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Bibliotecas públicas no contexto da Sociedade da Informação

The public library in the context of the information society

Discentes:
Albertina Joanquim Muxlhanga msmuxlhamga@gmail.com
Adelaide Jorge Angel Scarlete adelaidejorgescarlete@gmail.com
Bernardo Manuel Muianga benditogomes833@gmail.com
Carlos Eugênio Fuel carloseugeniofuel@gmail.com
Celia Joanquim zucula zuculecelia@gmail.com
Joice Joana Nhancale Macuácua joicejoanamacuácua@gmail.com
Luís Pernambuco pernambucoluis@mibc.com.mz
Maria Cecília Waneya waneyamariacecilia@gmail.com
Naira Zavale nelmadajessicaj2@gmail.com
Wilma Dzimba wilmazimba018@gmail.com

Resumo
O artigo aborda as bibliotecas públicas no contexto da sociedade da informação. Na
sociedade da informação, o papel da biblioteca pública passa a ser de vital importância
na medida em que pode se tornar o grande centro disseminador da informação, atuando
principalmente para diminuir as desigualdades existentes na sociedade. Já que não
conseguiu “ser tudo para todos”, a biblioteca pública pode segmentar o mercado e
oferecer produtos e serviços racionalmente estruturados de acordo com as necessidades
informacionais da comunidade.
A sociedade da informação se caracteriza pelo desenvolvimento e utilização de
tecnologias de informação e comunicações, tendo as tecnologias como o foco principal
exaltadas pela velocidade que asseguram ao processamento e recuperação da
informação.

Palavra-chave
Biblioteca pública; Sociedade da informação.

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Abstract.
The article addresses public libraries in the context of the information society. In the
information society, the role of the public library becomes of vital importance to the
extent that it can become the great disseminating center of information, acting mainly to
reduce the existing inequalities in society. Since it has failed to "be everything to all,"
the public library can segment the market and offer products and services rationally
structured according to the informational needs of the community.
The information society is characterized by the development and use of information
and communication technologies, with technologies as the main focus exalted by the
speed they ensure to the processing and retrieval of information.

Keywords
Public library; Information society

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Introdução
A Segunda Guerra Mundial, apesar do seu poder destrutivo, trouxe inúmeras
inovações tecnológicas. A ciência foi a área que mais se beneficiou dessas inovações,
seu papel antes ligado ao plano ideológico, neste momento passou a ter um papel mais
ativo e passando a atender mais as necessidades humanas. Essa mudança de foco da
ciência foi motivada por três fatores: desenvolvimento exponencial de experimentos e
conhecimentos científicos, profissionalização científica e tecnológica, e aplicação de
recursos e atividades de pesquisa em programas sociais. Isto culminou para que a
ciência, a tecnologia e a informação se tornassem os motores propulsores da sociedade e
base do progresso econômico.
A biblioteca pública tem a informação como seu permanente objeto de trabalho e a
comunicação como processo contínuo do fazer bibliotecário. Biblioteca é comunicação
que se materializa na disseminação do conhecimento registrado, no uso de redes
eletrônicas, na convivência no ambiente que permite a partilha e discussão de
informações, conhecimento, vivências.
A sociedade, em permanente mudança, cria instituições que lhe dão suporte e ao
mesmo tempo a impulsionam para a frente. Dentre estas está a biblioteca pública,
verdadeira universidade popular, aberta a todos os segmentos como indicado em
UNESCO (1994), sem distinção de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou
condição social. A biblioteca pública ela possui uma característica social que
acompanha e se ajusta às mudanças que a sociedade experimenta mantendo suas
funções de disseminadora do saber, preservadora da memória cultural da humanidade,
estimuladora da educação permanente de cada cidadão.
As reflexões apresentadas neste artigo visam focalizar o papel preponderante que as
bibliotecas públicas atuam no contexto da sociedade da informação, a importância dessa
instituição na promoção do conhecimento na sociedade.

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Bibliotecas Públicas

A biblioteca pública é o centro local de informação, disponibilizando todo tipo de


conhecimento e informação aos seus usuários. Ela é um componente essencial das
sociedades do conhecimento, adaptando-se continuamente a novos meios de
comunicação para cumprir sua função de fornecer acesso universal a informações e
permitir que todas as pessoas possam fazer uso significativo da informação.
Segundo o Manifesto da IFLA/UNESCO pelas bibliotecas públicas (2022) as
missões-chave relacionadas à informação, alfabetização, educação, inclusão,
participações cívicas e culturais devem estar no cerne dos serviços das bibliotecas
públicas. Através dessas missões-chave, bibliotecas públicas contribuem para os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e para a construção de sociedades
mais igualitárias, humanas e sustentáveis.
Segundo as Diretrizes da IFLA sobre os serviços da biblioteca pública (2022), os
serviços da biblioteca pública são prestados com base na igualdade de acesso para
todos, independentemente de idade, etnia, sexo, religião, nacionalidade, idioma,
condição social e qualquer outra característica. Serviços e materiais específicos devem
ser fornecidos para aqueles usuários que não podem, por qualquer motivo, usar os
serviços e materiais regulares, por exemplo, minorias linguísticas, pessoas com
deficiência, com baixa proficiência em habilidades digitais ou de informática, com
baixa escolaridade, pessoas hospitalizadas ou privadas de liberdade.
É de Atenas, na Antiguidade, o primeiro registro de criação de biblioteca pública de
que se tem notícia. Em seguida, de Roma, no ano 39 de nossa era, já direcionadas para o
uso do público, mesmo que restrito em função do reduzido número de letrados da época.
Encontra -se aí a semente da atividade de empréstimo, responsável pela circulação dos
livros. Percebe-se, portanto, que a biblioteca pública cedo procura se desvencilhar da
função de simples guardiã do conhecimento, avançando na direção do papel de
mediadora entre esse conhecimento produzido e acumulado e o público ávido de acesso
ao saber.
Segundo o Manifesto da IFLA/UNESCO (1994) destaca doze missões para as
bibliotecas públicas. Essas missões perpassam pela criação e fortalecimento dos hábitos
de leitura nas crianças, pelo apoio a educação individual e a auto formação, assim como:
a educação formal a todos os níveis bem como a possibilidade de assegurar meios para

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as pessoas desenvolverem a criatividade, pela promoção do conhecimento sobre a
herança cultural, o apreço pelas artes e pelas realizações e inovações científicas; pela
possibilidade de acesso a todas as formas de expressão cultural, pelo fomento ao diálogo
intercultural e a diversidade cultural; e ainda a biblioteca pública deve proporcionar
serviços de informação adequados às empresas locais; associações e grupos de interesse,
facilitar o desenvolvimento da capacidade de utilizar a informação e a informática e por
fim apoiar, participar e se necessário; criar programas e atividades de alfabetização para
os diferentes grupos etários.
Na Idade Média a biblioteca pública acentua seu carácter democrático. Nesse
período desenvolve-se a ideia de que o conhecimento preso ao livro, torna-se de pouco
valor, havendo a necessidade de dissemina-lo para gerar o enriquecimento intelectual
dos indivíduos e da coletividade. O foco deixa de ser o livro e se transfere para o
usuário. Na idade Moderna assume o significado real de instituição democrática, aberta
a todos os segmentos da sociedade, sintonizada com o clima, quase hegemônico, de
implantação dos sistemas democráticos de governo se constituindo, conforme Martins
(1996, p 68) “um dos instrumentos mais poderosos da abolição do antigo regime”.
A biblioteca pública tem a informação como seu permanente objeto de trabalho e a
comunicação como processo contínuo do fazer bibliotecário. Biblioteca é comunicação
que se materializa na disseminação do conhecimento registrado, no uso de redes
eletrônicas, na convivência no ambiente que permite a partilha e discussão de
informações, conhecimento, vivências.
No caso do Brasil, com diversidade de identidades culturais, variadas demandas de
informação, e a constrangedora realidade dos excluídos do acesso à informação,
identificar as funções da biblioteca pública deve significar não o simples atrelamento a
categorizações. É fundamental que se conheça a ecologia social em que se insere a
biblioteca pública para que sejam criados produtos e serviços que atendam à dona de
casa, os idosos, às comunidades da periferia das cidades, o trabalhador de longas
jornadas que dispõe de horários reduzidos para a leitura, a informação, o lazer. Enfim,
que atue como uma verdadeira universidade popular atendendo, a partir do local onde
fisicamente se situa, a uma segmentação de público de sua comunidade como
recomendado por Suaiden (2000, p 69).
De guardiã do saber registrado, seu primeiro papel na sociedade, ao apoio à
educação formal, ao desenvolvimento cultural da sociedade e ao estímulo da
convivência, a biblioteca pública incorpora as modernas tecnologias de informação e de

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comunicações e prossegue em contínua transformação, refletindo as mudanças
experimentadas pela sociedade.
É urgente que as bibliotecas públicas implementem o atendimento às doze missões
que lhe atribui a Unesco. E sobre a questão da exclusão digital, que contribui para a
exclusão social, que invista recursos para “facilitar o desenvolvimento da capacidade de
utilizar a informação e a informática”, Unesco (1994), contribuindo para tornar
produtivos os esforços que vem se fazendo na América Latina. (PATTEN 2000, p 70).
A falta de bibliotecas escolares fez com que os alunos utilizassem das poucas
bibliotecas públicas existentes. À medida que esses alunos ocupavam os assentos das
bibliotecas públicas em sua maioria, houve um retraimento da população adulta, ou seja,
ocorreu o fenômeno da escolarização da biblioteca pública, que passou a dar prioridade
para o atendimento estudantil em detrimento a outros segmentos da comunidade que
também necessitavam dos serviços bibliotecários.
Os recursos humanos existentes nas bibliotecas públicas atendiam aos estudantes, e
os recursos financeiros existentes eram aplicados no livro didático e na compra de
dicionários e enciclopédias. Portanto, de pública a biblioteca só tinha o nome, já que a
prioridade, por força das circunstâncias, era aplicada no processo educativo. E muito
mal aplicada, diga-se de passagem, pois o responsável, ou, raramente, o profissional da
informação, não tinha habilidades para orientar a pesquisa bibliográfica e acabava
sempre fomentando a cópia aos dicionários e enciclopédias, sem nunca privilegiar uma
pesquisa bibliográfica eficiente ou se utilizar de programas de diversificação da leitura.
Percebe-se assim o nível de ação da biblioteca pública e a importância do seu papel
comprovado ao longo dos séculos, oferecendo suporte através do hábito de leitura,
acesso às informações gerais e utilitárias, preservação das identidades locais e
nacionais, apoio à educação formal e desenvolvimento da educação permanente,
estímulo às atividades do lazer produtivo. Esse fato que foi verdadeiro no passado se
amplia no presente, com a expansão demográfica e as facilidades de compartilhamento
de conhecimentos e experiências que podem ser partilhadas através de redes de
informação como a Internet.

Sociedade da informação

Na sociedade da informação, o papel da biblioteca pública passa a ser de vital


importância na medida em que pode se tornar o grande centro disseminador da

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informação, atuando principalmente para diminuir as desigualdades existentes na
sociedade injusta.
A expressão sociedade da informação passou a ser utilizada, nos últimos anos desse
século, como substituto para o conceito complexo de “sociedade pós-industrial” e como
forma de transmitir o conteúdo especifico do “novo paradigma técnico-econômico”.
Esta expressão reaparece com força nos anos 90, no contexto do desenvolvimento da
internet e das TIC’s onde neste contexto, o conceito da sociedade da informação como
construção política e ideológica se desenvolveu das mãos da globalização neoliberal,
cuja principal meta foi acelerar a instauração de um mercado mundial aberto e
autorregulado.
Para Dudziak, Gabriel e Villela (2000) “os desdobramentos que a informação vem
experimentando e produzindo, têm levado o conceito de sociedade da informação a se
estender para sociedade do conhecimento e sociedade da aprendizagem”. Esse fato é o
resultado mais concreto da revolução das tecnologias de informação e de comunicações,
a chamada terceira Revolução Industrial, na medida em que altera profundamente a
forma de pensar, trabalhar e interagir na sociedade contemporânea.
Observa se que os termos, sociedade do conhecimento e sociedade da aprendizagem
não são sucedâneos, ou seja, um não substitui o outro. Ao contrário são simultâneos,
fruto de um desdobramento a partir da existência e valor da informação que só adquire
sentido na medida em que é comunicada, é disseminada, o que permite gerar
conhecimento para produzir novas informações, o que pressupõe uma aprendizagem
contínua.
A sociedade da informação se caracteriza pelo desenvolvimento e utilização de
tecnologias de informação e comunicações, tendo as tecnologias como o foco principal
exaltadas pela velocidade que asseguram ao processamento e recuperação da
informação.
A biblioteca pública contemporânea, plena de perspectivas e desafios, necessita do
profissional da informação bibliotecário com formação adequada, sólida cultura geral e
domínio do uso das atuais tecnologias de informação. Um profissional com perfil
adequado à natureza da instituição e dos produtos e serviços que precisa oferecer. Para
Milanesi (2002, p 73) esse profissional não deve ser um especialista em uma limitada
área do conhecimento, mas essencialmente, aquele que conhece a coletividade a que
serve, que percebe todos os movimentos que nela ocorrem e faz com que os serviços

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sejam uma resposta a esses movimentos, às mudanças experimentadas pela comunidade
em que a instituição se insere.
A sociedade da informação, nos diferentes espaços geográficos em que vem sendo
concebida, atribui à biblioteca pública a missão especial de assegurar a democratização
do acesso em rede, a oferta de produtos e serviços de qualidade que contribuam para
diminuir as desigualdades sociais e estimular os usuários a utilizar a Internet como
instrumento de ampliação de conhecimento e convivência, desenvolvendo inclusive
programas de treinamento no uso da informática e das telecomunicações.

O papel da biblioteca pública no contexto da sociedade da informação

O papel da biblioteca pública no contexto da sociedade da informação é


multifacetado. Ela atua como um espaço de acesso de informação, promovendo a
alfabetização digital, oferecendo recursos impressos e digitais, bem como orientando os
usuários em suas necessidades de pesquisa e aprendizado. As bibliotecas públicas
desempenham um papel fundamental na promoção da inclusão digital, oferecendo
oportunidades de aprendizado para todas as faixas etárias e camadas da sociedade.
No final da década de 80, especialistas afirmaram que a sociedade da informação
seria uma sociedade voltada para o compartilhamento dos recursos e para o bem-estar
social. As primeiras avaliações apontam que as desigualdades estão aumentando, e, na
atualidade, os donos do poder são os donos dos meios de comunicação.
A sociedade da informação traz no seu bojo as questões da globalização, das novas
tecnologias e do modelo de desenvolvimento sustentável. Essas questões apresentam
contrastes marcantes do ponto de vista social. Para Fischmann (2000), “as
possibilidades trazidas pelas novas tecnologias são exemplificativas dos tempos em que
vivemos. A ampliação de oportunidades de informação e de comunicação corresponde a
aumento de sentimento de impotência, de frustração e de inadequação. ”
Com isso, devemos destacar que as novas tecnologias produziram um usuário crítico
e independente com relação aos serviços bibliotecários. Ele é mais crítico e
independente, na medida em que sabe que a biblioteca não é a única fonte de
informação, e às vezes, para obter informações precisas e com qualidade, tem de se
utilizar novas tecnologias de informação.
Nesse processo de globalização, de novos paradigmas tecnológicos e sociais e do
modelo de desenvolvimento sustentável, caberá à biblioteca pública trabalhar no sentido

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de corrigir as deficiências do passado, como criar uma interação adequada com a
comunidade e implantar produtos que de fato facilitem o acesso à Sociedade da
Informação.

O papel do bibliotecário na sociedade da informação.

O profissional da informação bibliotecário está no centro de significativas mudanças


tecnológicas, políticas, econômicas e sociais, onde a postura proativa é o meio de
acompanhar e contribuir para esse novo momento. Buscar sempre novos
conhecimentos, desenvolver competências, é a forma de garantir colocação no mercado
e corresponder à sua responsabilidade social. Manter-se preparado para se ajustar às
alterações de suportes e até mesmo se antecipar às mudanças exige constante
investimento em sua formação básica e contínua.
O bibliotecário da biblioteca pública contemporânea está à procura de uma nova
identidade em razão das profundas mudanças na sociedade, que vêm determinando a
necessidade de inovação de produtos e serviços, novos padrões, outras estratégias para
satisfazer às demandas de um público que clama por cidadania, redução das
desigualdades sociais. Há que se compreender a ideia de que os novos padrões são uma
realidade, ignora-los é permanecer na contramão da história.
Os bibliotecários são facilitadores da Informação, e devem ser cada vez mais bem
preparados no domínio das tecnologias da informação e comunicação para auxiliar o
leitor a filtrar a informação, trabalhar na elaboração de conteúdos digitais e orientar no
manuseio de informações oferecidas on-line com eficiência e eficácia. (SCHERRER;
JACOBSON, 2002).
O bibliotecário precisa conhecer não só a comunicação formal, mas a comunicação
visual e a não verbal. No mundo digital arquivos de imagens e sons são uma constante.
São precisas habilidades de percepção, sensibilidade para entender as necessidades e
talento para desenvolver novas interfaces, produtos e serviços para atender
satisfatoriamente as pessoas.

A função Educativa da Biblioteca Publica

Ao longo das suas vidas, as pessoas necessitam de educação, quer em instituições


como escolas e universidades, quer em contextos menos formais, relacionados com o

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trabalho ou com o dia-a-dia. A aprendizagem não termina com a conclusão da
escolaridade, sendo antes, para a maior parte das pessoas, uma atividade para a vida
inteira.
Segundo o Manifesto da IFLA/UNESCO pelas Bibliotecas públicas (1994), a
biblioteca pública deve disponibilizar materiais nos suportes adequados a apoiar os
processos de aprendizagem formal e informal. Deve também auxiliar o utente a utilizar
eficazmente esses recursos de aprendizagem, bem como disponibilizar infraestruturas
apropriadas ao estudo. A capacidade de aceder à informação e de a usar eficazmente é
essencial para uma educação bem-sucedida e, sempre que possível, as bibliotecas
públicas devem cooperar com instituições educativas no ensino da utilização dos
recursos de informação. Onde existam adequadas instalações de biblioteca para apoio à
educação formal, a biblioteca pública deve complementá-las.
A inserção das tecnologias de informação que proporcionam à biblioteca pública
assumem um novo papel na sociedade, que é estimulado pela introdução da internet,
proporcionando a democratização do acesso, a amplitude dos serviços e o alcance da
informação. Com a internet e as tecnologias da informação, de um modo geral as
funções desempenhadas pela biblioteca pública ampliam-se para atender as demandas
dessa nova sociedade da informação.
Os aspectos relacionados ao acesso à informação e a evidenciação da função social,
cultural e educativa da biblioteca pública se faz presente em vários objetivos e missão,
que por sua vez trazem em seu bojo ações de alfabetização informacional, entre outras.
Neste sentido, a biblioteca pública assume a função de mediadora da informação e da
aprendizagem e a competência informacional, assim como a tecnologia, se converte em
elemento chave para o processo de aprendizagem informacional.

Bibliotecas Públicas e desafios na inclusão digital

A sociedade de informação esta em plena evolução em diferentes níveis e estágios


de desenvolvimento no mundo. Segundo a IFLA, na Declaração sobre bibliotecas e
liberdade do desenvolvimento social e individual, afirma que são valores humanos
fundamentais. Tais valores só vão ser alcançados por meio da capacidade de cidadãos
bem informados exercerem seus direitos democráticos e desempenharem um papel ativo
na sociedade. A participação construtiva e o desenvolvimento da democracia dependem

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de uma educação de qualidade e do acesso livre e ilimitado ao conhecimento, ao
pensamento, à cultura e à informação. (DECLARAÇÃO, 2022)
Inclusão digital pode ser entendida como o processo de democratização do acesso às
tecnologias de informação, permitindo a inserção do indivíduo na sociedade do
conhecimento. A inclusão digital, para acontecer, precisa de três instrumentos básicos
que são o computador, o acesso à rede e o domínio dessas ferramentas. Não basta
apenas o cidadão possuir um simples computador conectado à internet, ele precisa saber
o que fazer com essas ferramentas. As tecnologias da informação e de comunicação
afetaram o trabalho dos bibliotecários no âmbito geral, pois elas modificaram formatos,
suportes, processamentos e, acima de tudo, a disseminação da informação para além do
acervo tradicional, “influindo na forma de mediação entre o bibliotecário e o
usuário/cliente.” (VALENTIM, 2000).
As bibliotecas públicas, portanto, têm papel primordial no direcionamento dado pelo
bibliotecário ao usuário no processo de acesso a informação e inclusão digital.
Despertar a curiosidade na busca e a visão crítica para processar a informação a cessada
são estratégias que permitem e incentivam o acesso de forma responsável e segura.

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Considerações Finais

A biblioteca pública se encontra frente ao contexto da sociedade da informação, pois


dela se espera a apropriação, uso e disseminação das atuais tecnologias da informação,
com ênfase para a Internet numa perspectiva que reconheça sua importância como
ferramenta para a ampliação do universo do conhecimento mas que não assuma um
caráter hegemônico. A defesa e utilização da internet como instrumento de
democratização da informação onde, de fato, se assegure a universalização do acesso, se
busque a redução dos excluídos da cultura digital.
Para que a biblioteca seja verdadeiramente pública, precisa de uma estruturação de
sua gestão e serviços, para que possa participar efetivamente do processo informacional
e possa dar a palavra e oferecer seus serviços culturais a todas as categorias sociais,
inclusive ao que chama de não-público, os excluídos socialmente. Conhecer os usuários
é necessário para que a biblioteca pública sobreviva frente às exigências da sociedade
da informação.
A sociedade da informação é baseada no acesso à informação para a educação e o
conhecimento e, sendo assim, a conectividade ocupa lugar de destaque nesse processo.
O que significa que para a construção de uma sociedade da informação, o acesso
universal à informação é uma exigência completamente inegável e que nos remete para
o problema da infraestrutura para uma sociedade da informação. O que reforça, no caso
das bibliotecas públicas, seu papel educativo e o significativo uso das tecnologias da
informação. Diante disso, os desafios para a biblioteca pública são ainda maiores., onde
o desenvolvimento tecnológico também acentua as desigualdades no contexto da
sociedade da informação.
E como parte integrante do contexto da sociedade da informação a biblioteca pública
precisa se apropriar das tecnologias da informação e da comunicação, a fim de permitir
uma disseminação eficaz da informação e atuar de maneira eficiente e consciente de seu
papel na sociedade da informação.

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Referências bibliográficas
DECLARAÇÃO da IFLA sobre as bibliotecas públicas e a liberdade de
desenvolvimento social e individual. 2022
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PATTEN, C. Europa e América Latina: novos impulsos para novos desafios. 2000
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