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AlessandraBelo-T2-Teoria2
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Alessandra Belo
Turma 2
Unidade Curricular Teoria 2 ∙ MIArq ∙ FAUP ∙ 2023/2024
I. Introdução
A arquitetura é a arte e a técnica que nos permite organizar o espaço por meio
de certas ferramentas, tais como o método projetual.
Desse modo, “existem duas fases que compõem o modo de projetar: uma ligada
ao projeto como documento e história da formação de uma imagem
arquitetónica, e outra relacionada à organização dessa imagem no projeto por
meio de uma série de notações essencialmente orientadas para a comunicação
do processo em função da sua correta execução.”1 este método pode ser
considerado singular, pois cada organismo possui formas de planear, projetar e
executar diferentes, trazendo assim uma individualidade específica como
resultado. Nesse sentido, este ensaio visa investigar e perceber a questão das
ideias que utilizam as metodologias de projeto na arquitetura, se é que tais
metodologias existem.
1 -MB-2024/01/16 TRILLO-LEYVA, Juan Luís, "El proceso del conocimiento: comparación, clasificación y metáfora"
em: Razones poeticas en arquitectura: notas sobre la enseñanza de proyetos. Sevilla: ETSA, 1993, pp.93-123
Após ter uma conversa intrigante com a regente da cadeira, sobre a importância
da fermentação natural feita por água e trigo, fiquei a imaginar minuciosamente
como seria esse procedimento até chegar à realização de pão, bolo, etc. Assim,
comecei a refletir sobre como esse processo poderia se relacionar com o
processo de projeto arquitetónico. Percebi a necessidade de explorar mais a
fundo os motivos intrínsecos que levam à realização das obras, buscando
compreender os elementos conscientes e subconscientes envolvidos. Ao iniciar
a minha investigação, deparei-me com os termos "subconsciente" e
"consciente", que inicialmente pareciam vagos demais. No entanto, ao ler o
livro "Words and Buildings" de Adrian Forty, deparei-me com a palavra
"desenho", que despertou o meu interesse e me levou a perceber que ele é uma
das principais ferramentas do arquiteto. Refletindo sobre o exemplo do
esquisso, um tipo de desenho rápido, percebi como a sua rapidez remetia-me à
essência da "memória". Os desenhos de memória, em-
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II.Desenvolvimento
Inicialmente, surge uma dúvida pessoal sobre como os arquitetos e estudantes
de arquitetura iniciam o processo das suas obras. Como eles chegam a conceber
um projeto, tendo em conta aspetos como cheios e vazios, ritmo dos alçados ou
o ritual da entrada? Nesse sentido, surgem diversas interrogações tais como:
quais são as bagagens arquitetónicas de cada indivíduo? O que os leva a refletir
sobre a maneira como projetam?
Posto isto, ao refletir sobre estas questões sabemos que arquitetura é mais
complexa do que pensamos, pois vai além de simples edificações, é um
intrincado processo de criação no qual o modo de projetar não ocorre sempre de
forma linear, sendo que a metodologia, conhecimento e a influência desse
trabalho se refletem conforme as vivências de cada indivíduo ao longo da sua
vida.
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2. Memória
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‘nuances’ os arquitetos podem criar espaços que evocam emoções e conexões
profundas com o espaço e o individuo.
2.1. Imaginação.
Segundo, o autor Juan Luis Trillo-de-Leyva fala sobre o seu processo projetar
no seu livro Razones Poéticas en Arquitectura: Notas sobre la Enseñanza de
Proyectos, onde aborda a importância da criatividade, intuição e reflexão na
arquitetura na qual ele visa o processo de projetar que não consiste apenas em
resolver problemas técnicos, mas também requer criatividade, intuição e poesia.
Além disso, o arquiteto deve encarar o projeto como uma viagem poética, onde
a imaginação, a intuição e a reflexão são essenciais para criar obras
arquitetónicas emocionantes e significativas. Trillo-de-Leyva enfatiza a
importância da imaginação no processo de projeto. Ele manifesta que a
imaginação é a base da criatividade arquitetónica, permitindo aos arquitetos
imaginar
2- LEYVA, Juan L. T. Argumentos sobre la contiguidad en arquitectura6- LEYVA, Juan L. T. Argumentos sobre la contiguidad en
3-VARELLA,D.D. Memória e imaginação | Artigo. Disponível em:
<https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/memoria-e-imaginacao-artigo/>.
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2.2 O caso de estudo: Imaginar e evidencia
ALVARO SIZA
Logo, nota-se que, com essa rica bagagem, a relação entre o edificado e a
natureza se torna crucial na arquitetura. Essa interação é uma fonte contínua de
inspiração para qualquer projeto arquitetónico interessante que é trazendo “A
relação entre natureza e construção é decisiva na arquitetura. Esta mesma fonte
permanente de qualquer projeto4”
Por fim, depois de qualificar as facetas de cada memória nota-se que estão
altamente relacionadas isso com o início de projeto, que está sujeito a mudanças
contínuas.
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No início do capítulo, “Imaginar e Evidência” se inicia com o primeiro projeto,
o restaurante Boa Nova, é um projeto de uma equipa de cinco arquitetos (), que
naquele período trabalhavam no escritório de Fernando Távora e do associado
Francisco Figueiredo4 .Este trabalho foi resultado de um concurso aberto pela
Câmara de Matosinhos em 1956. Aquele local foi escolhido porque se
caracteriza por um promontório rochoso que se eleva e avança pelo mar dentro.
Evolução do projeto foi influenciada pela extrema atenção ao equilíbrio
existente e tangível, entre a natureza, uma capela e um pouco mais longe, um
farol. Não é por acaso que o restaurante é baixo: não se podia sobrepor à capela
por razões afetivas, mas também porque o próprio pronecto do edifício não o
consentia. Ao
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Desse modo, pode qualificar essas afirmações “Aquele local foi escolhido
porque se caracteriza por um promontório rochoso que se eleva e avança pelo
mar dentro”5 como a memória sensorial que esta presente no ambiente natural,
incluindo o som das ondas do mar, a brisa e os cheiros salgados, influenciou o
projeto arquitetónico. Posto isso, esses fatores qualificam ainda mais a memória
sensorial, intervindo, além disso, as decisões dos arquitetos para criar um
espaço que se integra harmoniosamente com as sensações do local,
proporcionando uma experiência imersiva para os visitantes. Portanto, essa
sensibilidade contribui para a criação de espaços arquitetónicos que não apenas
satisfazem as necessidades funcionais, mas também evocam uma resposta
emocional e sensorial única.
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vencemos depois o concurso sobretudo graças àquela colocação, que nenhum
outro tinha proposto”.6 Ademais, analisando essa narrativa se percebe que
Távora revela não apenas a sua habilidade técnica como arquiteto, mas também
a sua capacidade de visualizar o potencial de um espaço aparentemente difícil.
Nota-se, ao utilizar a sua imaginação, permitiu que ele enxergasse além das
limitações aparentes, projetando e vislumbrasse as possibilidades únicas
oferecidas pelo local, pois a imaginação é a capaz de criar imagens mentais e
conceber ideias novas e originais.
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III.Considerações finais
Em suma, o processo de projetar requer a compreensão por parte de cada indivíduo. A trajetória de cada
arquiteto tem um impacto significativo na sua abordagem do processo projetual, o que resulta em
soluções únicas. Cada arquiteto possui um conjunto de conhecimentos, habilidades, valores e referências
que influenciam as suas decisões ao longo do processo de projeto. Dessa forma, a memória é relevante,
pois, às vezes, não associam, acham que essa ideia surge do nada, mas esse processo é uma das
ferramentas que permite que os arquitetos extraiam elementos que condizem com suas visões de mundo,
filosofia de vida e perceção estética. Isso enriquece o desenvolvimento da obra.
A memória, portanto, desempenha um papel crucial, além de armazenar experiências anteriores pois,ao
estabelecer uma ligação entre a memória e o espaço arquitetônico, o ambiente se torna mais relevante. Os
eventos marcantes vividos naquele local adquirem relevância e podem ser transmitidos para a obra de
arquitetura.
Considerações finais, A memória, as vivências e experiências pessoais de cada arquiteto podem estar
intimamente ligadas à sua perspectiva de mundo, crenças e sensibilidade estética. Esses elementos
íntimos têm um papel crucial na concepção do projeto, resultando em soluções arquitetônicas singulares
e distintas. Ao criar projetos arquitetônicos, não há regras rígidas a serem seguidas, mas sim uma síntese
harmoniosa. A compreensão técnica é crucial para atingir essa harmonia, permitindo que os arquitetos
transmitam as suas visões pessoais em obras que não apenas atendem às necessidades práticas, mas
também transmitem uma narrativa visualmente impactante e emocionalmente envolvente.
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Referências
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