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DIREITO ADMINISTRATIVO

Prof. Vitor Borghi


FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
• LEI (sentido amplo): é o único veículo habilitado para criar
diretamente deveres e proibições, obrigações de fazer ou não fazer,
no Direito Administrativo.
• DOUTRINA: não cria a norma, mas esclarece o sentido e o alcance.
• JURISPRUDÊNCIA: influência na forma como as normas são
entendidas e aplicadas.
• COSTUMES: estabelecem padrões de comportamento que devem ser
seguidos, desde que não contrariem a lei.
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
FUNÇÃO: Toda atividade desenvolvida por alguém em defesa do
interesse alheio. Função está associada à ideia de dever, e não de
poder.

Função administrativa é aquela exercida pelos agentes públicos na


defesa do interesse público.
INTERESSE PÚBLICO
• INTERESSE PÚBLICO: INTERESSE DO TODO, DA COLETIVIDADE

• Art. 3º: Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


• Construção de uma sociedade livre, justa e solidária
• Garantir o desenvolvimento nacional
• Erradicar a pobreza e a marginalização, reduzindo as desigualdades regionais e sociais
• Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação
INTERESSE PÚBLICO
• Como verificar a presença do interesse público?
• Análise do caso concreto
• Motivação

• Interesse público
• Primário: interesse da coletividade
• Secundário: interesse do Estado (viés patrimonial)
• O interesse público secundário não pode estar em dissonância com o primário
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
• É o ponto de convergência e articulação de todos os princípios e
normas de Direito Administrativo.
• Poderes e restrições

• Pode ser resumido a dois princípios (Mello, 2007):


• Supremacia do interesse público
• Indisponibilidade do interesse público
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
• SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
• Superioridade do interesse público sobre o interesse do particular
• Críticas: Garantia de proteção aos direitos fundamentais do
particular
• Não é absoluto. Exige razoabilidade.

• INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO


• É vedado à autoridade administrativa deixar de tomar providências relevantes
ao atendimento do interesse público.
PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS (ART. 37, CF)
• LEGALIDADE: a Adm. só pode fazer aquilo que é autorizado por lei
• IMPESSOALIDADE: a Adm. não pode oferecer tratamento desigual, salvo para
concretizar os objetivos previstos na CF.
• MORALIDADE: o cumprimento da norma está vinculado aos valores em que
tal norma é fundada. Diz respeito à boa administração.

• PUBLICIDADE: dever de transparência dos atos administrativos.

• EFICIÊNCIA: a Adm. deve agir, de modo rápido e preciso, para produzir


resultados que satisfaçam as necessidades da população.
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
• SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO / RAZOABILIDADE /
PROPORCIONALIDADE / MOTIVAÇÃO / DEVIDO PROCESSO LEGAL E AMPLA
DEFESA / CONTROLE JUDICIAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ETC.
QUESTÕES
• O princípio da impessoalidade proíbe que o servidor:
A) faça uso dos serviços públicos municipais disponibilizados para
todos em condições iguais.
B) receba vantagens, ainda que previstas em lei.
C) seja promovido conforme a legislação.
D) faça a promoção de interesse pessoal seu ou de terceiros através
de suas funções.
QUESTÕES
• Qual é o princípio da administração pública que limita os atos do
administrador, pois dispõe que o administrador só pode praticar um
determinado ato se este estiver estabelecido por Lei?
A) Impessoalidade
B) Legalidade
C) Eficiência
D) Publicidade
QUESTÕES
• "Os bens e interesses públicos não pertencem à administração
pública nem a seus agentes. Cabe-lhes apenas administrá-los em prol
da coletividade, esta, sim, a verdadeira titular dos direitos e
interesses públicos".
• O fragmento acima se refere à diretriz que norteia os princípios da
Administração Pública, denominada _________________
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

• MATERIAL/OBJETIVO/FUNCIONAL: Natureza da atividade


desenvolvida.

• FORMAL/SUBJETIVO/ORGÂNICO: Entes que exercem a atividade


administrativa.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• ENTES: União, Estados, Municípios e Distrito Federal

• ENTIDADES: Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e


Sociedades de Economia Mista
• Possuem personalidade jurídica própria

• ÓRGÃOS: unidades administrativas internas, sem personalidade


jurídica
• Podem ter personalidade judiciária para garantir suas prerrogativas funcionais
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• DESCONCENTRAÇÃO: DILUIÇÃO DE COMPETÊNCIAS DENTRO DE
UMA MESMA PESSOA JURÍDICA
• CRIAÇÃO DE ÓRGÃOS PÚBLICOS
• Podem ter personalidade judiciária
• HIERARQUIA
• TIPOS:
• Territorial: delegacias
• Material (temática): ministérios e secretarias
• Hierárquica: Tribunais administrativos
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• DESCENTRALIZAÇÃO: TRANSFERÊNCIA DE COMPETÊNCIA A OUTRA
PESSOA JURÍDICA
• CRIAÇÃO DE ENTIDADES (PJ’s)
• PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
• DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
• AUTARQUIAS: Pessoa Jurídica de Direito Público, criada por lei, com
capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço
público descentralizado específico, mediante controle
administrativo exercido nos limites da lei.
• Autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial
• Controle finalístico (supervisão ministerial)
• Características do controle previstas em Lei
• Fiscalizar a atuação quanto à consecução das finalidades públicas
que justificaram sua criação
• Autarquias especiais possuem poder de regulamentação.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
• FUNDAÇÕES PÚBLICAS: Pessoa jurídica criada a partir de autorização
legal, com capacidade de autoadministração, destinada ao
desempenho de atividades do Estado na ordem social, mediante
controle administrativo exercido nos limites da lei.
• Como regra tem caráter público, mas há quem defenda sua natureza privada
• Autarquias fundacionais
• Exemplo: Fundação Biblioteca Nacional
• Diferencia-se de autarquias pela função social
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
• CONSÓRCIO PÚBLICO (Lei 11.107/2005): é o negócio jurídico
plurilateral de direito público que tem por objeto medidas de mútua
cooperação entre entidades federativas, resultando na criação de
uma pessoa jurídica autônoma com natureza de direito privado ou
de direito público.
• Pode ter natureza pública ou privada
• Integra a administração pública indireta apenas quando tiver
natureza pública (natureza autárquica)
• Unidade transfederativa
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

• Empresa Pública - art. 3º, Lei 13.303/2013): Empresa pública é a


entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é
integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios.
• Na realidade, o capital é exclusivamente público.
• Não é criada por lei, e sim autorizada por lei (art. 45, CC).
• As empresas públicas podem explorar atividade econômica ou prestar
serviços públicos.
• Forma organizacional livre: (LTDA., SA)
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
• Sociedade de Economia Mista (art. 4º, Lei 13.303/2013): Sociedade de
economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à
União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da
administração indireta
• Não é criada por lei, e sim autorizada por lei (art. 45, CC)
• As sociedades de economia mista podem explorar atividade econômica
ou prestar serviços públicos
• 50% +1 das ações com direito a voto devem pertencer ao Estado
• Forma organizacional: Sociedade Anônima
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
• EP e SEM Prestadoras de serviços públicos:

• São imunes a impostos


• Os bens são públicos
• Respondem objetivamente pelos prejuízos causados
• Submetem-se a execução por precatórios
• O Estado é responsável subsidiários pela quitação da condenação
indenizatória
• Sofrem uma influência maior dos princípios e normas de Direito Público
• Exemplo: Correios
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
• EP e SEM Exploradoras de atividade econômica:

• Não tem imunidade tributária


• Os bens são privados
• Respondem subjetivamente pelos danos causados
• Sofrem execução comum (não tem direito à precatório)
• O Estado não é responsável (nem subsidiário) por garantir o pagamento da
indenização.
• Exemplo: Banco do Brasil

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