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ARTIGO Por João dos Santos Carmo

Aprendizagem de conceitos matemáticos


em pessoas com Deficiência Intelectual

O
ensino de matemática a pessoas com saber somar envolve habilidades como adicionar
Deficiência Intelectual exige, inicial- quantidades, agrupar, formar conjuntos maiores a
mente, uma breve reflexão em torno partir de conjuntos menores, identificar o símbolo
das seguintes questões: o indivíduo com da adição, identificar situação em que adicionar é o
limitações cognitivas pode aprender matemática? comportamento-chave para a solução de um dado
Qual matemática deveria ser ensinada? Quais os obje-
tivos do ensino da matemática?
A primeira questão remete à noção de que a con-
dição de Deficiência Intelectual não pode ser confun-
dida com incapacidade para o aprendizado e, nesse
sentido, não seria adequado afirmar que a Deficiência
Intelectual seria um impedimento à aprendizagem da
matemática. Mas qual matemática deveria ser ensinada?
Uma matemática que sirva como ferramenta nas ativi-
dades cotidianas e na solução de problemas. Seria mais
apropriado nos referirmos a conceitos e habilidades
matemáticas, uma vez que aprender conceitos e exer-
citar habilidades numéricas é parte integrante do que
é conhecido por “numeralização”. Uma pessoa “nume-
ralizada” deve ter o domínio do sistema numérico e ser
capaz de realizar operações aritméticas básicas e aplicar
esse conhecimento a situações cotidianas. O objetivo do
ensino da matemática, portanto, deve ser o de estabele-
cer um repertório apropriado à aplicação de ferramentas
conceituais da matemática a situações práticas.
O que se segue é um corolário de um programa
básico de ensino de conceitos e habilidades matemáti-
cas contendo dois aspectos fundamentais: 1) os prin-
cípios educacionais para um ensino eficaz; 2) unida-
des curriculares de ensino.

• Identificar os conceitos e habilidades que o aluno


já adquiriu.
Um planejamento eficaz exige identificar o que
o aluno já sabe e o quanto ele já sabe. Por exemplo,

João dos Santos Carmo é professor do Departa-


mento de Psicologia da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar), pesquisador do Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição
e Ensino (INCT-ECCE).

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problema etc. Desse modo, não bastaria dizer que é crucial para se avaliar a aprendizagem da conta-
o aluno sabe somar, seria necessário dizer o quanto gem. Assim, diante de uma coleção com sete car-
ele sabe somar (ou seja, quais aspectos envolvidos na rinhos, o aluno começa a contar os carrinhos um
soma ele já domina). a um e, ao final, indica que há sete carrinhos; 4)
produzir a relação termo a termo, independen-
• Elaborar unidades pequenas de ensino. temente da ordem da contagem dos elementos,
Uma unidade de ensino se constitui na des- ou seja, o aluno deverá compreender que poderá
crição de um repertório simples a ser ensinado. iniciar a contagem a partir de qualquer elemento
Por exemplo, a contagem é um repertório com- da coleção e seguir qualquer ordem, desde que
plexo e fundamental para a aquisição de soma a produção da relação termo a termo seja res-
e subtração. Contar envolve seis habilidades: 1) peitada. Diante da coleção de bonecas, poderá
produzir uma sequência verbal numérica estável iniciar a contagem a partir da boneca do meio
(um, dois, três, quatro...); 2) relacionar termo a e seguir para esquerda, para a direita ou numa
termo cada membro da sequência verbal numé- ordem aleatória qualquer, desde que não repita
rica a um e somente um elemento de uma cole- elementos e não omita ou duplique uma dada
ção. Ao contar, o aluno deve relacionar o um a palavra-número; 5) generalizar a relação termo a
um elemento específico, o dois a um segundo termo para qualquer tipo de elemento; 6) agru-
elemento, e assim por diante, não repetindo ele- par os elementos a partir de um critério arbitra-
mentos e nem relacionando a palavra-número a riamente definido. Por exemplo, a cada cinco ele-
mais de um elemento; 3) identificar que o último mentos contados produz-se um pequeno traço
elemento contado representa a quantidade total vertical no caderno; assim, se ao final da conta-
de elementos da coleção, desde que a relação gem tivermos três traços verticais, saberemos que
termo a termo tenha sido produzida adequada- foram quinze os elementos contados.
mente. Essa habilidade, chamada de cardinação,
• Aumentar gradativamente as exigências de
aprendizagem.
Para que a aprendizagem de um repertório seja
estabelecida, é necessário que o ensino garanta duas
condições fundamentais: 1) iniciar com etapas fáceis
e que garantam o sucesso do aluno; 2) passar para
etapas um pouco mais elaboradas à medida que o
aluno demonstre ter adquirido suficiente segurança
na etapa mais simples; 3) garantir pré-requisitos e
correquisitos à aquisição de um dado conceito ou
habilidade. Seria extremamente difícil para um aluno
a aprendizagem do conceito de número sem a garan-
tia prévia de que já adquiriu a noção de conservação
de quantidades, ou seja, sem o entendimento de que
a quantidade de elementos de uma coleção se man-
tém estável mesmo quando sua distribuição espa-
cial sofre variações. A programação de ensino deve-
ria, portanto, garantir uma aprendizagem gradual de
repertórios que se conectam.

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• Estabelecer situações de observação e imitação habilidades matemáticas já adquiridos pos-


de modelos e manipulação de materiais. sam ser utilizados em situações que envolvem
Uma programação de ensino de repertórios mate- esses repertórios. Por exemplo, um jogo de
máticos para alunos com Deficiência Intelectual deve trilha envolveria a contagem, a identificação
garantir situações nas quais o aprendiz observe e imite de numerais, a construção e manipulação do
o professor, tendo em vista ser este um modelo a ser cubo, a identificação de quantidades, a rela-
seguido. Oportunizar ao aluno observar o modelo ção entre numerais e quantidades equivalentes,
fazendo algumas operações e, em seguida, imitar o a contagem ordinal (primeiro, segundo, ter-
modelo é fundamental para o estabelecimento de ceiro...) etc.
modos eficazes e eficientes de solução de problemas.
Aliado a esses aspectos, ao aluno deve ser oportunizado • Garantir a generalização para situações
o contato com materiais concretos. Copiar do quadro cotidianas.
a sequência numérica é qualitativamente diferente de Uma programação de ensino de matemá-
construir os numerais e colocá-los em sequência, ou de tica deve prever situações nas quais a aplicação
realizar jogos nos quais se deve manipular os numerais. dos conhecimentos se dê em ambiente natural,
Da mesma forma, identificar e nomear figuras geomé- tanto dentro quanto fora da escola. A oportu-
tricas espaciais é qualitativamente diferente de cons- nidade de compra e venda é um excelente exer-
truir um cubo, um cilindro ou uma esfera. cício de aplicação. Os alunos podem montar
uma lojinha que simule um supermercado ou
• Proporcionar situações nas quais os conceitos e uma papelaria ou ser guiados à lanchonete da
habilidades aprendidos possam ser conectados. escola, a uma farmácia ou feira. Nesses ambien-
É fundamental garantir etapas na progra- tes, podem ser monitorados quanto à aplicação
mação de ensino em que alguns conceitos e de seus novos repertórios.

foto: Pedro Abreu

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Por unidades curriculares de ensino, nos refe- tornam gradativamente complexo o conceito
rimos às etapas de aquisição de conceitos e habi- de número, o qual passa a ser utilizado em dife-
lidades matemáticas básicas que podem fazer rentes situações cotidianas. A casa de número
parte de uma programação de ensino de matemá- 3, a 3ª casa, 3 dúzias de bananas, 33, 303, são
tica para indivíduos com Deficiência Intelectual. exemplos de que o numeral 3 pode assumir
A proposta apresentada a seguir decorre de diver- diferentes funções, a depender do contexto.
sas experiências de aplicação de tecnologias de
ensino. Sua característica é a apresentação de uni- Unidade 3: Produção de
dades pequenas que garantem a aprendizagem de sequências numéricas
repertórios simples e, progressivamente, vão se Nesta unidade, está previsto o ensino de pro-
tornando mais complexas. dução de sequências numéricas envolvendo
numerais cardinais, tanto na ordem crescente (1,
Unidade 1: Habilidades pré-aritméticas 2, 3, 4,..) quanto na sequência decrescente (...4, 3,
Nesta unidade de ensino, estão previstas as 2, 1). Outra importante habilidade é a produção
habilidades gerais que formam a base para a apren- de sequência numérica envolvendo numerais ordi-
dizagem da aritmética: noções de maior/menor, nais em ordem crescente (1º, 2º, 3º...). Para essas
mais/menos, grande/pequeno, primeiro/último, habilidades, já foram contemplados os requisitos
antes/depois, início/meio/fim, perto/longe. Além fundamentais nas unidades anteriores, de forma a
dessas habilidades, é relevante o ensino de dis- poder facilitar a aquisição da produção de sequên-
criminação de numerais de 1 a 10, quantidades cias numéricas.
de objetos de 1 a 10, conservação de quantida-
des discretas e de quantidades contínuas, equi- Unidade 4: Produção de
valência numeral-quantidade e equivalência conjuntos e subconjuntos
quantidade-quantidade. Nesta unidade, o aluno já está com pré-re-
quisitos bem estabelecidos para começar a apren-
Unidade 2: Conceito de número der como formar agrupamentos. Unir conjun-
O conceito de número é entendido como tos, separar subconjuntos, identificar novos
uma rede de relações equivalentes entre nume- conjuntos com base em algum atributo comum
rais e quantidades. Numerais, quantidades cor- são comportamentos fundamentais e que prepa-
respondentes e palavras-número faladas passam rarão o aluno para a aprendizagem de soma e sub-
a fazer parte de uma só classe, de tal forma que, tração. A formação de conjuntos e subconjuntos
por exemplo, o numeral 3, três bolinhas e a pala- se dá com base em atributos físicos (por exemplo,
vra-número “três” se referem ao mesmo evento os objetos azuis, os carrinhos de madeira etc.) ou
numérico. O conceito de número aqui referido com base em atributos arbitrariamente definidos
envolve o que se chama comumente de “núcleo do (por exemplo, o conjunto de brinquedos, o con-
conceito de número”, ou seja, as relações de equi- junto de materiais escolares, cada um comparti-
valência entre numeral e quantidade. lhando uma função em comum).
A partir da aprendizagem das relações com-
ponentes do núcleo do conceito de número, Unidade 5: Contagem
outras habilidades poderão ser conecta- A contagem, conforme apresentado anterior-
das, como a ordenação cardinal e ordi- mente, é uma habilidade complexa que envolve a
nal de numerais. Essas novas habilidades aquisição da cardinação, isto é, da capacidade de

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identificar a quantidade total de elementos em um desempenharão um papel crucial na capacidade


conjunto. A rigor, a cardinação é bastante com- de estimativa aproximada. Os alunos devem ser
plexa e envolve a noção de inclusão de classes. ensinados a estimar, mas, efetivamente, essa aqui-
Assim, por exemplo, a classe do número cardinal sição só se estabelece após a aquisição das habili-
4 envolve a classe do 3, do 2 e do 1; por sua vez, dades anteriormente citadas.
a classe do 5, inclui a classe do 4, do 3, do 2 e do
1, e assim por diante. Evidentemente, essa noção Unidade 7: Soma e subtração
é extremamente complexa de ser adquirida. Por Soma e subtração fazem parte dos fatos aditivos.
essa razão, temos identificado a cardinação à dis- Comumente se afirma que soma e subtração são
criminação de quantidade total em um conjunto. operações inversas uma da outra. Há, no entanto,
Nesse caso, o aluno deveria desenvolver as outras necessidade de se especificar cada uma dessas habi-
habilidades componentes da contagem: produ- lidades a fim de identificar aspectos relevantes e que
ção de sequência verbal numérica, relação termo a trazem implicações fundamentais ao ensino.
termo, irrelevância da ordem, generalização, agru- A operação de adição envolve, necessaria-
pamento e, evidentemente, a cardinação. mente, a habilidade de somar quantidades. Outra
habilidade importante é a de adicionar elemen-
Unidade 6: Estimativas aproximadas tos a um conjunto. São ações diferentes: quando
Alguns estudos têm demonstrado que bebês somamos uma quantidade a outra, chegamos a
respondem diferencialmente a pequenas nume- um resultado x (que é a solução); quando adicio-
rosidades (até três elementos) e a variações (reti- namos elementos a um conjunto não necessaria-
radas e acréscimos) de pequenas quantidades. mente estamos somando quantidades e sim com-
Esse senso numérico inato parece ser uma capa- pondo/ampliando os elementos de um conjunto.
cidade herdada filogeneticamente e comparti- Isso significa que a noção de adicionar elementos
lhada entre espécies. Diretamente relacionado é fundamental para a aprendizagem da operação
à sensibilidade a numerosidades pequenas, tem de adição, mas não é suficiente, pois não envolve
sido identificada em nossa espécie a capaci- necessariamente somar quantidades. Para que isso
dade de discriminar pequenas quantidades (até ocorra, o aluno já deverá ter adquirido a contagem
três ou quatro), numa espécie de apreensão ime- com cardinação. Por outro lado, a operação de adi-
diata ou de súbito (daí o termo “subitização” para ção, na matemática escolar, deve ser ensinada em
designar essa capacidade). Entretanto, diferentes diferentes formatos: 1) contagem; 2) algoritmo,
arranjos espaciais dos elementos podem facilitar utilizando-se os numerais e os símbolos + e =;
ou dificultar a discriminação exata de quantida- 3)problemas escritos; 4) por meio de recursos
des pequenas ou maiores que quatro. Em nossa didáticos que indicam o resultado da soma.
espécie, quanto maior a quantidade de elemen- Da mesma forma, na operação de subtração
tos, menor a possibilidade de discriminação exata temos as habilidades de decomposição de conjun-
da quantidade. Possuímos, no entanto, a capaci- tos e a diminuição de quantidades para se chegar a
dade de realizar discriminações aproximadas, ou um resultado final. As considerações feitas à opera-
seja, de realizar estimativas. ção de adição também são válidas para a subtração.
Contar frequentemente os elementos de
uma coleção facilita a aquisição de estima- Unidade 8: Multiplicação e divisão
tivas. Igualmente, as noções de perto/longe, Na operação de multiplicação, as habilida-
mais/menos, maior/menor, e subitização des envolvidas são: adicionar uma quantidade

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(chamada de multiplicando) a ela mesma certo atento em termos de individualização da pro-


número de vezes a fim de solucionar o problema, gramação de ensino.
isto é, encontrar o produto. Como se vê, mais uma Uma avaliação do repertório de entrada do
vez a adição se apresenta como um pré-requisito aluno deve ser realizada a fim de se decidir por
fundamental, mas, além da adição, temos a con- uma programação que garanta uma progressão
tagem (o número de vezes em que um número é em sua aprendizagem. Nosso grupo desenvol-
adicionado a ele mesmo). veu um instrumento de avaliação de habilida-
Na operação de divisão, o aluno deverá ser des numéricas composto de tarefas simples que
ensinado a identificar quantas vezes uma deter- podem indicar o que e quanto o aluno já sabe
minada quantidade está contida em outra quan- em relação a determinados conceitos e habili-
tidade. Em outras palavras, a divisão seria a dades pré-matemáticas e matemáticas. Esse ins-
operação inversa da multiplicação e nela estão trumento envolve 12 tarefas de correspondên-
implicadas as habilidades de contagem, inclusão cia simples e bimodal, 9 tarefas de comparação
de classe e sequenciação. (maior/menor, igual/diferente, antes/depois/
Embora as unidades de ensino enfatizem a meio, dobro/metade), 3 tarefas de sequencia-
construção passo a passo de repertórios e este- ção, 11 tarefas de cardinação, 3 tarefas de con-
jam pautadas na noção de habilidades pré-requi- tagem de subconjuntos, 2 tarefas de estimativas,
sitos, não há, de forma alguma, obrigatoriedade 8 tarefas de operações básicas com um dígito e
de seguir as unidades à risca, pois frequen- dois dígitos, 2 tarefas de identificação do valor
temente nos depararemos com alunos que já da incógnita, 1 tarefa com figuras geométri-
dominam algumas habilidades. Essa caracterís- cas, 1 tarefa com problemas escritos e 1 tarefa
tica dos alunos indica a diferença de repertó- de nomeação de algarismos, numerosidades e
rios em uma mesma turma e exige um trabalho nome escrito dos números.

LEITURA RECOMENDADA
COHEN, L.B.; MARKS, K.S. How infants process addition and subtraction events.
Developmental Science, v. 5, n. 2, p. 186-212, 2002.
ESCOBAL, G.; ROSSIT, R.; GOYOS, A.C.N. Aquisição de conceito de número por
pessoas com Deficiência Intelectual. Psicologia em Estudo, v. 15, p. 467-475, 2010.
GREEN, G. A tecnologia de controle de estímulo no ensino de equivalências número
quantidade. In: CARMO, J.S.; PRADO, P.S.T. (Orgs.) Relações simbólicas e aprendizagem
da matemática. Santo André, SP: ESETec, 2010. p. 159-172.
HAYDU, V.B.H.; COSTA, L.P.C.; PULLIN, E.M.M.P. Resolução de problemas
aritméticos: efeito de relações de equivalência entre três diferentes formas
de apresentação dos problemas. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 19, n. 1,
p. 44-52, 2006.
PRADO, P. S. T.; De ROSE, J. C. Conceito de número: uma contribuição da
análise comportamental da cognição. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 15, n. 3,
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ROSSIT, R.A.S. Matemática para deficientes mentais: contribuições do paradigma
de equivalência de estímulos para o desenvolvimento e avaliação de um
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Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

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