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Introdução à teoria

da personalidade
Livro: Teorias da Personalidade
Feist, Feist e Roberts
8ª edição - 2015

Professora: Katia Nahum


Questionamentos:
• O que faz as pessoas se • Todas as pessoas têm potencial para
comportarem como se serem boas ou más?
comportam?
• A conduta humana é, em grande
• As pessoas costumam estar parte, produto da natureza ou ela é
conscientes do que estão moldada principalmente pelas
fazendo ou seu comportamento influências ambientais?
é resultado de motivos ocultos
• As pessoas podem escolher
inconscientes?
livremente como moldar sua
• Algumas pessoas são personalidade ou suas vidas são
naturalmente boas e outras determinadas por forças que estão
basicamente más? além do seu controle?
O que faz algumas pessoas desenvolverem personalidades disfuncionais, enquanto outras
parecem se desenvolver na direção da saúde psicológica?

• A emergência da psicologia como estudo científico do comportamento humano marcou o


princípio de uma abordagem mais sistemática para a análise da personalidade humana.

• Os primeiros teóricos da personalidade, como Freud, Adler e Jung, basearam-se,


principalmente, em observações clínicas para construir modelos do comportamento
humano.
• Os teóricos posteriores da personalidade tenderam a usar estudos mais empíricos para
aprender acerca do comportamento humano.
• Eles desenvolverem modelos provisórios, testaram hipóteses e, então, reformularam
seus modelos.
• Ou seja, aplicaram ferramentas da investigação científica e da teoria científica à área
da personalidade humana.
O que é personalidade?
• Os indivíduos que pertencem a cada espécie viva exibem diferenças ou variabilidade.
• Polvos, pássaros, porcos, cavalos, gatos e cachorros possuem diferenças individuais
consistentes no comportamento, conhecidas de outra forma como personalidade ,
dentro de sua própria espécie.
• No entanto, o grau em que os humanos variam entre si, tanto física quanto
psicologicamente, é singular entre as espécies.
O que é personalidade?
• A maioria dos psicólogos concorda que a palavra “personalidade” se originou do latim
persona, que se referia a uma máscara teatral usada pelos atores romanos nos dramas
gregos.
• Esses atores romanos antigos usavam uma máscara (persona) para projetar um papel ou
uma falsa aparência.
O que é personalidade?
• Quando os psicólogos usam o termo "personalidade", eles estão se referindo a algo que
vai além do papel que as pessoas desempenham.
• Apesar de não haver uma definição única que seja aceita por todos os teóricos da
personalidade, podemos dizer que personalidade é um padrão de traços relativamente
permanentes e características únicas que dão consistência e individualidade ao
comportamento de uma pessoa.
O que é personalidade?
• De acordo com a Associação Americana de Psicologia (APA), o termo personalidade se
refere a diferenças individuais em padrões característicos de pensar, sentir e agir.
• Características são qualidades peculiares de um individuo que incluem atributos como
temperamento, psiquê e inteligência.
Temperamento
1) temperamento como dimensões gerais de comportamento, as quais caracterizam
diferenças individuais, representando padrões universais de desenvolvimento;
2) características temperamentais aparecem durante a infância e representam parte da
fundamentação da personalidade posterior;
3) as dimensões temperamentais são relativamente estáveis ao longo do tempo;
4) os traços temperamentais apresentam substrato biológico; e
5) a expressão das características temperamentais podem sofrer influências de fatores do
contexto.
O que é uma teoria?
• Uma teoria científica é um conjunto de pressupostos relacionados que permite que
os cientistas usem o raciocínio lógico dedutivo para formular hipóteses verificáveis.
• Primeiro  uma teoria é um conjunto de pressupostos. Um único pressuposto nunca
pode atender a todas as exigências de uma teoria adequada. Um único pressuposto, por
exemplo, não pode servir para integrar várias observações, algo que uma teoria útil
deve fazer.
• Segundo  uma teoria é um conjunto de pressupostos relacionados. Pressupostos
isolados não podem gerar hipóteses significativas, nem possuem consistência interna -
dois critérios de uma teoria útil.
O que é uma teoria?
• Terceiro  Os componentes de uma teoria não são fatos comprovados no sentido de
que sua validade tenha sido absolutamente estabelecida. Eles são, no entanto, aceitos
como se fossem verdade.
• Quarto  o raciocínio o lógico dedutivo é usado pelo pesquisador para formular
hipóteses. Os princípios de uma teoria devem ser especificados com uma precisão
suficiente e com uma consistência lógica que permitam aos cientistas deduzir hipóteses
claramente propostas.
• Quinto  A menos que uma hipótese possa ser verificada de alguma maneira, ela será
inútil. A hipótese não precisa ser verificada imediatamente, mas deve sugerir a
possibilidade de os cientistas, no futuro, desenvolverem os meios necessários para
tanto.
A teoria e suas relações
• As pessoas costumam confundir teoria com filosofia ou especulação ou hipótese ou
taxinomia. Ainda que a teoria esteja relacionada a cada um desses conceitos, ela não é
o mesmo que cada um deles.
Filosofia
• Filosofia  amor à sabedoria
• Os filósofos não são cientistas. Eles normalmente não conduzem estudos controlados em
sua busca pela sabedoria.
• Uma das ramificações da filosofia é a epistemologia (natureza do conhecimento).
• A teoria se relaciona mais intimamente a esse ramo da filosofia.
• As teorias são construídas sobre evidências científicas obtidas de uma forma
relativamente imparcial.
Especulação
• As teorias se baseiam na especulação, porém elas são muito mais do que mera
pressuposição. Elas estão intimamente ligadas a dados reunidos de modo empírico e à
ciência.
• As teorias são ferramentas úteis empregadas pelos cientistas para fornecer significado e
organização para as observações. Além disso, as teorias proporcionam um terreno fértil
para a produção de hipóteses verificáveis.
• Sem algum tipo de teoria para reunir as observações e apontar para direções de
possíveis pesquisas, a ciência estaria muito prejudicada.
• Especulação e observação empírica são os dois pilares da construção da teoria, porém a
especulação não deve correr muito a frente da observação controlada.
Hipótese
• Uma boa teoria é capaz de gerar muitas hipóteses.
• Uma hipótese é uma suposição ou palpite fundamentado suficientemente específico
para que sua validade seja verificada por meio do método científico.
• À medida que a teoria se amplia e se modifica, outras hipóteses podem ser extraídas
dela e, quando verificadas, reformulam a teoria.
Taxonomia
• É uma classificação das coisas de acordo com suas relações naturais.
• As taxonomias são essenciais para o desenvolvimento de uma ciência, porque, sem a
classificação dos dados, a ciência não poderia progredir.
• As taxonomias podem evoluir para teorias quando começam a gerar hipóteses
verificáveis e a explicar os achados de pesquisa.
Por que diferentes teorias?
• As teorias não são leis imutáveis; elas são construídas, não sobre fatos provados, mas
sobre pressupostos, que estão sujeitos à interpretação individual.
• Todas as teorias são um reflexo da origem pessoal dos autores, de suas experiências
infantis, de sua filosofia de vida, de suas relações interpessoais e de sua maneira única
de ver o mundo.
• Como as observações são influenciadas pela estrutura de referência do observador, pode
haver muitas teorias diferentes. Entretanto, teorias divergentes podem ser úteis.
• A utilidade de uma teoria não depende de seu valor prático ou de sua concordância com
outras teorias; ela depende da capacidade de gerar pesquisa e de explicar os dados
obtidos e outras observações.
O que torna uma teoria útil?
• Uma teoria útil possui uma interação mútua e dinâmica com os dados da pesquisa. Ela
gera inúmeras hipóteses que podem ser investigadas por meio da pesquisa, produzindo,
assim, dados de pesquisa. Tais dados retornam para a teoria e a reestruturam.
Uma teoria útil:
1) Gera pesquisa
2) É refutável
3) Organiza os dados
4) Orienta a ação
5) É internamente coerente
6) É parcimoniosa
Gera pesquisa
• O critério mais importante de uma teoria útil é a capacidade de estimular e orientar
mais pesquisa.
• Sem uma teoria adequada para apontar o caminho, muitos dos achados empíricos
presentes da ciência teriam permanecido desconhecidos.
É refutável
• Uma teoria também deve ser avaliada segundo sua capacidade de ser confirmada ou
negada, ou seja, ela deve ela deve ser refutável.
• Uma teoria deve mostrar-se suficientemente precisa para sugerir pesquisas que possam
apoiar ou não seus princípios principais.
• As teorias que se baseiam profundamente em transformações não observáveis no
inconsciente são muito difíceis de verificar ou refutar. A teoria de Freud sugere que
muitos de nossos comportamentos e emoções são motivados por tendências
inconscientes que são diretamente opostas as que expressamos.
• Por exemplo: o medo inconsciente dos próprios sentimentos homossexuais pode assumir
a forma de hostilidade exagerada em relação a indivíduos homossexuais.
Organiza os dados
• Uma teoria útil também deve ser capaz de organizar os dados da pesquisa que são
compatíveis entre si.
• Sem alguma organização ou classificação, os achados da pesquisa permanecem isolados
e sem significado.
Orienta a ação
• O quarto critério de urna teoria útil é sua capacidade de orientar as pessoas no árduo
caminho dos problemas do dia a dia.
• Sem uma teoria útil, as pessoas tropeçam na escuridão das técnicas de tentativa e erro;
com uma orientação teórica sólida, elas podem discernir um curso de ação adequado.
É internamente coerente
• Uma teoria útil não precisa ser coerente com outras teorias, mas precisa ser coerente
consigo mesma.
• Urna boa teoría usa conceitos e termos definidos de forma clara e operacional.
É parcimoniosa
• Quando duas teorias são iguais em sua capacidade de gerar pesquisa, ser refutável, dar
significado aos dados, orientar o praticante e ser autocoerentes, a mais simples é a
preferida. Esta é a lei da parcimônia.
• Duas teorias nunca são exatamente iguais nessas outras competências, mas, em geral,
as teorias simples são mais úteis do que aquelas que ficam atoladas sob o peso de
conceitos complicados e linguagem esotérica.
Natureza da humanidade
• Determinismo versus livre-arbítrio - O comportamento das pessoas é determinado por
forças sobre as quais elas não têm controle ou as pessoas podem escolher ser o que
desejam ser? O comportamento pode ser parcialmente livre e parcialmente
determinado ao mesmo tempo?

• Pessimismo versus otimismo - As pessoas estão condenadas a viver vidas miseráveis,


conflituosas e problemáticas ou elas podem mudar e crescer, tornando-se seres humanos
psicologicamente saudáveis, felizes e funcionando de modo integral?
Natureza da humanidade
• Causalidade versus teleologia - a causalidade sustenta que o comportamento é uma
função de experiências passadas, enquanto a teleologia é uma explicação do
comportamento em termos de objetivos e propósitos futuros. As pessoas agem como
agem por causa do que aconteceu a elas no passado ou porque têm certas expectativas
do que acontecerá no futuro?

• Determinantes conscientes versus inconscientes do comportamento – as pessoas


normalmente estão conscientes do que fazem e de por que fazem aquilo ou forças
inconscientes interferem e as levam a agir sem consciência dessas forças subjacentes?
Natureza da humanidade
• Influências biológicas versus sociais na personalidade - As pessoas são, sobretudo,
criaturas da biologia ou suas personalidades são moldadas, em grande parte, por suas
relações sociais?

• Singularidade versus semelhanças - A característica relevante das pessoas é sua


individualidade ou são suas características comuns? O estudo da personalidade deve se
concentrar naqueles traços que tornam as pessoas parecidas ou deve se voltar para os
traços que as tornam diferentes?
Atividade
Crie com seu grupo uma teoria da personalidade livremente, definindo as seguintes questões:

• Como a personalidade é formada na sua teoria? Explique suas origens e seu desenvolvimento.
• Quais fatores influenciam a formação da personalidade?
• Como as psicopatologias se desenvolvem de acordo com sua teoria?
• Sua teoria é mais livre arbítrio ou determinista?
• Mais influenciada por fatores ambientais ou hereditários?
• Foca mais em aspectos conscientes ou inconscientes?

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