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Deveríamos todos sonegar e

praticar a caridade
Por
Varius Avitus Bassianus
-
16/02/2024

Como bem sabemos, governos populistas de esquerda geralmente se


elegem com a promessa de que cuidarão dos pobres, dando a eles
muitas garantias, direitos e auxílios assistencialistas. Os candidatos de
esquerda também prometem ao seu eleitorado mais humilde que eles
finalmente terão chances de melhorar a sua qualidade de vida, e que —
em cada singular aspecto de suas existências — eles receberão apoio
governamental. Governos de esquerda, no entanto, depois de chegar ao
poder, geralmente multiplicam o número de pobres na sociedade. Para a
sociedade progredir, no entanto, deveríamos estar justamente no
caminho contrário. O número de pobres deveria estar sendo reduzido,
mais e mais, a cada dia.

É fácil constatar, portanto, que o governo não elimina a pobreza. Ele a


multiplica. Consequentemente, se o governo amplia a pobreza e,
portanto, multiplica o número de pobres, é razoável crer que não está
cuidando deles. Então, o que podemos fazer para tentar combater este
problema?

Obviamente, governos não podem acabar com a pobreza. Isso é


impossível porque governos não geram riqueza. Governos cobram
impostos. O que governos fazem, portanto, é transferência de renda.
Eles confiscam ativos da sociedade produtiva, e redirecionam esses
ativos para si próprios. De tudo aquilo que o governo confisca da
sociedade produtiva, apenas uma ínfima parcela é efetivamente
redirecionada aos mais pobres.

Aqueles poucos cidadãos pobres (ou de baixa renda) que estão


cadastrados nos bancos de dados dos centros de serviços sociais
realmente recebem benefícios assistencialistas — que representam
apenas algumas migalhas, do montante que o governo confiscou dos
cidadãos economicamente ativos. A maior parte do dinheiro confiscado
através de impostos não é destinado ao auxílio de cidadãos pobres,
miseráveis, carentes ou destituídos. Infelizmente, não são poucas as
pessoas que caíram na falácia do estado humanitário assistencialista e
genuinamente acreditam que, se não fosse pelo governo, os pobres não
teriam quem cuidasse deles. Essa é simplesmente uma das muitas
mentiras que o governo usa para sustentar sua legitimidade, bem como
para justificar a “necessidade” pelos seus serviços.
Obviamente, governos não desejam cuidar de ninguém. Candidatos a
cargos políticos, nas eleições, falam qualquer coisa para conquistar o seu
eleitorado. O que eles realmente querem é pegar para si a maior parte
possível de todo o espólio que o estado periodicamente confisca dos
setores produtivos. Depois que isso está garantido, os dirigentes
governamentais vão pensar em diversas estratégias para se reeleger, e
assim continuar usufruindo dos inúmeros benefícios que a política e o
estado lhes oferecem.

O governo, no entanto, usa os pobres e miseráveis como justificativa


para a arrecadação de tributos. Os políticos alegam que impostos são
necessários para que o estado cuide, ampare e proteja os mais
necessitados. Mas sabemos perfeitamente que o estado não faz nada
disso. Se fizesse, o número de pobres e miseráveis não continuaria em
franca ascensão, como é o caso atualmente.

Infelizmente, a miséria na sociedade só aumenta, assim como aumenta


constantemente a carga tributária — cada vez mais excruciante — que a
parcela produtiva da sociedade tem que pagar. Mas qual é o sentido de
pagarmos uma carga tributária tão colossal, se os pobres, em sua
grande maioria, não recebem a ajuda de que tanto necessitam?

Na verdade, a maior parte do dinheiro que o governo confisca através de


tributos, ele usa para custear os seus próprios gastos (que são
demasiadamente elevados). Apenas uma parcela muito ínfima de tudo
aquilo que o governo arrecada é efetivamente usado para auxiliar os
necessitados. Na verdade, ao pagarmos impostos, estamos custeando os
elevados salários dos políticos que nos governam e os aristocráticos
privilégios de funcionários públicos excepcionalmente democráticos,
como Alexandre de Moraes, seus colegas do Supremo, e toda a casta de
parasitas inúteis — como desembargadores, juízes e diplomatas —, bem
como múltiplas hordas de pessoas que ganham muito, mas não servem
para nada.

De fato, o estado não cuida dos pobres. A realidade do Brasil mostra isso
claramente. Apenas a esquerda política é burra e irracional o suficiente
para continuar acreditando em uma mentira que é tão facilmente
desmascarada.

A verdade é que, se fosse para cuidar dos pobres, seria muito mais útil e
eficiente sonegar impostos e dar esse dinheiro diretamente aos mais
necessitados — descartando sumariamente o estado como o
atravessador inútil, demagógico, oportunista e parasitário que é. E que,
evidentemente, está sempre disposto a cobrar um pedágio
excessivamente caro, para prestar um serviço precário e de qualidade
inferior.
É claro que aí esbarramos em alguns problemas de natureza prática.
Uma grande parte da carga tributária existente continuará sendo paga,
visto que é impossível sonegar impostos indiretos, que são embutidos no
valor final dos produtos e incidem diretamente sobre o consumo. E se
você der dinheiro para uma pessoa miserável, você não sabe
exatamente no que ela irá gastar. Às vezes — mesmo estando com fome
—, moradores de rua preferem comprar bebidas alcoolicas ou
entorpecentes, para anestesiar a sua dor, a sua solidão e o seu
sofrimento. Então, o que deveríamos fazer?

O ideal seria sonegar os tributos que forem viáveis — com a ajuda de


contadores profissionais que são mestres na formidável arte da
contabilidade criativa —, e estimular os sonegadores a praticarem a
caridade com a parcela desejada dos seus dividendos. Quem não gosta
de dar dinheiro pode comprar roupas (ou doar roupas usadas) antes do
início do inverno ou comprar alimentos e distribuir a moradores de rua.

É necessário lembrar que a caridade é uma prática cristã fundamental, e


devemos ter compaixão e empatia para com os mais pobres. A esquerda
não está errada em chamar a atenção para o problema. O erro da
esquerda é apresentar o estado como solução.

A pobreza traz consigo inúmeros infortúnios e severas adversidades.


Muitas pessoas em situação de carência e miséria não estão nessa
situação por sua própria culpa, mas foram vítimas de dificuldades — às
vezes causadas pelo próprio estado —, cujas circunstâncias ficaram fora
do seu controle. Muitos homens são depenados nas varas de família
misândricas e feministas, são destituídos de todos os seus bens, são
proibidos até mesmo de ver os próprios filhos e ficam sem ter onde
morar. 84% dos moradores de rua são homens, o que mostra como
nossa sociedade não é nada patriarcal, e privilegia a segurança e o bem-
estar das mulheres em detrimento dos homens.

Dito isso, precisamos reconhecer que há uma clara conexão — que, de


fato, não é visível, mas mostra o elevado nível de socialismo existente
na sociedade — entre tributação excessiva, estado perdulário e
governantes ricos e uma população cada vez mais paupérrima e
destituída. Entre enriquecer políticos e ajudar os pobres e miseráveis, eu
prefiro definitivamente a segunda opção. Esta é, além de ser a escolha
mais racional, a mais moralmente correta.

O estado, como bem sabemos, é um péssimo atravessador. Se você


paga quatrocentos reais em impostos, ele vai dar uns quarenta centavos
aos pobres (e unicamente àqueles cuja existência é reconhecida pela
burocracia estatal e que estão devidamente cadastrados nos bancos de
dados dos serviços sociais). Então, por que não fazer aquilo que é mais
racional e coerente, eliminar o atravessador desnecessário e dar
diretamente ao cidadão carente?
Não precisamos do estado para nada. Absolutamente nada. E se
eliminássemos o estado, eventualmente eliminaríamos a pobreza. A
pobreza absoluta poderia ser erradicada em questão de pouquíssimo
tempo (uma década ou menos). E o restante seria, invariavelmente,
eliminado gradualmente. Em alguns lugares, é bem possível que a
pobreza continuasse a existir — mas em nível substancialmente reduzido
—, por fatores de ordem moral, cultural e social (e também de saúde
mental), que nem mesmo o mercado conseguiria eliminar totalmente.

Mas que o problema seria drasticamente minimizado, isso com certeza


seria. Aqueles que afirmam que nem tudo é sobre economia (geralmente
são tradcons excessivamente moralistas) estão totalmente errados.
Quando existe prosperidade econômica, segurança material e recursos
em abundância, todos os demais problemas que afligem a sociedade
podem ser resolvidos com muito mais facilidade. A economia tem que vir
em primeiro lugar. Primeiro, conquistamos a prosperidade. E depois,
com recursos suficientes, conseguimos resolver os demais problemas.
Nenhum problema na história da humanidade foi resolvido com pobreza,
miséria e ausência de recursos. Essas circunstâncias, na verdade,
agravam os problemas existentes.

A conquista de progresso e prosperidade, obviamente, não consiste


unicamente em eliminar o estado como atravessador na questão da
caridade. Todas as barreiras e restrições econômicas criadas pelo estado
deveriam ser eliminadas. Com a eliminação de regulações e obstáculos
deliberadamente arregimentados pelo estado, o mercado se tornaria
muito mais flexível, e consequentemente existiriam menos dificuldades
para a criação de riquezas. Assim, os pobres teriam muito mais acesso
ao mercado de trabalho e a todo o tipo de riquezas geradas por este.
Também é necessário ressaltar que a prosperidade geral da sociedade
tende a aumentar a caridade.

Com o estado atuando como o condutor primário das políticas públicas,


as pessoas tendem a ser menos generosas. Evidentemente, elas serão
menos prósperas, em função dos impostos obscenos que elas pagam. E
por conta disso, elas automaticamente terceirizam para o estado a
responsabilidade de cuidar dos mais pobres. E veem isso como algo
natural, já que elas pagam uma carga tributária excepcionalmente
elevada para que, tecnicamente, o estado faça aquilo que ele
supostamente deveria estar fazendo.

Sob uma perspectiva realista, sabemos muito bem que o estado não tem
o menor interesse na ascensão financeira, material e social dos pobres.
Se os pobres enriquecessem ou melhorassem substancialmente a sua
qualidade de vida, o estado não teria mais prerrogativas oportunas para
arrancar dinheiro das pessoas através de impostos. E conforme a
sociedade fosse adquirindo prosperidade, o estado iria gradualmente se
tornar obsoleto e irrelevante (em muitos áreas, aspectos e setores da
sociedade, já é). Assim, uma parcela cada vez maior de pessoas
perceberia que não precisa do estado para absolutamente nada.
Consequentemente, sustentar um bando de parasitas obesos, velhos e
inúteis não atenderia aos seus interesses.

Portanto, o estado sabe que, para continuar existindo, ele precisa


parecer relevante. E ele só tem como parecer necessário se houver uma
vasta profusão de problemas na sociedade. Assim, o estado pode
sempre arruinar a sociedade com toda a sorte de regulações maléficas e
decretos perniciosos, enquanto hordas de políticos dissimulados fingem
estar extremamente preocupados com os pobres e com a sociedade.
Infelizmente, quanto mais caótica for uma sociedade, melhor é para o
estado. Assim, o bandido estacionário pode sempre se camuflar como a
zona de refúgio, proteção e amparo dos cidadãos, enquanto usa de
malévolo terrorismo psicológico e vil populismo demagógico para
explorar os temores e receios das massas, com o objetivo de se projetar
como uma confiável fonte de segurança.

Antes de mais nada, a sonegação precisa ser encarada como parte de


uma estratégia pessoal de natureza defensiva, que está diretamente
ligada à conceitos como liberdade, progresso e prosperidade. Quanto
mais as pessoas sonegarem, mais fácil será maximizar todos esses
elementos. E quanto mais sonegação houver, mais riquezas
permanecerão em circulação e menos pobreza existirá na sociedade.

A pobreza é um problema, e precisamos dar um jeito de enriquecer os


pobres. Para isso, é fundamental contribuir com a eliminação de todos
os obstáculos que impedem a ascensão social das pessoas miseráveis e
destituídas. E destes obstáculos, certamente o governo é o maior deles.

Adicionalmente, o governo também nos empobrece. E com menos poder


aquisitivo, praticamos menos caridade. Praticando menos caridade,
haverá mais pessoas pobres e miseráveis que serão dependentes da boa
vontade do governo para sobreviver.

A pobreza é uma arma do estado, que serve para deixar os indivíduos


deliberadamente destituídos, miseráveis e dependentes do governo. Se
existe uma coisa que o governo não quer, é uma sociedade onde exista
uma vasta profusão de indivíduos saudáveis, independentes, autônomos
e insubmissos, que possuem recursos suficientes para estar no pleno
controle da própria vida, e que não dependem do estado para
absolutamente nada.

Para o estado, sempre será mais vantajoso ter multidões de indivíduos


dóceis, subservientes e necessitados aos seus pés, que ficarão contentes
com qualquer migalha que receberem, estando sempre dispostos a votar
no político que disponibiliza tais migalhas. Essa é também uma forma de
fazer o estado parecer gracioso e benevolente. Mas é necessário lembrar
que políticos nunca fazem caridade com os seus próprios recursos, mas
sempre com os recursos alheios.

A pobreza em nada contribui para a edificação e para o progresso da


sociedade. Da mesma forma, precisamos ridicularizar sempre que
possível a romantização que celebridades ricas de esquerda fazem dos
pobres e da pobreza. A pobreza é um mal na sociedade, e ela deve ser
vista como realmente é. A erradicação da pobreza é uma necessidade.
Pensar em formas e maneiras de fazer os pobres ascenderam social e
financeiramente é questão de excepcional importância. E isso é algo que
apenas o livre mercado é capaz de fazer com eficiência.

Precisamos combater arduamente a pobreza, bem como toda e qualquer


tentativa do governos de nos tornar pobres. Como disse o Reverendo
Ike (pseudônimo do pastor americano Frederick J. Eikerenkoetter II): “A
melhor forma de ajudar os pobres é não sendo um deles.”

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