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Introdução ao estudo de direito

Professores Doutores João Pedro Marchante e José Lamego

Aula Teórica – 07/10/2021

A universidade está a prestar um serviço ao aluno. O direito está sempre presente na vida e o
entusiasmo é imprescindível para o praticar.

Bibliografia:
Manual do professor Miguel Teixeira de Sousa

Estrutura dos enunciados:


50% da cotação para um ou dois casos práticos;
50% para várias perguntas de resposta sucinta de matéria teórica (frases para comentar;
confronto de conceitos jurídicos).

Existência do direito
Considerando um caso concreto de uma cidade abandonada, sem normas estão ou não criadas
as condições para esta ser saqueada, visto que esta não tem regras?
Cada ser humano tem múltiplas necessidades que necessitam de uma multiplicidade de bens.
As condições não serão satisfeitas neste caso visto que o direito não está presente, portanto,
não existe atribuição dos bens às pessoas de forma regrada.

Todos nós temos o dever geral de respeito e obediência para com os membros desta
sociedade, criada pelo direito.
O direito faz parte das condições imprescindíveis para a satisfação das necessidades básicas
da sociedade.
O direito é um conjunto de normas de conduta.

Normas permissivas –
Normas impositivas –
Normas proibitivas –
O direito é igual a um conjunto de normas permissivas, impositivas e proibitivas. Errado

Caso da eutanásia comprova que se esta afirmação fosse real teríamos tantos direitos como as
pessoas, pois estas normas não criam uma forma equitativa de gerir a sociedade.

Quem pode criar as normas de conduta e com que limites?


Não são normas de primeira, mas de segunda linha pois estas definem como as normas são
criadas. São normas sobre as fontes de direito.

A grande norma é: o direito pode ser muita coisa, mas tem a sua raiz SEMPRE na
comunidade.

Ao longo da história a sociedade foi reivindicando mais direitos (literacia, ...) e vai exigindo
cada vez mais intervenção.

A democracia (não ateniense), mas sim a do “one man, one vote”.


Voto universal. Em Portugal esta foi trazida no 25 de abril com a constituição consagrada em
1976.
Caso de Beatriz Ângelo que exigiu o direito de voto aparecendo para votar sem lhe ser
permitido.
91% da população portuguesa elegeu aqueles que criariam a constituição portuguesa.
Nesta constituição está sagrado o dever ao parlamento de criação de normas de conduta.
Democracia indireta representativa.

Estas normas têm que ser promulgadas pelo presidente da república, outro interveniente na
criação das normas de conduta.
Os interesses da comunidade justificam a criação e aplicação das normas de conduta.
Quem cria as normas passa-as a texto em diário da república (art. 119 da constituição) que as
coloca em vigor. Interpretar estas normas é extremamente difícil.

Existe ou não existes liberdade na interpretação da lei?


Como um soneto (existe) ou como receita médica (não existe)?

O direito não e apenas um conjunto de normas de conduta, mas também das normas sobre
como estas são criadas e como estas são aplicadas.
A pretensão jurídica pessoal não se sobrepõe às normas regentes da sociedade.
Cada norma de conduta é dependente da sua conformidade na constituição.

Sistema jurídico – conjunto de elementos que se auto regulam. É um “canivete suíço” pois é
aplicado consoante a necessidade de cada caso concreto, mas todas as normas, aquando da
sua utilização, continuam sempre conectadas ao resto do “cabo” que representa o sistema
jurídico.

4 fatores
1 O direito é um sistema de normas radicado na comunidade democraticamente tão
importante para a sociedade que pode ser aplicada pela força dos juízes e das policias.
2 Conhecer o direito é impressionantemente difícil porque frequentemente as pessoas julgam
saber interpretá-lo quando na realidade não sabem.
É muito difícil silenciar as convicções individuais de justiça numa sociedade
democraticamente jurídica.
3 Fator de linguagem – artigo 403.º do código civil - Não repetição do individuo.
4 O direito cria factos estranhíssimos – artigo 414.º do código de processo civil.

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