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Fernando - HIV
Fernando - HIV
Turma: O
Classificação
Bibliografia 0,5
Aspectos
organizacionais
Contextualização
(indicação clara do
problema) 1,0
Descrição dos 1,0
Conteúdo Introdução objectivos
Metodologia adequada
no objecto do trabalho
2,0
Articulação do domínio
do discurso académico
(expressão escrita 2,0
cuidada,
coerência/coesão
textual
Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área de
Análise e
estudo
Discussão 2,0
2. Objectivos da pesquisa.......................................................................................................2
3. Metodologia de Pesquisa.......................................................................................................2
4. Revisão da Literatura.............................................................................................................3
4.1. Estigma...........................................................................................................................3
4.2. Descriminação................................................................................................................3
4.5. Concepções acerca do estigma social e preconceito vivenciado por pessoas vivendo
com o HIV-SIDA.......................................................................................................................5
5. Conclusão...........................................................................................................................7
6. Referências Bibliográficas.................................................................................................8
1. Introdução
A epidemia do HIV/AIDS continua a representar um desafio significativo para a saúde e
sociedade global, incluindo Moçambique. Além da carga física que o vírus impõe, as pessoas
vivendo com o HIV-SIDA enfrentam um obstáculo adicional: o estigma e a discriminação.
Estes aspectos sociais são obstáculos fundamentais para uma resposta eficaz ao HIV/AIDS,
impactando negativamente a prevenção, tratamento e qualidade de vida das pessoas afetadas.
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2. Objectivos da pesquisa
3. Metodologia de Pesquisa
O método de abordagem que adoptado no presente trabalho foi abordagem qualitativa com
vista a conferir as hipóteses, analisar factos, avaliar um assunto conforme suas principais
variáveis.
Quanto aos procedimentos técnicos, é uma pesquisa bibliográfica. “Entende-se por pesquisa
bibliográfica o acto de fichar, relacionar, referenciar, ler, arquivar, fazer resumos de assuntos
relacionados com a pesquisa em questão. Assim, no presente estudo, a pesquisa foi elaborada a
partir de material já publicado, fonte secundária, constituído fundamentalmente, de livros,
artigos de jornais científicos; artigos publicados em portais científicos da internet.
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4. Revisão da Literatura
4.1. Estigma
Goffman (1988), define estigma como um atributo que tem um significado depreciativo que
por sua vez é associado a quem o porta. A sociedade utiliza este atributo para desqualificar ou
desvalorizar a pessoa, uma vez que ele é entendido como defeito, fraqueza ou desaprovação.
3. os estigmas tribais de raça, nação e religião (estendemos aqui a cultura, língua, etc.) e
outras categorias sociais que muitas vezes são aplicados a indivíduos socialmente
desfavorecidos e acima de tudo a uma minoria.
4.2. Descriminação
Percebe-se que a discriminação relacionada com a SIDA pode ser manifestada a diversos
âmbitos comunitários e/ou mesmo no seio familiar. Ela acontece deliberadamente ou por
omissão em que certos indivíduos optam por prejudicarem os outros, não lhes prestando
serviços ou direitos que estes possuam (ONUSIDA, 2005).
É importante ressaltar que não se pode abordar o estigma relacionado ás mulheres HIV
positivas sem se ter em conta a percepção, a descrição e a relação deste conceito com a
desigualdade estrutural inerente às relações de gênero. Malcom et al. apud Parker e Aggleton
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(2001) ao abordarem o estigma relacionado ao HIV e a SIDA apontam para existência de
quatro perspectivas relacionadas à origem dos estigmas presentes em qualquer sociedade:
Todas as perspectivas aqui apontadas possuem uma estreita ligação com a evolução das
respostas sociais da epidemia do HIV e da SIDA. Porém, nem todas as perspectivas são de
domínio das comunidades. Dentre estes, o estigma vinculado à sexualidade é o mais presente
no domínio que antecede a todos os outros, isto porque a infecção pelo HIV tem estado
vinculada à transmissão sexual (Almeida, 2007).
Isto acontece em Moçambique onde a transmissão do vírus é frequente pela via heterossexual e
o sexo comercial (prostituição) é apontado por Jackson (2004) como associado à dependência
financeira das mulheres em relação aos homens. Além da questão do sexo comercial, Martins
et al., (2004) vêem esta situação como resultado de uma combinação de fatores como a pobreza
e a desestruturação familiar por um lado e a construção de novas identidades baseadas nos
valores da sociedade de consumo por outro. Daí que estes fatores levam as mulheres a
envolverem-se sexualmente com homens economicamente estáveis.
Para Camargo e Parker (2000) estas não são as únicas formas de estigmatização,
vulnerabilidade e de vetos sociais exercidas sobre pessoas infectadas ou afetadas pelo vírus da
SIDA, mas são das principais que interagem em âmbitos sociais desde que surgiu a epidemia.
Sendo que todas elas se formam em contextos específicos de cultura e poder usadas pelos
indivíduos, comunidades e/ou pelo Estado para produzir e reproduzir desigualdades sociais,
contribuindo deste modo para a exclusão social (Parker e Aggleton, 2001).
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4.4. Aspectos de estigma e discriminação social no contexto da
seropositividade para HIV-SIDA
Segundo Fonseca et.al (2020), um aspecto importante é o estigma social, que se manifesta
devido a equívocos sobre o HIV, medo da infecção e associação errônea com comportamentos
considerados de risco. Isso pode resultar em preconceitos, exclusão social e isolamento para
aqueles afetados. Além disso, as próprias pessoas que vivem com HIV muitas vezes
internalizam esse estigma, enfrentando sentimentos de vergonha e baixa autoestima.
Andrade (2010) acerva que as Instituições também podem perpetuar o estigma através de
políticas discriminatórias, como restrições de viagem, discriminação no local de trabalho e
obstáculos no acesso a seguros de saúde e serviços. Esse estigma muitas vezes se intersecciona
com outras formas de discriminação, como aquelas relacionadas à orientação sexual, gênero,
raça ou etnia, criando uma carga adicional para certos grupos.
O estigma social e o preconceito enfrentados por pessoas vivendo com o HIV-SIDA derivam
de várias concepções arraigadas na sociedade. Muitas vezes, o HIV é associado a
comportamentos de risco, como relações sexuais desprotegidas ou uso de drogas injetáveis, o
que gera culpa e julgamento. A falta de informação precisa sobre o HIV e suas formas de
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transmissão contribui para o estigma, alimentando o medo infundado de contágio através do
contato casual (MISAU, 2010).
Conforme MISAU (2010), o estigma internalizado por pessoas com HIV pode levar a baixa
autoestima e autoimagem negativa, afetando negativamente a saúde mental e o bem-estar
emocional. Esse estigma também pode impedir que busquem testes, tratamento adequado e
apoio necessário. Para combater o estigma, é crucial disseminar informações precisas sobre o
HIV, métodos de prevenção e tratamento eficaz, desafiando equívocos e estereótipos.
Andrade (2010), refere que incentivar a advocacia e o empoderamento das pessoas vivendo
com HIV é fundamental para combater atitudes discriminatórias e garantir a participação
dessas pessoas nas estratégias de combate ao estigma. A colaboração multissetorial,
envolvendo governos, organizações da sociedade civil, profissionais de saúde e a comunidade,
é essencial para promover uma mudança de percepção e criar um ambiente de apoio e
compreensão para aqueles que vivem com o HIV-SIDA.
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5. Conclusão
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6. Referências Bibliográficas
Almeida, M. R. (2007). A trajetória silenciosa de pessoas portadoras do HIV contada pela
história oral. Ciência & Saúde Coletiva.
Andrade, R. G. (2010). Estigma e Discriminação: Experiências de Vida de Mulheres HIV
Positivo nos Bairros Periféricos da Cidade de Maputo, Moçambique. (Dissertação de
Mestrado) Universidade Federal da Bahia
Camargo, K. R.; Parker, R. (2000). Pobreza e HIV/AIDS: aspectos antropológicos e
sociológicos. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro.
Fonseca, Luciana Kelly da Silva, Santos, José Victor De Oliveira, Araújo, Ludgleydson
Fernandes de, & Sampaio, Alice Vitória Freire Cordeiro. (2020). Análise da estigmatização no
contexto do HIV/AIDS: Concepções de Pessoas que Vivem com HIV/AIDS. Gerais: Revista
Interinstitucional de Psicologia, 13(2), 1-15. https://dx.doi.org/10.36298/gerais202013e14757
Goffman, E. (1988). Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan.
Ministério da Saúde de Moçambique (2010). O HIV/SIDA em Moçambique. Maputo, PNC
ITS/HIV/SIDA – MISAU
ONUSIDA. (2005). Estigma, discriminação e violação dos direitos humanos em relação ao
VIH: Estudos de casos de programas bem sucedidos. (Coleção Melhores Práticas da
ONUSIDA).
Sampier, R.; Collado, C. & Lúcio, P. B. (2006). Metodologia de pesquisa. 3ª ed.. São Paulo:
McGraw-Hill