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Infração Penal

Conceito de Infração Penal


Infração Penal: abrange tanto Crimes (Delitos) quanto Contravenções Penais
Infração Penal = Crime(ou Delito) + Contravenção Penal Teoria Bipartida (ou Dicotômica/ ou Binária)
é a Teoria adotada para conceituar
Infração Penal.

Crime(ou Delito) Contravenção Penal

alternativamente
isoladamente Prisão Simples ou
Reclusão ou Detenção ou
Tipo de Pena e/ou alternativamente
alternativamente ou
Multa
ou cumulativamente com Multa cumulativamente
Tentativa Admitem a Tentativa e é Punível. Admitem a Tentativa, mas NÃO é Punível.

Multa NÃO pode ser aplicada isoladamente. Pode ser aplicada isoladamente.

Ação Penal Pública Incondicionada Ação Penal Pública Incondicionada.


Ação Penal Ação Penal Privada Condicionada

Limite da Pena Máxima 40 anos. 5 anos.

Justiça Federal Justiça Estadual.


Competência para Julgar
Justiça Estadual

Prisões Cautelares:
- Prisão em Flagrante ADMITE NÃO ADMITE
- Prisão Preventiva
- Prisão Temporária

Extraterritorialidade ADMITE NÃO ADMITE

CP/
Crime (Delito)
Conceito de Crime (Delito)
Material
Os 3 Aspectos são adotados no
O Crime (Delito) pode ser conceituado sob 3 Aspectos: Formal (ou Legal) Brasil para conceituar Crime.
Analítico

adotada no Brasil.
Aspecto Material: define crime como toda Conduta que gera Lesão ou ameaça Lesão ao Bem Jurídico de um Terceiro
(ou seja, Crime é aquilo que a Sociedade pré-concebeu como negativo, reprovável).
Crime (Delito) adotada no Brasil.
Aspecto Formal (ou Legal): define crime como toda Conduta que a Lei determina Pena de Reclusão ou Detenção, com/sem Multa
(ou seja, é toda conduta que a Lei define como crime)

NÃO adotada no Brasil. Fato Típico (Tipicidade)


Teoria Bipartida: define crime como sendo o: +
Fato Ilícito (Ilicitude)
Aspecto Analítico:

adotada no Brasil. Fato Típico (Tipicidade)


Teoria Tripartida: define crime como sendo o: + TIC tic nervosa Mneumônica
Fato Ilícito (Ilicitude)
A exclusão do Fato Típico ou do Fato Ilícito EXCLUI o
+
Crime. Já a exclusão do Fato Culpável NÃO EXCLUI
Fato Culpável (Culpabilidade) o Crime, apenas gera a ISENÇÃO DA PENA.

A exclusão do Fato Típico ou do Fato Ilícito NÃO gera a


NÃO adotada no Brasil. Fato Típico (Tipicidade) ISENÇÃO DE PENA, mas sim a EXCLUSÃO DO CRIME.
Teoria Quadripartida: define crime como sendo o: +
A exclusão do Fato Culpável NÃO gera a EXCLUSÃO DO
Fato Ilícito (Ilicitude) CRIME, mas sim a ISENÇÃO DA PENA.
+
Fato Culpável (Culpabilidade)
+
Fato Punível (Punibilidade)

Uma Conduta pode ser crime sob um Aspecto, mas não sob outro Aspecto.
Teoria Geral do Crime
A Teoria adotada no Direito Penal Brasileiro para tratar do Crime é a: Teoria Tripatida

de acordo com a Teoria Tripartida (sob Aspecto Analítico)

Elementos do Crime
Teoria Tripartida: define crime como sendo a Fato Típico (Tipicidade)
união de 3 Elementos: + TIC tic nervosa Mneumônica
Fato Ilícito (Ilicitude)
A exclusão do Fato Típico ou do Fato Ilícito EXCLUI o
+ Crime. Já a exclusão do Fato Culpável NÃO EXCLUI
Fato Culpável (Culpabilidade) o Crime, apenas gera a ISENÇÃO DA PENA.

A exclusão do Fato Típico ou do Fato Ilícito NÃO gera a


ISENÇÃO DE PENA, mas sim a EXCLUSÃO DO CRIME.

A exclusão do Fato Culpável NÃO gera a EXCLUSÃO DO


CRIME, mas sim a ISENÇÃO DA PENA.
Fato Típico
Fato Típico: é a correlação (ligação) entre a Conduta do Agente, o Nexo Causal, o Resultado Naturalístico com uma previsão na Normal Penal Incriminadora (Tipicidade).

Elementos do Fato Típico


O Fato Típico é composto por 4 Elementos:
Sempre deve estar presente. Nexo Causal
Conduta Humana (Conduta do Agente)
+ Nem sempre estará presente. Conduta Resultado
Resultado Naturalístico Humana Naturalístico
+ Sempre estará presente.
Nexo de Causalidade (Nexo Causal)
+ Sempre deve estar presente.
Tipicidade Esses Elementos devem possuir:
Tipicidade (Tipicidade Material e Tipicidade Formal)

Conduta Humana (ou Conduta do Agente): Tipicidade:


= Comissão
é a COMBINAÇÃO de 2 Elementos: 1° Elemento: AÇÃO ou OMISSÃO é o Elemento que enquadra a Conduta Humana, o Resultado Naturalístico e o Nexo
+ Causal como sendo em Crime.
2° Elemento: DOLO ou CULPA
Divide-se em: Tipicidade Material: é a Ofensa ao Bem Jurídico de Terceiro (de forma
É OBRIGATÓRIO a presença dos 2 Elementos para OBS: O CP não adota a Teoria Significante).
que exista a Conduta Humana. (Teoria Finalista)
+
Finalista que diz que o Dolo e
a Culpa estão no Fato Típico Tipicidade Formal: é a previsão em Lei da Conduta do Agente como
Se não houver a presença desses 2 Elementos, não (e não na Culpabilidade como sendo Crime.
haverá a Conduta Humana e, consequentemente, algumas outras teorias
não haverá Crime. abordam). Ambas devem estar presentes para que o Crime se torne punível.

Resultado Naturalístico:
é o Resultado produzido pela Conduta do Agente (Conduta Humana)
(ou seja, é a modificação do mundo exterior provocada Nexo de Causalidade (Nexo Causal):
pela Condutado do Agente).
é o vínculo que une (a relação existente entre) a Conduta Humana
O Resultado Naturalístico nem sempre existirá. ao Resultado Naturalístico.
Em Crimes Materiais: é obrigatório que ocorra o Resultado Naturalístico para
que haja a consumação Crime. Ex: Homicídio.
Em Crimes Formais: NÃO é obrigatório que ocorra o Resultado Naturalístico para que O resultado de um crime (Resultado Naturalístico) somente é imputável
haja a consumação do Crime, porém o Resultado Naturalístico a quem lhe deu causa por meio de uma Conduta (Ação/Omissão).
pode ou não ocorrer. Ex: Corrupção Passiva
Em Crimes de Mera Conduta: NUNCA ocorrerá o Resultado Naturalístico, a mera
conduta já consuma o Crime. Ex: Porte de Arma.

Resultado Jurídico (ou Normativo) Resultado Naturalístico (ou Natural)


Sempre deve existir para que haja o Nem sempre deve existir para que haja o
Crime (ou seja, todo crime possui). Crime (ou seja, nem todo crime possui).
é a Lesão ou Ameaça de Lesão ao Bem é Modificação do mundo exterior
Jurídico protegido pelas Normas. provocada pela Conduta do Agente.
Teorias sobre o Nexo de Causalidade
Em Regra: adota-se a Teoria da Equivalência dos Antecedentes (= Teoria Conditio Sine Qua Non)
Concausas Preexistentes/Concomitantes/Supervenientes ABSOLUTAMENTE Independentes
é aplicada as:
Concausas Preexistentes/Concomitantes RELATIVAMENTE Independentes

Diz que a Causa de um Crime é TODA Conduta (Ação/Omissão) sem a qual o Resultado não teria ocorrido.
(ou seja, a Causa de um Crime é TODA Conduta que contribui de algum modo para que o Resultado ocorra).

Para a Teoria da Equivalência dos Antecedentes, para saber se uma Conduta é ou não Causa de um Crime, deve-se fazer a seguinte pergunta:

"O Resultado Naturalístico ocorreria sem a Conduta do Agente ?"


- Se SIM: a Conduta do Agente não é Causa do Crime (Trata-se de uma Concausa Absolutamente Independente).
- Se NÃO: a conduta do Agente é Causa do Crime (Trata-se de uma Concausa Relativamente Independente).

Exceção: a exceção da Teoria da Equivalência dos Antecedentes é a Teoria da Causalidade Adequada.


é aplicada as: Concausas Supervenientes RELATIVAMENTE Independentes

Para a Teoria da Causalidade Adequada, para saber se uma Conduta é ou não Causa de um Crime, deve-se fazer a seguinte pergunta:

"A Concausa produziu sozinha o Resultado Naturalístico?"


- Se SIM: a Conduta do Agente não é Causa do Crime.
- Se NÃO: a conduta do Agente é Causa do Crime.

CP/

CP/
Concausas: são Circunstâncias que acontecem paralelamente à Conduta do Agente e ao Resultado Naturalístico.
Podem ser:

Concausas ABSOLUTAMENTE Independentes: a Conduta do Agente NÃO contribui para o Resultado, nem se junta a Concausa. A Concausa produz por si só (sozinha) o Resultado.
Preexistentes (ocorrem ANTES da Conduta do Agente)
Tipos: Concomitantes (ocorrem DURANTE da Conduta do Agente) Conduta do Agente Concausa Resultado
Supervenientes (ocorrem APÓS a Conduta do Agente)
Em Regra: A Conduta do Agente NÃO contribui para a ocorrência do Resultado Naturalístico.
SEMPRE há a quebra do Nexo de Causalidade e, com isso, o Resultado Naturalístico NÃO é imputado ao Agente.
O Agente NÃO responde pela Consumação do Resultado ocorrido, apenas responderá por aquilo que ele praticou (na modalidade Dolosa ou Culposa, a depender
da intenção do Agente) e, caso o Agente também desejasse o Resultado ocorrido, responderá pela Tentativa do Resultado oorrido (e não pela Consumação).

Concausas RELATIVAMENTE Independentes: a Conduta do Agente contribui para o Resultado e se junta a Concausa. Ambas produzem o Resultado.

Tipos: Preexistentes (surgem ANTES da Conduta do Agente)


Concomitantes (surgem DURANTE da Conduta do Agente) Conduta do Agente + Concausa Resultado
Em Regra: A Conduta do Agente contribui (de algum modo) para o Resultado Naturalístico.
NÃO há a quebra do Nexo de Causalidade e, com isso, o Resultado Naturalístico é imputado ao Agente.
O Agente responde pela Consumação do Resultado ocorrido (na modalidade Dolosa ou Culposa, a depender da intenção do Agente).

Concausas RELATIVAMENTE Independentes: a Concausa não ocorreria sem que a conduta do Agente tivesse ocorrido antes, porém a Conduta do Agente pode ou não contribuir para o resultado.
Tipos: Supervenientes (surgem APÓS a Conduta do Agente)
Em Regra: Se a Concausa produzir por si só (sozinha) o Resultado: A Conduta do Agente NÃO contribui para a ocorrência do Resultado Naturalístico.
SEMPRE há a quebra do Nexo de Causalidade e, com isso, o Resultado Naturalístico NÃO é imputado ao Agente.
Conduta do Agente Concausa Resultado O Agente NÃO responde pela Consumação do Resultado ocorrido, apenas responderá por aquilo que ele praticou
(na modalidade Dolosa ou Culposa, a depender da intenção do Agente) e, caso o Agente também desejasse o
Resultado ocorrido, responderá pela Tentativa do Resultado oorrido (e não pela Consumação).

Se a Concausa NÃO produzir por si só (sozinha) o Resultado: A Conduta do Agente contribui (de algum modo) para o Resultado Naturalístico, pois se junta a Concausa.
NÃO há a quebra do Nexo de Causalidade e, com isso, o Resultado Naturalístico é imputado ao Agente.
Conduta do Agente + Concausa Resultado O Agente responde pela Consumação do Resultado ocorrido (na modalidade Dolosa ou Culposa, a depender
da intenção do Agente).
Ex: Lucas quer bater em Guilherme, mas apenas lesioná-lo, não deseja matá-lo. Já Natália deseja matar Guilherme e para isso coloca veneno na bebida de Guilherme.
Guilherme ingere o veneno. Minutos depois, Lucas começa a bater em Guilherme. No meio da briga, o veneno faz efeito e Guilherme morre pelo veneno (e não pelas Concausa Preexistente
lesões da briga). Nesse caso, a Concausa Preexistente (Conduta de Natália) produziu por si só o Resultado (morte). Portanto, o Resultado não é imputado ao Lucas, Absolutamente Independente
Lucas responderá por Lesão Corporal Dolosa Consumada (e não por Tentativa de Homicídio, pois ele não desejava a morte de Guilherme, desejava apenas lesioná-lo;
nem por Homicidio Culposo, pois sua conduta não contribuiu com a Concausa para causar a morte). Já Natália responderá por Homicídio Doloso Consumado.

Ex: Lucas quer bater em Guilherme até matá-lo. Já Natália também deseja matar Guilherme e para isso coloca veneno na bebida de Guilherme. Guilherme ingere o
veneno. Minutos depois, Lucas começa a bater em Guilherme. No meio da briga, o veneno faz efeito e Guilherme morre pelo veneno (e não pelas lesões da briga). Concausa Preexistente
Nesse caso, a Concausa Preexistente (Conduta de Natália) produziu por si só o Resultado (morte). Portanto, o Resultado não imputado ao Lucas, Lucas responderá por Absolutamente Independente
Tentativa de Homicidio, pois ele desejava a morte de Guilherme (e não por Lesão Corporal, pois ele não tinha o desejo apenas de lesionar; nem por Homicidio Culposo,
pois sua conduta não contribuiu com a Concausa para causar a morte). Já Natália responderá por Homicídio Doloso Consumado.

Ex: Lucas quer matar Guilherme e coloca veneno na água do Guilherme. Porém, Lucas não sabia que Natália também queria matar Guilherme e minutos antes também
Concausa Preexistente
havia colocado veneno na comida do Guilherme. Guilherme vem a morrer pelo veneno colocado por Natália. Nesse caso, a Concausa Preexistente (Conduta de Natália)
Absolutamente Independente
produziu por si só o Resultado (morte). Portanto, o Resultado não é imputado ao Lucas que responderá apenas pela Tentativa de Homicídio, já Natália responderá por
Homicídio Doloso Consumado.

Ex: Lucas quer matar Guilherme e começa a atirar com um revolver em Guilherme. Entretanto, durante a execução, o teto da casa de Guilherme desaba sobre Guilherme,
Concausa Concomitante
vindo a lhe causar a morte. Nesse caso, a Concausa Concomitante (queda do Teto) produziu por si só o Resultado (morte). Portanto, o Resultado não é imputado ao
Absolutamente Independente
Lucas que responderá apenas pela Tentativa de Homicídio, já Natália responderá por Homicídio Doloso Consumado.

Ex: Lucas quer matar Guilherme e coloca veneno na água do Guilherme. Entretanto, antes que o veneno fazer efeito, Natália aparece e dispara 10 tiros contra Guilherme,
Concausa Superveniente
o matando. Nesse caso, a Concausa Superveniente (10 tiros de Natália) produziu por si só o Resultado (morte). Portanto, o Resultado não é imputado ao Lucas que
Absolutamente Independente
responderá apenas pela Tentativa de Homicídio, já Natália responderá por Homicídio Doloso Consumado.

Ex: Lucas quer matar Guilherme e sabe que Guilherme tem diabetes. Portanto, Lucas coloca muito açucar no suco de Guilherme o que acaba levando Guilherme a óbito.
Concausa Preexistente
Nesse caso, a Concausa Preexistente (Guilherme ser diabético) não produziu por si só o Resultado (morte). Portanto, o Resultado é imputado ao Lucas que responderá
Relativamente Independente
por Homicídio Doloso Consumado.

Ex: Lucas quer bater em Guilherme, mas apenas lesioná-lo, não deseja matá-lo. Já Natália deseja matar Guilherme e coloca veneno na bebida de Guilherme. Guilherme
ingere o veneno. Minutos depois, Lucas inicia uma briga com Guilherme até que dá um murro na cabeça de Guilherme e Guilherme morre. A perícia constata que o Concausa Preexistente
veneno somente seria capaz de matar se a vítima levasse uma pancada na cabeça bem forte, e constata também que apenas a pancada na cabeça não seria capaz de Relativamente Independente
matar se não houvesse a ação do veneno. Nesse caso, a Concausa Preexistente (Conduta de Natália) não causou sozinha o Resultado (morte). Lucas responderá por
Homicídio Culposo Consumado, pois ele não desejava matar, mas sua conduta contribuiu para esse Resultado (não responderá por Lesão Corporal Dolosa, mesmo sendo
o que ele pretendia, pois a sua conduta contribuiu para gerar o Crime de Homicídio; nem por Tentativa de Homicídio, pois sua conduta contribuiu para alcançar a
consumação desse Resultado que foi de fato alcançado, mesmo não sendo desejo de Lucas). Já Natália responderá por Homicídio Doloso Consumado.

Ex: Lucas quer matar Guilherme e coloca em sua água certa dose de veneno. Ao mesmo tempo, Natália faz mesma coisa. Tanto Natália quanto Lucas desejam a morte de
Concausa Concomitante
Guilherme, porém ambos não sabem que desejam a mesma coisa. Guilherme bebe a água e acaba morrendo. A perícia comprova que qualquer uma das doses
Relativamente Independente
isoladamente não seria capaz de produzir o Resultado (morte de Guilherme). Nesse caso, a Concausa Concomitante (Natália colocar certa dose de veneno) não produziu
por si só o Resultado (morte). Portanto, o Resultado é imputado ao Lucas e à Natália que responderão por Homicídio Doloso Consumado.

Ex: Lucas quer matar Guilherme e dá um tiro de revolver em Guilherme. Guilherme é resgatado por uma Ambulância ainda com vida, porém, no caminho até o hospital, a Concausa Superveniente
ambulância capota e Guilherme morre em razão do acidente e não em razão do tiro dado por Lucas. Nesse caso, a Concausa Superveniente (a Ambulância capotar) Relativamente Independente
produziu por si só o Resultado (morte). Portanto, o Resultado não é imputado ao Lucas que responderá apenas pela Tentativa de Homicídio. Já o motorista da que produziu por si só o
ambulância responderá por Homicídio Culposo Consumado. Resultado

Ex: Lucas quer matar Guilherme e dá um tiro de revolver em Guilherme. Guilherme é resgatado por uma Ambulância ainda com vida, porém, no caminho até o hospital, a Concausa Superveniente
ambulância capota, mas Guilherme não morre em razão do acidente e sim em razão do tiro dado por Lucas. Nesse caso, a Concausa Superveniente (a Ambulância Relativamente Independente
capotar) NÃO produziu por si só o Resultado (morte). Portanto, o Resultado é imputado ao Lucas que responderá por Homicídio Doloso Consumado. Já o motorista da que não produziu por si só o
ambulância responderá por Homícidio Culposo Consumado. Resultado
Concausa de Infecção Hospitalar que leve à morte: NÃO há a quebra do Nexo de Causalidade e, com isso, o Resultado Naturalístico é imputado ao Agente.
é uma exceção a Teoria da O Agente responde pela Consumação do Resultado ocorrido (na modalidade Dolosa ou Culposa, a depender
Causalidade Adequada. da intenção do Agente).
Ex: Lucas não quer matar Guilherme e apenas lesionar Guilherme. Lucas dá um paulada em Guilherme que precisa ser socorrido, ao chegar no hospital, precisa ser
operado, mas pega uma infecção em razão da Cirurgia que o leva a óbito. Nesse caso, a Concausa Superveniente (Infecção Hospitalar) produziu por si só o Resultado
(morte), porém, por se tratar de uma exceção a Teoria da Causalidade Adequada, o Resultado é imputado ao Lucas que responderá por Homicídio Culposo Consumado.
Concausa de Erro Médico que leve à morte: NÃO há a quebra do Nexo de Causalidade e, com isso, o Resultado Naturalístico é imputado ao Agente.
é uma exceção a Teoria da O Agente responde pela Consumação do Resultado ocorrido (na modalidade Dolosa ou Culposa, a depender
Causalidade Adequada. da intenção do Agente).
Ex: Lucas quer matar Guilherme e dá um tiro de revolver em Guilherme. Guilherme é resgatado, ao chegar no hospital, precisa ser operado, mas há um erro médico que
o leva a óbito. Nesse caso, a Concausa Superveniente (Erro Médio) produziu por si só o Resultado (morte), porém, por se tratar de uma exceção a Teoria da Causalidade
Adequada, o Resultado é imputado ao Lucas que responderá por Homicídio Doloso Consumado. Já o Médico responderá por Homicídio Culposo Consumado.

Concausas de Casos Fortuitos/Força Maior: A Conduta do Agente NÃO contribui para a ocorrência do Resultado Naturalístico.
SEMPRE há a quebra do Nexo de Causalidade e, com isso, o Resultado Naturalístico NÃO é imputado ao Agente.
O Agente NÃO responde pela Consumação do Resultado ocorrido, apenas responderá por aquilo que ele praticou
(na modalidade Dolosa ou Culposa, a depender da intenção do Agente) e, caso o Agente também desejasse o
Resultado ocorrido, responderá pela Tentativa do Resultado oorrido (e não pela Consumação).
Ex: Lucas quer matar Guilherme e dá um tiro de revolver em Guilherme. Guilherme é resgatado, ao chegar no hospital, dá um terremoto e quarto em que Guilherme está
desaba, levando ele a óbito. Nesse caso, a Concausa Superveniente (terremoto) produziu por si só o Resultado (morte). Portanto, o Resultado é imputado ao Lucas que
responderá por Homicídio Consumado.

Diferença entre "Concausas Supervenientes Relativamente Independentes que produzem por si só o Resultado" e " Erro de Tipo Acidental sobre o Nexo Causal em sentido estrito".
Aqui NÃO há uma distorção da Realidade, o Agente não incorre em erro por ter uma Aqui há uma distorção da Realidade, o Agente incorre em erro por ter uma falsa
falsa percepção da realidade, ele não cria a falsa ideia nele de que sua única conduta percepção da realidade, ele cria a falsa ideia nele de que sua única conduta gerou o
gerou o Resultado. O resultado advém de uma concausa posterior. Resultado, não imaginando que na verdade foi uma situação posterior oriunda da
sua conduta que gerou o Resultado e não a sua própria conduta em si.
Ex: Lucas quer matar Guilherme de tanto bater. Lucas começa a bater em Guilherme, mas Guilherme consegue escapar e fugir. Durante a fuga, Guilherme corre desesperado pela Rodovia e acaba sendo atropelado por
um Ônibus e morre. O Atropelamento trata-se de uma "Concausa Superviente Relativamente Independente que produziu por si só o Resultado" (morte). Não há aqui um "Erro de Tipo Acidental sobre o Nexo Causal
em sentido estrito", pois não ocorreu uma distorção da realidade, o Agente não incorreu em um erro de interpretação da realidade. Lucas responderá por Tentativa de Homicidio e o motorista do
ônibus por Homicídio Culposo Consumado.
Ex: Lucas quer matar Guilherme de tanto bater. Lucas começa a bater em Guilherme até que Guilherme fica desacordado. Lucas achando que Guilherme morreu, vai embora e deixa o corpo de Guilherme estirado
dentro de casa. Minutos depois ocorre um curto-circuito na casa e a casa pega fogo. A pericia constata que Guilherme não morreu das pancadas de Lucas, mas sim queimado por estar desmaiado e não conseugir
sair da casa. Ocorreu aqui um "Erro de Tipo Acidental sobre o Nexo Causal em sentido estrito", pois ocorreu uma distorção da realidade, o Agente incorreu em um erro de interpretação da realidade ao achar que
Guilherme já havia morrido das pancadas que ele havia dado. Lucas responderá por Homicidio Doloso Consumado tendo como Nexo Causal morte por agressão física. Não há o que se falar aqui em
Concausa Superviniente Relativamente Independente que produziu por si só o Resultado, pois houve aqui um erro.

Diferença entre "Concausas Supervenientes Relativamente Independentes que produzem por si só o Resultado" e "Concausas Supervenientes Absolutamente Independentes".
Aqui a Conduta do Agente insere a vítima na Concausa, mas a Aqui a Conduta do Agente NÃO insere a vítima na Concausa,
Conduta do Agente não causa e nem contribui com Resultado. nem contribui, nem causa o Resultado.

Ex: Lucas quer matar Guilherme, dá um tiro em Guilherme, porém Guilherme é socorrido por uma ambulância que o leva às pressas para o hospital, no meio do caminhão a ambulância capota e Guilherme morre em
razão do acidente e não dos tiros. foi a Conduta do Agente (dar um tiro) que inseriu o Agente dentro da Concausa (Ambulância que capotou), mas não foi a Conduta do Agente (dar um tiro) que causou o Resultado
(morte). Portanto, há aqui uma Concausa Superveniente Relativamente Independente que produziu por si só o Resultado.
Ex: Lucas quer matar Guilherme e para isso coloca veneno na bebida de Guilherme, porém antes do veneno fazer efeito o carro de Guilherme pega fogo e Guilherme fica preso dentro, morrendo queimado sem que antes
o veneno o matasse. NÃO foi a Conduta do Agente (envenenar Guilherme) que inseriu o Agente dentro da Concausa (Carro pegar fogo), nem foi Conduta do Agente (envenenar Guilherme) que causou o
Resultado (morte). Portanto, há aqui uma Concausa Superveniente Absolutamente Independente.
Causas de Exclusão do Fato Típico
Rol Exemplificativo
Causas de Exclusão do Fato Típico: são Causas (Situações) que excluem o Fato Típico (e, consequentemente, excluem o Crime também)
São elas: haverá exclusão do Fato Típico sempre que estiver AUSENTE algum de seus Elementos
C - Coação FÍSICA Irresistível (Conduta Humana; Resultado Naturalístico (no caso de Crimes Materiais); Nexo de
E - Erro de Tipo Essencial Inevitável Causalidade; Tipicidade )
S - Sonambulismo e Atos Reflexos
I - Insignificância da Conduta e Adequação Social da Conduta
Mneumônica

Coação FÍSICA Irresistível: há a Ausência Completa de vontade do Agente coagido fisicamente a praticar o Crime, o Agente não possui
qualquer controle sobre seus movimentos que estão realizados por força externa de um Terceiro.
Coação MORAL Irresistível exclui a Culpabilidade, e não o Fato Típico.
OBS: Nos casos de Coação FÍSICA Irresistível, o Agente NÃO possui vontade alguma (ausência completa de vontade) de
praticar a Conduta, pois não possui controle algum sobre seus movimentos. Nos casos de Coação MORAL Irresistível, o
Agente possui a vontade de praticar a Conduta, pois ele tem controle sobre seus movimentos, mas essa vontade e esse
controle estão viciados pela Coação Moral.

Ex: Lucas pega Guilherme à força e, segurando o braço de Guilherme, sem que Guilherme conseguisse resistir já que Lucas era mais forte, faz com que
Guilherme esfaqueie Natália que estava dormindo. Guilherme não agiu com Dolo nem com Culpa, portanto, não há Conduta Humana por parte de Guilherme,
NÃO há Dolo, nem Culpa.
logo Guilherme não responderá por crime algum, pois este só agiu por estar sendo coagido fisicamente por Lucas.
Portanto, Não há Fato Típico.
OBS: Somente será punido o Autor da Coação, ou seja, aquele que coagiu. Logo, o Agente não
responderá pelo crime.
OBS: Nos casos de Coação FÍSICA Resistível: o Coagido e o Autor da Coação respondem em Concurso de Pessoas e serão punidos, porém o Coagido terá a Pena Atenuada.
= é aquela que dá para resistir.

Erro de Tipo Essencil Inevitável (Escusável): o Agente comete um Erro de Tipo Essencial inevitável.
Ex: Guilherme e Lucas possuem celulares idênticos. Certo dia, Guilherme, acreditando ser seu próprio celular, pega sem querer o celular de Lucas. Guilherme
não responderá por crime algum, pois cometeu um erro inevitável, não tendo Dolo nem Culpa.

Sonambulismo e Atos Reflexos: o Agente sonâmbulo ou que pratica um movimento como Ato de Reflexo NÃO tem controle sobre sua
Ação/Omissão, logo suas condutas não possuem Dolo ou Culpa.
Ex: Lucas dá um susto em Guilherme, e Guilherme que segurava uma faca, ao levar o susto, esfaqueia sem querer Natália que estava do seu lado, a qual
vem a óbito. Guilherme não responderá por crime algum, pois não teve Dolo ou Culpa.

Insignificância da Conduta e Adequação Social da Conduta:


- Insignificância da Conduta: condutas que ofendam ao Bem Jurídico de forma insignificante não são consideradas crimes. NÃO há Tipicidade Material.
(Princípio da Bagatela) Portanto, Não há Fato Típico.
Logo, o Agente não responderá
- Adequação Social da Conduta: condutas, mesmo que previstas em Lei como crime, se forem Adequadas e Aceitas pela Sociedade, pelo crime.
não serão crimes. (Princípio da Adequação Social)

Para parte da Doutrina, a Desistência Voluntária e o Arrependimento Eficaz também são Causas de Exclusão da Tipicidade. Para a Doutrina, Caso Fortuito e Força Maior também são
Porém, para outra parte da Doutrina, são Causas de Exclusão de Punibilidade. considerados Causas de Exclusão do Fato Típico.
Injusto Penal = Fato Típico + Fato Ilícito

Fato Ilícito (Ilicitude / Antijuridicidade)


Ilicitude: é o que torna ilícita (ilegal) uma Conduta (Ou seja, é o que torna uma Conduta contrária a Lei. Ou seja,
Sinônimos: é a Relação de Contrariedade entre a Conduta e a Lei).
- Fato Ilícito
- Antijuridicidade

Causas de Exclusão de Ilicitude CP/


Sinônimos: Rol Exemplificativo
- Causas de Justificação
- Descriminantes
Descriminantes Putativas
- Justificantes

Causas Excludentes do Fato Ilícito: são Causas (Situações) que excluem a Ilicitude (Fato Ilícito) da Conduta (e, consequentemente, excluem o Crime também)
ou seja, são Causas que EXCLUEM a Ilegalidade de uma Conduta e, com isso, NÃO há Crime.

Causas LEGAIS de Exclusão de Ilicitude: são elas: - Estado de Necessidade E


Rol Exemplificativo expresso no Art. 23/CP - Legítima Defesa L
- Estrito Cumprimento do Dever Legal E
Dividem-se em: - Exercício Regular do Direito E
Mneumônica

Causas SUPRALEGAIS de Exclusão de Ilicitude: são elas: - Consentimento do Ofendido (é uma espécie de Exercício Regular do Direito)
Rol Exemplificativo, mas NÃO expresso no - Ofendículos (pode ser uma espécie de Exercício Regular do Direito ou de Legítima Defesa)
CP, apenas na Doutrina (são consideradas - Violência Desportiva (é uma espécie de Exercício Regular do Direito)
espécies (exemplos) das Causas Legais
- Intervenção Médica (é uma espécie de Exercício Regular do Direito ou de Estado de Necessidade)
Excludentes de Ilicitude).
- ETC.

As Causas de Exclusão de Ilicitude PODEM, a depender do caso, produzir efeitos na Esferal Extrapenal,
ou seja, alcançam as Esferas Civil e Administrativa.

As Causas de Exclusão de Ilicitude NÃO excluem a Responsabilidade Civil do Estado,


caso o Estado cause um dano a um Terceiro.

Há Comunicabilidade (ou seja, as Causas de Exclusão de Ilicitude são extensíveis


àqueles que participaram juntamente com o Agente que agiu
em uma das Causas de Exclusão de Ilicitude.)

As Causas de Exclusão de Ilicitude são consideradas NORMAS PENAIS PERMISSIVAS, ou seja, permitem a prática de um Fato Típico, excluindo-lhe a Ilicitude.
ou seja, permitem praticar uma conduta criminosa sem que esta seja considerada crime.

Causas de Exclusão de Ilicitude: abrangem Causas LEGAIS de Exclusão de Ilicitude e Causas SUPRALEGAIS de Exclusão de Ilicitude.
Estão previstas no CP. Não estão previstas no CP.
O CP apresenta as Causas LEGAIS de Exclusão de Ilicitude (Estado de Necessidade, Legítima Defesa, Estrito Cumprimento do Dever Legal e Exercício Regular do Direito).
Porém, no Direito Penal Brasileiro, existem também as chamadas Causas SUPRALEGAIS de Exclusão de Ilicitude que, apesar de não estarem expressas no CP, também
são consideradas Causas de Exclusão de Ilicitude, são elas:
Causas SUPRALEGAIS de Exclusão de Ilicitude:
- Consentimento do Ofendido (Ex: Eu permitir que alguém quebre o vidro do meu carro)
- Ofendículos (Ex: Colocar cerca-elétrica no muro da minha residência)
- Violência Desportiva (Ex: Lutadores de Box)
- Intervenção Médica (Ex: Médico ao realizar uma cirurgia gera lesão corporal)
- Correção dos Pais (Ex: Mãe dar um tapa na bunda do filho que fez arte)
- Etc.

Consentimento do Ofendido: apesar de não estar expresso no CP, pode ser também uma Causa de Exclusão de Ilicitude.
Porém, é necessário que:
- o Consentimento do Ofendido tenha sido ANTES ou DURANTE a Conduta do Agente para que seja uma Excludente de Ilicitude (Se for POSTERIOR a
Conduta do Agente, NÃO será uma Excludente de Ilicitude, mas sim uma Causa de Exclusão de Punibilidade por meio de Renúncia ou Perdão, em crimes
de Ação Penal Privada apenas);
e (+)
- o Consentimento seja sobre Bens Disponíveis (Ex: Honra, Liberdade, Patrimônio, Segredos, etc.), jamais sobre Bens Indisponíveis (Ex: Vida).
e (+)
- o Consentimento seja sobre Bens Próprios do Ofendido (e não sobre Bens de Terceiros);
e (+)
- o Consentimento deve ser Claro e Expresso (não pode ser um Consentimento Presumido ou Tácito);
e (+)
- o Consentimento não deve ser derivado de Coação ou Ameaça;
e (+)
- o Ofendido deve ser Capaz (ser maior de 18 anos e não ter enfermidade mental);
e (+)
- o Agente deveter conhecimento da Situação de Fato (ou seja, o Agente precisa saber que houve Ofendido consentiu com a prática do seu ato);

Ofendículos: apesar de não estar expresso no CP, podem ser também uma Causa de Exclusão de Ilicitude.

OFENDÍCULOS = são Aparatos utilizados em Residências/Propriedades/Qualquer outro Bem Jurídico para dar mais segurança.
Ex: Cercas Elétricas; Cacos de Vidro nos muros; Cães de Guarda; Lanças colocadas nos portões; etc.

OBS: Ofendículos: enquanto NÃO acionados: são uma espécie de Exercício Regular do Direito.
após serem acionados: são uma espécie de Legítima Defesa Preordenada.

OBS: Ao se utilizar Ofendículos é necessário Moderação, senão ficará caracterizado o Excesso Punível.
(= sacrifica um Bem Jurídico) OBS: NÃO precisa do Consentimento da Pessoa.
Estado de Necessidade: é quando alguém pratica uma Conduta (Criminosa) para Salvar a SI PRÓPRIO ou a OUTREM de um PERIGO , mas desde que:
- o Perigo seja Atual (ou seja, o Perigo deve estar acontecendo, NÃO pode ser um Perigo prestes a acontecer)
(e não Iminente)
Elementos
E (+) (= com Dolo)
(Requisitos) - o Perigo NÃO tenha sido provocado de Forma Voluntária pelo Agente que invocou o Estado de Necessidade (ou seja, o Perigo não foi criado Voluntariamente (Dolosamente) pelo Agente
Objetivos que agiu no Estado de Necessidade). OBS: se for Culposamente,
E (+) o Agente poderá invocar o
Estado de Necessidade.
- NÃO exista Outro Modo de evitar o Perigo (ou seja, NÃO tenha outra forma de salvar o Bem Jurídico, ou seja, Inevitabilidade do Comportamento Lesivo)

E (+)
- o Agente NÃO tenha o DEVER LEGAL de enfrentar o Perigo (ou seja, Inexistência do Dever Legal de enfrentar o Perigo)

Não pode alegar Estado de Necessida, Quem tem o DEVER LEGAL de enfrentar o Perigo.
Ex: um Bombeiro não pode alegar Estado de Necessidade para não entrar em um incêndio, justificando risco a si próprio
para deixar de salvar uma pessoa nesse incêndio, pois ele tem o dever legal de enfrentar esse tipo de perigo.
E (+) Salvo: se não houver mais como enfrentar o Perigo, colocando, desse modo a vida do Agente em risco sem necessidade.
Ex: se um prédio em chamas já tiver desmoronado, não havendo mais chances de haver sobreviventes, o Bombeiro
pode se negar a entrar, pois poderá ocorrer explosões e matá-lo.
Elementos
(Requisitos) - o Agente precisa ter Conhecimento da Situação Justificante (ou seja, o Agente precisa ter consciência que ao atuar está atuando em Estado de Necessidade)
Subjetivos Ex: Lucas está com Guilherme em um barco que está naufragando, e só há um colete salva-vidas, Lucas aproveita a situação
para matar Guilherme com um tiro por motivos de vingança. Não poderá ser aplicado o Estado de Necessidade ao Lucas, pois,
quando este matou Guilherme, não foi por Estado de Necessidade.

Ex: Guilherme verifica que uma criança ficou trancada dentro do carro e está passando mal. Guilherme procura o dono do carro, mas não o encontra, resolvendo então quebrar o vidro do carro
para salvar a criança. Logo, Guilherme não comete Crime de Dano, pois agiu em Estado de Necessidade para salvar a vida de outrem.
Ex: Lucas provoca o naufrágio de um navio e, para se salvar, mata um Terceiro, a fim de ficar com o último colete salva-vidas. Nesse caso, embora os bens sejam de igual valor, o perigo foi criado
voluntariamente pelo próprio Agente, logo, ele não estará agindo em Estado de Necessidade.
Ex: Aborto Necessário (Terapêutico) que ocorre quando não há outro meio de salvar a vida da gestante, sacrificando-se um bem jurídico (vida do bebê) para salvar outro bem jurídico (vida da mãe).
Teorias do Estado de Necessidade:
Existem 2 Teorias, mas o CP adotou apenas a Teoria Unitária.

Teoria Unitária: abrange apenas o Estado de Necessidade Justificante.


Teoria adotada pelo CP. é considerado uma Causa de Exclusão de Ilicitude (Antijuridicidade).
(ou seja, Inexigibilidade de sacrifício do Interesse Ameaçado)
Para essa Teoria, ao agir em Estado de Necissidade, o Valor do Bem Jurídico Protegido deve ser IGUAL ou SUPERIOR ao Valor do Bem Jurídico Sacrificado.
Ex: Guilherme e Lucas estão em um avião que está caindo. Só há um paraquedas. Lucas atira no Guilherme para que o paraquedas seja seu e ele possa se salvar. Nesse caso, Bem Jurídico que
Lucas buscou preservar (sua vida) é de igual valor ao Bem Jurídico Sacrificado (vida do Gulherme). Portanto, Lucas não cometeu crime, pois agiu em Estado de Necessidade.

OBS: No caso de o Valor do Bem Jurídico Protegido for MENOR que o Valor do Bem Jurídico Sacrificado, não haverá Estado de Necessidade,
o Agente responderá pelo Crime, mas terá sua Pena diminuída (de 1/3 a 2/3).
Ex: Lucas não pode alegar Estado de Necessidade ao matar Guilherme para salvar um passarinho em extinção.
CP/ Art. 24,

Teoria Diferenciadora: abrange o Estado de Necessidade Justificante e o Estado de Necessidade Exculpante (ou Supralegal).
Teoria NÃO adotada pelo CP, apenas É uma Causa de Exclusão de É uma Causa de Exclusão de Culpabilidade.
adotada pelo Código Penal Militar. Ilicitude (Antijuridicidade).
ocorre quando o Valor do Bem Jurídico Protegido é INFERIOR ao Valor do Bem Jurídico Sacrificado.
ocorre quando o Valor do Bem Jurídico Protegido é IGUAL ou SUPERIOR ao Valor do Bem Jurídico Sacrificado.
Conclui-se, portanto, que o CP, ao adotar a Teoria Unitária, diz que somente haverá Estado de Necessidade Justificante, ou seja, o Estado de Necessidade só será uma Causa de Exclusão de
Ilicitude quando o Valor do Bem Jurídico Protegido for IGUAL ou SUPERIOR ao Valor do Bem Jurídico Sacrificado. Caso o Valor do Bem Jurídico Protegido for INFERIOR ao Valor do Bem Jurídico
Sacrificado, não haverá uma Causa de Exclusão de Ilicitude (NEM de Culpabilidade), o Agente responderá pelo crime, mas com uma redução na Pena.
Tipos de Estado de Necessidade:
Estado de Necessidade Real: é o Estado de Necessidade propriamente dito (previsto no Art. 23/CP), ou seja, é quando realmente existe o Perigo (não é fruto da imaginação
Exclui o Fato Ilícito. do Agente).
Tipos: Estado de Necessidade Agressivo: nomenclatura dada quando o Agente, ao agir em Estado de Necessidade,
Exclui o Fato Ilícito. ataca um Bem Jurídico de alguém que NÃO provocou o Perigo.
Ex: Devido a um curto-circuito, o quarto Lucas começa a pegar fogo com seu filho dentro, não havendo outros meios para conter o
fogo, Lucas quebra o vidro do carro do Guilherme estacionado na frente da sua casa para pegar o extintor e poder apagar o fogo.

Estado de Necessidade Defensivo: nomenclatura dada quando o Agente, ao agir em Estado de Necessidade,
Exclui o Fato Ilícito. ataca um Bem Jurídico daquele que provocou o Perigo.
Ex: Guilherme coloca fogo no quarto de Lucas com seu filho dentro, não havendo outros meios para conter o fogo, Lucas
quebra o vidro do carro do Guilherme estacionado na frente da sua casa para pegar o extintor e poder apagar o fogo.

Estado de Necessidade Putativo: o Agente, pelo fato de ter incorrido em um Erro de Tipo Permissivo ou em um Erro de Proibição Indireto, acredita estar amparado pela Causa Excludente de
OBS: É considerada uma Estado de Necessidade, mas na verdade não está. No caso de incorrer em Erro de Tipo Permissivo, ele distorce a realidade e acredita estar diante de uma
Descriminante Putativa. Perigo Atual (fruto da sua imaginação) que o faz acreditar estar agindo em Estado de Necessidade, quando na verdade não está. No caso de incorrer em
Erro de Proibição Indireto, ele acredita haver uma norma permissiva que o enquadre em Estado de Necessidade, mas na verdade não existe essa norma.
Ex: Lucas está queimando uns papeis dentro de seu quarto, Guilherme, ao se aproximar e ver muita fumaça e fogo, acredita estar pegando fogo no quarto, não havendo
outros meios para conter o fogo, Guilherme quebra o vidro do carro de Lucas para pegar o extintor e apagar o que imaginava ser um incêndio.

NÃO é Causa de Exclusão de Ilicitude, nem Causa de Exclusão de Culpabilidade, o agente responde pelo Crime na modalidade culposa, se houver previsão legal.

Se o Erro for Evitável: será Punível (exclui o dolo, mas mantém a culpa, o Agente será punido por culpa desde que haja previsão em Lei da modalidade culposa do crime).
Se o Erro for Inevitável: NÃO será Punível (Isenção de Pena).
NÃO é Causa de Exclusão de Ilicitude, mas sim Causa de Exclusão de Culpabilidade, gerando a Isenção da Pena, mas não gera a exclusão do Crime.

Estado de Necessidade Recíproco: ocorre quando duas ou mais pessoas agem simultaneamente em Estado de Necessidade, umas contra as outras.
É aceito no Direito Penal Brasileiro. Ex: Guilherme e Lucas estão dirigindo seus carros pela avenida, de repente uma criança pula no meio da avenida, Guilherme e Lucas para desviar
Exclui o Fato Ilícito. da criança acabam tendo que colidir os dois carros para não atropelar a criança. Ambos agem em Estado de Necessidade um contra o outro.

OBS: Importante saber:


Agente mata um Animal
que esta lhe atacando: Se o ataque foi incentivado pelo Dono do Animal: o Agente age em Legitima Defesa.
Se o ataque NÃO foi incentivado pelo Dono do Animal, partindo única e exclusivamente da vontade do animal: o Agente age em Estado de Necessidade.

OBS: Não se admite Estado de Necessidade em Crimes Habituais, pois nestes crime o Perigo não é atual.

CP/
OBS: NÃO precisa do Consentimento da Pessoa.
Legítima Defesa: é quando alguém pratica uma Conduta (Criminiosa) para Repelir ou Evitar contra SI PRÓPRIO ou contra OUTREM uma AGRESSÃO INJUSTA , mas desde que:
OBS: Agressão Injusta = é qualquer conduta humana (não amparada pelo Direito) que ataca um Bem Jurídico.
Elementos - essa Agressão Injusta seja ATUAL ou IMINENTE OBS: A Agressão Injusta pode ser contra qualquer tipo de Bem Jurídico (Físico ou Moral))
(Requisitos) OBS: A Agressão Injusta NÃO precisa ser um Ilícito Penal, basta apenas ser Injusta, ou seja, não ser amparada pelo Direito.
E (+) OBS: A Agressão Injusta pode ser oriunda de uma Ação ou Omissão.
Objetivos
- seja utilizado Meios MODERADOS e PROPORCIONAIS à Agressão Injusta.
Elementos
E (+)
(Requisitos) - o Agente precisa ter Conhecimento da Situação Justificante (ou seja, o Agente precisa ter consciência que ao atuar está atuando em Legítima Defesa)
Subjetivos Ex: Lucas dá um soco em Guilherme na frente de sua namorada. Guilherme envergonhado para
se vingar resolve dar uma cadeirada na cabeça de Lucas. Não poderá ser aplicado a Legíima
Defesa ao Guilherme, pois este não agiu visando a Legítima Defesa).

Ex: Lucas dá um tiro em Guilherme a fim de assasiná-lo, Guilherme para se salvar atira em Lucas e o mata. Desse modo, Guilherme agiu em Legítima Defesa e não responderá pelo crime de homicídio.

Ex: Lucas dá um tapa em Guilherme, e parte para cima para desferir outros tapas. Guilherme, de forma a repelir a agressão, desfere 5 tiros no peito de Lucas, provocando sua morte. Nesse caso,
Guilherme não pode alegar Legítima Defesa, pois sua reação não foi proporcional, já que não utilizou moderadamente dos meios necessários. Responderá pelo Excesso Punível.

OBS: Se a Agressão for provocada (inciada) pelo Agente NÃO poderá este Agente alegar Legítima Defesa.
OBS: A Legítima Defesa da Honra no Feminicídio ou na Violência Doméstica é inconstitucional, por contrariar os
princípios constitucionais da Dignidade da Pessoa Humana, da Proteção à Vida e da Igualdade de Gênero.
Ex: Homem, que agride mulher que agrediu sua honra traindo-o com outro, não atua em Legítima Defesa.

Na Legítima Defesa, o Agredido NÃO é OBRIGADO a FUGIR do Agressor, mesmo que


seja possível. (Ninguém é obrigado a ser covarde)
ou seja, diferentemente do que ocorre no Estado de Necessidade, na Legítima Defesa, o
Agredido não está obrigado a procurar a saída mais cômoda e menos lesiva para escapar
da Agressão Injusta, porém está obrigado a procurar meios moderados e proporcionais
para repelir à Agressão Injusta.

Na Legítima Defesa, na hora de se defender da Agressão Injusta, caso a vítima erre o


Agressor e atinja outra pessoa (erro sobre a pessoa) ainda assim continuará amparada
pela Legítima Defesa.

CP/

Segundo o Pacote Anticrime, também atua em Legítima Defesa, o Agente de Segurança


Pública (Polícia) que repele agressão atual ou iminente à vítima mantida refém durante a
prática de crimes.

O Agente de Segurança Pública (Polícia) que atira e mata bandido que atirava nele, age em
Legítima Defesa (e não no Estrito Cumprimento do Dever Legal, pois o Policial não tem o dever
legal de matar ninguém)
Tipos de Legítima Defesa:
Legítima Defesa Real: é a Legítima Defesa propriamente dita (prevista no Art. 23/CP), ou seja, é quando realmente existe a Agressão Injusta (não é fruto da imaginação
do Agente). OBS: É admitido Legítima Defesa Real contra Legítima Defesa Putativa.
Exclui o Fato Ilícito. OBS: e não contra a Legítima Defesa Sucessiva.

Tipos: Legítima Defesa Própria: é quando o Agente age em Legítima defesa para defender a si próprio da agressão injusta.
Exclui o Fato Ilícito.
Legítima Defesa de Terceiro: é quando o Agente age em Legítima defesa para defender outra pessoa da agressão injusta.
Exclui o Fato Ilícito.

Legítima Defesa Putativa (ou Imaginária): o Agente, pelo fato de ter incorrido em um Erro de Tipo Permissivo ou em um Erro de Proibição Indireto, acredita estar amparado
OBS: É considerada uma pela Causa Excludente de Legítima Defesa, mas na verdade não está. No caso de incorrer em Erro de Tipo Permissivo, ele distorce
Descriminante Putativa. a realidade e acredita estar diante de uma Agressão Injusta (fruto da sua imaginação) que o faz acreditar estar agindo em Legítima
Defesa, quando na verdade não está. No caso de incorrer em Erro de Proibição Indireto, ele acredita haver uma norma permissiva
que o enquadre em Legítima Defesa, mas na verdade não existe essa norma.
Ex: Lucas ameaçou de morte Guilherme. Certa noite, em uma rua escura, encontram-se. Lucas coloca a mão no bolso, e Guilherme, acreditando que
Lucas iria pegar uma arma, mata Lucas com uma paulada. Posteriormente, Guilherme descobre que lucas iria pegar uma carta de pedido de perdão.

NÃO é Causa de Exclusão de Ilicitude, nem Causa de Exclusão de Culpabilidade, o agente responde pelo Crime na modalidade culposa, se houver previsão legal.

Se o Erro for Evitável: será Punível (exclui o dolo, mas mantém a culpa, o Agente será punido por culpa desde que haja previsão em Lei da modalidade culposa do crime).
Se o Erro for Inevitável: NÃO será Punível (Isenção de Pena).
NÃO é Causa de Exclusão de Ilicitude, mas sim Causa de Exclusão de Culpabilidade, gerando a Isenção da Pena, mas não gera a exclusão do Crime.

Legítima Defesa Sucessiva: é a Legítima Defesa do AGRESSOR contra o excesso da Legítima Defesa da VÍTIMA.
Exclui o Fato Ilícito.

Se NÃO HOUVER EXCESSO de Legítima Defesa da Vítima, não há o que se falar em Legítima Defesa Sucessiva.

A Legítima Defesa Sucessiva também é Causa de Excludente de Ilicitude, porém somente das condutas oriundas da Legítima Defesa Sucessiva e não do Crime anterior praticado.
Ex: Lucas está tentando estuprar Natália, mas é surpreendido pelo Pai de Natália. O Pai de Natália visando impedir o estupro dá uma facada em Lucas, que mesmo a após já ter sido rendido pelo
Pai de Natália, continua recebendo facadas do Pai de Natália (Excesso da Legítima Defesa), pois este acreditava que Lucas ainda não estava rendido. Nesse caso, Lucas, acreditando que será
morto pelo Pai de Natália se este não parar com as facadas, consegue derrubar o Pai de Natália de uma escada, deixando o Pai de Natália paraplégico. Diante disso, Lucas não responderá por
Lesão Corporal (pois está amparado pela Legítima Defesa Sucessiva), responderá apenas pela Tentativa de Estupro. E o Pai de Natália responderá pelo Excesso Punível na Modalidade Culposa

Legítima Defesa Subjetiva: é a nomenclatura dada a Legítima Defesa quando ocorre na Legitima Defesa um Excesso Extensivo Inconsciente.
O Agente responderá pelo Excesso Punível.
Legítima Defesa Recíproca (ou Simultânea): é a Legitima Defesa Real contra uma Legitima Defesa Real.
OBS: NÃO é aceita no Direito Penal Brasileiro.

Possibilidade ou Não de Legítima Defesa:


Legítima Defesa contra Ato de Inimputável: é Possível. Legítima Defesa contra o Excesso de Legítima Defesa: é Possível.
chama-se Legítima Defesa Sucessiva.
Legítima Defesa contra Estado de Necessidade: Não é Possível, pois quem Legítima Defesa Real contra Legítima Defesa Putativa: é Possível.
age em Estado de Necessidade não pratica Agressão Injusta.
Estado de Necessidade contra Estado de Necessidade: é Possível. Legítima Defesa Putativa contra Legítima Defesa Real: é Possível.
chama-se Estado de Necessidade Recíproco
Legítima Defesa contra Legítima Defesa: Não é Possível. Legítima Defesa Putativa contra Legítima Defesa Putativa: é Possível.
chama-se Legítima Defesa Recíproca
é um DEVER do Agente.
Estrito Cumprimento do Dever Legal: a Lei OBRIGA o Agente a agir de determinada forma, mesmo que se trate de uma conduta criminosa.
exercido por AGENTE PÚBLICO e por PARTICULAR.

Ex: Policial invade (sem determinação judicial) a casa de uma família, pois viu que o bandido havia fugido para dentro da cara. O Policial não comenteu crime, pois agiu no Estrito Cumprimento
do Dever Legal.
Ex: PRF que retira alguém a força de dentro do carro que se recusa a sair após o PRF ter dado ordem para sair.
Ex: Policial que bate na pessoa que resiste para não ser algemada.
Ex: Policial ao prender alguém em flagrante.
Ex: Advogado que se nega a testemunhar sobre fato conhecido em razão da profissão, não pratica crime, pois está cumprindo seu dever legal de sigilo previsto no estatuto da OAB.

Policial, que em uma troca de tiros atinge um bandido, NÃO age no Estrito Cumprimento do Dever Legal, mas sim em Legítima Defesa, pois o Policial não tem o dever legal de matar ninguém.

Estrito Cumprimento do Dever Legal Putativo: o Agente, pelo fato de ter incorrido em um Erro de Tipo Permissivo ou em um Erro de Proibição Indireto, acredita estar
OBS: É considerada uma amparado pela Causa Excludente de Ilicitude do Estrito Cumprimento do Dever Legal, mas na verdade não está. No
Descriminante Putativa. caso de incorrer em Erro de Tipo Permissivo, ele distorce a realidade e acredita estar diante de uma situação (fruto da
sua imaginação) que o faz acreditar estar agindo em Estrito Cumprimento do Dever Legal, quando na verdade não está.
No caso de incorrer em Erro de Proibição Indireto, ele acredita haver uma norma permissiva que o enquadre em Estrito
Cumprimento do Dever Legal diante de uma situação, mas na verdade não existe essa norma.
Ex: Policial bate na pessoa por acreditar que a pessoa está resistindo para não ser algemada, mas na verdade a pessoa está tendo
um ataque epilético e não resistindo de ser algemada.
NÃO é Causa de Exclusão de Ilicitude, nem Causa de Exclusão de Culpabilidade, o agente responde pelo Crime na modalidade culposa, se houver previsão legal.

Se o Erro for Evitável: será Punível (exclui o dolo, mas mantém a culpa, o Agente será punido por culpa desde que haja previsão em Lei da modalidade culposa do crime).
Se o Erro for Inevitável: NÃO será Punível (Isenção de Pena).
NÃO é Causa de Exclusão de Ilicitude, mas sim Causa de Exclusão de Culpabilidade, gerando a Isenção da Pena, mas não gera a exclusão do Crime.
NÃO é um DEVER, mas sim um Direito que pode ou não ser exercido, ou seja, é uma
PERMISSÃO dada ao Agente.
Exercício Regular do Direito: a Lei NÃO OBRIGA o Agente a agir de determinada forma, a Lei apenas autoriza o Agente a agir de determinada forma lhe dando um Direito,
se tornando discricionário ao Agente exercer esse seu Direito ou não, mesmo que se trate de uma conduta criminosa.
exercido apenas por PARTICULAR.

Ex: O filho faz arte e a mãe bate na bunda do filho, a fim de educá-lo a não fazer mais arte. Em tese, seria crime de Lesão Corporal, porém a Lei autoriza que os Pais batam nos filhos a
fim de educá-los.
Ex: Violência Desportiva, por exemplo, lutadores de box que se batem causando-se lesões corporais durante um campeonato.

Exercício Regular do Direito Putativo: o Agente, pelo fato de ter incorrido em um Erro de Tipo Permissivo ou em um Erro de Proibição Indireto, acredita estar amparado
OBS: É considerada uma pela Causa Excludente de Ilicitude do Exercício Regular do Direito, mas na verdade não está. No caso de incorrer em Erro de Tipo
Descriminante Putativa. Permissivo, ele distorce a realidade e acredita estar diante de uma situação (fruto da sua imaginação) que o faz acreditar estar
agindo em Exercício Regular do Direito, quando na verdade não está. No caso de incorrer em Erro de Proibição Indireto, ele
acredita haver uma norma permissiva que o enquadre em Exercício Regular do Direito diante de uma situação, mas na verdade
não existe essa norma.
Ex: A mãe querendo que o filho não aprenda a lingua portuguesa, mas apenas aprenda a lingua inglesa, resolve impedir que ele frequente a
escola no brasil, mesmo sabendo ser crime, ela acredita que exista uma norma que a enquadre no Exercicio Regular do Direito por ser mãe, mas
na verdade não existe essa norma.

NÃO é Causa de Exclusão de Ilicitude, nem Causa de Exclusão de Culpabilidade, o agente responde pelo Crime na modalidade culposa, se houver previsão legal.

Se o Erro for Evitável: será Punível (exclui o dolo, mas mantém a culpa, o Agente será punido por culpa desde que haja previsão em Lei da modalidade culposa do crime).
Se o Erro for Inevitável: NÃO será Punível (Isenção de Pena).
NÃO é Causa de Exclusão de Ilicitude, mas sim Causa de Exclusão de Culpabilidade, gerando a Isenção da Pena, mas não gera a exclusão do Crime.

OBS: Importante saber:


Intervenção Médica: com o Consetimento do Paciente (ou de Representante): o Médico age em Exercício Regular do Direito.
sem o Consetimento do Paciente, mas desde que seja para salvar a vida desse paciente que está em risco: o Médico age em Estado de Necessidade.
Excesso Punível
Excesso Punível: é a Punição pelo exercício excessivo (irregular) de uma Causa de Exclusão de Ilicitude, por um dos seguintes motivos:
a Duração é desproporcional/excessiva (vai além do necessário).
Excesso Extensivo (ou Excesso Impróprio): não há mais a circunstância que enquadre a conduta em uma Causa de Exclusão de Ilicitude,
mas mesmo assim continua sendo realizada.
Ex: Lucas agride Guilherme. Guilherme em Legítima Defesa começa a agredir Lucas, porém, mesmo após
Lucas já estar rendido, Guilherme continua agredindo Lucas. Há um excesso na Legítima Defesa que será
punindo.

OU
o Meio (Objeto) utilizado é desproporcional/excessivo.
Excesso Intensivo (ou Excesso Próprio): o Meio (Objeto) utilizado é desproporcional/excessivo.
Ex: Lucas dá um tapa na cara de Guilherme. Guilherme para se defender saca um revólver e atira em Lucas.
Há um excesso na Legítima Defesa que será punido.

O Excesso Punível pode ser:


- Doloso (o Agente sabe que está se excedendo e quer se exceder) Ambos os casos
- Culposos (o Agente não percebe que está se excedendo, se excede sem querer) são Puníveis.

CP/Art.23 -
Fato Culpável (Culpabilidade)
Culpabiliade: é o juízo de reprovabilidade (de reprovação) da Conduta do Agente, considerando-se as circunstâncias pessoais do Agente (ou seja, trata
acerca da reprovação do Agente ao praticar a Conduta Criminosa).
Sinônimo:
- Fato Culpável

Elementos da Culpabilidade
A Culpabilidade é composta por 3 Elementos:
IPE Mneumônica

Imputabilidade Penal A presença desses 3 Elementos é OBRIGATÓRIA para que haja a Culpabilidade. Se ausente um desses 3 Elementos,
+ exclui-se a Culpabilidade e, consequetemente, gera a Isenção da Pena.
Potencial Consciência da Ilicitude OBS: Vale ressaltar que a Isenção da Pena é apenas sobre a Pena Penal prevista no CP, pois, a depender do caso, o
+ Juiz poderá estabelecer Medidas de Segurança, a aplicação do ECA, etc., pois a Culpabilidade NÃO exclui o Crime.
Exigibilidade de Conduta Diversa

= no Momento do Crime ("considera-se praticado o crime no momento da Ação ou da Omissão, ainda que o
Resultado se dê em outro momento) e não quando for julgado ou preso.
Imputabilidade Penal: o Agente tem que ter Capacidade Mental, à época do Crime, de entender o caráter Ilícito da sua Conduta e de responder por seus atos, ou seja, é a
capacidade de se poder atribuir ao Agente a responsabilidade pela prática da sua Conduta Criminosa, pelo fato de ele possuir Capacidade Mental
de entender a ilicitude de sua Conduta e de ser apto para responder por ela.

Potencial Consciência da Ilicitude: o Agente tem que ter Consciência (saber) que a Conduta é Ilícita.

Exigibilidade de Conduta Diversa: o Agente tem que ter a possibilidade de praticar uma Conduta Legal ao invés da Conduta Criminosa.

A Ausência de Imputabilidade Penal é chamada de: Inimputabilidade Penal.


exclui a Culpabilidade
A Ausência de Potencial Consciência da Ilicitude é chamado de: Inconsciência da Ilicitude.
exclui a Culpabilidade
A Ausência de Exigibilidade Conduta Diversa é chamada de: Inexigibilidade de Conduta Diversa
exclui a Culpabilidade

TEORIA (PRINCÍPIO) DA COCULPABILIDADE: imputa ao Estado parcela da responsabilidade social pelos atos criminosos dos Agentes em
razão das desigualdades sociais. Não há exclusão da Culpabilidade, mas essas circunstâncias
externas devem ser consideradas na dosimetria da pena, atenuando a pena.

COCULPABILIDADE ÀS AVESSAS: propõe uma reprovação penal mais severa aos crimes praticados por pessoas dotadas de elevado poder
econômico e político. Não pode ser compreendida como uma agravante genérica.
Teorias da Culpabilidade
Existem 3 Teorias que tratam da Culpabilidade:
Teoria Psicológica
Teoria Psicológico-Normativa (ou Teoria Normativa)
Teorias de Culpabilidade
Teoria Extremada
Teoria Normativa-Pura
Teoria Limitada ADOTADA pelo CP

Teoria Psicológica:
NÃO ADOTADA pelo CP
Para essa Teoria, os Elementos da Culpabilidade são: Imputabilidade Penal
OBS: Essa Teoria considera o Dolo e a Culpa como
e(+) Elementos da Culpabilidade e não do Fato Típico.
o Agente ter agido com Dolo ou Culpa

Teoria Psicológico-Normativa (ou Teoria Normativa):


NÃO ADOTADA pelo CP
Para essa Teoria, os Elementos da Culpabilidade são: Imputabilidade Penal
e(+)
o Agente ter agido com Dolo ou Culpa
OBS: Essa Teoria considera o Dolo e a Culpa como
e(+) Elementos da Culpabilidade e não do Fato Típico.
Potencial Consciência da Ilicitude
e(+)
Exigibilidade de Conduta Diversa
Teoria Normativa-Pura:
Se divide em:
Teoria Extremada: NÃO ADOTADA pelo CP
Para essa Teoria, os Elementos da Culpabilidade são: Imputabilidade Penal
e(+)
Potencial Consciência da Ilicitude OBS: Essa Teoria considera o Dolo e a Culpa como
Elementos do Fato Típico e não da Culpabilidade.
e(+)
Exigibilidade de Conduta Diversa
Teoria Limitada: ADOTADA pelo CP
Para essa Teoria, os Elementos da Culpabilidade são: Imputabilidade Penal
e(+)
Potencial Consciência da Ilicitude OBS: Essa Teoria considera o Dolo e a Culpa como
Elementos do Fato Típico e não da Culpabilidade.
e(+)
Exigibilidade de Conduta Diversa
OBS: A Teoria Extremada e a Teoria Limitada dizem a mesma coisa, a diferença está no tratamento que elas dão às Descriminantes Putativas.
Teoria Extremada: considera todas as Descriminantes Putativas como Erro de Proibição Indireto.
Teoria Limitada: divide as Descriminantes Putativas em: Erro de Tipo Permissivo e Erro de Proibição Indireto
Causas de Exclusão de Culpabilidade A Exclusão da Culpabilidade NÃO exclui o Crime, apenas gera a Isenção de Pena Penal (= Pena prevista
no CP). Porém, isso não impede que o juiz aplique Medidas de Segurança (aos Doentes Mentais), nem
Sinônimos: Rol Exemplificativo impede que os Menores de 18 anos respondam pelo ECA, etc., já que NÃO há a exclusão do crime.
Apenas as Penas do CP que não serão aplicadas.
- Dirimentes
- Exculpantes
- Eximentes
Causas de Exclusão de Culpabilidade: são Causas (Situações) que excluem a Culpabilidade (e, consequentemente, Isenta o Agente da pena)

Causas LEGAIS de Exclusão da Culpabilidade: são elas: - Inimputabilidade Penal I


Rol Exemplificativo expresso no Art. 22/CP - Coação MORAL Irresistível C
- Obediência Hierárquica a ordem NÃO manifestamente Ilegal O
Dividem-se em: - Erro de Proibição Inevitável E
Mneumônica

Causas SUPRALEGAIS de Exclusão da Culpabilidade: são elas: - Silvículas Inadaptados


Rol Exemplificativo, mas NÃO expresso no - Desobediência Civil
CP, apenas na Doutrina. - Cláusula de Consciência

Causas de Exclusão da Culpabilidade: abrangem Causas LEGAIS de Exclusão da Culpabilidade e Causas SUPRALEGAIS de Exclusão da Culpabilidade.
Estão previstas no CP. Não estão previstas no CP.

Causas SUPRALEGAIS de Exclusão de Culpabilidade: são Causas de Exclusão de Culpabilidade que não estão previstas no CP.

Silvículas Inadaptados: são Selvagens/Indígenas não adaptados à vida do meio civilizado.


OBS: NÃO basta ser Silvícula, é necessário que fique comprovado a falta de consciência da ilicitude.

Desobediência Civil: trata-se de Protestos contra Atos/Leis Injustas ou contra Governos vistos como Opressores.

Cláusula de Consciência: trata-se daquele que, por motivo de consciência ou crença, pratica algum fato previsto como crime, mas desde que não viole direitos fundamentais.
Ex: Pai, testemunha de Jeová, que não permite transfusão de sangue no filho (porém, vale resaltar que se a falta da transfusão de sangue colocar em
risco a vida do filho, o pai responde penalmente, já que passa a ocorrer violação do direito à vida).
Inimputabilidade Penal: é quando o Agente NÃO tem Capacidade Mental, à época do Crime, para entender o caráter ilícito da sua conduta
Há Ausência do Elemento:
e nem de responder por seus atos. Não podendo, desse modo, ser responsabilizado penalmente por sua Conduta. Imputabilidade Penal.
Ex: Menores de 18 anos; Doentes Mentais inteiramente incapazes; etc.

(= é aquela em que qualquer pessoa no lugar do Agente não seria capaz de resistir).
Coação MORAL Irresistível: é quando uma Pessoa COAGE moralmente outra Pessoa a praticar um crime, sob a ameaça de lhe fazer um
mal grave, impossibilitando-a de tomar outra conduta diversa que não seja a de praticar o crime.
Ex: Lucas coage Guilherme a praticar um assalto com ele, caso contrário Lucas matará o filho de Guilherme que se
encontra sequestrado por Lucas.
OBS: Somente será punido o Autor da Coação, ou seja, aquele que coagiu. Há Ausência do Elemento:
Exigibilidade de Conduta
(= é aquela que dá para resistir). Diversa.
OBS: Nos casos de Coação MORAL Resistível: o "Coagido" e o "Autor da Coação" respondem em concurso de pessoas e serão punidos, porém o "Coagido"
terá a Pena Atenuada.

Coação FÍSICA Irresistível exclui o Fato Típico, e não a Culpabilidade.


OBS: Nos casos de Coação FÍSICA Irresistível, o Agente NÃO possui vontade alguma (ausência completa de vontade) de
praticar a Conduta, pois não possui controle algum sobre seus movimentos. Nos casos de Coação MORAL Irresistível, o
Agente possui a vontade de praticar a Conduta, pois ele tem controle sobre seus movimentos, mas essa vontade e esse
controle estão viciados pela Coação Moral.

Obediência Hierárquica a ordem NÃO manifestamente Ilegal: é quando o Agente pratica a Conduta Criminosa ao cumprir uma ordem,
que não era manifestamente ilegal (ou seja, não aparentava ser ilegal),
de um Superior Hierárquico.
Ex: Presidente do INSS, pede para Servidor Subordinado deferir todos os pedidos que chegarem em um determinado dia sem analisar, mas o que o Servidor
Subordinado não sabia era que havia alguns pedidos fraudulentos, por isso o Presidente do INSS havia dado a ordem para deferir todos sem analisar. Nesse
caso, somente o Presidente do INSS será punido, pois o Servidor Subordinado está amparado pela causa de exclusão de Culpabilidade.

Essa Causa de Exclusão de Ilicitude somente se aplica às relações entre Servidores Públicos, não se aplica aos Particulares.
Há Ausência do Elemento:
OBS: Somente será punido o Superior Hierárquico que deu a ordem. Potencial Conscência da
Ililcitude e Exigibilidade de
OBS: Nos casos de Ordem Manifestamente Ilegal: o "Servidor Subordinado" que cummpriu a ordem e o "Superior Hierárquico" respondem em concurso de Conduta Diversa.
= (é aquela que aparenta ser Ilegal).pessoas e serão punidos, porém o "Servidor Subordinado" terá a Pena Atenuada.

Ex: Delegado da PF pede para Agente da PF desviar para eles parte do dinheiro apreendido em uma operação. Ambos serão punidos.

Erro de Proibição Inevitável (Escusável): é quando o Agente comete um Erro de Proibição Inevitável (Direto, Indireto ou Mandamental).
Há Ausência do Elemento:
Ex: Lucas acha na rua uma carteira e pega para si, pois, como não havia identificação do dono, acreditava que não era Potencial Consciência da
crime, não sabia que a "Apropriação de Coisa Achada - Art. 169, inciso 2, CP" era um crime. Lucas comete um Erro de Ilicitude
Proibição Inevitável, o que exclui a culpabilidade.
Imputabilidade Penal x Inimputabilidade Penal
É um dos Elementos da Culpabilidade (ou seja, é um dos Elementos necessários para que haja a Culpabilidade)
Imputabilidade Penal: = no Momento do Crime ("considera-se praticado o crime no momento da Ação ou da Omissão,
ainda que o Resultado se dê em outro momento) e não quando for julgado ou preso.
Conceito: é a Capacidade Mental, à época do Crime, de entender o caráter Ilícito da sua Conduta e de responder por seus atos (ou seja, é a capacidade de se poder
atribuir ao Agente a responsabilidade pela prática da sua Conduta Criminosa, pelo fato de ele possuir Capacidade Mental de entender a ilicitude de sua
Conduta e de ser apto para responder por ela).
É uma das Causas Excludentes de Culpabilidade (ou seja, é uma das causas que excluem o Fato Culpável)
Inimputabilidade Penal: = no Momento do Crime ("considera-se praticado o crime no momento da Ação ou da Omissão,
É a exclusão da Imputabilidade Penal ainda que o Resultado se dê em outro momento) e não quando for julgado ou preso.
Conceito: é a Incapacidade Mental, à época do Crime, de entender o caráter Ilícito da sua Conduta e de responder por seus atos (ou seja, é NÃO poder atribuir ao
Agente a responsabilidade pela prática da sua Conduta Criminosa, pelo fato de ele não possuir Capacidade Mental de entender a ilicitude de sua Conduta
e de não ser apto para responder por ela).

CRITÉRIOS existentes para verificar (aferir) se um Agente é Imputável ou Inimputável


Existem 3 Critérios:
OBS: Esse Critério é adotado (como EXCEÇÃO) pelo CP, apenas para os casos de Menores de 18 anos
Critério Biológico: para esse critério, a Imputabilidade Penal do Agente está baseada APENAS em Critérios Biológicos, ou seja, basta a existência de
uma doenças mental ou de determinada idade para o Agente já ser considerado Inimputável.
Ex: Para esse Critério, basta o Agente ser Menor de 18 anos para já ser considerado Inimputável.
Ex: Para esse Critério, basta o Agente ter uma Doença Mental para já ser considerado Inimputável.
OBS: Esse Critério NÃO é adotado pelo CP.
Critério Psicológico: esse critério não leva em consideração nenhum Critério Biológico, a Imputabilidade do Agente está baseada apenas na Análise da
Capacidade Mental do Agente, à época do Crime, de entender o caráter ilícito da sua conduta, independemente de ele ser Menor
de 18 anos ou de ter alguma Doença Mental (é feito uma análise do caso concreto, caso a caso, para verificar se o Agente era ou
não capaz de entender o caráter ilícito da sua conduta).
Ex: Para esse Critério, mesmo o Agente sendo Menor de 18 anos, se em uma análise ao caso concreto for identificado que o Agente tinha capacidade
mental para entender o caráter ilícito da sua conduta, ele será considerado Imputável. Porém, caso for identificado que o Agente não tinha capacidade
mental para entender o caráter ilícito da sua conduta, ele será considerado Inimputável.
OBS: Esse Critério é adotado (Em REGRA) pelo CP. A exceção é para os casos de Menores de 18 anos em que se adota do Critério Biológico (onde não é necessário nenhuma análise do caso
concreto para verificar se o Agente era ou não inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da sua conduta, basta ser Menor de 18 anos
para já ser considerado Inimputável, por isso é uma exceção ao Critério Biopsicológico).

Critério Biopsicológico: esse critério é a União do Critério Biológico com o Critério Psicológico (ou seja, leva-se em conta Critérios Biológicos e uma
Análise ao Caso Concreto). Para o Agente ser considerado Inimputável, ele deve possuir uma Alteração Biológica (Critério
Biológico) e(+) o Juiz deve analisar o caso concreto para verificar se o Agente era ou não Inteiramente Incapaz de entender o
caráter ilícito de sua conduta no momento do crime (Critério Psicológico).
Ex: Bruno, doente mental, mata seu Pai. Para ser considerado Inimputável, não basta apenas ter Doença Mental, o Juiz precisa verificar se Bruno era
Inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da sua conduta.

MOMENTO em que deve ser verificado (aferido) a Imputabilidade Penal do Agente


A Imputabilidade Penal do Agente deve ser verificada (aferida) no MOMENTO DO CRIME (à época do Crime), ou seja, no momento da Ação ou da Omissão,
ainda que o Resultado se dê em outro momento (ou seja, no momento em que a Conduta Criminosa é praticada).
Ex: Se Lucas, com 17 anos, dá um tiro em Guilherme. Este entra em coma e só morre quando Lucas já fez 18 anos. Lucas será considerado Inimputável, pois, no momento
da prática da Conduta Criminosa, Lucas era Menor de 18 anos.
Ex: Se Lucas, com 17 anos, sequestra Guilherme, mas Guilherme só é solto quando Lucas já tiver feito 18 anos. Lucas, ao ser julgado, será considerado Imputável, pois
trata-se de um Crime Permanente cujo Momento do Crime é quando se encerra a Conduta Criminosa. No caso em questão, quando se encerra o sequestro, momento
em que Lucas já tinha feito 18 anos, mesmo que no começo do Crime ele ainda tivesse 17 anos e fosse Inimputável áquela época.
Causas de Exclusão ou Não da Imputabilidade Penal Pena Penal = Pena prevista no CP
Rol Exemplificativo
Causas de Exclusão de Imputabilidade: são Causas (Situações) que excluem a Imputabilidade Penal do Agente, ou seja, geram a Inimputabilidade Penal
do Agente (e, consequentemente, excluem a Culpabilidade, o que gera a Isenção da Pena prevista no CP)
São elas:
M
- Ser Menor de 18 anos SEMPRE exclui a Imputabilidade Penal
E
- Emoção ou Paixão NUNCA exclui a Imputabilidade Penal
D
- Doença Mental; Desenvolvimento Mental Incompleto ou Retardado PODE ou NÃO excluir a Imputabilidade Penal
E
- Embriaguez por Álcool ou Substâncias de efeitos análogos PODE ou NÃO excluir a Imputabilidade Penal
Mneumônica

Menores de 18 anos
Idade inferior a 18 anos SEMPRE exclui a Imputabilidade Penal. O Agente é Inimputável Penalmente (com isso, Exclui-se a Culpabilidade e gera a Isenção da
Pena prevista no CP, porém a eles serão aplicadas as normas previstas no ECA, pois não há a exclusão do crime).

OBS: NÃO é necessário analisar a Capacidade Mental do Agente de entender o caráter ilícito da conduta, pois adota-se o Critério Biológico aqui.

OBS: Vale ressaltar que a Imputabilidade se inicia no


primeiro minuto do dia do aniversário de 18 anos do
Agente, independente do horário de seu nascimento.

Emoção ou Paixão
Violenta Emoção ou Crise Psicológica NUNCA exclui a Imputabilidade Penal. O Agente é Imputável Penalmente (com isso, Não se exclui a Culpabilidade, Não gera a Isenção da Pena,
o Agente irá responder pelo Crime sendo-lhe aplicado a Pena prevista no CP). OBS: Emoção = Raiva, Cólera, Alegria, etc.
OBS: A Violenta Emoção pode servir como Atenuante Genérica ou Diminuição de Pena, a depender do caso. Paixão = Inveja, Amor, Ódio, etc.

Doença Mental; Desenvolvimento Mental Incompleto ou Retardado


Se o Agente, no Momento o Crime, for INTEIRAMENTE INCAPAZ Mentalmente de entender o caráter ilícito da conduta:
Exclui a Imputabilidade Penal. O Agente é Inimputável Penalmente (com isso, exclui-se a Culpabilidade e gera a Isenção da Pena Penal, mas não exclui o Crime).
OBS: Como não ocorre a exclusão do Crime, haverá um Processo Penal e no final haverá a Isenção da Pena prevista no CP, porém o Juiz pode aplicar alguma
Medida Segurança (Internação ou Tratamento Ambulatorial) ao Agente pelo prazo mínimo de 1 a 3 anos.

Se o Agente, no Momento o Crime, NÃO for INTEIRAMENTE CAPAZ Mentalmente (ou seja, PARCIALMENTE CAPAZ e PARCIALMENTE INCAPAZ) de entender o
caráter ilícito da conduta: (= NÃO for Inteiramente incapaz)
NÃO Exclui a Imputabilidade Penal. O Agente é Semi-Imputável Penalmente (com isso, Não se exclui a Culpabilidade, Não gera a Isenção de Pena Penal, o Agente responde pelo Crime, mas
COM REDUÇÃO DE PENA de um a dois terços ( 1/3 a 2/3)).

OBS: Nesse caso, o Juiz também poderá substituir a Pena Privatica de Liberdade do Agente por alguma Medida Segurança (Internação ou Tratamento Ambulatorial) pelo prazo
mínimo de 1 a 3 anos.
OBS: O CP adotou o Sistema Vicariante (ou Unitário) que diz que NÃO é admitido a aplicação da Pena Privativa de Liberdade E(+) e da Medida de Segurança, ainda que em
sequência. O Juiz deve escolher a Pena Privativa de Liberdade com a Redução de Pena OU a Medida de Segurança (ou seja, o CP não adotou o Sistema Duplo-Binário, mas
sim o Sistema Vicariante (ou Unitário) que afasta a imposição cumulativa ou sucessiva de Pena Privativa de Liberdade e Medida de Segurança, em respeito ao Princípio do
Ne Bis In Idem).

Se o Agente, no Momento o Crime, for INTEIRAMENTE CAPAZ Mentalmente de entender o caráter ilícito da conduta:
NÃO Exclui a Imputabilidade Penal. O Agente é Imputável Penalmente (com isso, Não se exclui a Culpabilidade, Não gera a Isenção de Penal Penal, o Agente responde pelo
Crime (Sem redução ou aumento da Pena)).
OBS: É válido tanto para EMBRIAGUEZ com Bebida Alcoolica quanto para
EMBRIAGUEZ pelo uso de Substâncias de efeitos Análogos (Ex: Drogas)
Embriaguez por Álcool ou por Substâncias de efeitos análogos
Embriaguez Dolosa (= Voluntária) ou Culposa: Embriaguez Dolosa (ou Voluntária): é aquele que o Agente quer beber e deseja se embriagar.
Embriague Culposa: é aquele que o Agente quer beber, mas não deseja se embriagar, porém acaba se embriagando.
NÃO Exclui a Imputabilidade Penal. O Agente é Imputável Penalmente (com isso, Não se exclui a Culpabilidade, Não gera Isenção de Pena Penal, o Agente responde
pelo Crime (Sem Aumento ou Redução de Pena)).

Embriaguez Preordenada: Embriaguez Preordenada: é aquele que o Agente quer beber e deseja se embriagar justamente para cometer o crime.

NÃO Exclui a Imputabilidade Penal. O Agente é Imputável Penalmente (com isso, Não se exclui a Culpabilidade, Não gera a Isenção de Pena Penal, o Agente responde
pelo Crime, mas COM AGRAVAMENTO DE PENA).
Embriaguez Acidental (= Involuntária): Embriaguez Acidental (ou Involuntária): é aquela decorrente de Caso Fortuito ou Força Maior.
Embriaguez Acidental decorrente de Caso Fortuito: Algo ou Alguém embriaga o Agente sem ele saber ou desejar.
Ex: o Agente vai ao Hospital e lhe aplicam um medicamento que o deixa embriagado sem que ele fosse avisado desse efeito.
Embriaguez Acidental decorrente de Força Maior: Algo ou Alguém obriga o Agente a se embriagar.
Ex: Em um trote de faculdade, os Veteranos obrigam o Agente calouro a usar substâncias que o deixa embriagado.
OBS: Nos casos de Embriaguez Acidental não será possível aplicar Medidas de Segurança (Internação ou Tratamento Ambulatórial), pois
o Agente não é doente metal.

Embriaguez Acidental COMPLETA (= o Agente fica INTEIRAMENTE INCAPAZ de entender o caráter ilícito da sua Conduta):
Exclui a Imputabilidade Penal. O Agente é Inimputável Penalmente (com isso, Exclui-se a Culpabilidade e gera a Isenção da Pena prevista no CP) .
= (Não possui Plena Capacidade)
Embriaguez Acidental PARCIAL / INCOMPLETA (= o Agente NÃO fica INTEIRAMENTE INCAPAZ de entender o caráter ilícito da sua Conduta):
NÃO Exclui a Imputabilidade Penal. O Agente é Imputável Penalmente (com isso, Não se exclui a Culpabilidade, Não gera a Isenção da Pena Penal,
o Agente responde pelo Crime, mas COM REDUÇÃO DE PENA de um a dois terços ( 1/3 a 2/3)).

OBS: Embriaguez Patológica: o Agente não consegue ficar sem beber, se torna uma doença.
Excluirá a Imputabilidade Penal desde que se configure como uma Embriaguez Doentil (e não apenas habitual) e, no momento do
crime, o Agente esteja INTEIRAMENTE incapaz de entender o caráter ilícito da conduta crime. Nesses casos, o Agente é tratado
como um Doente Mental.

CP/

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