Você está na página 1de 3

1) DESCREVA OS PRESSUPOSTOS DO MODELO TRADICIONAL DE

CIENCIAS E EXPLORE OS IMPACTOS METODOLÓGICOS DESSE


MODELO NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

O modelo tradicional de ensino de ciências foi amplamente adotado até meados do século XX
e moldou significativamente a forma como o conhecimento científico era transmitido e
construído. Da qual a relação entre seus pressupostos e os impactos metodológicos estão na:
1. Visão de Ciência (Positivismo):
A. Pressuposto: Considerava o conhecimento científico como neutro, verdadeiro e
definitivo.
B. Impacto Metodológico: Isso resultou em uma abordagem de ensino centrada
na transmissão passiva de informações. Os alunos eram vistos como
receptáculos, e a ênfase estava na memorização, não na compreensão crítica.
2. Passividade dos Alunos:
A. Pressuposto: Os estudantes eram considerados receptáculos para informações
prontas.
B. Impacto Metodológico: A passividade dos alunos levou à falta de
engajamento ativo na construção do conhecimento. Eles não eram
incentivados a questionar, explorar ou aplicar o que aprendiam.
3. Conteúdos Fragmentados:
A. Pressuposto: Os conteúdos eram organizados de forma fragmentada e
enfatizavam a quantidade.
B. Impacto Metodológico: A falta de conexão entre os conteúdos e a realidade
dificultava a compreensão profunda. Os alunos não viam a ciência como um
todo integrado.
4. Educação Bancária:
A. Pressuposto: O aluno era tratado como um recipiente para informações.
B. Impacto Metodológico: O foco estava na memorização mecânica, sem
considerar a formação de pensamento crítico ou habilidades investigativas.
5. Hierarquia na Relação Professor-Aluno:
A. Pressuposto: O professor detinha o saber absoluto.
B. Impacto Metodológico: A relação hierárquica inibia a troca de ideias e a
construção colaborativa do conhecimento.
Acredita-se que o modelo tradicional limitava a participação ativa dos alunos, aprofundamento
conceitual e aplicação prática. Felizmente, abordagens mais contemporâneas, como o modelo
de redescoberta, buscam superar essas limitações, promovendo a interação, a investigação e a
contextualização do conhecimento científico.
2) DESCREVA AS BASES TEORICAS E EPITEMOLOGICAS DO
PARADIGMA NOVO DE CIENCIAS

As bases teóricas e epistemológicas do novo paradigma das ciências, segundo


Maria José Esteves de Vasconcelos, são fundamentadas no pensamento sistêmico. Este
paradigma enfatiza a complexidade, instabilidade e intersubjetividade como aspectos centrais da
ciência contemporânea.
Complexidade refere-se à ideia de que os fenômenos não podem ser
completamente compreendidos isoladamente, mas sim como parte de um sistema interconectado
e dinâmico.
Instabilidade sugere que o mundo está em constante mudança e transformação, o
que desafia a noção de estabilidade presente no paradigma científico tradicional.
Intersubjetividade implica que o conhecimento é construído através das interações
e relações entre sujeitos, reconhecendo a influência mútua entre observador e observado.
Esses três eixos representam uma transição da cibernética tradicional para uma
cibernética novo-paradigmática, também chamada de epistemologia Si-cibernética, que busca
integrar esses novos pressupostos epistemológicos decorrentes dos desenvolvimentos recentes
da ciência.

3) EXPLORE AS REPERCUÇÕES METODOLÓGICAS DO NOVO PARADIGMA


CIENTÍFICO PARA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO.

As repercussões metodológicas do novo paradigma científico para a produção do


conhecimento são amplas e transformadoras. Ela argumenta que a ciência novo-paradigmática,
que emerge dos eixos da complexidade, instabilidade e intersubjetividade, leva a uma
reconfiguração profunda das metodologias de pesquisa, das quais pode-se destacar:
1. Interdisciplinaridade: O novo paradigma promove uma abordagem
interdisciplinar, onde o conhecimento é construído na interseção de diferentes áreas, rompendo
com as fronteiras rígidas entre disciplinas.
2. Co-construção do Conhecimento: A produção do conhecimento é vista como
um processo colaborativo e co-construtivo, enfatizando a participação e a contribuição de
diferentes atores e perspectivas.
3. Flexibilidade e Adaptabilidade: As metodologias tornam-se mais flexíveis e
adaptáveis, capazes de responder às mudanças e à emergência de novos fenômenos.

4. Pensamento Sistêmico: O pensamento sistêmico é valorizado como uma


ferramenta chave para entender a complexidade e a interconexão dos sistemas, sejam eles
naturais, sociais ou artificiais.
5. Reflexividade: Há um aumento da reflexividade na prática científica, onde os
pesquisadores são encorajados a refletir sobre suas próprias crenças e suposições e como elas
influenciam o processo de pesquisa.
6. Ética e Responsabilidade: A ética e a responsabilidade social tornam-se
centrais, com uma preocupação crescente sobre as implicações e o impacto do conhecimento
científico na sociedade.
7. Validação Participativa: Os métodos de validação do conhecimento científico
expandem-se para incluir a participação e o feedback das comunidades afetadas pela pesquisa.
8. Abordagens Qualitativas e Quantitativas: Há uma valorização equilibrada de
abordagens qualitativas e quantitativas, reconhecendo a importância de múltiplas formas de
evidência.
Essas repercussões refletem uma mudança paradigmática que busca não apenas
novas respostas, mas também novas perguntas e formas de questionar, alinhadas com os
desafios contemporâneos e futuros da produção do conhecimento.

Você também pode gostar