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FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DE ALTAMIRA-PA

PROFº. ESP. ROBSON DE CARVALHO BEZERRA


BACHAREL EM DIREITO
PÓS GRADUADO EM DIREITO CIVIL E ELEITORAL
BACHAREL E LICENCIADO EM FILOSOFIA
PÓS-GRADUADO EM FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO INDIVIDUAL-60HORAS/AULA


CENÁRIO

 Nos anos 90, o Brasil passa por uma série de transformações institucionais e
estruturais, em um contexto de baixo crescimento e recessão.
 Antes da década de 1990, a terceirização era um processo complementar à
estrutura da produção brasileira.
 Os empresários passaram a adotar medidas para a reestruturação da
produção que envolveram: A concentração nas linhas de produtos mais
competitivos,
 A busca de economia de escala (quantidade),
 A compactação de processos produtivos: corte de pessoal e implantação de
programas de qualidade.
 A partir dai se intensifica a terceirização
Reestruturação Produtiva e Relações de Trabalho

 Algumas empresas adotaram a estratégia de reduzir os custos por meio da


redução do grau de formalização das relações de trabalho.
 Outras, concentraram suas atividades na produção do bem final e terceirizaram as
demais.
 E outras combinaram essas duas estratégias, ambas com efeitos de precarização
sobre as condições de vida e de trabalho.

O modelo implantado é principalmente para reduzir custos e não para


especialização técnica.
Terceirização e condições de trabalho

 Subemprego
 Contratações sem carteira
 Contratação com carteira e perdas de benefícios
 Perda nos rendimentos
 Piora nas condições gerais de trabalho
 Ampliação de jornada
 Trabalho sobre maior pressão
 Diminuição da parte fixa dos rendimentos e na ampliação da parte variável
 Deterioração das condições de saúde e segurança no trabalho etc.
 A escolha da empresa terceirizada é feita pelo preço, não por sua qualificação.
 UM GRANDE PROBLEMA DA TERCEIRIZAÇÃO É O CALOTE
Objetivo: Apresentar noções sobre terceirização de serviços com observância das
normas, de modo a afastar os riscos do vínculo empregatício.

 Conteúdo:
 •Atividades passíveis de terceirização e riscos de vínculo empregatício;
 •Posicionamento do Tribunal Superior do Trabalho – TST;
 •Conceitos de atividades fim e atividades meio;
 •Legislação que ampara a terceirização;
 •Terceirização como estratégia comercial de eficiência e competitividade;
 •Vantagens e desvantagens da terceirização;
 •Responsabilidade subsidiária entre empresa tomadora de serviços e
empresa terceirizada;
 •Recomendações para afastar os riscos do vínculo empregatício.
TERCEIRIZAÇÃO

 É o repasse à terceiros das atividades meio da empresa.

 Atividade meio são todas aquelas não essenciais, que prestam a


dar suporte à atividade principal da empresa.
TERCEIRIZAÇÃO

A CLT, no art. 581, § 2º dispõe que se entende por atividade-fim


a que caracterizar a unidade do produto, operação ou objetivo final,
para cuja obtenção todas as demais atividades convirjam,
exclusivamente em regime de conexão funcional.
TERCEIRIZAÇÃO

 Terceirizar é a entrega a terceiros de atividades não-essenciais da


empresa. A empresa tomadora contrata um prestador de serviço
para executar uma tarefa que não esteja relacionada ao seu
objetivo principal.
 Terceirização é a denominação de um processo muito utilizado ultimamente
que, por meio de estratégias organizacionais e criteriosas, busca
competitividade econômica, qualidade e eficiência nos serviços das
empresas, possibilitando a concentração da atividade no objetivo principal da
empresa.
VANTAGENS

 1. Simplificação administrativa;
 2. Dedicação exclusiva à atividade fim;
 3. Contratação de empresa especializada;
 4. Redução do custo de estoques;
 5. Ampliação de mercado
DESVANTAGENS

 1. Risco de desemprego e não absorção da mão-de-obra na


mesma proporção;
 2. Fornecedores não qualificados podem reduzir a qualidade do
produto.
 3. A utilização incorreta da terceirização poderá transferir a relação
regulada pela esfera civil para a esfera trabalhista, caracterizando
o vínculo empregatício entre os contratantes.
VÍNCULO EMPREGATÍCIO

 Segundo o art. 3º da CLT o vínculo empregatício caracteriza-se pela relação


de trabalho sempre que estiver presentes os seguintes elementos:
subordinação, horário rígido, habitualidade, pessoalidade e salário.
 Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar,
impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação (art. 9º).
TERCEIRIZAÇÃO

 O Tribunal Superior do Trabalho normatizou a questão da terceirização


através da Súmula nº 331.
 Não obstante as circunstâncias que geram o vínculo empregatício previsto na
CLT, o TST estendeu a configuração do vínculo empregatício às contratações
de mão de obra terceirizada, sempre que os serviços repassados envolver
atividade fim da empresa.
TERCEIRIZAÇÃO

Por oportuno, lembramos que a contratação de empregado de


forma irregular poderá gerar grandes aborrecimentos à empresa,
tais como:
 reclamação trabalhista;
 autuação do Ministério do Trabalho (MTb);
 ausência do seguro previdenciário em casos de acidentes.
JURISPRUDÊNCIA

VÍNCULO EMPREGATÍCIO. INTERMEDIAÇÃO POR COOPERATIVA. Os


elementos constantes dos autos fazem ver que não houve lícita terceirização
dos serviços prestados, mas intermediação de mão-de-obra pela
cooperativa, que agenciava os serviços com obtenção de vantagem
pecuniária. E serviços, frise-se, insertos nas atividades essenciais da
empresa.... a relação estabelecida é a de emprego diretamente com o
tomador. Recurso a que se nega provimento, no particular.

TRT-PR-14339-2006-001-09-00-4-ACO-35334-2009 - 1A. TURMA


RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA

Se a empresa contratada não estiver cumprindo suas


obrigações trabalhistas e previdenciárias, a contratante será
subsidiariamente responsável conforme estipula a Súmula 331,
item IV, do TST.
JURISPRUDÊNCIA

TERCEIRIZAÇÃO - INIDONEIDADE DA EMPRESA TERCEIRIZADA - CULPA


IN ELIGENDO DA TOMADORA- RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA -
SÚMULA 331 DO C. TST - A empresa tomadora do serviço responde de
forma subsidiária pelas obrigações trabalhistas quando verificada a
inidoneidade da empresa terceirizada e caracterizada a culpa in eligendo da
primeira, a teor do disposto no Súmula nº 331 do C.TST.
(TRT 14ª R. - RO 020/01 - (865/01) - Relª Juíza Flora Maria Ribas Araújo -
DJERO 17.07.2001)
O que significa culpa in eligendo?
A culpa in eligendo caracteriza-se pela "falta de cautela na
escolha de preposto ou pessoa a quem se confia a execução de
serviço"
ATIVIDADES MEIO TERCEIRIZÁVEIS

Assistência jurídica,
Transporte e propaganda,
Seleção e treinamento de pessoal,
Auditoria e contabilidade,
Elaboração de software para empresa de outro ramo,
Locação de equipamentos e máquinas com operadores, manutenção de máquinas,
Elevadores e equipamentos,
Limpeza,
Vigilância,
Representação comercial por conta de terceiros.
TERCEIRIZAÇÃO

O empregador, ao contratar o terceiro, pessoa física ou jurídica,


para prestação de um serviço, deve tomar algumas cautelas a fim de
resguardar-se de qualquer responsabilidade inerente ao contratado.
1. A personalidade da empresa tomadora deve ser preservada, isto
é, a sua atividade fim, essencial, não deve ser entregue à
contratada, mas tão somente a atividade meio, não essencial;
2. Estabelecer contrato escrito que preveja a responsabilidade geral
da prestadora de serviços.
3. Evitar “arranjos” momentâneos no curso do contrato que possam
caracterizar o vínculo empregatício.
4. Manter relacionamento comercial com a empresa contratada,
através da figura do gestor.
5. Verificar a idoneidade e capacidade econômica da contratada,
compatíveis com os riscos da atividade.
6. Verificar se a empresa a ser contratada está regularmente
constituída.
7. Procure evitar a contratação de pessoa/autônomo para prestar
serviço de caráter habitual e exclusivo.
8. Sempre que possível, exija que a contratada estabeleça
rotatividade entre os funcionários.
9. Exija da contratada a exibição de documentos que comprovem
a regularidade desta prestação, especialmente, recolhimento de
encargos sociais e tributos.
10. Procure diferenciar os empregados da contratante e da
contratada com o uso de uniformes diferenciados, próprios,
crachás, etc.
11. Nunca utilizar os empregados da contratada para tarefas diversas daquelas
expressamente previstas no contrato.

12. A contratada deverá possuir outros clientes, evitando-se a exclusividade.

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