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Resolução de problemas

Obstáculos na resolução de problema

Vários fatores podem prejudicar a solução de problemas.

Configurações mentais e fixação funcional.

A configuração mental é um fator que pode prejudicar a solução de


problemas, uma disposição da mente envolvendo um modelo existente para representar
um problema.

Entrincheiramento é outra designação para configuração mental. Quando as


pessoas que solucionam problemas possuem uma configuração mental entrincheirada,
elas se fixam em uma estratégia que, normalmente, dá resultado na solução de muitos
problemas, porém não opera bem na resolução de problemas específicos.
Outro tipo de configuração mental envolve a fixação funcional em
determinada função de um objeto. A fixação, especificamente, é a incapacidade para
entender que algo conhecido por possuir uso específico também pode ser usado para
desempenhar outras funções. A fixação funcional nos impede de solucionar novos
problemas usando instrumentos antigos de nova maneira.

A transferência negativa ocorre quando a solução de um problema anterior


torna mais difícil solucionar um problema posterior.

Auxílios na resolução de problemas

 Transferência positiva: Ocorre quando a solução de um problema


anterior torna mais fácil a resolução de um problema novo. Exemplo:
Cálculos básicos de matemática.
 Transferência de analogias: É uma espécie de semelhança entre as
estruturas dos problemas. É preciso descobrir um modelo de resolução a
partir de um problema análogo mais simples do que aquele que
precisamos resolver.
 Transferência Intencional: Ao resolver um problema um problema é
preciso estar seguro de focalizar as relações que estão sendo comparadas.
 Incubação: É colocar o problema de lado durante um intervalo de tempo
sem pensar conscientemente a respeito dele. Envolve fazer uma pausa
entre os estágios de resolução de problema. Durante a incubação você
não deve pensar conscientemente sobre o problema, mas deve prever a
possibilidade de que o problema será processado subconsciente.
Lembrando que a incubação inclui tempo, logo se você tem data-limite
para a solução do problema, precisa começar o mais rápido possível.

Talento inato e adquirido (habilidades)

Todo o ser humano nasce com algum (ou alguns) talento, quer dizer,
tem alguma capacidade concreta que de maneira natural é bom e que desfruta
desenvolvendo-a já que isso não supõe grande esforço. A este tipo de talento se
chama, talento natural ou inato, já que é dado pela herança genética do
indivíduo.

Se vamos a uma escola infantil, onde encontraremos crianças menores


de 3 anos, e nos fixamos neles, rapidamente poderemos apreciar os talentos
inatos de muitos deles. Poderemos identificar o líder, aquele pequeno/a quem o
resto do grupo segue, também poderemos identificar o mediador/a de conflitos,
aquele que quando dois alunos se guerreiam pelo mesmo brinquedo, medeia
entre ambos para que haja paz. Se seguimos observando, detectaremos aqueles
que se destacam pelas suas habilidades físicas ou musicais ou intelectuais…
Estes meninos não sabem o que são as técnicas de liderança, nem jamais
ouviram a palavra conflito, mas de maneira espontânea cada um deles tem
determinados comportamentos naturais ante a mesma situação.

Algumas competências são-nos dadas através do nosso código genético,


mas isso não quer dizer que seja as únicas que tenhamos ao longo da nossa vida.
Há outras competências que iremos obtendo e desenvolvendo consoante vamos
trabalhando nelas e as exercitemos continuamente, e isso é o que se conhece
como talento adquirido.

Estes dois tipos de talento acompanharão todos os seres humanos


durante toda a sua existência, e podem ser melhorados à base de estudo e prática.
O que diferencia o talento natural do talento aprendido, é que este último requer
ser exercitado constantemente, já que caso contrário podemos chegar a perder o
potencial adquirido ao longo do tempo. Se durante um largo período de tempo,
deixamos de praticar o nosso talento adquirido, no momento em que o volvamos
a exercitar, dar-nos-emos conta de que havemos perdido destreza e nos custará
muito voltar ao nível que tínhamos. Sem embargo, nessa mesma situação, o
talento natural não se veria enfraquecido da mesma forma, nem com a mesma
intensidade e seria mais fácil conseguir o mesmo nível de destreza que se tinha
quando se deixou de praticar.

No que concerne às empresas, o que é que mais interessa nos seus


recursos humanos, o talento natural ou o talento aprendido? A resposta é clara,
interessa aquele talento que seja eficaz e que aporte benefícios à organização,
sendo indiferente se é adquirido ou inato, o importante é que a pessoa o possua e
possa ser usado proveitosamente na organização.

Muitas pessoas não descobrem quais são os seus talentos inatos, pelo
que apesar de os possuírem não os trabalharam, desenvolveram e melhoraram,
não servindo para muito, desaproveitando assim esse talento. Portanto, os
talentos naturais os adquiridos têm que ser trabalhados para que sejam eficazes.
Alguém que nasce como “líder natural”, não significa que essa pessoa venha a
ser um grande líder no futuro. Se esse talento não for descoberto, receber uma
formação adequada e trabalhar intensamente nele, não servirá para alcançar o
êxito. Um claro exemplo, temo-lo nos desportistas de elite, os que chegam a esse
nível é porque têm um talento natural que alguém descobriu, e graças a um
grande treinador, um programa de ensino adequado, muito trabalho duro, e
grandes doses de sacrifício pessoal e, sobretudo paixão, conseguiram destacá-lo
na sua área. Do ponto de vista organizativo, o que interessa é o talento atual e
em exercício.

Criatividade

Pode haver inúmeras definições particulares de criatividade quanto o


número de pessoas que pensam sobre a mesma. No entanto, grande parte dos
pesquisadores definiram-na em termos globais como o processo de produzir
algo que seja original e válido ao mesmo tempo (Csikszentmihalyi,1999,2000;
Lubart, Mouchiround,2003; Runco, 1997,2000; Sternberg 1996). Algo que pode
assumir diversas formas. Podendo ser uma dança, um composto químico, um
processo, uma teoria, uma história ou uma sinfonia.

O pensamento convencional indica que pessoas com grande criatividade


também possuem um estilo de vida bastante criativo. Estes estilos podem ser
caracterizados por flexibilidade, comportamentos não estereotipados e atitudes
não-conformistas. As características que os psicólogos cognitivos observam nas
pessoas criativas são métodos psicométricos e cognitivos; métodos de
personalidade e motivacionais; métodos sociais, ancorados na sociedade, e
históricos para a compreensão da criatividade.

É o Que Você Produz

Os psicólogos que aderiram a abordagem psicométrica (que


corresponde a “medida”) ressaltam o desempenho em tarefas envolvendo
aspectos específicos da criatividade (Guilford,1950). Estas tarefas envolvem
produzir divergente- a geração de um conjunto diversificado de respostas
apropriadas. Assim, a criatividade reflete a capacidade para criar mais.

Os indivíduos criativos, muitas vezes conseguem pontuação maiores


nos testes de criatividade. Um exemplo de teste, são os Testes de Pensamento
Criativo de Torrance (Torrance,1974,1984).

É Aquilo que Você Sabe

Outros pesquisadores salientaram a criatividade como um processo


cognitivo ao estudarem resolução de problemas e o insight. Os indivíduos
extraordinariamente criativos se distinguem de pessoas menos notáveis por seu
conhecimento especializado e seu empenho com a iniciativa voltada à
criatividade. Indivíduos altamente criativos trabalham com muito afinco e
dedicação.

Tornam-se, integralmente peritos em seus campos de atuação.


Para outros, a criatividade em si nada possui de especial. Os processos
envolvidos na criatividade são usados diariamente por todos nós para resolução
de problemas.

Nem todo psicólogo cognitivo concorda com a visão do insight criativo. De


acordo com essa visão, existem dois tipos de pensamento criativo. Primeiro, no insight
convergente, a pessoa converge em um padrão ou estrutura unificadores no âmbito de
uma variedade de dados disseminados. Segundo, no insight divergente, o indivíduo
diverge de uma forma ou estrutura particular para explorar que tipos de usos podem ser
encontradas para ela.

É Quem Você É

Outros psicólogos afastaram o foco da cognição a fim de considerar o


papel da personalidade e da motivação na criatividade. Existe uma personalidade
criativa – ou você a possui ou não possui. Pode- se diferenciar a motivação
intrínseca, que é interna ao indivíduo, da motivação extrínseca, externa à pessoa.

Os motivadores extrínsecos poderiam incluir o desejo de alcançar fama


ou fortuna. A motivação intrínseca é essencial para a criatividade. Os indivíduos
criativos, em particular, tendem a ser mais abertos a novas experiências, a
demonstrar, autoconfiança, a aceitar a si mesmos, a ser impulsivos, ambiciosos,
impulsionados. Também são menos convencionais.

É Onde Você Está

Alguns pesquisadores focam na importância dos fatores externos que


contribuem para a criatividade.

“Não podemos estudar criatividade isolando pessoas e seu trabalho do


meio histórico e social no qual suas ações são executadas...aquilo que
denominamos criatividade nunca é o resultado apenas da ação individual”

Em relação ao contexto para a criatividade, devemos observar dois


contextos: a área e o campo. A área engloba o conhecimento existente em uma
determinado domínio de empenho criativo, como física das partículas ou pintura.
O campo inclui o contexto social em torno da criatividade e das instituições
públicas da sociedade.
REFERÊNCIAS

STERNBERG, Robert J. PSICOLOGIA COGNITIVA. 5.ed. São Paulo: Cengage


Learning, 2014.

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