendentes a realizar concreta,
direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado” Hely Lopes
Meirelles
• “o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes
e pessoas jurídicas administra<vas que integram a Administração
Pública, a a<vidade jurídica não contenciosa que exerce e os bens
de que se u<liza para a consecução de seus fins, de natureza
pública” Maria Sylvia Zanella di Pietro
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVVO
ORIGEM

• Iluminismo
• Contratualismo
• Revoluções burguesas liberais dos Sécs. XVII e XVIII
(Especialmente Revolução Francesa)
• Estado de Direito (triparCção de poderes, generalização
do princípio da legalidade, universalidade da jurisdição e
monopólio da violência)
• Superação do modelo patrimonialista e subsCtuição pelo
modelo burocráCco de Max Weber
• Atualmente: Administração Pública gerencial
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
BASES IDEOLÓGICAS

• Proteção do interesse cole/vo em detrimento do


interesse individual (Hobbes)
• Proteção da vida, da liberdade e da propriedade
(Locke)
• Igualdade e soberania popular (Rousseau)
• “Pour qu'on ne puisse abuser du pouvoir, il faut que,
par la disposi5on des choses, le pouvoir arrête le
pouvoir” (Montesquieu)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
CONCEITO

• O regime jurídico administra@vo é o conjunto de normas que exorbita


o direito privado e que estabelece sujeições e beneJcios em face da
Administração e daqueles que com ela mantêm vínculos jurídicos”.
Raquel Urbano de Carvalho
• “A expressão regime jurídico administra@vo é reservada tão-somente
para abranger o conjunto de traços, de conotações, que @pificam o
direito administra@vo colocando a Administração Pública numa
posição privilegiada, ver@cal, na relação jurídico-administra@va”
Maria Sylvia Zanella di Pietro
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
INTERESSES PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS DO ESTADO

• Interesse público primário


- Supremacia do interesse público sobre o privado
- Indisponibilidade do interesse público primário

• Interesse público secundário: interesse patrimonial do


próprio Estado
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
PRÍNCIPIOS ADMINISTRATIVOS (OU DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA)

• Princípios Cons,tucionais Administra,vos


- Expressos (Art. 37, Caput, CF88): Legalidade,
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência
- Implícitos: Segurança Jurídica; Proporcionalidade
(adequação, necessidade e proporcionalidade em
sen6do estrito) ou Razoabilidade; Supremacia do
Interesse Público; Mo,vação; Devido Processo Legal
Substan,vo, Autotuela e Con,nuidade do Serviço
Público
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
RESTRIÇÕES EXCEPCIONAIS AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO

• Medidas Provisórias (art. 62, da CF88)

• Estado de Defesa (art. 136, da CF88)

• Estado de Sí/o (art. 137, da CF88)


INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
ORGÃOS - TEORIAS

• Teoria do Mandato: os agentes públicos agiriam em nome do Estado por


intermédio de um procuração/mandato. (Problema da teoria: impossibilidade
da pessoa jurídica ter vontade própria para outorgar o mandato)
• Teoria da Representação: os agentes públicos agiriam em nome do Estado em
face da incapacidade deste, fixada essa condição por lei. (Problemas da teoria:
caracterizar as pessoas jurídicas como juridicamente incapazes, pressupor que
pessoas incapazes podem determinar curadores a si mesmas e
irresponsabilidade da pessoa jurídica quando o representante ultrapasse os
poderes da representação)
• Teoria do Órgão: a vontade do Estado é manifestada por intermédio dos
seus órgãos, que são partes integrantes da própria estrutura da pessoa
jurídica, de tal modo que os agentes integrantes desses órgãos, quando
agem, o fazem em nome do Estado (imputação)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
ORGÃOS PÚBLICO – CONCEITO E CARACTERÍSTICAS

• Conceito: Órgãos públicos são centros de competência despersonalizados


ins@tuídos para o desempenho de funções estatais, através de seus
agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.

• Caracterís@cas:
- Integram a estrutura da Pessoa Jurídica Polí@ca (Adm. Direta) ou
Administra@va (Adm. Indireta)
- Resultam a desconcentração administra@va
- Não possuem personalidade jurídica
- Não possuem autonomia (em regra, exceto Órgãos Autônomos/Dire@vos)
- Não possuem capacidade processual (em regra, exceto Órgãos
Independentes e Autônomos, para garan@a de prerroga@vas)
- Não possuem patrimônio próprio
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
ORGÃOS PÚBLICO – CLASSIFICAÇÃO

• Quanto à estrutura: • Quanto à posição estatal


- Simples (em ordem hierárquica):
- Compostos - Independentes
- Autônomos
• Quanto à atuação - Superiores
funcional: - Subalternos
- Singulares (unipessoais)
- Colegiados
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
COMPETÊNCIAS PÚBLICAS

• As competências públicas (administra/vas) são feixes de


atribuições concebidos para proporcionar a realização em
concreto dos fins legais (finalidades do Estado), via
órgãos e agentes. Os poderes, assim, ficarão limitados ao
necessário e suficiente para o cumprimento da lei, jamais
podendo excedê-los. São atribuídas ao estado, a seus
órgãos e agentes para que possam atender a certas
finalidades públicas, para que cumpram o dever legal de
atender os interesses da cole/vidade.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO

• Desconcentração: distribuição de competências públicas


para órgãos integrantes da mesma pessoa jurídica (P. Ex.
Órgãos públicos)

• Descentralização: transferência da competência pública


para outra pessoa jurídica ou para o par/cular (P. Ex.
Autarquias e empresas públicas)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
MODALIDADES DE DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

• Polí/ca (Auto-organização, autogoverno,


autoadministração e autolegislação)
• Administra8va (Apenas Autoadministração, com
subordinação ao poder central)
-------------------------------------------------------------------------------
• Territorial ou geográfica (P. Ex. Territórios Federais)
• Por serviços, funcional ou técnica (P. Ex. Autarquias e
Empresas Públicas)
• Por colaboração (P. Ex. Concessões)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
PODER HIERÁRQUICO

• “O Poder hierárquico tem por obje(vo ordenar, coordenar,


controlar e corrigir as a(vidades administra(vas, no âmbito interno
da Administração Pública (...) Do poder hierárquico decorrem
faculdades implícitas para o superior, tais como a de dar ordens e
fiscalizar o seu cumprimento, a de delegar e avocar atribuições, e a
de rever os atos dos inferiores (...) Fiscalizar é vigiar
permanentemente os atos pra(cados pelos subordinados, com o
intuito de mantê-los dentro dos padrões legais e regulamentares
ins(tuídos para cada a(vidade administra(va.”
• Ordens manifestamente ilegais não devem ser cumpridas pelos
subordinados
• Não há hierarquia entre os Poderes cons(tuídos (Execu(vo,
Legisla(vo e Judiciário)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
CONTROLE ADMINISTRATIVO (AUTOTUTELA)

• “Controle administra/vo é o poder de fiscalização e


correção que a Administração Pública (em sen/do amplo)
exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de
legalidade e mérito, por inicia/va própria ou mediante
provocação. É normalmente definido como ‘autotutela’”.

• Controle Administra/vo X Controle Polí/co X Controle


Judicial
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
PROCESSO ADMINISTRATIVO (INTRODUÇÃO)

• “Par(ndo-se do processo, nesse sen(do amplo, em que se


apresenta como uma série de atos coordenados para a realização
dos fins estatais” (PROCESSO)
• Processo Legisla(vo X Processo Judicial X Processo Administra6vo
• “Atos preparatórios de uma decisão final da Administração”
• Pode ser instaurado mediante provocação ou por inicia(va da
própria Administração (ex officio – diferentemente da inércia da
jurisdição)
• Administrado e Administração atuam como partes (ou
interessados), não havendo um terceiro decisor (diferentemente do
processo judicial)
• Lei nº 9.784/99 (Lei Federal do Processo Administra(vo)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
PROCESSO ADMINISTRATIVO VS. PROCEDIMENTO

“Não se confunde processo com procedimento. O primeiro


existe sempre como instrumento indispensável para o exercício de
função administra(va; tudo o que a Administração Pública faz,
operações materiais ou atos jurídicos, fica documentado em um
processo; cada vez que ela for tomar uma decisão, executar uma
obra, celebrar um contrato, editar um regulamento, o ato final é
sempre precedido de uma série de atos materiais ou jurídicos,
consistentes em estudos, pareceres, informações, laudos, audiências,
enfim, tudo o que for necessário para instruir, preparar e
fundamentar o ato final obje(vado pela Administração.
O procedimento é o conjunto de formalidades que devem ser
observadas para a prá(ca de certos atos administra(vos; equivale a
rito, a forma de proceder; o procedimento se desenvolve dentro de
um processo administra(vo”.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
PROCESSO ADMINISTRATIVO VS. PROCEDIMENTO

• Alguns processos possuem procedimentos legais


específicos (Ex. licitações, concurso público, processo
administra/vo disciplinar)
• Etapas do processo administra8vo: Instauração, instrução,
defesa (quando envolver controvérsia) e decisão
• Espécies: mero expediente, gestão, outorga
(reconhecimento de um direito ao administrado, P. Ex.
Alvará de Construção ou Habite-se), restri/vo de direitos
(P. Ex. Embargo de Obras), sancionatório (P. Ex. PAD’s) e de
controle (P. Ex. Tomadas de Contas nos TCs)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
PROCESSO ADMINISTRATIVO - PRINCÍPIOS
• Publicidade
• Oficialidade (poder de autotutela, em contraposição à
inércia da função judicial)
• Obediência à forma e aos procedimentos (especialmente
quando envolve direitos e interesses dos administrados, à
exemplo das licitações, concursos públicos, processos
tributários e disciplinares)
• Gratuidade (tanto para instauração quanto para
interposição recursal)
• Ampla Defesa e Contraditório
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
PROCESSO ADMINISTRATIVO - PRINCÍPIOS
• A/picidade (ques/onável em processos sancionatórios)
• Pluralidade de instâncias (decorrente do Poder
Hierárquico e dos princípios da autotutela, da ampla
defesa e do contraditório)
• Economia Processual (exigências estritamente adequadas
e proporcionais ao alcance da finalidade estabelecida;
admissão de saneamento em face de nulidade sanável)
• Par/cipação popular (P. Ex. art. 74, §2º e art. 10, ambos da
CF88)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
PROCESSO ADMINISTRATIVO - MEIOS DE PROVOCAÇÃO

• Reclamação administra(va: ato pelo qual o administrado, seja


par(cular ou servidor público, deduz uma pretensão perante a
Administração Pública, visando obter o reconhecimento de um
direito ou a correção de um ato que lhe cause lesão ou ameaça de
lesão
• Representação: refere-se à peça escrita apresentada por servidor
público, como cumprimento de dever legal, ao tomar
conhecimento de suposta irregularidade come(da por qualquer
servidor, ou de ato ilegal omissivo ou abusivo por parte de
autoridade, associados, ainda que indiretamente, ao exercício de
cargo
• Denúncia: refere-se à peça apresentada por par(cular, no(ciando à
Administração Pública o suposto come(mento de irregularidade
associada ao exercício de cargo
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
PROCESSO ADMINISTRATIVO - RECURSOS

• Pedido de reconsideração: solicitação da parte dirigida à


mesma autoridade que expediu o ato, para que o invalide ou
modifique nos termos da pretensão do requerente
• Recurso hierárquico: pedido de reexame do ato dirigido à
autoridade superior à que realizou originariamente o ato
- Próprio: dirigido à autoridade imediatamente superior dentro
do mesmo órgão
- Impróprio: dirigido à autoridade de outro órgão ou ente que
não integram a mesma estrutura hierárquica daquele que
realizou originariamente o ato (apenas decorrente de previsão
legal expressa)
• Leis específicas podem estabelecer outras espécies recursais
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO
DECRETO-LEI Nº 200/67
Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura
administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de
entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Emprêsas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO
DECRETO-LEI Nº 200/67
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade
econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de contingência ou de conveniência
administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em
direito. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da
Administração Indireta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa,
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por
recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO
• Administração Direta: A Administração Pública direta é o conjunto
de órgãos ligados diretamente ao Poder Execu(vo, em nível federal,
estadual e municipal. Esses órgãos são subordinados ao chefe do
poder a que pertencem, isto é, existe uma hierarquia entre eles.

• Administração Indireta: A administração indireta é o conjunto de


órgãos que prestam serviços públicos e estão vinculados a uma
en(dade da administração direta, mas possuem personalidade
jurídica própria. Essa descentralização tem como obje(vo aumentar
a eficiência e a eficácia das a(vidades administra(vas e serviços de
interesse cole(vo. No caso dos órgãos da administração indireta,
embora não haja hierarquia ou controle hierárquico, as en(dades
estão sujeitas ao controle e fiscalização do Estado.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
AUTARQUIAS – CONCEITO E REGIME JURÍDICO

• “Pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade


de autoadministração, para o desempenho de serviço público
descentralizado, mediante controle administra(vo exercido nos
limites da lei”. (P. Ex. Banco Central, INSS, IBAMA, ICM-Bio, etc)

• Regime jurídico: de direito público, com todas as prerroga(vas e


restrições aplicáveis à Administração Direta: atributos do ato
administra(vo, imunidade tributária, processo dos precatórios,
prazos dilatados em juízo, juízo priva(vo etc.

• Caracterís(cas: a) criação por lei; b) personalidade jurídica de


direito público; c) capacidade de autoadministração; d)
especialização dos fins ou a(vidades; e) sujeição a controle ou
tutela.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
AUTARQUIAS – ESPECIAIS OU SOB REGIME ESPECIAL

• São aquelas que possuem uma ou algumas caracterís/cas


próprias, que as tornam "especiais", se comparadas com
as Autarquias comuns, como por exemplo, maior
autonomia administra/va, técnica ou financeira. (P. Ex.
Banco Central possui autonomias administra/va e técnica
para fixar a polí/ca monetária)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
AUTARQUIAS – AGÊNCIAS REGULADORAS E EXECUTIVAS

• Agências Reguladoras: espécie do gênero Autarquia em Regime Especial,


possuem caracterís@cas próprias, sendo rela@vamente autônomas e
independentes nas suas áreas de atuação. Detém poderes e encargos do
poder concedente nos contratos, como realizar licitações, contratar,
fiscalizar, punir e rescindir, e, ainda que não regulem serviços públicos
concedidos, podem exercer poder de polícia administra@va, como, por
exemplo, no âmbito da vigilância sanitária. (P. Ex. ANA, ANTT, ANCINE,
ANVISA, ANATEL, ANEEL, ANAC, ANP, etc)

• Agências Execu@vas: qualificação atribuída a autarquias ou fundações


públicas que celebram contrato de gestão com os órgãos supervisores das
en@dades estatais (ministérios, secretarias, etc) com o intuito de
reestruturar suas atuações, a fim de obterem, em contrapar@da, maior
autonomia gerencial, orçamentária e financeira no exercício das suas
finalidades. (P. Ex. INMETRO)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
FUNDAÇÕES PÚBLICAS

• Fundação Pública: “pode-se definir a fundação ins@tuída pelo Poder


Público como o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de
personalidade jurídica, de direito público ou privado, e des@nado, por lei,
ao desempenho de a@vidades do Estado na ordem social, com capacidade
de autoadministração e mediante controle da Administração Pública, nos
limites da lei”.

• Fundação Pública de Direito Público


- Natureza Autárquica
- Caracterís@cas: a) dotação patrimonial total ou parcialmente pública; b)
personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, atribuída
por lei; c) desempenho de a@vidade atribuída ao Estado na ordem social;
d) capacidade de autoadministração; e e) sujeição ao controle ou tutela
pela Administração Direta, nos limites definidos em lei.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
• Fundação Pública de Direito Privado: submetem-se ao direito privado, com as
seguintes derrogações por normas de direito público:
- Caracterísi>cas: a) fiscalização, controle e gestão financeira, inclusive do TC; b)
cons>tuição autorizada em lei (art. 37, XIX, CF); c) ex>nção por lei (inaplicabilidade
do art. 69 do CC, sobre ex>nção das fundações); d) equiparação de seus
empregados aos servidores públicos para os fins do art. 37 da CF, do art. 327 do CP
e da Lei de Improbidade Administra>va; e) sujeição de seus dirigentes a mandado
de segurança; cabimento de ação popular; legi>midade a>va para ação civil
pública; g) submissão à legislação sobre licitação e contratos; h) em matéria de
finanças públicas: arts. 52, VI, 169 e 165, §§ 5o e 9o, da CF; i) imunidade tributária
referente aos impostos de que trata o art. 150, § 2º, da CF.

• Obs: independentemente se de Direito Público ou Privado, todas as Fundações


Públicas se submetem ao controle externo (fiscalização financeira e
orçamentária) e ao controle interno.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
EMPRESAS ESTATAIS

• Art. 173, da CF e Lei nº 13.303/17


• Se prestadoras de serviço público, regime jurídico semelhante
ao das concessionárias de serviço público (art. 175, da CF) –
Observância à políYca tarifária, aos direitos dos usuários, à
conYnuidade do serviço público, etc.
• Se exploradoras de aYvidade econômica de natureza privada,
regime jurídico das empresas privadas (art. 173, §1º, II, da CF),
com derrogações parciais por normas de Direito Público (Por
exemplo, submissão ao controle externo pelo Tribunais de
Contas, vinculação aos princípios da Administração Pública,
empregos por Concurso Público, licitação (apesar de observar
procedimento mais simplificado, segundo a Lei 13.303/17), etc
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
EMPRESAS ESTATAIS
CARACTERÍSTICAS COMUNS

• Criação e ex/nção autorizadas por lei (art. 37, XIX, e 84,


VI, da CF);
• Personalidade jurídica de direito privado;
• Sujeição ao controle estatal ou tutela;
• Derrogação parcial do regime de direito privado por
normas de direito público;
• Vinculação aos fins definidos na lei ins/tuidora;
• Desempenho de a/vidade de natureza econômica,
assumidas como serviços públicos ou a ttulo de
intervenção no domínio econômico.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
EMPRESA PÚBLICA

LEI Nº 13.303/17
Art. 3º Empresa pública é a en@dade dotada de personalidade jurídica de
direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio,
cujo capital social é integralmente de@do pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em
propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será
admi@da, no capital da empresa pública, a par@cipação de outras pessoas
jurídicas de direito público interno, bem como de en@dades da
administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

LEI Nº 13.303/17

Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, com criação
autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União,
aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a
entidade da administração indireta.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
TERCEIRO SETOR / PARAESTATAIS

• Não são criadas pelo Estado, ainda que algumas sejam autorizadas por lei;
• Desempenham a>vidade privada de interesse público, ressalva feita quanto às
organizações sociais – OS, que, em regra, prestam serviço público delegado pelo
Estado;
• Recebem algum >po de incen>vo do Poder Público;
• Têm vínculo jurídico com o Poder Público: convênio, termo de parceria, contrato
de gestão ou outros instrumentos congêneres;
• Regime jurídico de direito privado parcialmente derrogado pelo direito público
(leis específicas que disciplinam os vários >pos de en>dades do terceiro setor);
estão a meio caminho entre o público e o privado;
• Integram o terceiro setor, porque não se enquadram inteiramente como
en>dades privadas, nem integram a administração pública, direta ou indireta;
todas são ONGs.
• En>dades: OS’s, OSCIPS’s, OSC’s, Serviços Sociais Autônomos (Sistema S)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
ORGANIZAÇÃO SOCIAL (OS) E ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP)

• Organização social (OS) é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de


direito privado, sem fins lucra@vos, ins@tuída por inicia@va de par@culares,
e que recebe delegação do Poder Público, mediante contrato de gestão,
para desempenhar serviço público de natureza social. (A nível federal, Lei
nº 9.637/98)

• Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP é a


qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de direito privado, sem fins
lucra@vos, ins@tuída por inicia@va de par@culares, para desempenhar
serviços sociais não exclusivos do Estado, com incen@vo e fiscalização pelo
Poder Público, mediante vínculo jurídico ins@tuído por meio de termo de
parceria. (Lei nº 9.790/99)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
ORGANIZAÇÃO SOCIAL (OS) E ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP)

DIFERENÇAS
• As OSCIPs (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) não são
um @po específico de organização, mas uma qualificação jurídica. Isso
significa, basicamente, que a OSCIP é um otulo que garante a legalidade de
alguns beneJcios para as organizações, principalmente a possibilidade de
fomentos estatais, além de permi@r que as doações realizadas por
empresas sejam descontadas no imposto de renda.

• As OSs (Organizações Sociais) também são qualificações jurídicas


dependentes da aprovação do Poder Público, mas ao contrário das
OSCIPs, elas possuem uma função específica para atuação. As en@dades
qualificadas como OSs podem subs@tuir e absorver as funções de
en@dades e órgãos ex@ntos pela Administração Pública, em um processo
chamado de Publicização.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
CONTRATO DE GESTÃO (OS’s) X TERMO DE PARCERIA (OSCIP’s)

• Lei 9.637/98: Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por


contrato de gestão o instrumento firmado entre o Poder Público e a
entidade qualificada como organização social, com vistas à
formação de parceria entre as partes para fomento e execução de
atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1º.

• Lei 9.790/99: Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim


considerado o instrumento passível de ser firmado entre o Poder
Público e as entidades qualificadas como Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de
vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução
das atividades de interesse público previstas no art. 3o desta Lei.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
OS’s: ATIVIDADES

• OS’s - Lei 9.637/98: Art. 1º O Poder Executivo poderá


qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de
direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à
cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
OSCIP’s: ATIVIDADES

Lei 9.790/99: Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da
universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será
conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham
pelo menos uma das seguintes finalidades: I - promoção da assistência social; II - promoção da
cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III - promoção gratuita da
educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta
Lei; IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei; V - promoção da segurança alimentar e nutricional; VI - defesa,
preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII
- promoção do voluntariado; VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à
pobreza; IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas
alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; X - promoção de direitos estabelecidos,
construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI - promoção da
ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; XII -
estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de
informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades
mencionadas neste artigo. XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a
disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por
qualquer meio de transporte. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
INTRODUÇÃO, CONCEITO, ATOS E FATOS JURÍDICOS

• Conceito: Atos administra+vos, espécie de ato jurídico, são unilaterais e


dependem apenas da vontade da administração pública ou dos par>culares que
estejam exercendo prerroga>vas públicas. Além disso, têm o condão de gerar
efeitos jurídicos, independentemente de qualquer interpelação. Mas estão
sujeitos ao controle do Poder Judiciário. Eles também possuem como finalidade
o interesse público e se sujeitam ao regime jurídico de direito público.

• Celso Antônio: “Declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes - como por
exemplo um concessionário de serviço público) no exercício de prerroga>vas
públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a
itulo de lhe dar cumprimento, e sujeita a controle de legi>midade por órgão
jurisdicional.”
• Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “declaração do Estado ou de quem o represente,
que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime
jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário.”
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
INTRODUÇÃO, CONCEITO, ATOS E FATOS JURÍDICOS

• Fato administra>vo: O fato administra+vo é qualquer ocorrido dentro da


administração pública, independentemente da vontade humana, que gere
efeitos jurídicos, como, por exemplo, a morte de um servidor.
• Ato da Administração (corrente minoritária): o ato da administração é qualquer
ação, obrigatoriamente ligada à vontade humana, que ocorre dentro da
administração pública produzindo efeitos jurídicos. São exemplos de atos da
administração, o ato polí>co (sanção, veto, envio de projeto de lei, nomeação
para cargo*), o ato de execução material (manutenção de um equipamento), o
ato sob o regime jurídico de direito privado (locação de um bem público para um
par>cular) e o ato administra+vo. São requisitos para que um ato da
administração seja considerado um ato administra+vo: I. Ser feito sob regime
jurídico de direito público; II. Ter efeito jurídico imediato; e III. Ser passível de
controle pelo Poder Judiciário.
• Ato da Administração (corrente majoritária): atos jurídicos pra>cados pela
Administração Pública que não se enquadram no conceito de atos
administra>vos, como os atos legisla>vos expedidos no exercício de função
aipica, os atos polí>cos definidos na Cons>tuição Federal, os atos regidos pelo
direito privado e os atos meramente materiais.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS

• Vinculados: Aqueles que contém todos os seus elementos cons>tu>vos


vinculados à lei, não exis>ndo dessa forma qualquer subje>vismo ou valoração
do administrador, mas apenas a averiguação da conformidade do ato com a lei.
Estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador
diante de casos concretos, sua atuação fica ligada ao estabelecido pela lei para
que seja válida a a>vidade administra>va. Desatendido qualquer requisito,
comprome>da estará a eficácia do ato pra>cado. Quando eivado de vícios o ato
vinculado pode ser anulado pela administração ou pelo judiciário. (Ex. Punição
disciplinar).

• Discricionários: é discricionário o ato quando a lei confere liberdade ao


administrador para que ele proceda a avaliação da conduta a ser adotada
segundo critérios de conveniência e oportunidade, mas nunca se afastando da
finalidade do ato, o interesse público. A valoração incidirá sobre dois elementos
cons>tu>vos do ato administra>vo o mo>vo e o objeto, autorizando o
administrador a escolher dentre as várias possibilidades que lhe são conferidas
aquela que melhor corresponda no caso concreto ao desejo da lei. (Ex.
Autorização de evento cultural em praça pública).
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
PERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA

• Três planos lógicos: Perfeição (ou Existência); Validade; Eficácia.

• Celso Antônio: o ato administra@vo “é perfeito quando esgotadas todas as


fases necessárias à sua produção. Portanto, ato perfeito é o que
completou o ciclo necessário à sua formação. [...] é válido quando foi
expedido em absoluta conformidade com as exigências do sistema
normaUvo. Vale dizer, quando se encontra adequado aos requisitos
estabelecidos pela ordem jurídica. [...] é eficaz quando está disponível
para a produção de seus efeitos próprios; ou seja, quando o desencadear
de seus efeitos opicos não se encontra dependente de qualquer evento
posterior, como uma condição suspensiva, termo inicial ou ato
controlador a cargo de outra autoridade”
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
REQUISITOS DE VALIDADE (ELEMENTOS CONSTITUTIVOS)

• Requisitos de validade do Ato Administra>vo:


- Competência: exige que o ato seja editado por alguém que tenha legi>midade de
acordo com previsão estabelecida em lei
- Forma: deve-se reves>r da forma expressamente autorizada por lei, quando
prevista
- Finalidade: obje>vo único é a preservação do interesse público
- Mo>vo: razão que jus>ficou a emanação do ato administra>vo*
- Objeto: objeto lícito, observando a perspec>va publicista do princípio da
legalidade

*OBS: Teoria dos Mo>vos Determinantes - todos os atos da administração pública


devem ser mo>vados. Segundo esta teoria a par>r do momento em que os
mo>vos são apresentados eles passam a condicionar a atuação do administrador
que deles não poderá se afastar.
Delegação: transfere o exercício de competência do órgão superior para o inferior
Avocação: transfere o exercício da competência do órgão inferior para o órgão superior na cadeia hierárquica
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
ATRIBUTOS (CARACTERÍSITICAS)

• Presunção de legalidade: atributo segundo o qual o ato administra@vo é


presumivelmente legal, verdadeiro e conforme o direito, até prova em
contrário.
• Impera@vidade: atributo segundo o qual o ato administra@vo pode ser
imposto a terceiros independentemente de sua concordância, submetendo
a vontade do par@cular à vontade do Estado.
• Auto-executoriedade: atributo segundo o qual a Administração Pública
pode pra@car os atos administra@vos sem precisar recorrer previamente ao
Poder Judiciário. Com a auto-executoriedade o Estado pode se valer de
meios indiretos de coerção.
• Tipicidade: segundo a qual o ato administra@vo deve corresponder a um
dos @pos previstos em lei como aptos a produzir determinados resultados.
(Di Pietro)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
CLASSIFICAÇÃO

• Quanto ao desUnatário: Gerais (não possuem des@natários) X Individuais


(des@natários específicos)

• Quanto ao regramento: Discricionários X Vinculados

• Quanto ao alcance: Internos (efeitos internos na Adm) X Externos (Efeitos


externos à Adm)

• Quanto ao objeto: De Império (impostos coerci@vamente) X De Gestão


(horizontais entre Adm e Par@culares) X De Expediente (atos internos de
ro@na administra@va)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
CLASSIFICAÇÃO

• Quanto à eficácia: Válido (cumpre todos os requisitos) X Nulo (possui vício


insanável) X Inexistente (aparência de manifestação de vontade da
Administração) X Anulável (possui vício sanável)

• Quanto ao conteúdo: ConsRtuRvo (a Adm cria, modifica ou exRngue uma


situação jurídica) X Declaratório (a Adm apenas reconhece um direito do
administrado, geralmente existente em momento anterior ao ato) X
EnunciaRvo (a Adm apenas reconhece uma situação de fato ou de direito)

• Quanto à formação da vontade: Simples (manifestação de um único órgão ou


autoridade, unipessoal ou colegiado) X Compostos (manifestação de um só
órgão ou autoridade, mas dependente da aprovação de outro órgão ou
autoridade) X Complexos (manifestação de dois ou mais diferentes órgãos ou
autoridades para aperfeiçoamento do ato)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
CLASSIFICAÇÃO
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE

• Norma<vos: comandos gerais e abstratos (Ex. decretos,


instruções norma<vas e regulamentos)
• Ordinatórios: manifestações internas da Administração que
disciplinam a conduta de agentes públicos (Ex. ordens de serviço)
• Negociais: atos pra<cados pela Administração em concordância
com o par<cular (Ex. Contratação Pública)
• Enuncia<vos: declaram fatos ou situações (Ex. Cer<dões)
• Puni<vos: imposição direta, sem par<cipação do Poder Judiciário,
de sanções a servidores ou administrados (Ex. Poder Disciplinar
ou Poder de Império)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
SILÊNCIO ADMINISTRATIVO

• Se Ato Administra@vo Vinculado: o Poder Judiciário suprirá a omissão


administra@va concedendo o que fora postulado, se for caso de julgamento
procedente, isso no entendimento de Celso Antônio Bandeira de Melo;
embora haja autores, como José Santos Carvalho Filho, que entendem não
compe@r ao Judiciário suprir a omissão da autoridade administra@va, mas
determinar a esta que resolva a questão.

• Se Ato Administra@vo Discricionário: o Judiciário tão somente poderá


formalizar a mora do administrador, mas jamais coagi-lo a tomar a decisão.
Nesta hipótese, Celso Antônio Bandeira de Melo prega ser possível ao juiz
conferir um prazo para que a autoridade administra@va tome uma decisão,
sob pena de multa diária.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
REGIME JURÍDICO DOS ATOS INEXISTENTES, NULOS E ANULÁVEIS

• Ato válido: total conformidade com o ordenamento jurídico,


observando integralmente as exigências legais à sua edição. Não
possui, portanto, nenhum vício, irregularidade ou ilegalidade.

• Ato inexistente: possui apenas aparência de manifestação de


vontade da administração, mas, não se origina de um agente
público ou os seus objetos são juridicamente impossíveis. Não
produz nenhum efeito e os efeitos já produzidos serão
descons=tuídos. (Ex. ato administra<vo pra<cado por terceiro
que não é servidor público e usurpa a função)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
REGIME JURÍDICO DOS ATOS INEXISTENTES, NULOS E ANULÁVEIS

• Ato nulo: editado com vício insanável, resultante da ausência de um de


seus elementos cons@tu@vos ou defeito substancial em algum deles. O ato
nulo não pode ser convalidado e não pode produzir efeito entre as
partes. Os efeitos já produzidos, aos terceiros de boa-fé são man@dos,
mas não se trata de direito adquirido. (Ex. ato com moUvo inexistente, com
objeto não previsto em lei ou com desvio de finalidade. Remoção puni@va;
Abuso de Poder).

• Ato anulável: apresenta defeito sanável, passível de convalidação pela


própria administração que o pra5cou, desde que ele não seja lesivo
ao interesse público, nem cause prejuízo a terceiros. São sanáveis o
vício de competência quanto à pessoa, exceto competência exclusiva
e o vício de forma, exceto a que seja exigida por lei como condição
essencial à validade do ato.
• OBS: A nulidade do ato
administrativo pode ser declarado
pela própria Administração no
exercício do seu poder de autotutela
ou pelo Poder Judiciário.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
REVOGAÇÃO E INVALIDAÇÃO

A vida do ato administra@vo começa quando ele perfaz a sua formação, com
o cumprimento dos seus elementos, iniciando, então, a produzir efeitos
jurídicos em razão da presunção de legiUmidade e veracidade. Mas e
quanto a sua ex@nção? Como “morrem” os atos administra@vos?

• Cumprimento dos efeitos (ex@nção natural) - esgotamento do conteúdo


jurídico, execução material ou condição resolu@va ou termo final
• Ex@nção obje@va - eliminação do objeto do ato
• Ex@nção subje@va - sujeito ou beneficiário deixa de exis@r
• Renúncia - desistência pelo beneficiário do ato
• Re@rada - o próprio Estado elimina o ato (caducidade, contraposição,
cassação, anulação ou revogação)
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
REVOGAÇÃO E INVALIDAÇÃO

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO POR RETIRADA


• Caducidade: ato baseado em lei anterior revogada ou alterada por lei
posterior (ilegalidade superveniente)
• Contraposição: ato posterior contraria ato anterior, re@rando-o os efeitos
• Cassação: sanção contra o beneficiário do ato que descumpre uma
condição para o gozo dos beneJcios
• Anulação (invalidação): desfazimento de ato ilegal, portanto, nulo. A
anulação produz efeitos ex tunc, exceto em relação a terceiros de boa fé.
Poder ser declarada pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário.
• Revogação: desfazimento de ato válido que passa a ser inconveniente ou
inoportuno (poder de autotutela). Só pode recair sobre atos
discricionários. Só pode ser levada a cabo pela própria Administração.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
REVOGAÇÃO E INVALIDAÇÃO

Súmula 473/STF: “A administração pode anular seus próprios atos,


quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por moMvo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.”

Lei nº 9.784/99 (Lei do Processo Administra5vo Federal)


Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando
eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por moMvo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administraMvos de
que decorram efeitos favoráveis para os desMnatários decai em cinco
anos, contados da data em que foram praMcados, salvo comprovada
má-fé.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
PODERES DA ADMINITRAÇÃO PÚBLICA

• Poder Hierárquico (1º Bimestre do 1º Semestre de D. Adm)

• Poder de Autotuela (1º Bimestre do 1º Semestre de D. Adm)

• Poder de Polícia (2º Bimestre do 1º Semestre de D. Adm)

• Poder Disciplinar (2º Semestre de D. Adm)

• Poder Norma(vo (2º Semestre de D. Adm)

• Poder Regulamentar (2º Semestre de D. Adm)


INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DE POLÍCIA - INTRODUÇÃO

• “O tema rela<vo ao poder de polícia é um daqueles em que se


colocam em confronto esses dois aspectos: de um lado, o cidadão
quer exercer plenamente os seus direitos; de outro, a
Administração tem por incumbência condicionar o exercício
daqueles direitos ao bem-estar cole=vo, e ela o faz usando de
seu poder de polícia.”

• “O fundamento do poder de polícia é o princípio da


predominância do interesse público sobre o par=cular, que dá à
Administração posição de supremacia sobre os administrados.”
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DE POLÍCIA - CONCEITO

• “... o poder de polícia é a atividade do Estado consistente


em limitar o exercício dos direitos individuais em
benefício do interesse público.”

• Art. 78, do CTN: “considera-se poder de polícia a<vidade da


administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prá<ca de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de a<vidades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
cole<vos.”
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DE POLÍCIA - CONCEITO

• “... o poder de polícia é a atividade do Estado consistente


em limitar o exercício dos direitos individuais em
benefício do interesse público.”

• Art. 78, do CTN: “considera-se poder de polícia a<vidade da


administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prá<ca de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de a<vidades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
cole<vos.”
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DE POLÍCIA - CONCEITO

• Princípio da Legalidade: “Tomando- se como


pressuposto o princípio da legalidade, que impede à
Administração impor obrigações ou proibições senão
em virtude de lei, é evidente que, quando se diz que
o poder de polícia é a faculdade de limitar o exercício
de direitos individuais, está-se pressupondo que
essa limitação seja prevista em lei”.
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ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DE POLÍCIA - EM SENTIDO AMPLO E EM SENTIDO ESTRITO - CELSO ANTÔNIO

• Em sen<do amplo: “a<vidade estatal de condicionar a liberdade e


a propriedade ajustando-as aos interesses cole<vos”; abrange
atos do Legisla=vo e do Execu=vo.

• Em sen<do estrito: “as intervenções, quer gerais e abstratas,


como os regulamentos, quer concretas e específicas (tais como as
autorizações, as licenças, as injunções) do Poder Execu<vo,
des<nadas a alcançar o mesmo fim de prevenir e obstar ao
desenvolvimento de a<vidades par<culares contrastantes com os
interesses sociais”; compreende apenas atos do Poder Execu=vo.
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
POLÍCIA ADMINISTRATIVA VS. POLÍCIA JUDICIÁRIA

• “a linha de diferenciação está na ocorrência ou não de


ilícito penal. Com efeito, quando atua na área do ilícito
puramente administrativo (preventiva ou
repressivamente), a polícia é administrativa. Quando o
ilícito penal é praticado, é a polícia judiciária que age. A
primeira se rege pelo Direito Administrativo, incidindo sobre
bens, direitos ou atividades; a segunda, pelo direito
processual penal, incidindo sobre pessoas.”
• Polícia judiciária: Civil (Polícia Civil e Polícia Federal) e
Militar
• Polícia administrativa: Difusa em vários órgãos e entidades
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DE POLÍCIA – MEIOS DE ATUAÇÃO

• atos normativos: leis (criam as limitações


administrativas, preveem as obrigações positivas (de
fazer) e definem as infrações administrativas e
sanções cabíveis.
• atos administrativos e operações materiais:
medidas preventivas (fiscalização, vistoria, ordem,
notificação, autorização, licença) e repressivas (por
exemplo: dissolução de reunião, interdição de
atividade, apreensão de mercadorias deterioradas,
internação de pessoas com doença contagiosa e
outras previstas em lei).
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DE POLÍCIA – CARACTERÍSTICAS

• discricionariedade, como regra geral: certa margem de


apreciação quanto ao momento e ao meio de atuação;
hipóteses de decisão vinculada, como no alvará́ de licença;

• autoexecutoriedade, que abrange: 1) exigibilidade ou privilège


du préalable (poder de decidir sem ir previamente a juízo); e 2)
executoriedade ou privilège d a ́ ction d o
́ ffice (poder de executar
a decisão sem autorização judicial). A executoriedade só́ existe
quando prevista em lei ou quando se trate de medida urgente
para evitar prejuízo maior ao interesse público;

• coercibilidade: imposição coativa das medidas adotadas pela


Administração;
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DE POLÍCIA – CARACTERÍSTICAS

• natureza de atividade negativa: impede o administrado de


praticar atos ilícitos ou contrários ao interesse público (atividade
negativa); critério que distingue o serviço público (em que existe
atuação positiva do poder público em benefício dos
administrados);

• indelegabilidade: como atividade típica do Estado, o poder de


polícia não pode ser delegado a particulares; é privativo de
servidores investidos em cargos públicos, com garantias que
protegem o exercício das funções públicas dessa natureza
(conforme entendimento da jurisprudência do STF e do STJ);
aceitação da possibilidade de delegação de atividades
puramente materiais, que não envolvam exercício de autoridade
sobre o cidadão (P Ex. Delegação dos pardais à iniciativa
privada, mas não da imposição das multas de trânsito).
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
ATOS E PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DE POLÍCIA – LIMITES

•Previstos em lei, quanto à competência, à


forma, aos fins, aos motivos e ao objeto;

•Observância das regras da proporcionalidade


entre meios e fins, da necessidade e da
eficácia.
DIREITO ADMINISTRATIVO - REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
LICITAÇÕES
• Conceito: A licitação é um procedimento administra@vo disciplinado por lei
e por um ato administra@vo prévio, que determina critérios obje@vos
visando a seleção da proposta de contratação mais vantajosa e a promoção
do desenvolvimento nacional sustentável, com observância do princípio da
isonomia, conduzido por um órgão dotado de competência especifica.

• Finalidade: buscar sempre a melhor proposta, es@mulando a


compe@@vidade entre os concorrentes que par@cipam do procedimento
licitatório, oferecendo iguais condições entre eles e garan@ndo, assim, a
isonomia. Para isso, todos os par@cipantes do certame devem preencher os
requisitos previamente estabelecidos no instrumento convocatório que,
em regra, é o edital.
DIREITO ADMINISTRATIVO - REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
LICITAÇÕES
• Coexistência das Leis nº 8.666/93 (Lei de Licitações e Contratos), nº
10.520/02 (Lei dos Pregões), nº 12.462/11 (Lei do Regime Diferenciado de
Contratações Públicas) e nº 14.133/21 (Nova Lei de Licitações e Contratos)
até 01/04/2023 (Art. 193, II, da Lei 14.133/21)
• Media Provisória nº 1.167/23 (Publicada em 31/03/2023) prorrogou a
coexistência das Leis até 29/12/2023. Em 30/12/2023, revogam-se as três
leis an@gas
• A MP fez incluir, no Art. 191, §2º, da Lei 14.133/21, o entendimento
jurisprudencial de que, durante a coexistência da lei, não é possível a
aplicação combinada delas
• Desde a versão original da nova lei, os crimes em licitações e contratos
administra@vos foram revogados e inseridos no Código Penal (Título XI)
DIREITO ADMINISTRATIVO - REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
LICITAÇÕES – LEI 14.133/21 E OS MUNICÍPIOS PEQUENOS
Art. 176. Os Municípios com até 20.000 (vinte mil) habitantes terão o prazo de 6
(seis) anos, contado da data de publicação desta Lei, para cumprimento:
I - dos requisitos estabelecidos no art. 7º e no caput do art. 8º desta Lei;
II - da obrigatoriedade de realização da licitação sob a forma eletrônica a que se
refere o § 2º do art. 17 desta Lei;
III - das regras rela>vas à divulgação em sí>o eletrônico oficial.
Parágrafo único. Enquanto não adotarem o PNCP, os Municípios a que se refere
o caput deste ar>go deverão:
I - publicar, em diário oficial, as informações que esta Lei exige que sejam
divulgadas em sí>o eletrônico oficial, admi>da a publicação de extrato;
II - disponibilizar a versão usica dos documentos em suas repar>ções, vedada a
cobrança de qualquer valor, salvo o referente ao fornecimento de edital ou de
cópia de documento, que não será superior ao custo de sua reprodução gráfica.
DIREITO ADMINISTRATIVO - REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
LICITAÇÕES – LEI 14.133/21

• Normas gerais:
- Art. 1º, I, II e §1º
- Art. 2º, I a VII
- Art. 3º, I e II
- Art. 5º, Caput (Princípios): legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, eficiência, interesse público, probidade administraMva,
igualdade, planejamento, transparência, eficácia, segregação de
funções, moMvação, vinculação ao edital, julgamento objeMvo,
segurança jurídica, razoabilidade, compeMMvidade, proporcionalidade,
celeridade, economicidade e desenvolvimento nacional sustentável
- Art. 174 e seguintes (Portal Nacional de Contratações Públicas)
DIREITO ADMINISTRATIVO - REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
LICITAÇÕES – LEI 14.133/21

•Processo Licitátorio:
- Art. 11, I a IV e PU (Obje9vos)
- Art. 12, I a VI
- Art. 13 (Publicidade)
- Art. 14, I a VI (Impossibilitados de par9cipação)
- Afrt. 17, I a VII, §1º a §6º (Fases da Licitação)
DIREITO ADMINISTRATIVO - REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
LICITAÇÕES – LEI 14.133/21

• Processo Licitátorio – Fases:


- Preparatória: Art. 18 e seguintes;
- Divulgação do Edital: Art. 53 e seguintes;
- Apresentação de propostas e lances: Art. 55 e seguintes;
- Julgamento: Art. 59 e seguintes;
- Habilitação: Art. 62 e seguintes;
- Recursal: Art. 164 e seguintes
- Homologação: Art. 71, IV

• Critérios de Julgamento (Art. 33 e seguintes)


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LICITAÇÕES – LEI 14.133/21

• Processo Licitátorio – Modalidades de Licitação (Art. 28, I a V):


- Pregão (art. 6º, XLI)
- Concorrência (art. 6º, XXXVIII)
- Concurso (art. 6º, XXXIX)
- Leilão (art. 6º, XL)
- Diálogo compeMMvo (art. 6º, XLII)

§2º: É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou, ainda, a


combinação daquelas referidas no caput deste arMgo.

Ler também: Art. 29, Caput e P.U; Art. 30, I a III, e P.U; Art. 31, §2º; Art.
32, I, a) a c), II, a) a c).
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LICITAÇÕES – LEI 14.133/21

• Hipóteses de Contratação Direta

- Processo de Contratação Direta (Art. 72 e Art. 73)

- Inexigibilidade de Licitação (Art. 74)

- Dispensa de Licitação (Art. 75)

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