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Inteligência Emocional como ferramenta de desenvolvimento pessoal no

ambiente organizacional.

1 INTRODUÇÃO

A administração de Recursos Humanos é uma área bem atingida pelas


mudanças e transformações no cenário global. Mudanças em que as
organizações passam no século XXI entre muitos acontecimentos como:
globalização, revolução científica e tecnológica, acesso bem mais rápido as
informações (ARAÚJO, 2023).
Com a evolução, as teorias administrativas tiveram grandes mudanças,
fundamentais quando se fala dos recursos humanos dentro das organizações.
Em meio a esse contexto os estudos empregaram a análise do ambiente
interno organizacional sob uma maneira inovadora, onde o indivíduo é uma
ferramenta fundamental para o alcance do sucesso (MAXIMIANO, 2004).
De acordo com Soto (2002), para quem esses estudos têm como base,
a ocorrência interpessoal de ser contínuo e fundamental na sociedade, deste
modo, as habilidades de convivência como gentileza, simpatia e compreensão,
podem ser fatores motivacionais nas conquistas de um profissional e na
tomada de decisão, da organização a qual trabalha.
O tema apresentado no artigo em questão é: Inteligência emocional e
Comportamento Organizacional: um estudo da importância da inteligência
emocional no comportamento organizacional. E busca responder o problema:
Como a inteligência emocional contribui para o desenvolvimento pessoal no
ambiente organizacional, tornando-se um diferencial competitivo?
Através deste problema pretende-se chegar ao objetivo que é conceituar
de agregar essa inteligência ás suas habilidades e competências. E apresenta
como objetivos específicos: introduzir na vida do indivíduo a ideia de que a
inteligência emocional é indispensável e que pode ser usada como ferramenta
destaque no âmbito profissional e tornar notório que a inteligência emocional
permite que os relacionamentos interpessoal e intrapessoal evoluam e
consequentemente as atividades são executadas com maior facilidades e
eficiência. A justificativa acadêmica para realização deste trabalho consiste na
contribuição com um material teórico baseado em pesquisa bibliográfica
A metodologia utilizada para a elaboração desta monografia foi a
pesquisa Bibliográfica. O método de abordagem utilizado foi o método indutivo
e método de procedimento. A reunião destes métodos propiciou um conjunto
de informações importantes que resultaram neste artigo, ajudando a entender
melhor o tema em questão.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Conceitos de Inteligência Emocional

Segundo Simmons (2000, p. 24):

A Inteligência Emocional é formada pelas necessidades emocionais,


os impulsos e valores verdadeiros de uma pessoa, e ela guia todo o
comportamento social. Determina o que uma pessoa é capaz de fazer
e realmente conseguirá fazer.

A utilização de forma inteligente das emoções e a procura do equilíbrio


entre a razão e a emoção é um grande passo para atingir o sucesso tanto
pessoal como profissional. Goleman afirma que é possível aprender e
potencializar certas capacidades ligadas às nossas emoções e com isso obter
ótimos resultados em termos de liderança, conflitos e outros aspectos dos
relacionamentos interpessoais (GOLEMAN, 2007).

Segundo Weisinger (1997, p.16):

A falta de inteligência emocional prejudica o progresso e o sucesso,


tanto do indivíduo quanto da empresa, e, inversamente, que o uso da
Inteligência Emocional leva a resultados produtivos, tanto no que diz
respeito ao indivíduo quanto à organização.

Robbins (2011) mostra que a inteligência emocional é a capacidade de


ser autoconsciente do seu estado afetivo, ou seja, reconhece suas próprias
emoções quando as sente; detectar as emoções nos outros, e administrar as
pistas e informações transmitidas pelas emoções.
Goleman (2012), evidencia que geralmente as pessoas se reúnem para
chegarem a um consenso, seja numa reunião de planejamento ou uma equipe
trabalhando para chegar a um produto partilhado, que tem num sentido muito
concreto um quociente emocional Q.E.
Bradberry e Greaves (2007, p.45) afirmam que:

A inteligência emocional tem um impacto incrível na felicidade e na


realização pessoal. Ela promove uma sensação de bem-estar e faz
com que a pessoa se sinta mais tranquila e segura no ambiente em
que vive e consigo mesma.

Lauer (2012) ressalta que a falta de conhecimento sobre o uso da


inteligência emocional pode influenciar no relacionamento com os outros e
também no modo de lidar com as situações adversas do dia a dia,
influenciando o gerenciamento do estresse e da convivência com as diferenças
que existem no ambiente de trabalho. Esses fatores, segundo o autor,
prejudicam a imagem e o desempenho do colaborador na organização. Neste
contexto, o desenvolvimento da inteligência emocional no trabalho pode ser um
grande diferencial para a organização.

Inteligência Emocional envolve a capacidade de perceber


acuradamente, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de
perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento;
a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento
emocional; e a capacidade de controlar emoções para promover o
crescimento emocional e intelectual. (MAYER & SALOVEY, 1997, p.
15).

2.2 Da Inteligência Emocional no Trabalho

A aplicação da inteligência emocional nas organizações passou a ser


estudada por vários autores a partir da percepção da IE como uma estratégia
fundamental, voltada ao treinamento e desenvolvimento do emocional e social,
pois assim terá o avanço das habilidades, como a autoconfiança, motivação,
empatia, iniciativa, autocontrole, melhora na gestão de pessoas e de recursos.
De acordo com Mayer, Salovey e Caruso (2002), aplica-se que pessoas
com alto nível de quociente emocional, quando em postos de gestores em uma
organização, são de fato capazes de estruturar uma equipe mais conexa, com
um maior desenvolvimento em habilidades de liderança e uma melhor
comunicação entre os mesmos da organização, fazendo com que assim possa
haver uma maior troca e eficácia, inclusive em elaboração de planos de
estratégia organizacional. Os autores explicitam ainda que os gestores
capacitados por essa habilidade, constantemente atuam melhor em sua
posição, podendo visionar situações e se manter preparados diante delas,
assim de fato administrando reais mudanças.
De acordo com Lopes et al. (2004), as capacidades da inteligência
emocional podem melhorar as relações interpessoais, para um desempenho
melhor na empresa, uma vez que as emoções são consideradas funções de
comunicação e socialização, fato que as informações cognitivas dos indivíduos
e suas intenções auxiliam na coordenação de encontros sociais e certa
positividade nas relações.
Bar-On (2002, p.81) aponta outros aspectos aliados à IE:

Um segundo uso mais popular do termo designa um grupo de traços


de personalidade considerados importantes para se obter sucesso na
vida, como a persistência, a motivação para a realização e as
habilidades sociais, assim como a inteligência emocional.

De acordo com Cobêro, Primi e Muniz (2006), o conceito de IE se


disseminou rapidamente no contexto organizacional tornando-se popular como
característica desejável de sucesso generalizado. Com a preocupação das
organizações em contratar profissionais com inteligência emocional, as
empresas começaram a usar em suas seletivas escalas de inteligência
emocional.

2.3 Níveis da Inteligência Emocional

A inteligência emocional pode ser desenvolvida, pelos trabalhos que


envolvem as competências do indivíduo, sendo assim, mensuráveis diferenças
nas características do nível de desempenho do indivíduo em alguma situação.
Segundo Weinsingir (1997, p. 16):

Quando os empregados usam sua inteligência emocional, ajudam a


construir uma organização emocionalmente inteligente, na qual cada
um se responsabiliza pelo crescimento da sua própria inteligência
emocional, pela aplicação da sua inteligência emocional no
relacionamento com outras pessoas e pela aplicação das aptidões de
sua inteligência emocional na organização como todo.

O início para o controle das emoções, é compreender seu papel, seu


significado e abrangência, para depois atuar de maneira mais efetiva, com
melhores resultados e benefícios (REIS, 2023).
O nível da automotivação tem o otimismo como solução para os seus
problemas, se o indivíduo pensa que vai conseguir alcançar seus objetivos,
superar todos os obstáculos na vida, enquanto não o conseguir, persistirá.
Segundo Cerqueira Filho (200) a automotivação significa estar motivado para a
vida. É a capacidade de guiar as emoções a exercício de um objetivo,
essencial para caminhar sempre em busca, para manter-se sempre no controle
e para manter aa idéias criativas na busca de soluções.
Essa capacidade proporciona ao indivíduo, uma maior produtividade e
eficácia. Considerado também resultado do autoconhecimento, pois gera a
visão do verdadeiro sentido da vida, utiliza-se os sentimentos de entusiasmo,
perseverança e esforço contínuo para atingir os objetivos traçados, de forma
bem direcionada e segura (Cerqueira Filho, 2002).
Segundo Goleman (1995, p. 56):

Motivar-se. Pôr as emoções a serviço de uma meta é essencial para


centrar a atenção, para a automotivação e a maestria, e para a
criatividade. O autocontrole emocional – saber adiar a satisfação e
conter a impulsividade – está por trás de qualquer tipo de realização.
E a capacidade de entrar em estado de “fluxo” possibilita
excepcionais desempenhos. As pessoas que têm essa capacidade
tendem a ser mais produtivas e eficazes em qualquer atividade que
exerçam.

2.4 Comportamento Organizacional

O comportamento organizacional utiliza do estudo sistemático para


melhorar as previsões dos comportamentos que normalmente seriam feitos
apenas com a intuição. No entanto, pelo fato de que as pessoas são diferentes,
precisamos observar o comportamento organizacional, utilizando variáveis
situacionais para moderar as relações de causa e efeito. (SOTO, 2002).
Estuda o que as pessoas fazem na organização e de como o
comportamento destas influenciam para o desempenho da empresa, incluindo
em seu contexto alguns componentes como motivação, processos de grupos,
comunicação interpessoal, liderança, desenvolvimento de atitudes, percepção,
processo de mudanças, conflitos e estresse (ROBBINS, 2005).
O comportamento organizacional é um campo que verifica o impacto que
indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento das organizações.
Com o passar dos anos, diversos estudos deixam claro que a satisfação
dos funcionários com o trabalho foi levada em consideração como aspecto
resultante na motivação dos mesmos. (MARINHO e OLIVEIRA, 2005).
Segundo Dubrin (2003, p.110):

Motivação é o processo pelo qual o comportamento é mobilizado e


sustentado no interesse da realização das metas organizacionais.
Sabemos que uma pessoa está motivada quando ela realmente
despende esforço para alcance da meta.

Nos componentes do comportamento a liderança recebe destaque


dentro do enfoque comportamental por desempenhar papel tão importante nas
relações humanas (MAXIMIANO, 2000). Segundo Cury, (1995, p. 92):

A liderança é um processo que tem como finalidade influenciar as


atividades do indivíduo ou de um grupo, nos esforços para a
realização de um objetivo em determinada situação. Basicamente, a
liderança inclui a realização de objetivos, com pessoas e através
destas, devendo um líder ocupar-se de tarefas e relações humanas.

Goleman (2012) discute e apresenta cinco habilidades de modo peculiar


que são construídas na Inteligência Emocional. Conhecer as próprias emoções
é fundamental para ter êxito em um ambiente organizacional.
No âmbito empresarial, na área da negociação a IE está presente na
tomada de decisão. Para Thompson et al. (2000 apud ALMEIDA; SOBRAL,
2005), ao invés de reprimir uma emoção, o negociador com perfil positivo
acredita que exprimir emoções positivas pode trazer vantagens.
No entanto, estes, por exporem sentimentos positivos, prestam menos
atenção aos argumentos da outra parte, o que os torna vulneráveis a
negociadores competitivos.
FONTE: Goleman (2014), p. 56

Segundo Silva (2015) compreender os seus colaboradores deveria ser


um elemento visto como prioridade para as organizações e líderes das
mesmas. Conhecendo os colaboradores, mas fácil se consegue fazer uma
análise e atuar conforme as circunstâncias.
Apesar de Thompson et al. abordarem o lado negativo do lado
sentimental do negociador, Goleman dá uma dica importante (2012, p.77): “a
chave para uma tomada de decisão mais sábia é, em suma, estar mais
sintonizado com nossos sentimentos”.
A IE vem ocupando espaço representativo nas empresas, diferenciando
profissionais de sucesso dos outros.
Uma nova realidade competitiva impõe a utilização da inteligência
emocional no ambiente de trabalho e no mercado [...] do lado positivo,
imaginem como são proveitosas para o trabalho as aptidões
emocionais básicas – estar sintonizado com os sentimentos daqueles
com quem tratamos, saber lidar com discordâncias para que elas não
cresçam. (GOLEMAN, 2012, p. 168).

A maneira como é dado o feedback, retorno sobre como o colaborador


está fazendo seu trabalho, é fundamental para o entendimento do subordinado
em relação ao que está sendo exigido pelo seu chefe.

Os administradores que têm pouca empatia são mais inclinados a dar


feedback de uma maneira que machuca, com o arrepiante sarcasmo.
Feita desta forma, a crítica é destrutiva, ao invés de abrir caminho
para uma correção” (LEVINSON apud GOLEMAN, 2012, p. 173).

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