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Universidade Federal do ABC

EN3716 - Supervisão e monitoramento de processos energéticos

Experiência 3

INTRODUÇÃO AO RECONHECIMENTO DE PADRÕES

1. Objetivos:
 Introdução ao conceito de reconhecimento de padrões (RP).
 Introdução ao método de RP considerando o “Vetor de atributos”.
 Estudo e avaliação do modelo “malha ferroviária” para a análise dos efeitos de
perturbações e condições de falha em sistemas dinâmicos.

2. Introdução
Reconhecer padrões equivale a classificar determinado objeto físico ou comportamento
como pertencente ou não a um determinado número de categorias ou classes
previamente estabelecidas.
Para comparar objetos precisamos de:
 Uma representação de atributos físicos.
 Um método de aprendizado
 Uma porção de memória para armazenar a informação determinada

A classificação de atributos é tomada com base no grau de similaridade entre os objetos


sendo identificados.

Assim, para definir um Problema de RP, precisamos de:


 Um número finito de K classes: C1, C2, ..., CK
 Um número finito de Ni objetos por classe Ci
 Um número finito de n atributos (features) para representar numericamente cada
objeto físico.
 Mecanismos de memória e/ou aprendizado.
 Uma regra de decisão para classificar novos objetos.
 Critérios de avaliação do classificador.
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2.1 Vetor de atributos


A seguir são descritas algumas características de sistemas de supervisão implementados
em ambiente digital:
 O ambiente computacional unicamente trabalha com bits de informação (valores
quantificados)
 É fundamental transformar os atributos do processo (aspectos qualitativos) em
variáveis quantificáveis (números).
De forma a automatizar um processo de diagnóstico é utilizado o conceito de vetor de
atributos. O vetor de atributos é conformado por elementos numéricos representando
uma interpretação quantificada das principais características do processo. As
características mencionadas são justamente as que apresentam as variações ou
alterações das diferentes condições de operação (condições nominais, de falha ou
perturbação).

3. Estudo de caso: “Malha Ferroviária”


tdo2 tdo1
Posição 2 90o Posição 1
98o-100o 80o-82o
st

dv

450o
tdi2 tdi1

Sentido do trens das


malhas externa e
180o 540o 360o 0o
interna

tdi3 tdi4
630o

dv

tdo3 st tdo4
Posição 3 270o Posição 4
260o-262o 278o-280o

Figura 1 – Malha ferroviária concêntrica

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A atividade aborda o exemplo mostrado na Figura 1, composto por duas trilhas


topologicamente concêntricas, ligadas de forma independente e conectadas com
interruptores de potência. Cada faixa tem um trem em funcionamento e o problema de
controle consiste em mudar o trem no caminho interior para o exterior, e vice-versa,
usando as duas chaves para a manobra da operação.

Figura 2 – Tarefa 4: Diagrama de transição para a para o projeto de supervisão da operação de


transferência

A estratégia de automação consiste em quatro tarefas: acionamento dos trens mediante


a energização das pistas externa e interna (tarefas 1 e 2), acionamento das trilhas de
desvio (tarefa 3) e uma tarefa de supervisão (tarefa 4). A Figura 2 mostra a lógica de
transição para a tarefa supervisão, que controla o procedimento geral de transferência

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dos trens. Quando uma reversão é solicitada cada trem é transferido a uma estação
pouco antes do interruptor respectivo ser acionado. Quando ambos os trens estão
próximos, a reversão ocorre e, em seguida, o sistema retoma o funcionamento normal.

Figura 3 – Tarefas 1/2: Tarefa de acionamento das operações de parada e partida dos trens

Figura 4 – Tarefa 3: Tarefa de acionamento das trilhas de desvio

Na presente atividade, o funcionamento da malha ferroviária considera 4 condições de


operação.
i) Condição de operação nominal
ii) Condição de operação com falha de sensor de aproximação
iii) Condição de operação com falha de atuador para parada e partida dos trens
iv) Condição de operação com falha de atuador para acionamento das trilhas de
desvio

4. Atividades experimentais
O objetivo do procedimento descrito consiste em avaliar o efeito e as causas de
alterações no processo correspondentes a duas diferentes condições de operação
mediante a construção de vetores de atributos e a distância euclidiana entre eles.

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1. Utilizar como referência o mesmo modelo do processo utilizado no laboratório 2,
sistema mostrado na Figura 4.

Falha
de Falha
sensor de
atuador

Figura 4: Modelo dinâmico da malha ferroviário e o sistema de automação implementado em


ambiente Matlab/ Simulink

2. Simular o sistema em 4 diferentes condições de operação: nominal, falha de


sensor de aproximação, falha de acionamento para partida e parada dos trens, e
falha de acionamento das trilhas de desvio. Armazenar as figuras correspondentes
aos diagramas de tempo resultantes. As figuras 5 e 6 apresentam alguns
exemplos considerando diagramas de tempo do deslocamento angular dos trens
e diagramas de tempo da transição dos estados correspondentes às 4 tarefas do
sistema de automação implementado.

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(a)

(b)
Figura 5 – a) Condição nominal, b) falha de sensor tdo1

(a)

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(b)
Figura 6 – a) Condição de falha de atuador vo (partida parada) e b) falha de atuador (trilha
de desvio)
Em um documento anexo, disponibilizado no ambiente TIDIA, são apresentadas diversas
realizações emulando as falhas descritas. Além dos diagramas de tempo, correspondentes
ao deslocamento angular dos trens, são apresentadas também diagramas com a sequência
de estados das quatro tarefas que compõem o projeto de automação da malha ferroviária.
3. A partir da análise VISUAL dos diagramas apresentados propor vetores de
atributos considerando 3 elementos pelo menos. Se sugere responder questões
como: a)Na tarefa 4, são atingidos todos os 6 estados em condição nominal? b)Na
tarefa 4, são atingidos todos os 6 estados em condição de falha? c)Quanto tempo
a tarefa 4 permanece no estado 3? Dessa forma, poderíamos selecionar como
candidatos a atributos as variáveis: Tempo de transição, contagem dos pulsos dos
sensores, etc.
4. Propor um método de classificação para realizações desconhecidas utilizando a
distância euclidiana para o vetor de atributos propostos ou um limiar específico
caso seja considerado um único atributos proposto.
5. Apresentar os resultados na forma de tabela contendo uma descrição das
condições de operação e a variação dos indicadores (distância euclidiana, ou
atributos diretamente).
6. Verificar se o vetor de atributos proposto apresenta distâncias euclidianas bem-
comportadas, ou seja, que permitam a determinação de limiares para a
classificação de novas realizações.

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7. Validar o projeto de detecção de falhas utilizando uma implementação em ladder
no ambiente Multiprog Express. Apresentar o código (networks) complementar e
simulações da tarefa de supervisão.

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