Você está na página 1de 5

Inteligência emocional, produtividade e RH

Ao longo da história das relações de trabalho entre a organização e o


colaborador surgiram vários aspectos que de certa forma, foram aprimorados e
estruturados para o bom funcionamento e andamento na convivência entre a
organização e o colaborador, desde o surgimento da administração de recursos
humanos com a revolução industrial a partir do século 18.

Com a evolução das relações de trabalho o setor de recursos humanos teve


papel significativo na produtividade dos colaboradores, não apenas no sentido
de gerar capital para empresa, mas também tornar os colaboradores produtivos
utilizando a inteligência emocional para gerar e agregar valores humanos e
capitais humanos, a fim de fazer com que a empresa cresça sobretudo de
maneira comportamental, ou seja alinhar os fatores inteligência emocional,
produtividade e recursos humanos para que a organização seja competitiva em
todos os sentidos: em seu capital financeiro e em seu capital humano.

A inteligência emocional

Sabemos que os temas recursos humanos e produtividade são assuntos


existentes desde século 18, mas quando falamos em inteligência emocional
podemos dizer que é um assunto recente, que surgiu a partir da década de 90 e
basicamente a inteligência emocional é a capacidade que um indivíduo tem de
identificar os seus próprios sentimentos e os dos outros, de se motivar e de gerir
bem as emoções internas e nos relacionamentos.

Goleman (1995, p. 18) explica que “a inteligência emocional determina nosso


potencial para aprender os fundamentos do autodomínio e afins, nossa
competência emocional mostra o quanto desse potencial dominamos de maneira
que ele se traduza em capacidades profissionais”.
As emoções do profissional dentro das
organizações

Durante o dia-dia de um profissional é possível identificar que ele tenha vários


tipos de emoções e sentimentos que poderão afetar seja positivamente ou
negativamente a sua produtividade e o modo comportamental em seu trabalho,
portanto se o profissional consegue perceber e controlar as suas emoções, é
possível iniciar um desenvolvimento intelectual, de acordo com Mayer e Salovey:

A inteligência emocional envolve a capacidade de perceber acuradamente, de


avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar
sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender
a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de controlar emoções
para promover o crescimento emocional e intelectual. (Mayer & Salovey, 1997,
p. 15).

Então podemos compreender que o comportamento emocional de um


profissional pode direcioná-lo a várias situações no ambiente organizacional: Ex:
como será o comportamento dele em mediar um conflito, como será o
comportamento dele em um grupo de colegas de trabalho ou em uma reunião
ou até mesmo no desempenho de sua produtividade. Veja que nos tempos
modernos as competências comportamentais estão ganhando força nas
relações de trabalho, de acordo com Ruzzarin (2006, p. 21) “A discussão sobre
competências tem assumido lugar de destaque no debate contemporâneo sobre
excelência organizacional”.

O equilíbrio das competências para a


inteligência emocional e produtividade

E quando falamos de competências, não deve-se importar apenas com as


competências comportamentais, para conseguir equilíbrio em sua carreira
profissional é evidente que o indivíduo também precisa ter as competências
técnicas em dia, pois são elas que lhe darão a qualidade quantitativa em seu
trabalho, ou seja é através das competências técnicas que é possível
desempenhar bem as funções dos cargos ocupados e que torna o profissional
especialista em determinado ofício. Já as habilidades ou competências
comportamentais são benéficas no aspecto qualitativo, ou seja, são as atitudes
ou hábitos que envolve a maneira de como o profissional irá conduzir o seu
trabalho no dia-dia, ou seja, como ele conduzirá uma situação onde o ambiente
seja hostil, de pressão, de como ele irá conviver com os seus colegas de
trabalho, como será a sua relação interpessoal e intrapessoal e por fim, como
ele irá se reportar diante de seus líderes ou liderados.

Outro tema que é bastante relevante nos dias atuais quando estamos falando de
competências, são os famosos hard skills e os soft skills, de acordo com Martins:

Os hard skills são as competências técnicas ensinadas nas escolas e podem ser
adquiridas por meio de treinamentos e estudo. Os softs skills, por sua vez, são
algumas atitudes e habilidades comportamentais inatas ou aperfeiçoadas por
cada pessoa, e não são ensinadas nas escolas. (MARTINS, 2017, p. 1).

E Martins (2017, p. 1) também diz que “As empresas contratam funcionários com
maior bagagem de conhecimento, em especial sua capacidade técnica, os hard
skills, mas os promovem e os demitem com base em suas habilidades de soft
skills.”

Como o setor de RH pode ajudar neste


processo de inteligência emocional e
produtividade?

Para vislumbrar que um colaborador desenvolva a sua inteligência emocional e


em paralelo, tornar um ambiente organizacional produtivo e saudável é preciso
que o RH oriente o quão é importante o despertar do coeficiente emocional e
dizer e mostrar aos colaboradores quais são os ganhos que ele pode ter na vida
profissional e pessoal, além disso o RH deve focar em construir boas equipes de
trabalho que sejam mais colaborativas e envolvidas em um propósito conjunto
ao invés de grupos, é possível também que o RH promova dinâmicas na
organização que possam abordar aspectos da inteligência, a fim de trabalhar o
autoconhecimento, o autocontrole, a empatia, a automotivação e a relação
social.

Outro aspecto que o RH pode auxiliar é fazer com que os colaboradores recebam
e deem feedbacks porque são essenciais para qualquer tipo de trabalho e
relações de trabalho. E por fim incentivar os colaboradores a procurarem ajuda
profissional caso necessário, pois pode ser que em determinado momento o
profissional precise pedir ajuda para pessoas capacitadas especializadas em
inteligência emocional.

Conclusão

A tendência do futuro são organizações atraentes com profissionais que


consigam ter equilíbrio emocional e que sejam produtivos e estejam alinhados
com o crescimento da organização para ambos obterem o sucesso e a
realização.

A responsabilidade do equilíbrio entre a inteligência emocional e a produtividade


que envolva o colaborador e a organização, pode ser que seja a maior parcela
de responsabilidade do setor de recursos humanos, mas o colaborador também
deve se preocupar com este assunto e buscar da melhor maneira possível o
desenvolvimento de sua inteligência emocional, pois afinal as organizações
querem resultados e produtividade, mas também querem colaboradores que
consigam deixar o ambiente agradável e cada vez melhor.

Referências

GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional [recurso eletrônico] / Daniel Goleman;


tradução Marcos Santarrita. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
MARTINS, José Carlos Cordeiro. Soft Skills: conheça as ferramentas para você adquirir,
consolidar e compartilhar conhecimentos. Rio de Janeiro: Brasport, 2017.
MAYER, J. D.; SALOVEY, P. (1997). What is emotional intelligence? Em P. Salovey &
D. J. Sluyter (Orgs.), Emotional development and emotional intelligence: Implications for
Educators. New York: Basic Books.
RUZZARIN, Ricardo. sistema integrado de gestão de pessoas: com base em competências.
Porto Alegre: Age ltda, 2006.
Por: Professor Wanderlei de Souza.
Disponível em: < https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/inteligencia-emocional-
produtividade-e-rh/>.Acesso em 02/02/2022.

Você também pode gostar