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Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny

Comportamentos Aditivos:
Filme: “A Million Little Pieces”

Daniela Pimenta nº 2233


Dina Pereira nº2157
Leonor Melim nº2253
Leonor Pereira nº2243
Rômulo Agostini nº2222
Sofia Vieira nº2245
Sofia Sousa n º2239

Trabalho elaborado no âmbito da unidade curricular de Enfermagem em


Saúde Mental e Psiquiátrica, no 3º ano do 2º semestre do Curso de
Licenciatura de Enfermagem.

Funchal,
2024
Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny

Comportamentos Aditivos:
Filme: “A Million Little Pieces”

Daniela Pimenta nº 2233


Dina Pereira nº2157
Leonor Melim nº2253
Leonor Pereira nº2243
Rômulo Agostini nº2222
Sofia Vieira nº2245
Sofia Sousa n º2239

Docente: Professora Tânia Lourenço

Trabalho elaborado no âmbito da unidade curricular de Enfermagem em


Saúde Mental e Psiquiátrica, no 3º ano do 2º semestre do Curso de
Licenciatura de Enfermagem.

Funchal,
2024
ÍNDICE

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4

1. ENQUADRAMENTO DO FILME ............................................................................... 6

2. CONFRONTO DO FILME COM A BIBILIOGRAFIA ............................................ 8

3. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM .................................................................... 11

3.1. Diagnóstico 1: Abuso de Substâncias Atual.............................................................. 11

3.1.1. Planeamento e Fundamentação das Intervenções de Enfermagem ....................... 12

3.2. Diagnóstico 2: Labilidade Emocional Atual ............................................................. 13

3.2.1. Planeamento e Fundamentação das Intervenções de Enfermagem ....................... 14

3.3. Diagnóstico 3: Potencialidade para Adesão ao Regime Terapêutico ..................... 16

3.3.1. Planeamento e Fundamentação das Intervenções de Enfermagem ....................... 16

3.4. Diagnóstico: Socialização Comprometida ................................................................ 18

3.4.1. Planeamento e Fundamentação das Intervenções de Enfermagem ....................... 19

4. REFLEXÃO DO GRUPO SOBRE ARTICULAÇÃO DO FILME COM


INTERVENÇÃO EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MENTAL E PSIQUIÁTRICA 21

CONCLUSÃO .................................................................................................................... 23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 24

ANEXOS ............................................................................................................................. 28
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INTRODUÇÃO
No âmbito da Unidade Curricular de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica,
inserida no 2º semestre do 3º ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola
Superior de Enfermagem São José de Cluny, foi-nos solicitado pelas docentes: Luísa
Gonçalves e Tânia Lourenço, a elaboração de um trabalho, que consiste na articulação do
tema: Comportamentos Aditivos com a visualização do filme “A Million Little Pieces”,
dirigido por Sam Aaron Taylor Johnson, no presente ano letivo 2023/2024.
Os objetivos gerais delineados para este trabalho académico são: a aquisição de
competências de analise crítica, comunicação e trabalho em equipa, bem como, articulação
do que foi visualizado no filme com a teoria lecionada na unidade curricular.
Como objetivos principais do nosso trabalho, procuramos obter mais
conhecimentos acerca dos comportamentos aditivos e consideramos fulcral realizar a
apreciação global acerca do mesmo e executar uma reflexão sobre o impacto que as
intervenções do Enfermeiro de Saúde Mental possuem nos pacientes, no tratamento e no
percurso de saúde dos mesmos, para podermos compreender as possíveis patologias do foro
mental concomitantemente com a sua sintomatologia.
No decorrer do filme, foi possível identificar a presença de comportamentos
aditivos relacionados com o uso de substâncias e de todo o processo de recuperação em
contexto do internamento da personagem principal.
Em relação a estrutura deste trabalho académico, este está dividido em 4 tópicos
principais, nomeadamente: enquadramento do filme, seguido do confronto do mesmo com a
bibliografia atual, seguido da identificação dos Diagnósticos de Enfermagem com respetiva
fundamentação e planeamento das Intervenções de Enfermagem e por fim, consta uma
reflexão elaborada pelo grupo em relação ao filme que visualizámos e a relação da
intervenção da área de Saúde Mental e Psiquiátrica.
Apresentámos um breve resumo para uma melhor organização de ideias e para
clarificar o personagem James como personagem principal, e destacámos o seu o foco no
próprio processo de recuperação, na maioria das situações que decorrem no filme, que
serviram de reflexão.
Relativamente à James, focámos o seu destaque e relevância ao longo do filme,
uma vez que através deste conseguimos identificar comportamentos aditivos relacionados
ao uso de substâncias e presença de sinais e sintomas relacionados com a abstinência durante
o período em que o protagonista ficou internado na clínica.

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Ao elaborarmos uma reflexão para estabelecer a relação entre os comportamentos


aditivos observados no filme com a realidade da dependência, chegamos a conclusão de que
atualmente é cada vez maior a incidência destas dependências na sociedade.
A metodologia empregue para a elaboração deste trabalho compreendeu na
visualização do filme “A Million Little Pieces”, seguida por uma síntese e organização de
ideias. Além disto, considerámos, enquanto grupo, que com base no filme e essencialmente,
com os conteúdos lecionados, a atuação do enfermeiro nesta área é crucial para o prognóstico
da pessoa com problemas de abuso de substâncias, quer através do suporte emocional quer
através da educação e coordenação de cuidados de enfermagem, apesar de no filme o papel
do enfermeiro não estar assim tão evidente no processo de recuperação do protagonista.
Como guia orientador utilizamos a norma American Physchological Association
(APA, 7º edição, 2020), tendo por base o documento de normas orientadoras para os
trabalhos académicos da instituição. Para além desta, procuramos alargar o meu
conhecimento científico através da realização de pesquisas com uso de livros, documentos e
fontes on-line.

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1. ENQUADRAMENTO DO FILME
“A Million Little Pieces” é um filme que foi lançado em 2018 por Sam Aaron
Taylor Johnson, tendo por base o livro escrito por James Frey, o protagonista de todo o
enredo, onde está encenado temáticas relacionadas à sua luta contra a dependência de
substâncias, nomeadamente: as drogas e o álcool.
O filme inicia-se com o protagonista James num estado eufórico aparentemente
numa casa com amigos, a consumir vários tipos de substâncias: drogas, álcool e tabaco,
quando o mesmo se senta numa janela e caí. Após esta cena, acorda num avião com destino
à Chicago para ser internado numa clínica de reabilitação/recuperação, decisão tomada pelo
seu irmão Bobby após este evento, sem o seu conhecimento. Ao iniciar o filme, James
encontra-se a dormir no avião com uma aparência e autocuidado negativo, possui feridas no
rosto e os dentes estão partidos que elucidam a gravidade da queda. Quando o mesmo acorda
no avião, desconhece o destino, no entanto despreocupado com o destino solicita à
hospedeira de bordo álcool para saciar um dos seus vícios, sendo nesta cena que James é
informado pela mesma que está acompanhado por um médico e que o destino seria uma
clínica onde ficará internado para lutar contra os vícios que possui. Após a hospedeira de
bordo se retirar, James pega sem permissão numa garrafa pequena com álcool e ingere.
Inicialmente, o protagonista está contrariado com a decisão de ficar internado, já que foi uma
escolha do seu irmão, no entanto, este eventualmente decide seguir adiante com o plano
terapêutico e submete-se ao tratamento para superar os seus vícios durante 6 semanas.
Numa fase inicial, na clínica James passou por todo o processo de desintoxicação
instituído, onde ficou sob vigilância dos profissionais de saúde e a realizar terapêutica,
contudo como não estava a aceitar a ideia teve períodos de agressividade extrema durante os
primeiros dias do internamento, e devido à abstinência e ao processo de desintoxicação
apresentou falta de apetite, irritabilidade, sudorese, tremores e vómitos frequentes. Logo no
primeiro momento em que lhe foi apresentado a clínica e as regras regidas do local onde
ficaria durante as próximas semanas, este teve a 1º alucinação encenada no filme: alucinação
visual, em que as paredes da clínica começaram a escorrer líquido castanho em grande
quantidade e o mesmo jogou-se e rolou o seu corpo sobre o chão.
No internamento com objetivo de integração e aquisição de competências
relacionais é realizado pelos superiores um plano diário com tarefas que os pacientes devem
realizar, mas consequentemente da constante negação James não era nada recetivo para

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novas amizades, nem para comunicar com os colegas, que sempre demonstraram
disponibilidade em integrá-lo e envolvê-lo no processo de recuperação.
Passado uns dias, James aferiu não aguentar mais e quis ir embora não se sentisse
recuperado, no entanto, o dono da clínica que também possui um histórico de passado de
vícios e pretende ajudar os outros, estabeleceu uma relação terapêutica e pediu que o mesmo
ficasse só mais um dia de modo a tentar integrar-se e disponibilizou-se para ajudá-lo. Neste
período em que ficou à pedido do dono, este começou a interagir com Lily uma paciente que
também se encontrava internada na clínica apesar das regras proibirem. Ambos se
encontravam às escondidas e contavam o longo passado de vícios, agressividade e problemas
sociais e acabaram por se envolver e, nós espectadores apreciamos uma cena de James a
“cheirar” um bilhete e o corpo de Lily como se estivesse a consumir droga.
Como as regras do internamento impediam a socialização entre ambos, estes
combinavam os horários através dos pratos durante as refeições e aqui James começou a
confiar e a desabafar com Lily, porém foram apanhados e consequentemente tiveram as
devidas punições e Lily decidiu ir embora da clínica visto que a sua avó também estava
doente (familiar de Lily). Quando esta saiu do internamento, James foi atrás desta e
encontrou-a num bar a prostituir-se por droga e impediu-lhe de o fazer, levando-a de volta
para o internamento, confessando que quando viu a droga teve vontade de consumir e que
quase tinha uma recaída, mas pensou na companheira e decidiu que queria ser melhor por
ela. Infelizmente, o estado da avó de Lily piorou e esta suicidou-se despoletando no James
sentimentos de impotência e frustração, podendo aqui ser um episódio suscetível para
recaída dos seus vícios, no entanto James manteve-se e após as 6 semanas assinou o contrato
de que estava bem para sair e o irmão orgulhoso foi buscá-lo à clínica.
Na cena final, ironicamente o protagonista pede ao irmão para irem a um bar e
neste momento, Bobby assustado nega-lhe o pedido e diz que ele acabou de se recuperar,
contudo, com muita insistência acabaram por ir e James pediu um copo cheio de uma bebida
chamada: Tulipa, que apenas cheirou como desafio à sua tolerância e para avaliar todo o
processo executado nas últimas semanas.
Como tal, o filme é centrado na experiência pessoal de James durante o processo
de recuperação dentro de uma clínica de reabilitação, explorando as interações entre os
personagens, as terapias de grupo e os desafios emocionais associados à superação dos
vícios, procurando transmitir a intensidade e a complexidade do percurso, mostrando os altos
e baixos enfrentados pelo protagonista. (Taylor, 2018)

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2. CONFRONTO DO FILME COM A BIBILIOGRAFIA


O filme transparece muito bem a realidade atual em que vivemos, baseando-se
essencialmente no consumo, nas dependências e na abstinência das drogas e do álcool,
observa-se que a busca pelo tratamento que é incutido pelo irmão, que o leva ao internamento
numa clínica de reabilitação recuperação. Ao longo de todo o filme é notório o tipo de drogas
que James consome, desde o álcool, crack, tabaco, entre outras. Também, é fácil identificar
os sintomas associados à abstinência, bem como os efeitos nefastos no seu comportamento
físico e estado geral, quer no seu desempenho psicológico e processo de socialização. O
consumo de drogas iniciou-se desde muito cedo, é percetível numa fase inicial do filme a
revolta que James possui pelo facto do irmão o ter levado para iniciar tratamento das
dependências durante um período de 6 semanas acompanhado por um médico, privando-o
da vida de vícios. (Gouvea et al., s.d.)
De modo a inteirar-nos da temática do filme é necessário definir a palavra droga, e
relacionar a sua dependência e abstinência de modo a entender este flagelo, e as repercussões
destas na vida da pessoa que as consome, desde os sinais e sintomas que manifestam. Não
obstante importa abordar o impacto das mesmas na vida das famílias, e do meio que as
rodeia.
Assim, podemos definir que a palavra droga possui várias definições, todas elas
associadas à ciência que a define. Subsiste uma consensualidade, na medida que o uso de
drogas remonta trajetórias histórico-culturais, sendo parte integrante da cultura dos povos,
apresentando raízes civilizacionais, ou seja, a evolução das mesmas tem vindo desde os
tempos remotos.
Confrontando o filme com a realidade atual, bibliografia e evidência científica,
deparamo-nos que o consumo de drogas é um flagelo imensurável, na medida que o consumo
das mesmas está associado a inúmeros problemas de ordem social, física e psiquiátrica. É
uma problemática de saúde pública com repercussões devastadoras quer para o individuo
que consome quer para os seus familiares, mas também para a população em geral. (Gouvea
et al., s.d.)
A Organização Mundial de Saúde (OMS), define droga como “toda a substância
que, pela sua natureza química, afeta a estrutura e funcionamento do organismo, já a
dependência segundo a OMS é” um estado de necessidade física /ou psíquica de uma ou
mais drogas, resultante do seu uso continuo ou periódico”. A mesma organização considera,
ainda, qua a dependência pode ser física e psicológica.

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A dependência física é definida como “um estado anormal, produzido pelo uso
repetido de droga”. Ou seja, no decorrer do tempo e o uso crescente de drogas o organismo
deixa de conseguir funcionar sem a droga e vai-se adaptando ao “estado de droga”,
emergindo na sua ausência, a “Síndrome de Abstinência”. Este baseia -se num conjunto de
sintomas físicos e psicológicos resultantes da supressão da ingestão de uma droga da qual
há dependência física. A dependência psicológica “é um estado de vontade incontrolável de
ingerir droga periódica ou continuamente” (Fonte, 2006)
Conforme Ribeiro (1995), citado por Gouvea et al., (s.d.) assim é possível aferir
que a dependência física e psicológica detém alguma ambiguidade, enquanto o diagnóstico
da dependência física se rege por critérios objetivos, a dependência psicológica baseia-se na
observação clínica direta, uma vez que se relaciona o consumidor com os seus objetos de
dependência.
A síndrome de abstinência refere-se ao conjunto de sinais e sintomas que surgem
após a cessação do consumo de uma substância da qual o individuo é dependente, podendo
ser caraterizada de: aguda, tardia ou prolongada.
James para além de consumir álcool e tabaco, consome uma nova forma de cocaína,
denominada Crack, esta é uma droga potente que resulta num rápido e notável efeito
estimulante quando fumado, sendo percetível este comportamento no filme quando lhe é
dado um papel, e ele tenta inalar. Esta droga, provoca um período eufórico que ocorre dez
segundos após a inalação com pico de concentração plasmática da cocaína entre 5 e 10
minutos. A crack é o resultado da adição de bicarbonato de sódio e adulterantes ao cloridrato
de cocaína, que quando é fumado produz pequenas partículas que são absorvidas
imediatamente para os pulmões, reproduzindo imediatamente os seus efeitos.
As drogas possuem classificações, em que umas são mais centradas nas
propriedades farmacológicas da própria substância, outras nos seus efeitos, e outras na
perceção que as mesmas oferecem ao consumidor, de modo, que os efeitos variam mediante
a dose utilizada, o próprio consumidor e a via de administração utilizada. (Fonte, 2006)
Assim, podemos classificar as drogas como depressoras, estimulantes e
alucinogénias. No que concerne às depressoras temos os opiáceos (morfina, heroína e
metadona), barbitúricos e benzodiazepinas (ansiolíticos e hipnóticos) e o álcool, tal como
remonta o filme. Por sua vez temos as drogas estimulantes, as anfetaminas e a cocaína, sendo
a mais comum o Crack. As alucinogénias como haxixe provocam uma perturbação no
desempenho cerebral, repercutindo em distorções ao nível da perceção e cognição.

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Sendo o álcool uma droga depressora, com influência no Sistema Nervoso Central,
é fácil compreender a atitude do James no decorrer do filme quando apresenta relaxamento
afastando de si as situações desagradáveis. É notório que devido ao uso abusivo do álcool,
James manifesta excitação motora e desinibição daí a sua revolta quando sabe que vai iniciar
o tratamento. Contrariamente, o Crack é uma droga estimulante, tendo efeitos em longos
períodos de vigília, suprimindo o sono, fadiga e falta de apetite.
Partindo do início que a maior parte das drogas causam dependência é essencial ter
em conta o tipo de tratamentos que o mesmo se submete e os cuidados inerentes ao seu
estado. Ao correlacionar este tópico com o filme é possível verificar que o mesmo nos
cuidados à dentição, quando vai ao dentista não é permitido o uso de anestesia isto porque,
a farmacologia esta patente na desintoxicação do organismo face ao consumo de drogas,
como no processo de adaptação a nova realidade, daí a importância de distinguirmos se toda
a droga provoca dependência, e se manifesta abstinência ou tolerância. É fundamental
distinguir o consumo de uso de drogas, sob o ponto de vista que as drogas são muito mais
do que um contacto entre o consumidor e a substância.
Segundo a OMS citado por Fonte (2006), define a toxicodependência como um
estado de dependência física e/ou psicológica de uma substância tóxica devido ao uso
esporádico ou continuado desta.
Correlacionando o filme com a bibliografia atual podemos entender que cada vez
mais existem vários tipos de droga e consumos, elevando-nos a uma procura de
conhecimento sobre as mesmas que requer uma compreensão interdisciplinar e holística,
biológica, psicológica e sociocultural de modo a avaliar e intervir da forma mais correta e
objetiva.
O processo de desintoxicação, rege-se pela interrupção do consumo, daí James
experienciar uma síndrome de abstinência aguda, de maior intensidade. O tratamento de
desabituação a que é submetido é realizado por um período de 7 a 14 dias, não manifestando
riscos para o utente. Após esse período de desintoxicação/desabituação surge a etapa de lidar
com a abstinência designando-se tardia ou condicionada, esta remonta á parte final do filme
quando James sai da clínica e vai ao bar, pedindo uma bebida onde somente visualiza, inala,
testando a sua superação. (Fonte, 2006)
Os diversos tipos de droga, ainda que representem um baixo consumo na Europa e
em Portugal, estão a provocar danos graves face ao aumento de intoxicações fatais e graves,
e aumento do risco à exposição acidental, originando por sua vez novos surtos psicóticos de

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difícil tratamento e identificação por parte dos profissionais de saúde, originando de certa
forma um impacto na segurança e saúde pública. (Cruz, 2020)
3. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
Como sabemos, a abertura de diagnósticos tendo em consideração a terminologia
da Classificação Internacional Para a Prática de Enfermagem (CIPE) corresponde a segunda
etapa da elaboração de um Processo de Enfermagem. Os diagnósticos por si só são
representantes de conhecimento científico para a profissão e são extremamente cruciais para
o planeamento das intervenções de enfermagem e para assistência contínua ao meu paciente.
Basicamente, um diagnóstico de enfermagem é o julgamento clínico efetuado pelo
enfermeiro e que diz respeito as respostas atuais e potenciais daquele utente face aos
problemas de saúde apresentados.
Os diagnósticos posteriormente mencionados foram levantados pelo grupo ao longo
da visualização do filme para este trabalho académico, através de muita recolha pertinente
de informação. Para abrirmos os diagnósticos de Enfermagem consoante os problemas
observados, indiscutivelmente são necessárias evidências plausíveis que comprovem o
diagnóstico e efetivamente que permitam depois observar os ganhos em saúde. A isto,
designamos de cuidados de enfermagem com a prática baseada na evidência.
O uso da evidência para a justificação de qualquer diagnóstico que o enfermeiro se
propõe a resolver ou, pelo menos a conseguir algum ganho, têm demonstrado resultados
significativos. Basicamente, na evidência é colocado sustentações teóricas relacionadas ao
fenómeno em estudo e que auxiliam para a compreensão da problemática. Segundo uma
definição acerca prática baseada na evidência é que este acaba por ser uma abordagem que
envolve a definição de uma problemática, da busca e respetiva avaliação crítica da s
evidências disponíveis, implementação das evidências na prática e avaliação de resultados
obtidos. (Sousa, 2021, p. 24)
3.1. Diagnóstico 1: Abuso de Substâncias Atual
Foco: “Abuso de Substâncias (10018992) – Comportamento comprometido: Uso
inadequado de substância quimicamente ativa para um efeito não terapêutico, que poderá ser
nocivo para a saúde e causar adição” / Juízo: “Atual (10045652) -Potencialidade: presente
ou real”
Os problemas de saúde associados aos estilos de vida são uma causa crescente de
morbilidade e de mortalidade que aumentam os custos em saúde e diminuem a qualidade de
vida das pessoas. O abuso de substâncias aditivas, tais como o álcool, drogas, tabaco,

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desencadeiam assim o stress provocado por fatores ambientais, profissionais e todos os


problemas de saúde a que conduzem e que devem ser uma preocupação global e constante
de todos os profissionais de saúde (CIE, 2010).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2020), o consumo
mundial de álcool, tabaco e de outras substâncias regulamentadas está aumentando
rapidamente e contribuindo negativamente para o aparecimento de doenças em todo o
mundo.
Evidências: O cliente apresentava grande consumo (Álcool e drogas); em paralelo
apresentava sinais de abstinência (alucinações, agressividade) com as pessoas que o
rodeavam, bem como a falta de apetite.
Previsão de Resultados: Abuso de Substâncias Melhorado
3.1.1. Planeamento e Fundamentação das Intervenções de Enfermagem
Intervenções de Enfermagem:
• Rastrear/Avaliar o abuso de substâncias
• Orientar sobre comportamento aditivo
• Avaliar apetite
• Incentivar ingestão hídrica
• Executar técnica de entrevista motivacional
• Instruir para técnicas de autocontrole e mecanismos de coping
De acordo com Knapp e Beck (2008), é fundamental que o enfermeiro faça uma
avaliação contínua no contexto de internamento, no sentido de alcançar as metas, bem como
as técnicas de automonitorização, autoavaliação da intervenção e obtenha o respetivo
feedback. É crucial nesses casos construir uma relação terapêutica para assim criar
estratégias que estão na base das suas dificuldades, e as estratégias alternativas para a
resolução do seu problema, permitindo ainda reavaliar os objetivos, a adesão ao plano de
tratamento e a segurança do cliente.
Diante de um cliente consumidor de substâncias aditivas, devemos ter em mente
intervenções que envolvem a observação e a avaliação do padrão alimentar, pois podemos
estar perante um caso de desnutrição. As medidas terapêuticas são eficazes e devem ser
tomadas visando minimizar os efeitos nocivos, sendo que a desnutrição por ser umas das
principais consequências é de grande valia o profissional de saúde criar estratégias de suporte
nutricional. (Maciel et al.,1999)

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Conforme Silva et al. (2011), a entrevista motivacional carateriza-se como a


abordagem de aconselhamento centrada na pessoa, sem julgamento e não-diretiva, para
desenvolver alianças empáticas e terapêutica. Esta entrevista tem como objetivo principal
ajudar a analisar e a resolver a ambivalência, a fim de suscitar e fortalecer a motivação
necessária à mudança.
As técnicas de autocontrolo são baseadas em regras, ou seja, o indivíduo analisa
a relação funcional de seu comportamento, podendo desenvolver regras para modificá-lo.
Quando o próprio individuo produz uma regra, a sua tendência é agir de acordo com ela,
mesmo que as contingências ambientais sejam alteradas. Isso ocorre quando o sujeito
descreve o seu comportamento e as contingências das quais é função, produzindo outras
variáveis que passaram a controlar suas ações futuras.
É de grande importância envolver estratégias de ensino acerca dos meios de
autocontrolo para atingir os objetivos da abstinência ou a diminuição da quantidade e/ou
frequência do uso da substância. Esta intervenção é concretizada através de sessões breves,
por meio da técnica de aconselhamento, onde o problema é avaliado, e devolvido de forma
a ser destacada a negação do utente. (Mc Queen et al., 2011)
De acordo com a CIPE (2015), o coping é “Atitude: gerir o stresse e ter uma
sensação de controlo e de maior conforto psicológico”, logo validar conhecimentos sobre
mecanismos de coping e implementá-los contribui para a promoção de um equilíbrio
psicológico.
O elogio, por ser uma avaliação positiva de uma pessoa pode ser uma das formas
de implementar motivação e autoestima. Está evidenciado que elogiar aumenta a autoestima,
aproxima o indivíduo ao grupo que está inserido, permite a criação e fortalecimento de laços
afetivos e efetivamente, serve como ferramenta que quando bem utilizada promove
mudanças muito positivas. (Bispo, 2018, p.6).
Guelha (n.d) diz que o elogio ajuda a fortalecer a autoestima do cliente, o
sentimento de pertença, melhora o clima de confiança entre enfermeiro e doente e ajuda a
promover mudanças comportamentais pessoais.
3.2. Diagnóstico 2: Labilidade Emocional Atual
Foco: “Labilidade Emocional (10045652) - Equilíbrio emocional” / Juízo: Atual
(10000420)” - “Potencialidade: Presente ou Real” (CIPE,2018)
A labilidade emocional refere-se à instabilidade emocional e à tendência de
mudanças rápidas e intensas no estado emocional da pessoa. Os comportamentos destrutivos
ou tóxicos descritos como acessos de raiva, gritos, destruição de objetos, violência contra
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terceiros e automutilação podem ser manifestações de uma dificuldade em regular e


controlar as emoções. (Santos, 2022)
A labilidade emocional pode estar presente em pessoas com várias doenças mentais,
incluindo transtorno bipolar, transtorno de estresse pós-traumático e transtorno de
personalidade borderline. (Santos, 2022)
Evidências: Negação; Raiva; Instabilidade emocional; Baixa autoestima;
Impulsividade; Insónias
Previsão de Resultados: Labilidade Emocional Melhorada (Nos primeiros dias
do internamento James apresentava sintomas exacerbados de labilidade emocional, no
entanto, no decorrer dos dias observamos uma melhoria significativa).
3.2.1. Planeamento e Fundamentação das Intervenções de Enfermagem
Intervenções de Enfermagem:
• Estabelecer relação de confiança
• Avaliar autoestima com uso de instrumento de avaliação
• Elogiar/Reforçar qualidades e capacidades do cliente
• Avaliar relação familiar
• Envolver família no processo de recuperação do cliente
• Envolver cliente em sessões de psicoeducação
• Avaliar/Incentivar padrão do sono
• Promover aceitação do estado de saúde
Segundo o artigo “Relação Terapêutica e Emoções: Envolvimento versus
Distanciamento Emocional dos Enfermeiros”, o envolvimento emocional na prática dos
enfermeiros é necessário para produzir o processo reflexivo para que a ajuda seja concebida.
Os enfermeiros ajudam os clientes a integrarem a experiência subjetiva com uma visão
externa da situação, sendo que o envolvimento emocional promove o sentimento, nos
clientes, de serem respeitados e valorizados, bem como para que estes se sintam mais
confiantes e capazes, provocando um estado emocional de tranquilidade e confiança que é
apaziguador da angústia, revolta e agressividade. Esta relação de confiança leva a aceitação
e compreensão mais facilmente dos eventos stressantes, das más notícias ou de alguma coisa
que não corra a seu favor (Diogo, 2017)
A baixa autoestima pode manifestar-se de várias formas, com impacto na saúde
mental dos indivíduos. As suas manifestações incluem a autocrítica, a falta de confiança,
dependência dos outros, sentimentos de culpa e vergonha, manifestações somáticas,

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alterações dos relacionamentos interpessoais e a tendência para a destrutibilidade em relação


a si ou a terceiros, nos casos de maior gravidade. (Nunes, 2018)
A Escala de Autoestima de Rosenberg trata-se de uma escala unidimensional,
composta por 10 itens, cinco de orientação positiva e cinco de orientação negativa (de leitura
reversa), avaliados com uma escala tipo Likert de quatro opções. A um maior score total
correspondem um maior nível de autoestima. Para além da sua extensa utilização na
investigação, pela elevada confiança na sua validade enquanto constructo, reconhece-se
igualmente a sua adequação e valor para a prática clínica, já que permite caracterizar o grau
em que a autoestima se encontra afetada nomeadamente: grau reduzido, moderado, elevado
ou muito elevado que é obtido de acordo com o score final obtido. (Nogueira, 2013)
A família é uma dimensão muito importante no processo de reabilitação do doente
mental, sendo apontada por esta equipa de profissionais como a sua maior parceira e a
primeira opção de reinserção social destes indivíduos. Apesar disso, as famílias que têm um
elemento com doença mental vivem num ambiente de sofrimento que influência o seu
funcionamento e desenvolvimento familiar. Os membros da família são reconhecidos como
intervenientes nos cuidados ao membro doente, mas o desempenho de papel de cuidador
implica sobrecarga física e emocional. A vida destas famílias sofre profundas
transformações devido à complexidade das questões relacionadas com a doença mental que
irá afetar as pessoas como um todo, na sua individualidade, na sua relação com os outros e
com o meio envolvente. Sendo assim, é importante avaliar a relação que o doente mental
tem com a sua família, de modo a entender se realmente será benéfico ou não o apoio familiar
e posteriormente, incluir a família nos cuidados. (Gomes, 2015).
O grupo de psicoeducação pode funcionar como grupo de suporte, encorajando e
reforçando qualidades e forças uns nos outros, partilhando e desenvolvendo novas
estratégias adaptativas à situação. (Lemes & Neto, 2017)
A relação entre saúde mental e sono é bidirecional. Isto significa que quando
existe psicopatologia ou sofrimento psicológico é frequente surgirem alterações no padrão
de sono. Por outro lado, verificam-se grandes dificuldades na regulação do humor, da
ansiedade e na sociabilidade quando existem distúrbios do sono. Alguns problemas
psicológicos podem associar-se a presença de insónias, pesadelos, tendência para
pensamentos ruminantes sobre o sono, dificuldade em “desligar” dos problemas, entre
outros. Já as doenças do sono, sobretudo quando são crónicas, trazem muitas vezes
sofrimento ou angústia associados e as pessoas podem sentir desespero e falta de esperança
na resolução desta situação. Todas estas questões podem afetar a quantidade ou qualidade
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Comportamentos Aditivos: Filme: “A Million Little Pieces” | 2024

do sono, provocando por vezes um ciclo vicioso. Por isso, independentemente da origem das
queixas, o importante é abordar os dois aspetos, sendo que quando melhoramos a qualidade
do sono conseguimos obter ganhos muito relevantes para o equilíbrio da saúde mental e vice-
versa. (Pinto, 2023).
A consciencialização, por parte do utente, por vezes é difícil, uma vez que ocorre
dificuldades na aceitação do seu estado de saúde e necessidade de alteração de hábitos de
vida anteriores. Para além da aceitação do estado de saúde, é importante que o cliente se
sinta envolvido na situação (engagement), influenciando diretamente o seu compromisso no
processo, promovendo a procura de informações e a mudança proativa nas atividades e
cuidados. (Vasconcelos, 2016)
3.3.Diagnóstico 3: Potencialidade para Adesão ao Regime Terapêutico
Focos: Potencialidade (10015151) - Estado” / Adesão ao regime terapêutico (10030365)
- Adesão”
Está comprovado cientificamente que a literacia em saúde mental por parte da
comunidade tem vindo a proporcionar ótimos resultados no que toca ao reconhecimento de
fatores de risco de suicídio, procura de ajuda e no próprio envolvimento familiar e gestão da
medicação.
Evidências: Consumo de substâncias desde a infância; Desintoxicação de
substâncias no internamento; Adere ao regime terapêutico; Presença de alucinações
hipnagógicas (entre a vigília e o sono); visuais; liliputianas (com objetos pequenos);
gulliverianas (com gigantes) e olfativas.
Previsão dos resultados: Adesão ao Regime Terapêutico (ao longo do
internamento, a personagem principal adere ao regime medicamentoso e demonstra uma
evolução no seu processo de recuperação).
3.3.1. Planeamento e Fundamentação das Intervenções de Enfermagem
Intervenções de Enfermagem:
• Avaliar adesão ao regime terapêutico
• Administrar medicação
• Gerir regime terapêutico
• Ensinar sobre efeitos secundários da terapêutica
• Ensinar sobre sinais e sintomas da abstinência
• Avaliar/Monitorizar efeitos secundários da medicação

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A Síndrome de Abstinência ocorre após a privação de uma substância


aditiva/psicoativa de consumo recorrente, cuja finalidade é obter uma sensação prazerosa. A
natureza do seu impacto pode estar diretamente relacionada com a periodicidade, a duração
e a quantidade do consumo da substância. A prevalência e o impacto dos sintomas da
síndrome de abstinência promovem uma baixa adesão da privação do consumo, no entanto
a adesão à terapêutica tem uma elevada eficácia nos sintomas. (Associação Saúde da Família,
2020)
Segundo a Ordem dos Médicos (2022), o quadro sintomático da síndrome de
abstinência tem uma elevada influência na vida da pessoa com consumos aditivos. No
entanto, se houver um cumprimento do regime terapêutico adequado, muitas vezes com
recurso à terapêutica farmacológica existe uma maior probabilidade de recuperação. Assim
sendo, os sintomas de abstinência mais comuns são nomeadamente: hiperatividade, náuseas,
vómitos, sudorese, ansiedade, insónias, taquicardia, hipertensão arterial, variações de humor
e até mesmo, convulsões e delirium tremens.
Considerando as elevadas sequelas cerebrais e comportamentais, as recaídas
causadas pelo desejo intenso do consumo de substâncias psicoativas, o tratamento pode e
deve ser realizado a longo prazo, sob monitorização, vigilância contínua e continuidade de
adesão ao regime terapêutico. O tratamento farmacológico não tem apenas como função
interromper o consumo e aliviar os sintomas de abstinência, como também preparar a pessoa
para efetuar uma reinserção social na comunidade. (Silva et al., 2024)
Como diversos grupos farmacológicos, os antipsicóticos podem apresentar efeitos
secundários, tendo como competência do enfermeiro conhecer e informar sobre a terapêutica
a ser administrada e por sua vez, haver uma maior preparação em caso de intervenção nesta
área. Pessoas com vulnerabilidade a nível social, com idade pediátrica e com um episódio
de psicose sem histórico terapêutico de antipsicóticos são mais predispostos a apresentar os
efeitos secundários dos antipsicóticos. (Cordeiro et al., 2023)
A administração de antipsicóticos possui efeitos no estado clínico da pessoa,
influenciando diretamente na predisposição dos sinais e sintomas de abstinência. A avaliação
da eficácia destes antipsicóticos é fundamental para uma adequada gestão terapêutica e
relação entre a equipa multidisciplinar e por sua vez, para garantir a prestação de cuidados
com qualidade, segurança e responsabilidade. A principal finalidade dos antipsicóticos é
bloquear os recetores da dopamina (D2 e D3), restringindo a difusão da mesma na região
cerebral, mesolímbica, e consequentemente, restringe o desenvolvimento dos distúrbios
presentes. (Oliveira et al., 2021)
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As reações adversas que podem surgir podem ser a nível motor, metabólico, entre
outros. Alguns dos exemplos são, sedação, distonias, acalásia, hipotensão ortostática,
leucopenia, taquicardia, hipertensão arterial, hiperglicemia, hiperprolactinemia, doenças
cardiovasculares, galactorreia, disfunção sexual, amenorreia, agitação, confusão mental,
aumento das enzimas hepáticas, aumento de peso, tremores, acinesia, etc. (Cordeiro et al.,
2023)
Contudo, o papel do enfermeiro tanto em contexto de internamento como em
contexto de comunidade face ao consumo de substâncias psicoativas e ao seu
tratamento/reabilitação é crucial para promover o bem-estar, o conforto, e qualidade de vida.
Assim sendo, o enfermeiro deve intervir de modo a respeitar as crenças, a religião, a cultura,
os seus princípios e valores. Deve também apresentar conhecimentos respetivos ao
tratamento farmacológico e a sua repercussão no utente, promovendo a sua participação na
tomada de decisão, desta forma a adesão à terapêutica e os seus efeitos apresentam melhores
resultados. (Marques, 2023)
3.4.Diagnóstico: Socialização Comprometida
A socialização, as relações sociais e as interações são componentes que asseguram
a saúde mental e o saudável desenvolvimento do Ser Humano. Deste modo, a pessoa deve
de possuir habilidades sociais, que favorecem a interação social. Caso haja um défice nestas
habilidades, que maioritariamente está presente nas pessoas com perturbações mentais, estes
doentes são sobretudo sensíveis a situações sociais mais negativas, especificamente as que
carecem de confrontamento para abordar assuntos pessoais, conflituosos ou críticas. Assim
sendo, a dificuldade de interagir irá permanecer e influenciar o funcionamento social, que
por sua vez, está relacionado com reinternamentos e com comprometimento da reinserção
social. (Carozzo et al., 2020)
Foco: “Socialização (10018391) - Comportamento interativo: intercâmbio social mútuo;
participar em atividades sociais.” / Juízo: “Comprometida (10012938) - “Juízo positivo ou
negativo: estado julgado como negativo, alterado, comprometido ou ineficaz.”
Evidências: Inicialmente não está disposto a socializar com ninguém, referindo não
querer ter amigos; Segundo regras do internamento, o mesmo não pode comunicar com
mulheres; Acompanhado pela Psicóloga.
Previsão dos resultados: Socialização melhorada (ao longo do internamento, a
personagem principal cria amizades e tem uma boa relação com os colegas, respeitando-os.)

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3.4.1. Planeamento e Fundamentação das Intervenções de Enfermagem


Intervenções de Enfermagem:
• Orientar sobre comportamento interativo
• Incentivar terapia ocupacional
• Apoiar o estado psicológico
• Gerir ambiente
• Avaliar comportamento do cliente:
Na presença de um comportamento interativo comprometido, podem estar exibidos
certos comportamentos do utente que dificultam a socialização, como por exemplo
dificuldades nas relações interpessoais ou características da personalidade. Deste modo é
crucial identificar as respetivas alterações do comportamento para que posteriormente
possamos desenvolver competências de forma a promover o comportamento interativo.
(Sequeira e Sampaio, 2020)
As pessoas com transtornos mentais, ao viverem em sociedade, encontram por
vezes dificuldades na inclusão social. Após o internamento, há uma quebra do quotidiano do
utente, as relações sociais mudam, ou podem deixar de existir, sendo que os processos de
reabilitação psicossocial e inclusão social procuram reencontrar atividades e relações
significativas para que o dia a dia passe a ser satisfatório e produtivo para aquela pessoa.
Conforme Perkins e Repper (2003), citado por Salles e Barros (2013) , a pessoa
com transtorno mental necessita de enfrentar os problemas, assim como ser capaz de tomar
as suas próprias decisões e interesses, por vezes enfrentar também a tristeza e a desesperança.
Todo o ser humano precisa de um propósito na vida, de se sentir valorizado e posteriormente
ter uma perceção positiva delas mesmas.
A Terapia Ocupacional caracteriza-se pela utilização terapêutica de ocupações da
vida do dia a dia com pessoas, grupos ou até populações, com o intuito de fortificar a sua
participação. Os serviços de Terapia Ocupacional objetivam à capacitação, reabilitaç ão e
promoção da saúde e bem-estar dos utentes com necessidades, podendo não estar
relacionadas com a incapacidade. (Gomes et al., 2020)
Conforme Peixoto (2022), os terapeutas ocupacionais, são profissionais com
capacidade de trabalhar com uma população especifica, quer no contexto da atenção primária
quer na atenção especializada, ou seja, independentemente do contexto em que a pessoa
esteja inserida, visto serem profissionais que dispõem das ocupações humanas como objeto
do trabalho. Estes profissionais têm uma visão ampla, olhando para a pessoa como um todo,

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e vêm-na para além da doença do foro mental. Os mesmos elaboram estratégias que
permitem a reorganização psíquica do indivíduo, por meio da expressão, contribuindo para
a produção de movimentos capazes de oferecer a promoção do seu desempenho ocupacional
de forma significativa e satisfatória.
A pessoa com transtorno mental é encarada como sendo capaz de ter uma vida
funcional e de interagir socialmente. (Motizuki e Mariotti, 2014)
A Relação terapêutica segundo a Ordem dos Enfermeiros (2001), utilizada no
exercício profissional de enfermagem, consiste na relação estabelecida com o cliente e na
sua valorização e respeito. Esta relação constrói-se ao longo do tempo, sendo, portanto, um
processo dinâmico, que visa auxiliar o doente a ser proativo na sua condição de saúde. Esta
relação estabelecida não deve ser apenas com o cliente, mas também com a família ou
pessoas significativas.
É deveras importante que o utente confie no profissional de saúde, para o mesmo
ser capaz de expressar os sentimentos, os medos, crenças, etc. Quando uma relação de
confiança não é estabelecida, a componente do desenvolvimento da relação é mais
complicada de ser criada. O respeito consiste em acreditar na dignidade e no valor da pessoa.
Muitos dos doentes psiquiátricos não têm respeito por si mesmos, devido aos seus
comportamentos, por terem sido rejeitados no passado. O facto de reconhecermos o cliente
e de se sentirem aceites como são, pode elevar o sentimento de amor próprio e a autoestima,
por exemplo passar tempo com o doente, entender a situação do ponto de vista do cliente e
reconhecer o seu esforço e motivação por detrás do seu comportamento, etc. (Townsend,
2011)
O ambiente também pode-se tornar um fator contribuinte para a ansiedade ou mal-
estar, por exemplo a estrutura física, o ruído e uma grande movimentação são fatores
geradores de stress. De forma a promover um maior conforto ao cliente, podemos abrir as
janelas para permitir a entrada de luz solar, reduzir os barulhos e diminuir a quantidade das
pessoas do quarto. (Pinheiro, 2018)
A musicoterapia é uma estratégia a adotar, pois apresenta vários benefícios, os
fisiológicos, como por exemplo a diminuição da tensão arterial, diminuição dos batimentos
cardíacos e da frequência respiratória. Os benefícios motores, que incluem o aumento da
tolerância à dor, melhoria da coordenação motora e do equilíbrio. Os benefícios cognitivos,
integrando estimulação da memória, da atenção, da discriminação auditiva, etc. Por fim, os
benefícios sociais englobam a melhoria na interação social, canalização da energia retraída
ou acumulada e o aumento da autoestima e da personalidade. (Pentieiros, 2023)
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4. REFLEXÃO DO GRUPO SOBRE ARTICULAÇÃO DO FILME COM A


INTERVENÇÃO EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MENTAL E
PSIQUIÁTRICA
De acordo com Silva et al. (2020), os profissionais de Enfermagem devem estar
capacitados para a prestação de cuidados adequados à população, planeando as suas
intervenções corretamente, visualizando os clientes de forma holística e promovendo a
reinserção social da pessoa com transtorno ou patologia mental. Desse modo é essencial a
aquisição de conhecimentos científicos relacionados com esta área da Enfermagem e de
competências técnicas e relacionais associadas, de modo que a prestação dos cuidados seja
portadora de grande qualidade e eficácia e que envolva a família e o cliente, promovendo a
capacitação e autonomia do mesmo.
Para além do supramencionado, os enfermeiros devem identificar as necessidades
da vida quer psíquica quer espiritual através da comunicação interpessoal, valorizando
sempre as expressões do cliente e a sua linguagem corporal, com empatia e demonstrando
capacidade de escuta. (Café et al., 2020) Relativamente ao mencionado no artigo anterior,
verificou-se que no filme assistido existiram sessões de diálogo que proporcionaram a escuta
ativa, a compreensão pelos sentimentos do outro e a partilha de ideias, experiências e
pensamentos. Contudo, a personagem principal encontrava-se reticente a participar nessas
sessões de grupo, o que nos levou a refletir sobre as dificuldades que o enfermeiro pode
vivenciar durante a prestação dos cuidados de Enfermagem, em contexto de internamento,
realçando a importância da adoção de estratégias de comunicação, de escuta e, também, da
importância do respeito pelas decisões tomadas pelo cliente, de modo a estabelecer uma
relação de confiança, com o intuito de facilitar as intervenções futuras.
Relativamente à retratação dos vícios, do uso de substâncias e do poder que estas
exercem na vida de quem as consome, o filme demonstra a complexidade da recuperação
das mesmas e do longo percurso para a sobriedade, que não é fácil de todo e é bastante
suscetível de recaídas e sofrimento, e que pode conduzir a devastação física, emocional e
psicológica. Assim sendo, salientamos que foi fulcral assistir a essas retratações, visto que
nos permitiram compreender, de forma lúdica, as dificuldades que podem surgir durante todo
o percurso para a sobriedade e foram abordados vários insights de diferentes pessoas em
relação ao abuso de substâncias e comportamentos aditivos, permitindo-nos constatar com
várias realidades e tirar as nossas próprias ilações, que serão essenciais para a nossa prática
clínica, nesta vasta e complexa área da Enfermagem.

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Com base no filme e nos conteúdos lecionados, constatamos que a atuação do


enfermeiro nesta área é crucial para o prognóstico da pessoa com problemas de abuso de
substâncias, quer através do suporte emocional quer através da educação e coordenação de
cuidados de enfermagem.
Face à educação do cliente, o enfermeiro deve fornecer informações sobre os efeitos
do abuso de substâncias na vida, na mente e no corpo, auxiliando o mesmo a compreender
os riscos associados ao consumo de tais substâncias e os benefícios da sobriedade. O
Enfermeiro tem o dever, também, de educar sobre estratégias de prevenção de recaídas e
deve auxiliar o cliente a descobrir e implementar técnicas de enfrentamento, para que este
seja capaz de resistir ao uso de substâncias aditivas. Quanto ao suporte emoci onal, o
enfermeiro deve oferecer apoio e incentivo ao cliente, ao longo do processo de recuperação,
demonstrando abertura para escutar as suas preocupações e receios e promovendo o
desenvolvimento de habilidades de confrontação de desafios e tentações.
Relativamente à prevenção de complicações durante o internamento clínico, o
Enfermeiro para além de monitorizar os sinais vitais e administrar terapêutica, deve avaliar
os sintomas de abstinência, que foram bem evidenciados no filme, avaliar os efeitos
colaterais da medicação administrada e vigiar qualquer complicação relacionada com a
saúde física ou mental, promovendo a máxima segurança possível.
Contudo, achamos essencial referir que no filme assistido, o papel do Enfermeiro
nos cuidados em Saúde Mental e Psiquiátrica, em contexto de internamento, não se encontra
retratado, de forma a proporcionar a elaboração de ilações acerca do mesmo, na medida em
que a única referência que é feita em relação ao papel do Enfermeiro é na altura em que é
retratada a administração de terapêutica Per Os.
Para concluir, gostaríamos de salientar uma vez mais que a elaboração deste
trabalho foi fulcral para o nosso percurso, enquanto estudantes de Enfermagem, e para a
compreensão e associação da atuação do Enfermeiro Especialista em Saúde Mental e
Psiquiátrica e dos conteúdos abordados em contexto teórico com a prática clínica que iremos
vivenciar, uma vez que nos permitiu refletir sobre diversos conceitos e realçou competências
gerais e pessoais já adquiridas, que serão essenciais durante o ensino clínico par a uma
prestação de cuidados de qualidade.

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CONCLUSÃO
Com o intuito de concluir o trabalho proposto, consideramos fulcral a realização de
uma apreciação global acerca do mesmo e uma reflexão sobre o impacto que as intervenções
do Enfermeiro de Saúde Mental têm nos pacientes, no seu tratamento e seu percurso de saúde
e, para a compreensão das possíveis patologias do foro mental concomitantemente com a
sua sintomatologia.
Num momento inicial acreditamos que a atribuição de um tema a cada grupo de
trabalho foi essencial, na medida em que nos proporcionou uma exploração mais
aprofundada do tema em si, com base em bibliografia científica fidedigna, e desse modo
permitiu-nos expandir o conhecimento face a essa temática, à prevalência da mesma e ao
modo de atuação do enfermeiro, sendo possível a realização de uma relação face ao
adquirido em contexto teórico e ao que, futuramente, deverá ser realizado em contexto de
ensino clínico, em caso de contacto com casos semelhantes.
Com a visualização do filme selecionado, foi-nos possível compreender as rotinas,
as regras e as atividades realizadas em contexto de internamento hospitalar de psiquiatria e,
também, foi possível identificar uma diversidade de sintomatologia apresentada proveniente
do abuso de substâncias, nomeadamente alucinações de diversos tipos, agressividade e
vários sintomas relacionados com a abstinência do álcool.
Desse modo, procedemos à elaboração dos Diagnósticos de Enfermagem e das
respetivas Intervenções de Enfermagem fundamentadas, relativamente a focos de atenção e
comportamentos de risco identificados mediante a visualização do filme “A Million Little of
Pieces”, que consideramos ser deveras fundamentais não só para a compreensão teórica dos
conteúdos lecionados, mas, também, para a aplicação posterior na prática clínica, visando a
obtenção de ganhos em saúde.
Em suma, gostaríamos de salientar que inicialmente estávamos reticentes em
relação ao rumo que a elaboração deste trabalho atingiria, contudo consideramos que o
mesmo foi bastante proveitoso para a nossa evolução, enquanto estudantes de enfermagem
e futuros profissionais de saúde, e para a consolidação dos conteúdos, visto que o filme teve
a capacidade de realçar a empatia existente em nós, enquanto grupo, e proporcionou diversas
discussões e partilha de ideias relativamente à sintomatologia e consequências do abuso de
substâncias e da importância das competências do enfermeiro, que temos desenvolvido
durante os ensinos clínicos, tais como a escuta ativa, a relação terapêutica, entre outras
capacidades relacionais.

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ANEXOS

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ANEXO I- POWERPOINT COM NOTAS

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