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➢ Universidade Estadual de Londrina.

➢ Curso de Ciências Sociais Licenciatura.


➢ História Geral.
➢ Profª Drª Fabiane Tais Muzardo.
➢ Apresentando…

Arnaldo de Souza Braga.


Jean Carlos Di Angelo Brito.
Marcelo Alves dos Santos.
Tatiana Cardoso Medeiros.
➢ João Henriques de Lima Barreto.

➢ Profissão: Tipógrafo.
➢ Estudou humanidades e sabia francês.

Imagem: Pai de Lima Barreto


Fonte: Schwarz, 2017.
➢ Amália Augusta.

Nascimentos dos filhos:


➢ 1879 – Nicomedes (Amália 1ª gravidez
aos 16 anos).
➢ 1881 – Afonso Henriques de Lima
Barreto.
➢ 1882 – Evangelina.
➢ 1884 – Carlindo.
Imagem: Mãe de Lima Barreto.
➢ 1886 – Eliezer. Fonte: Schwarz, 2017.
➢ Afonso Henriques de Lima Barreto.

Imagem: Turma colegial de Lima Barreto. Imagem: Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
Fonte: Schwarcz, 2017. Fonte: Schwarz, 2017.
➢ Escritor e jornalista.

Imagem: Lima Barreto aos 22 anos.


Fonte: Schwarcz 2017.
➢ Últimos anos.

Imagem: Lima Barreto, primeira internação Imagem: Lima Barreto, segunda internação
(1914). (1919).
Fonte: Schwarcz, 2017. Fonte: Schwarcz, 2017.
➢ Biógrafo de Lima Barreto: Francisco de Assis Barbosa .

Foto: Biografia de Lima Barreto. Foto: Francisco de Assis Barbosa.


Fonte: Amazon, 2017. Fonte: Google Imagens, 2024.
➢ Em 2017,
lançamento da
biografia das obras
de Lima Barreto.

Foto: Biografia das obras de Lima de Barreto.


Fonte: Amazon, 2017.
➢ Inventário da Biblioteca Nacional.

Imagem: Inventário Lima Barreto.


Fonte: Biblioteca Nacional, 2023.
Imagem: Manuscrito Clara dos Anjos.
Fonte: BNDigital.
Imagem: Capas Clara dos anjos.
Fonte: Amazon, 2024.
➢ CONTO CLARA DOS ANJOS.

Lima Barreto iniciou o conto em 1904, sendo publicado em 1920, na


coletânea Histórias e Sonhos.

Clara dos Anjos é uma negra de origem humilde, residente do subúrbio


carioca, é seduzida por Júlio Costa, rapaz branco e rico, que apresenta valores
machistas. Clara se apaixona, engravida sendo abandonada. Clara acorda para
sua realidade, pobre, mestiça, excluída socialmente, na primeira versão em 1904
termina na prostituição. Na versão de 1920, termina na amarga solidão.

O crime realizado estava no código penal de 1830, deflorar mulheres de 14 a 18


anos, por sedução, engano ou fraude, pena 1 a 4 anos.

Júlio Costa sai ileso dos defloramentos realizados.


➢ O ROMANCE CLARA DOS ANJOS.
Publicado em folhetim em 1923 e em romance em 1948 por
Francisco de Assis Barbosa.
Clara dos Anjos é uma mulata de origem humilde, residente do
subúrbio carioca, é seduzida por Cassi Jones, rapaz branco, rico e
assassino de Marramaque, que apresenta valores machistas e
perversos. Clara se apaixona, engravida sendo abandonada. Clara
acorda para sua realidade social e de raça, termina na amarga
solidão.
Cassi Jones sai ileso, sua mãe, molha a mão de advogados e juízes
que acoberta seus crimes de defloramento.
➢ A inovação, para a literatura da época, foi discutir o tema do preconceito
racial a partir de uma protagonista feminina. Entendemos que o escritor
não se limita somente à questão racial, mas também pretende mostrar o
indivíduo em sua fragilidade social. Numa sociedade tradicionalmente
patriarcal, em cujos costumes ainda perduravam resquícios da
escravidão recém-abolida, a protagonista Clara, além de mestiça, pobre,
era mulher (Araujo, 2018, p. 212).
➢ O que a obra diz na
época que foi
escrita?

Imagem: Cortiço do Rio de Janeiro em 1909.


Fonte: Pinterest, 2024.
Imagem: Leblon, 2024.
Fonte: G1.

Imagem: Leblon, 1920


Fonte: G1.
➢ Contexto social que foi escrito Clara dos anjos.
➢ O regime republicano foi instituído por militares com promessas de
progresso em questões políticas, econômicas e sociais. Como foi um ato
que excluiu o povo, muitos nem sabiam o que significava aquele
acontecimento.

➢ O poder centralizou-se nas mãos dos militares, dos grandes proprietários


rurais (os coronéis) e comerciantes do setor cafeeiro, particularmente os
estados de São Paulo e Minas Gerais e por eles era mantido por meio de
fraudes, compra de votos, troca de favores e privilégios (Araujo, 2018, p.
214).
➢ O Rio de Janeiro, capital da
República e centro financeiro e
econômico, precisava adaptar-se aos
novos tempos, imitar o modelo
europeu de civilização, a fim de criar
uma imagem de prosperidade e
credibilidade a qual extinguisse
qualquer traço do atraso do passado.
Era a regeneração do Rio de Janeiro
– modernizar a cidade, banir o sujo e Imagem: Lapa, 1922
Fote: Musiccity, 2017.

o feio.
➢ O novo modelo empurrou as camadas mais populares para
os subúrbios, onde os aluguéis eram mais baratos; retirou
mendigos, prostitutas, ébrios e quaisquer outros grupos
marginais do centro da cidade. As cerimônias populares
tradicionais eram realizadas em áreas isoladas, para evitar o
contato das duas sociedades (Araujo, 2018, p. 216) .
➢ Delimitou-se, assim, o espaço que cada um desses grupos sociais
deveria ocupar: o centro, para a elite e os subúrbios, para os pobres e
marginalizados. Até certos comportamentos sociais, como a serenata e
a boêmia, foram condenados por desviarem-se do novo modelo de
civilização.

➢ A figura do seresteiro e do boêmio foi associada à indolência e à


preguiça, imagem incompatível com os propósitos republicanos. O
violão, o acompanhamento das modinhas populares e sempre presente
nas rodas boêmias e literárias, tornou-se um instrumento marginal.
➢ A primeira República, ao tentar transformar o Rio de Janeiro em
uma Paris dos trópicos, acentuou ainda mais as desigualdades
sociais reforçou os antagonismos entre as classes.

➢ Lima Barreto vivenciou isso em sua literatura com os temas mais


variados possíveis: relações sociais e raciais; transformações
sociais políticas, econômicas e culturais; crítica social, moral e
cultural; discussões filosóficas e científicas; o cotidiano urbano
e suburbano (Araujo, 2018, p. 216). .
➢ Os ambientes também são os mais diversos: interiores domésticos
burgueses e populares, estabelecimentos comerciais, bancas de jogo
do bicho, festas e cerimônias burguesas e populares, bares e malocas,
bordéis, pensões baratas, pardieiros, repartições públicas, prisões,
hospícios, cortiços, favelas, trens, bondes, zonas rurais, ruas, estações
ferroviárias, cais, portos, ministérios, cassinos, praias, jardins,
subúrbios, centro da cidade, redações de jornais. Podemos observar
que o autor pretende apreender a realidade social na sua totalidade, em
suas fissuras e tensões (Araujo, 2018, p. 216).
➢ O que a obra
diz sobre a
sociedade
atual?

Imagem: Comunidade do Rio de Janeiro.


Fonte: Princípe Tito Blog, 2024.
➢ Pouca coisa mudou ou nada mudou?

➢ Não se trata, portanto, de crimes


passionais, que ocorrem do dia para a
noite, mas, pelo contrário, são fruto de
uma escalada de diferentes formas de
violência que geralmente iniciam com
ofensas e humilhações, ciúmes
excessivos, violência patrimonial, e
evoluem para a violência física (Bueno,
Sobral, 2023). Imagem: Notícia de site.
Fonte: G1.
➢500 escolas municipais
tiveram que suspender suas
aulas pelo menos uma vez
devido a tiroteios resultando
176 mil estudantes sem aulas
(Costa, 2023, p. 01).
Imagem: Voz das comunidades, 2023.
Fonte: Costa, 2023.
➢ Racismo estrutural – Mulheres são discriminadas por sua
cor, impedidas de ter acesso à educação de qualidade,
sofre assédios no mercado de trabalho, vítima de abuso
sexual e mortas.

➢Misoginia – mulheres retratadas como objeto de desejo e


dependentes de homens.

➢População negra vivendo em favelas, vivem condições


precárias, sob o comando das milícias e do crime organizado.
➢ Persistência do racismo – as desigualdades raciais
manifestam diariamente, seja no mercado de trabalho, na
educação e na justiça.

➢Desigualdade de gênero – as mulheres lutam pela igualdade


de direitos e oportunidades, ainda há diferença salarial, sub-
representação da mulher na política.

➢Exclusão social – a pobreza e falta de oportunidades


continuar afetar milhões de brasileiros, falta de acesso digno
à moradia, à saúde, à educação.
➢ Relacionando com a Disciplina.
➢ Continua, o mesmo ato, de retirar
os corpos indesejados, a exemplo
do governo do Rio de Janeiro em
1902, que a polícia internou o
escritor Lima Barreto.

Imagem: Site Bonde.


Fonte: Site Bonde, 2024.
Imagem: Cartaz do filme Cronicamente Inviável.
Imagem: Cena do filme Cronicamente Inviável. Fonte: Wikipédia, 2024.
Fonte: Wikipédia, 2024.
➢ Empregada Josilene, a qual trabalha para Maria Alice, quase de graça, que
seus pais trabalharam também, quase de graça para a mesma família. O
corpo negro de Clara dos anjos e Josilene que nada valem. Clara dos
anjos menos ainda, grávida, se quer conseguiria um emprego de
doméstica.

➢ A invenção do nome “Jones” para Cassi e sua mãe, se vangloriar, como as


mentiras que Amanda (Dira Paes) conta no filme sobre sua origem.

➢ Esnobe da mãe de Cassi é mesmo esnobe de Maria Alice (Beth Goffman),


que se diverte com a condição de pobreza e preconceito de cor.

➢ A violência social contra as pessoas negras do subúrbio e hoje das


favelas.
➢ O Estado decide quem vive e quem deve
morrer, com formas de violência:

Violência direta: assassinatos, massacres.


Violência estrutural: falta de acesso a
serviços básicos, educação, moradia e
emprego.

Violência simbólica: desumanização do


negro, feminicídio. Imagem: Livro Necropolítica.
Fonte: Amazon, 2024.
➢ Obrigado pela atenção!
REFERÊNCIAS:

BARRETO, L. Clara dos anjos.


São Paulo: Editora Lafonte, 2019.
OLAVETE, R. Lima Barreto: ARAUJO, E M.D. R.
biografia, obras e legado Dissonâncias e antagonismos:
literário. Disponível em: a representação literária de
https://olavete.com.br/lima-
barreto/. Acesso em: 06 mar. Lima Barreto no romance Clara
2024. dos anjos. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/
estudos/article/view/11031/746
EDITORA Escala. Disponível em: 2. Acesso em: 25 mar. 2024.
https://www.escala.com.br/www-
escala-com-br-clara-dos-anjos-
lima-barreto-p906--p958. Acesso
em: 06 mar. 2024.
PINTEREST. Disponível em:
https://br.pinterest.com/pin/972
49673178456079/. Acesso em:
6 mar. 2024.

PRINCÍPE Tito Blog. Disponível


em :
https://br.pinterest.com/pin/622341
242247597888/. Acesso em: 6
mar. 2024.
BUENO, S.; SOBRAL, I. Números
LIMA Barreto. De lá pra cá.
Alcelmo Góis e Vera Barroso. da tragédia anunciada: 10
São Paulo. 1 vídeo (26 min.). mulheres assassinadas todos os
Disponível em: dias no Brasil. Disponível em:
http//tvbrasil.org.br/delapraca/. https://g1.globo.com/monitor-da-
Acesso em 23 mar. 2024. violencia/noticia/2023/03/08/nume
ros-de-uma-tragedia-anunciada-
10-mulheres-assassinadas-todos-
os-dias-no-brasil.ghtml. Acesso
em: 25 mar. 2024.
COSTA, M. Violência nas
favelas do Rio fecha mais
escolas e unidades de saúde
em 2023 do que em 2022.
Disponível em:
https://www.vozdascomunida
des.com.br/destaques/violenc
ia-nas-favelas-do-rio-fecha-
mais-escolas-e-unidades-de-
saude-em-2023-do-que-em-
2022/. Acesso em: 25 mar.
2024.
➢ BARBOSA, F. A. A vida de
Lima Barreto. São Paulo:
Editora Autentica, 2017.

➢ SHWARCZ, L. M. Lima Barreto:


triste visionário. Rio de Janeiro:
Editora Companhia das Letras,
2017.

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