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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A Pessoa Humana à Luz da Fé Cristã

Fernando Amado Siada - 708213283

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Fundamentos de Teologia Católica
Ano de frequência: 2° Ano
Docente: Sérgio A. Gotine
Turma: O

Índice Tete, Setembro de 2023


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Pontuação Nota Subtotal
máxima do
Tutor
Estrutura  Capa 0,5
 Índice 0,5
 Introdução 0,5
 Discussão 0,5
 Conclusão 0,5

 Bibliografia 0,5
Aspectos
organizacionais
 Contextualização
(indicação clara do
problema) 1,0
 Descrição dos 1,0
Conteúdo Introdução objectivos
 Metodologia adequada
no objecto do trabalho
2,0
 Articulação do domínio
do discurso académico
(expressão escrita 2,0
cuidada,
coerência/coesão
textual
 Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área de
Análise e
estudo
Discussão 2,0

 Exploração de dados 2,0


Conclusão  Contributos teóricos 2,0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos Gerais Formatação parágrafo, espaçamento 1,0
entre linhas
Referências Normas APA 6ª  Rigor e coerência das 4,0
Bibliográficas edição m citações citações/referências
bibliográficas bibliográficas
Recomendações de melhoria:
ÍNDICE

1. Introdução...........................................................................................................................1

2. Objectivos da pesquisa.......................................................................................................2

2.1. Objectivo geral...............................................................................................................2

2.2. Objectivos específicos....................................................................................................2


3. Metodologia de Pesquisa.......................................................................................................2

4. Revisão da Literatura.............................................................................................................3

4.1. A pessoa humana na perspectiva da fé cristã.................................................................3

4.2. O protótipo do ser humano é Jesus Cristo......................................................................3

4.3. O laço biológico da vida humana...................................................................................4

4.4. O laço social como lugar cultural...................................................................................4

4.5. O laço social como laço ético.........................................................................................4

4.6. O laço social como laço simbólico e laço religioso........................................................5

4.7. O homem enquanto um ser com dignidade e de consciência.........................................5

4.8. O homem é um ser de Consciência................................................................................5

4.8.1. A consciência é uma faculdade moral.....................................................................6

4.8.2. A Consciência pode ser recta ou errónea................................................................6

4.8.3. Consciência certa ou duvidosa................................................................................6

4.8.4. A Primazia da Consciência.....................................................................................7

4.8.5. A Formação da consciência.....................................................................................7

4.9. O Homem é um ser responsável e imputável.................................................................7

4.9.1. Imputabilidade.........................................................................................................7

4.10. O homem é susceptível ao pecado.............................................................................8

4.10.1.Conceito do pecado.................................................................................................8
4.10.2.O pecado Original...................................................................................................9

5. Conclusão.........................................................................................................................10

6. Referências Bibliográficas...............................................................................................11
1. Introdução
A compreensão da pessoa humana, sua essência, dignidade, responsabilidade e conexões, é um
dos questionamentos mais profundos e universais da humanidade. Quando observamos esta
temática sob a ótica da fé cristã, somos guiados a uma compreensão enriquecida e única sobre o
ser humano.
Este estudo se propõe a explorar, analisar e refletir sobre a pessoa humana na perspectiva da fé
cristã, delineando os contornos que a fé lança sobre a existência humana. Por meio de conceitos
fundamentais como a encarnação em Jesus Cristo, a relação biológica, social, ética, simbólica e
religiosa, esta análise busca trazer luz aos aspectos essenciais que moldam a visão cristã do ser
humano.
A centralidade de Jesus Cristo como protótipo humano é um dos fundamentos desta análise.
Ele representa a perfeição do ser humano, sendo um modelo a ser seguido em nossa jornada
terrena. Além disso, este estudo explora os laços intrincados que unem cada indivíduo: desde
os laços biológicos que nos conectam à vida até os laços éticos e simbólicos que nos definem
como sociedade.
A consciência, nesse contexto, emerge como uma faculdade moral fundamental, sendo um dos
pilares que definem a responsabilidade e a dignidade do ser humano. Entender até que ponto a
consciência pode ser reta ou errônea, bem como sua formação e influência na tomada de
decisões, é crucial para compreender o papel central que desempenha em nossa existência.
Por fim, exploramos o conceito de pecado e pecado original. Na visão cristã, compreendemos
que o pecado representa um desvio do caminho moral e ético, um afastamento do propósito
divino. Este estudo busca elucidar esse conceito intrincado e sua relevância na vivência
humana.
Assim, esta análise busca lançar luz sobre o entendimento da pessoa humana na perspectiva
cristã, convidando à reflexão e promovendo uma compreensão mais profunda sobre nossa
própria existência e nosso papel no mundo.

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2. Objectivos da pesquisa

2.1. Objectivo geral


Compreender a Pessoa Humana à Luz da Fé Cristã

2.2. Objectivos específicos

 Conceituar a pessoa humana na perspectiva da fé crista; Explicar porquê o protótipo do ser


humano é Jesus Cristo;

 Descrever o laço biológico da vida humana, o laço social como lugar cultural, o laço social
como laço ético e o laço social como laço simbólico e laço religioso.

 Caracterizar o homem enquanto um ser com dignidade e de consciência; Descrever a


consciência como uma faculdade moral e analisar até que ponto a consciência pode ser
recta ou errónea (consciência certa ou duvidosa);

 Destacar a primazia da consciência e a sua formação; Caracterizar o homem enquanto um


ser responsável e imputável; Conceituar o pecado e o pecado original

3. Metodologia de Pesquisa

A classificação metodológica do tipo de pesquisa quanto aos objectivos é exploratória,


Sampieri, Collado e Lúcio (2006) defendem que, as pesquisas exploratórias têm como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o tema, com vistas a torna-lo mais explícito ou a
constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o
aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições.

O método de abordagem que adoptado no presente trabalho foi abordagem qualitativa com
vista a conferir as hipóteses, analisar factos, avaliar um assunto conforme suas principais
variáveis.

Quanto aos procedimentos técnicos, é uma pesquisa bibliográfica. “Entende-se por pesquisa
bibliográfica o acto de fichar, relacionar, referenciar, ler, arquivar, fazer resumos de assuntos
relacionados com a pesquisa em questão. Assim, no presente estudo, a pesquisa foi elaborada a
partir de material já publicado, fonte secundária, constituído fundamentalmente, de livros,
artigos de jornais científicos; artigos publicados em portais científicos da internet.

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4. Revisão da Literatura
4.1. A pessoa humana na perspectiva da fé cristã

De acordo com Sapato et.al (2016), a pessoa humana é uma criatura de Deus, justificada por
Jesus Cristo e prometida à divinização. A visão cristã do ser humano supõe uma estrutura
própria de quem crê, espera e ama.

Crer, esperar e amar são 3 operações reunidas que têm uma significação religiosa e designam a
verdadeira relação ao Deus verdadeiro, o Deus de Jesus Cristo (Sapato et.al, 2016).
Ora a relação dos homens a Deus é sempre de ordem activa, da classe do fazer e introduz
sempre uma dinâmica.

Esta visão do ser humano, não deve ser confundida com outras maneiras de abordar a questão
do homem. Trata-se do que o cristianismo confessa e compreende do comportamento humano
quando ele considera que a maneira de ser homem não é sem relação a Deus. O cristianismo
confessa que a condição humana é, como tal, vocação a crer, esperar e amar (Libânio e Meirad,
1998).
4.2. O protótipo do ser humano é Jesus Cristo

a) ECCE HOMO – Eis o Homem


Segundo Libânio e Meirad (1998), o cristianismo aprende a olhar a Jesus Cristo e descobrir
quem é o ser humano e o que está chamado a ser. É agora e aqui que em Jesus Cristo
aprendemos o que significa “tornar-se homem”.
Quando nós dizemos de Jesus “Eis O Homem” confessamos e afirmamos que Ele é aquele em
quem o sentido tem sentido, o homem novo que dá à humanidade sua razão de ser (Sapato et.al,
2016).
Jesus Cristo é alguém que pertenceu à história dos homens, que pertenceu a nossa história, que
é um dos nossos. Porquê Jesus?
A resposta é que na história humana Jesus é o único homem, o único verdadeiro, que foi
sempre verdadeiro com a sua humanidade. Jesus foi desde a sua encarnação – do princípio ao
fim de sua vida – totalmente homem e verdadeiro com a sua humanidade. Jesus não brincou
com a nossa humanidade, não fez de contas que era homem; ele foi até ao fim, até as
consequências do seu ser Homem.

No seu caminho de humanidade Jesus é aquele em quem se manifesta a graça da criação que
consiste em ser Filho de Deus, vivendo a dependência a Deus e a autonomia da
responsabilidade pessoal.
3
Ele reconhece e aceita a sua condição de filho e não quer de modo algum tomar o lugar do Pai.
É analisando o comportamento de Jesus que nós chegaremos a conhecer nele o HOMEM: “EIS
O HOMEM”. O justo sem pecado – o homem, o verdadeiro sem pecado, aquele que soube
guardar a todo custo a sua relação filial absolutamente plena de humanidade – a excepção que
confirma a regra porque todos os homens são pecadores. Ele é o único de entre todos, Ele é o
único por todos, ele não é o solitário mas o solidário (Sapato et.al, 2016).

b) O Homem, é Jesus Tentado


Conforme Sapato et.al (2016), podemos afirmar que Jesus Cristo é protótipo do Homem
justamente no momento em que é tentado. O texto de Lucas deixa claro que Jesus é tentado na
sua qualidade de «filho» e que as tentações sugerem que um «filho» pode encontrar a sua
felicidade abandonando a sua condição de filho, alguém dependente do seu progenitor, e
tomando a condição de «Pai». As três tentações apresentam três falsos apelos que levam ao uso
de um poder sobre as coisas, sobre os outros e sobre Deus. Tal poder só é possível quando a
pessoa deixa de ocupar o seu lugar na sua relação com as coisas, com os outros e com Deus (Lc
4,1-13).

Jesus permanece homem, permanece filho na sua relação com Deus e nos mostra que ser
homem é ocupar o seu lugar na criação sem jamais se cansar de ser filho e de se relacionar
correctamente de modo a compor com o universo e com os outros.

Na primeira tentação S. Lucas coloca em evidência que ser humano é respeitar uma estrutura
antropológica que diz que ninguém é humano sozinho. O ser humano faz-se por via da relação
saudável com os outros. Não se pode ser só.

4.3. O laço biológico da vida humana

Segundo Sapato et.al (2016), o homem tem necessidade de pão para viver mas ele pode
também morrer quando come demais (excesso de pão).
4.4. O laço social como lugar cultural

O pão é um alimento transformado e não bruto, por isso evoca a realidade do homem em
sociedade e sempre em cultura. O homem é um animal bio-cultural (Sapato et.al, 2016).

4.5. O laço social como laço ético

O pão evoca uma situação política, onde a justiça impõe o dar a cada um o necessário para
viver e subsistir a justiça social. As necessidades que fazem o homem são as mesmas que
fazem a história: comer, beber, vestir – condições de justiça elementar (Cfr. Mt 25 e Karl
4
Marx).

4.6. O laço social como laço simbólico e laço religioso

De acordo com Libanio (2014), a nossa relação a Deus passa sempre pela relação aos outros. O
laço religioso é interno ao laço social. Ele permite uma abertura ilimitada ao outro. Nesta
resposta de Jesus há uma espécie de lei, princípio:

NÃO ...SEM; NÃO há laço religioso SEM laço biológico-social; NÃO há justiça para mim
SEM justiça para meu irmão (Sapato et.al, 2016).

A segunda tentação deixa um recado sobre a relação humana e humanizadora entre as pessoas.
Quando o tentador diz que viver é dominar os outros, é exercer violência sobre os outros, é ser
totalitário, dominando e subjugando, Jesus responde que ser homem é aceitar que viver é entrar
em comunhão, é estar ao serviço da comunhão e da paz enquanto renúncia á dominação e á
violência (Libanio, 2014).

A terceira tentação sugere que ser plenamente humano é viver sem Deus, é recusar assumir as
limitações humanas, é recusar a morte. Jesus diz-nos que ser homem é consentir a viver como
homens que conhecem a dor, o sofrimento e a morte.

4.7. O homem enquanto um ser com dignidade e de consciência

Conceito da Dignidade
A dignidade da pessoa humana radica na noção de criação a imagem e semelhança de Deus.
Perante Deus, cada indivíduo representa a dignidade de género humano. A motivação mais
profunda da dignidade da pessoa humana está na revelação oferecida pelo Verbo encarnado.
Jesus veio revelar que o pai ama todos os homens independentemente das suas condições
sociais (Mt. 16,26; Lc 12,23). Por isso a igreja ensina que: O homem imagem vivente de Deus
vale por si mesmo, não por aquilo que sabe, produz ou que possui. É a sua dignidade de pessoa
que confere valor aos bens que ele usa para se exprimir e realizar-se.
O homem atinge esta dignidade quando, libertando-se da escravidão das paixões, tende para o
fim pela livre escolha do bem e procura a sério e com diligente iniciativa os meios
convenientes (Gs. nº 17).

4.8. O homem é um ser de Consciência

Conceito
A consciência é o núcleo mais secreto e o santuário da pessoa. Ela não é uma função, mas é a
estrutura do ser humano e pode ser identificada com a essência do ser humano. Ela revela, de
5
modo admirável, a lei do imperativo categórico8, que se cumpre pelo amor a Deus e ao próximo
(GS, 16).“Na intimidade da sua consciência, a pessoa humana descobre uma lei que ela não
impõe a si mesma, mas a qual se vê obrigada a obedecer. Chamado a amar o bem e a evitar o
mal, a voz da consciência pode, quando necessário, falar-lhe ao coração mais especificamente:
faz isto, evita aquilo. Isto porque o homem tem no seu coração uma lei escrita por Deus.
Obedecer a ela constitui a verdadeira dignidade da pessoa, que será julgada de acordo com tal
lei (Cfr. Rm. 2,15-16).
4.8.1. A consciência é uma faculdade moral
Conforme observado por Sapato et.al (2016), a consciência é elemento que “manifesta aos
homens as suas obrigações morais e os impele a cumpri-las”. A pessoa humana é receptora de
normas que deve executar na intimidade da sua consciência onde descobre uma lei que lhe é
imposta. É importante sublinhar a individualidade da pessoa humana na descoberta e execução
da tal lei o que concorre para a explicação da responsabilidade pessoal do sujeito ao cometer
qualquer acto humano.
4.8.2. A Consciência pode ser recta ou errónea
Quando a consciência se encontra de acordo com a norma moral objectiva chama-se
consciência certa; no caso contrário chama-se consciência errónea. A existência de doutrinas e
correntes filosóficas que deturpam a verdade sobre o ser humano, pode influenciar a rectidão de
uma consciência. A formação errada da consciência designa-se ignorância invencível e o mal
cometido por causa da ignorância invencível, é um mal, embora não possa ser imputado á
pessoa que o comete (Sapato et.al, 2016).

4.8.3. Consciência certa ou duvidosa


Segundo Sapato et.al (2016), a consciência é certa quando é capaz de formular um juízo moral
sem medo de se enganar. Quando, porém, existe alguma possibilidade de se enganar no juízo
que se emite, então está-se perante uma situação de consciência duvidosa.

É importante ter presente que a certeza não coincide com a rectidão; isto aplicado a nossa
reflexão, quer dizer que nem sempre a consciência certa é uma consciência recta. Por outro
lado, a consciência duvidosa não coincide com consciência errónea: consciência recta tem a ver
com a bondade moral do acto que se pratica (Sapato et.al, 2016).
Quando alguém está perante uma consciência duvidosa deve suspender o juízo e recorrer à
ajuda externa.

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4.8.4. A Primazia da Consciência
A voz da consciência, por ser a voz de Deus, tem de ser seguida sempre, mesmo que a sua
decisão pareça pouco clara. Na sua primazia a consciência é considerada como a norma
subjectiva suprema e final da moralidade. Mas, porque o juízo prático da consciência depende
da razão humana, que naturalmente não é infalível, pode acontecer que a consciência faça
juízos errados. Isso quer dizer que a consciência, como juízo do acto, não está isenta de erro.
Mas, mesmo quando ela erra, por ignorância invencível, a consciência não perde a sua
dignidade (João Paulo II, 1993, 62).
4.8.5. A Formação da consciência
Há uma obrigação absoluta de obedecer a consciência. Por causa disso é importante a formação
da consciência. A consciência é bem formada quando é recta e verídica, quer dizer, quando
formula o seu juízo segundo o bem estabelecido pela sabedoria do criador. Para os crentes, a
formação da sua consciência deve basear-se no ensino diligente da Sagrada Escritura e na
doutrina da Igreja, pois, por Cristo, a Igreja Católica foi constituída mestra da verdade e, por
isso, ela tem a missão de fazer conhecer e ensinar a verdade que é Cristo. Ademais, pela sua
autoridade, ela declara e confirma os princípios morais que dimanam da natureza humana
(Concílio Vaticano II, D.H.,14).
4.9. O Homem é um ser responsável e imputável

De acordo com Sapato et.al (2016), a Responsabilidade é a capacidade que os seres humanos
têm de responder pelos seus actos. Os seres humanos são considerados capazes de agir
responsavelmente uma vez que são dotados de liberdade.
A responsabilidade implica, que o ser humano pode e deve responder pelos seus actos, que, por
radicarem na sua liberdade, lhe são imputáveis. Ela é a característica do homem adulto e
consciente (Libânio e Meirad, 1998).
4.9.1. Imputabilidade
Segundo Sapato et.al (2016), a imputabilidade é dever de responder pelos seus actos.
Concorrem para a imputabilidade as seguintes condições:

 Liberdade de acção;

 Consciência do acto cometido;

 Conhecimento crítico dos seus actos.


Factores que afectam a imputabilidade
a) A falta de conhecimento crítico por:

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 Ignorância, sobretudo a invencível. A ignorância vencível não exclui a imputabilidade
mas pode diminuir o seu grau;
 Erro,que consiste no conhecimento falso ou defeituoso que leva à uma avaliação
equivocada ou errada da moralidade de uma determinada acção;
 Distracção que é uma falta, momentânea, de conhecimento, de percepção ou de
consciência. A não imputabilidade de uma acção depende do grau de distracção que
acompanha essa acção.

b) Factores que impedem o consentimento pleno da vontade:


 As Paixões enquanto reacções instintivas, internas produzidas pelo bem ou pelo mal
percebidos intuitivamente. Embora sejam factores necessários de integração da pessoa
humana elas diminuem a imputabilidade porque impedem o funcionamento normal da
razão e também a sua atenção; algumas paixões constituem um forte incentivo para
acção e até podem diminuir ou destruir a vontade;
 O Medo entendido como repressão da vontade por causa de um perigo iminente ou
previsto, o qual pode ser grave ou ligeiro. Em geral o medo não elimina a
imputabilidade, mas a diminui. Só não existe imputabilidade quando o medo endurece
pois paralisa completamente a vontade;
 Violência que é a força compulsiva física ou psíquica extrínseca à vontade.
 Alguns hábitos, disposições inatas, e motivações inconscientes As disposições são
inclinações de uma pessoa sobre uma determinada coisa, dependendo da história da
pessoa (infância) e a situação hereditária. Por seu turno, o hábito é a segunda etapa em
que há a repetição de uma acção, de maneira que ela fica estabelecida; se o hábito for
positivo leva à virtude, e se for mau ao vício, que deve ser combatido.
 As sugestões de massas (meios de comunicação e publicidade).

4.10. O homem é susceptível ao pecado

4.10.1. Conceito do pecado

Segundo Sapato et.al (2016), o conceito de “pecado” é eminentemente teológico e designa, no


sentido estrito da palavra, um acto voluntário de ruptura com Deus. O ser humano não
geneticamente determinado e isso abre a possibilidade de se construir paulatinamente. Quando
há uma recusa de viver segundo o melhor das suas possibilidades biológicas, psíquicas e
amorosas há recusa da própria humanização e da humanização dos demais.
Assim o pecado não é uma fatalidade. Não tem necessariamente que acontecer, ele é uma
possibilidade inscrita no plano da criação – porque o homem é vocacionado a ser livre (à
8
liberdade), consciente, responsável, único e irrepetível. A possibilidade de pecado é
fundamental para que o projecto de Deus acerca do homem seja bom e o ser humano seja livre
de suas decisões (Libânio e Meirad, 1998).

4.10.2. O pecado Original


Chama-se pecado original à condição natural ou inata, na qual todo o ser humano nasce (Sapato
et.al, 2016). O ser humano nasce numa condição marcada pelo pecado, enquanto ruptura da
relação com Deus. O pecado original procura designar uma espécie de estrutura condicionante
do homem em sociedade, um modelo colectivo do “pecado”, de alienação humana. Estado
agravado incessantemente, pelos actos pecaminosos dos indivíduos de determinada
comunidade ou sociedade. É estado natural do ser humano e não ruptura realizada (um acto)
por uma colectividade em determinado momento de sua história (Libânio e Meirad, 1998).

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5. Conclusão

Ao conceituar a pessoa humana na perspectiva da fé cristã, mergulhamos em uma compreensão


enriquecedora e complexa. Alicerçada na fé, a visão cristã da pessoa humana afirma que o
protótipo máximo é Jesus Cristo. Ele se torna não apenas um modelo, mas a manifestação
divina da plenitude do ser humano, representando a perfeição e o propósito que cada indivíduo
é chamado a alcançar.
A vida humana é intrinsecamente ligada, não apenas por laços biológicos, mas também por
laços sociais. Esses laços são multifacetados: desde o aspecto biológico que nos conecta à
nossa origem até os laços éticos e simbólicos que moldam nossa existência social. O ser
humano é dotado de dignidade e consciência, capacidade moral que guia suas ações. A
consciência, sendo uma faculdade moral, é inerentemente complexa, sujeita a interpretações,
mas com a possibilidade de retidão e equidade.
Neste contexto, a responsabilidade e a imputabilidade surgem como princípios fundamentais. O
ser humano é chamado a ser responsável por suas ações, assumindo as consequências de seus
atos. No âmago dessa jornada, o conceito de pecado e pecado original é essencial. O pecado,
muitas vezes entendido como desvio do caminho ético e religioso, representa um desafio moral,
mas também a oportunidade de redenção e crescimento espiritual.
Em suma, a fé cristã oferece uma rica perspectiva sobre a pessoa humana, marcada pela busca
da plenitude em Cristo, pela interconexão de laços biológicos, sociais, éticos e simbólicos, e
pela responsabilidade moral que define nossa jornada. É uma visão profunda que inspira e
desafia, convidando cada indivíduo a refletir sobre sua própria existência e contribuição para o
mundo.

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6. Referências Bibliográficas
Concílio Vaticano II (2002). Constituições, Decretos e Declarações. Coimbra: Gráfica de
Coimbra.
João Paulo II (1995). Carta apostólica Rosarium Virginis Mariae. Vaticano: Libreria Editrece
Vaticana.
Libanio, J. B. (2014). Introdução à Teologia Fundamental. São Paulo: Paulus (Coleção
Introduções).
Libânio, J. & Meirad, A. (1998). Introdução à teologia. São Paulo: Edições Loyola.
Sampier, R.; Collado, C. & Lúcio, P. B. (2006). Metodologia de pesquisa. 3ª ed.. São Paulo:
McGraw-Hill.
Sapato, R. B., Cunlela, F., Maira, E. L. (2016). Manual de fundamentos de teologia Católica.
Beira: Universidade Católica de Moçambique (UCM).
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