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A denominação Direito Penal é preferível a Direito Criminal, até por

uma opção axiológica.

Direito Criminal é expressão ligada a fato negativo do direito, que é o


delito; enquanto Direito Penal se liga a fato positivo, que é a pena. O
crime se opõe ao direito e, por sua vez, a pena, opondo-se ao crime,
reafirma o direito.

A posição do homem como ser moral, nas disciplinas deontológicas


(do dever ser), exige designações que sejam positivas e afirmativas,
diferentemente do que se dá nas disciplinas ontológicas (do ser),
como a Criminologia e a Criminalística.
O mesmo há de ser dito, e com maior razão, quanto aos princípios
jurídicos, tais como o da dignidade, da proporcionalidade, da
legalidade e da igualdade.

Por isso, é estranho conceber que possa existir no Direito Penal algo
que se denomine Princípio da Insignificância.

Ora, a insignificância nada mais é do que a falta de relevância.

Assim, o Princípio da Relevância seria o único pertinente à matéria, o


qual deve ser considerado e observado em dois momentos: no
primeiro, para orientar o legislador na escolha dos bens jurídicos,
cuja lesão deva ser abstratamente criminalizada; no segundo, para
direcionar o juiz, no caso concreto, na condenação ou absolvição do
réu.

O furto, por exemplo, veio a ser tipificado como delito porque ofende
um relevante (significante) bem jurídico, que é o patrimônio. A
condenação judicial pelo furto praticado dependerá, porém, da
persistência dessa relevância (significância) na lesão ocorrida.

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