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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Tema: Contributo da Ética Profissional no trabalho.

Estudante: Maria Filipe Alberto – Código: 708212072

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Disciplina: Ética Profissional
4º ano

O docente:________________

Beira, Maio de 2024


Folha de feedback
Categorias Indicadores Padrões Classificação
Pontuação Nota Subtotal
máxima do
tutor
Estrutura Aspectos Capa 0,5
organizacionais Índice 0.5
Introdução 0.5
Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5

Conteúdo Introdução Contextualização 1.0


Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao 2.0
objecto do trabalho
Analise e Articulação e domínio 2.0
discussão Revisão bibliográfico 2.0
Exploração dos dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho 1.0
gerais de letra, paragrafo e
espaçamento entre linhas.
Referências Normas APA 6ª Rigor e coerência das 4.0
bibliográficas edição em citações / referências
citações e bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria

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Índice
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
1.1. Objectivos ............................................................................................................................. 1
1.2. Objectivo geral ..................................................................................................................... 1
1.3. Objectivos específicos .......................................................................................................... 1
1.4. Metodologias de pesquisa ..................................................................................................... 1
CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 3
2.1. O Contributo da Ética Profissional no trabalho ........................................................................ 3
2.2. Conceitos da ética profissional ................................................................................................ 3
2.3. Vocação para o Colectivo da Ética Profissional. ...................................................................... 5
2.4. Vocação e identidade profissional ............................................................................................ 7
2.5. Classes Profissionais ................................................................................................................ 8
2.7. Virtudes profissionais ............................................................................................................... 9
CAPÍTULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 15
CAPÍTULO IV: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 16
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
O presente trabalho aborda em torno do contributo da ética profissional no trabalho e por
sua vez a ética profissional pode ser definida segundo Fortes (1998, p.27), define a ética
profissional como sendo um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em pratica
no exercício de qualquer profissão. Sendo assim, a ação reguladora da ética que age no
desempenho das profissões, faz com que o profissional respeite seu semelhante quando no
exercício da sua profissão.
A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissional com sua
clientela, visando a dignidade humana e a construção do bem-estar no contexto socio-cultural
onde exerce sua profissão, atingindo toda profissão (MENDES, 2001, p.41).
Os princípios éticos e morais são, na verdade, os pilares da construção de um profissional
que representa o Direito Justo, distinguindo-se por seu talento e principalmente por sua moral e
não pela aparência.
De forma sintética, João Baptista Herkenhoff (2001) exterioriza sua concepção de ética; o
mundo ético é o mundo do “deve ser” (mundo dos juízos de valor), em contraposição ao
mundo do “ser” (mundo dos juízos de realidade). Todavia, “a moral é a parte subjetiva da
ética”.

1.1.Objectivos
1.2.Objectivo geral
 Conceito Ética Profissional.
1.3.Objectivos específicos
 Compreender a vocação para o Colectivo da Ética Profissional.
 Identificar as classes profissionais e as virtudes da responsabilidade e da lealdade.

1.4.Metodologias de pesquisa
De acordo com LAKATOS & MARCONI (1991:p.39) definem “O método como sendo o
caminho pelo qual se chega a determinados resultados, ainda que esse caminho não tenha fixado
de antemão do modo reflectido deliberado”.

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Metodologia para a execução deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica a
respeito do assunto nos principais autores da literatura nacional e internacional sobre o tema,
sendo examinados livros, artigos científicos e sites da Internet, constituindo-se um ensaio.

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CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. O Contributo da Ética Profissional no trabalho
2.2. Conceitos da ética profissional
Fortes (1998, p.27), define a etica profissional como sendo um conjunto de normas de
conduta que deverao ser postas em pratica no exercicio de qualquer profissao. Sendo assim,
a acao reguladora da etica que age no desempenho das profissoes, faz com que o profissional
respeite seu semelhante quando no exercicio da sua profissao.
A etica profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissional com sua
clientela, visando a dignidade humana e a construcao do bem-estar no contexto socio-cultural
onde exerce sua profissao, atingindo toda profissao (MENDES, 2001, p.41).
Ao falarmos de etica profissional estamos nos referindo ao carater normativo e ate juridico
que regulamenta deterrninada profissao a partir de estatutos e c6digos especificos. Assim temos a
etica medica, do advogado, do bi6logo, do psic6logo, etc, relacionada em seus respectivos
c6digos de etica (BRASIL, 2005, p.21).
Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma certa
previsibilidade para as acções humanas. Ambas, porém, se diferenciam.

A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o
seu bem-viver. A Moral depende das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre
pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum.
O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do
Estado. As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma
determinada população ou seus delegados vivem. Alguns autores afirmam que o Direito é um
sub conjunto da Moral. Esta perspectiva pode gerar a conclusão de que toda a lei é moralmente
aceitável. Inúmeras situações demonstram a existência de conflitos entre a Moral e o Direito.
A desobediência civil ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate uma
determinada lei. Este é um exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de referirem-se a uma
mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes.
A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto,
adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras

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propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não
estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que caracteriza a Ética.

As lideranças sociais têm um poder e uma responsabilidade decisivos em relação à


ética. Nenhuma nação, povo, ou grupo social pode realizar seu projeto histórico sem
lideranças. A liderança social é o elemento de ligação entre os interesses do grupo social e as
oportunidades históricas disponíveis para realizá-los. A responsabilidade ética da liderança,
portanto, se pudesse ser medida, teria o tamanho e o peso dos direitos reunidos de todos aqueles
que ela representa e lidera.
A liderança social tem uma tripla responsabilidade ética: institucional, pessoal e
educacional. Institucional, porque devem cumprir fiel e estritamente os deveres que lhe são
atribuídos.
A moral disciplina o comportamento do homem consigo mesmo. Tratam dos costumes,
deveres e modo de proceder dos homens com os outros homens, segundo a justiça e a equidade
natural, ou seja, os princípios éticos e morais são na verdade os pilares da construção de uma
identidade profissional e sua moral mais do que sua representação social contribui com a
formação da consciência profissional.
Os princípios éticos e morais são, na verdade, os pilares da construção de um profissional
que representa o Direito Justo, distinguindo-se por seu talento e principalmente por sua moral e
não pela aparência.
De forma sintética, João Baptista Herkenhoff (2001) exterioriza sua concepção de ética; o
mundo ético é o mundo do “deve ser” (mundo dos juízos de valor), em contraposição ao
mundo do “ser” (mundo dos juízos de realidade). Todavia, “a moral é a parte subjetiva da
ética”.
“O homem nem sempre pode o que quer, nem quer sempre o que pode. Ade- mais, sua
vontade e seu poder não concordam com seu saber. Quase sempre as circunstâncias externas
determinam a sua sorte.” (D’HONDT, 1966, p. 105).

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2.3. Vocação para o Colectivo da Ética Profissional.
A organização social foi um progresso, como continua a ser a evolução da mesma, na
definição, cada vez maior, das funções dos cidadãos e tal definição acentua, gradativamente, o
limite de acção das classes.
Sabemos que entre a sociedade de hoje e aquela primitiva não existem mais níveis de
comparação, quanto à complexidade; devemos reconhecer, porém, que, nos núcleos menores, o
sentido de solidariedade era bem mais acentuado, assim como os rigores éticos e poucas cidades
de maior dimensão possuem, na actualidade, o espírito comunitário; também, com dificuldades,
enfrentam as questões classistas. A vocação para o colectivo já não se encontra, nos dias actuais,
com a mesma pujança nos grandes centros.

Parece-me pouco entendido, por um número expressivo de pessoas, que existe um bem
comum a defender e do qual elas dependem para o bem- estar próprio e o de seus semelhantes,
havendo uma inequívoca interação que nem sempre é compreendida pelos que possuem espírito
egoísta.
Quem lidera entidades de classe bem sabe a dificuldade para reunir colegas, para delegar
tarefas de utilidade geral.
Tal posicionamento termina, quase sempre, em uma oligarquia dos que se sacrificam, e o
poder das entidades tende sempre a permanecer em mãos desses grupos, por longo tempo.
O egoísmo parece ainda vigorar e sua reversão não nos parece fácil, diante da massificação
que se tem promovido, propositadamente, para a conservação dos grupos dominantes no poder.
Como o progresso do individualismo gera sempre o risco da transgressão ética, imperativa
se faz a necessidade de uma tutela sobre o trabalho, através de normas éticas.
É sabido que uma disciplina de conduta protege todos, evitando o caos que pode imperar
quando se outorga ao indivíduo o direito de tudo fazer, ainda que prejudicando terceiros.
É preciso que cada um ceda alguma coisa para receber muitas outras e esse é um princípio
que sustenta e justifica a prática virtuosa perante a comunidade.
O homem não deve construir seu bem a custa de destruir o de outros, nem admitir que só
existe a sua vida em todo o universo.
Em geral, o egoísta é um ser de curta visão, pragmático quase sempre, isoladao em sua
perseguição de um bem que imagina ser só seu.

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A vocação não tem apenas o carácter de conformidade que tinha em Lutero, mas é também
vista como um mandamento divino. Deus reservou para cada homem uma vocação e este deve
cumpri-la competentemente para a glória de Deus, (PARSONS(1968). A história caminha e
Weber rastreia seu passo, e chegando em seu tempo nele diagnostica o desencantamento fatal do
mundo produzido pelo conhecimento científico. Assim o desencantamento que havia sido
produzido até então pela intelectualização religiosa, dando ao mundo e ao homem um sentido
uno e único, passou também pelo desencantamento, pela intelectualização científica.

A ciência assume o papel de“naturalização” radical do mundo natural. O conhecimento


científico é objectivo e não pode pretender dar sentido ao mundo, JAMOUS (1969). Ainda tendo
como ponto principal de sua discussão, o desencantamento do mundo pela religião e a formação
de uma conduta de vida moderna no seu significado prático, Weber nos oferece também a
possibilidade de discutir o que é vocação em seu tempo e especificamente, o que é vocação na
ciência ou ainda, qual a vocação da ciência. Como cientista e professor, Weber deixa agora de ser
nosso mediador na compreensão dos conceitos dos reformadores para tornar-se ele mesmo nosso
instrutor directo.

Antes demais nada, sua fala, que é para nós fundamentação teórica para a discussão sobre
vocação, estará sempre pautada na ideia de que a ciência não pode fornecer qualquer sentido ao
mundo. Eis, portanto o primeiro “mandamento” daquele que pretende assumir o trabalho
científico: a ciência é irreligiosa, não dá sentido ao mundo e não é um caminho para Deus,
PERRUSI (1995).Cremos que as considerações feitas apresentam-se não como verdades
absolutas, já que isso seria contradizer o que até agora foi dito, mas é inegável, por outro lado, a
actualidade dessas ideias desenvolvidas por Weber. Indispensável afirmar a importância de
apresentá-las como contribuição à análise do tema vocação e de toda a preocupação que o
envolve, entre os jovens que iniciam um processo de escolha, ou de adaptação às possibilidades
apresentadas pelo mundo das profissões, MYERHOFF (1965).

Para GUILIEBAUD (1999), Identificar o caminho histórico pelo qual tal assunto ganhou
corpo e ter pistas do que isto pode significar, na sociedade capitalista actual, é estar mais apto,
cremos, a não iludir-se diante de modismos ou apresentações parciais da ideia de cumprimento

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de vocação como sinónimo de sucesso. Weber nos traz o processo histórico do conceito de
vocação, com rigor científico de quem se impõe a necessidade de escolher com que verdade quer
conviver, e é isto de que se ocupa este texto. FOUCAULT (1977), No entanto, não queremos e
nem podemos, nos isentar do fato deque muitos outros factores pesam enormemente sobre os
ombros desses que deveminiciar uma caminhada no mercado de trabalho, já que por condições
sócio-econômicasabsolutamente desiguais, muitos simplesmente não chegarão à discussão sobre
tal tema, pois já estarão excluídos dos bancos escolares, onde tudo deveria estar começando.
Oque também não quer dizer que a escola tem sido responsável pela exclusão, mas quecom
certeza cabe à ela, ao menos, esta fundamentação teórica para quem lá estiver edela necessitar.

FOUCAULT (1977), Todas essas questões extrapolam a possibilidade de fazer-se aquiessa


discussão, mas as levantam como essenciais à todos aqueles que pretendemhonestamente discutir
o assunto sem fugir dos problemas, ou seja, todos os professores,que como diria Weber,
estiverem comprometidos a oferecer à seus alunos“conhecimento e métodos” e não “milagres e
revelações”, para que, por exemplo, aolermos em uma revista de circulação nacional um artigo
sobre o talento e sua acçãodefinidora de sucesso, não acatemos tal premissa como única e
verdadeira condição para o sucesso profissional:Algum talento todo mundo tem. O principal é
descobrir qual é o seu e saber usá-lo”.(Luiz Wever, diretor da empresa Ray & Berndtson no
Brasil, especializada em gestãode talentos). O mundo real mostra que ele tem razão. As histórias
de sucesso profissional em geral apresentam um enredo parecido. São sagas de alguém
queidentificou algo que sabe fazer bem, conseguiu canalizar esse dom para a carreira e,
principalmente, descobriu que essa qualidade estava sendo muito valorizada no mercadode
trabalho. (HABERMAS, 1987)

2.4. Vocação e identidade profissional


A identidade profissional pode ser vista como expressão da vocação. A vocação é uma
potência que a identidade profissional realizaria num determinado campo de actividades
profissionais. Embora tais considerações sejam um tanto redutoras, o que importa, aqui, é admitir
que o campo profissional seja capaz de produzir processos de identificação específicos de grupo
durante a socialização, principalmente aquela relacionada à formação profissional e à experiência
profissional (entrada no mercado de trabalho).Como tal, a identidade profissional seria o

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resultado das interacções entre os indivíduos, os grupos e os contextos profissionais, realizando
os dois movimentos que percebemos na discussão geral sobre o conceito de identidade: uma
necessidade de se fazer reconhecer e outra de se reconhecer, (MYERHOFF (1965). A primeira
necessidade tem um peso todo especial, pois a identidade profissional não é pessoal, e sim
colectiva, inscrevendo-se em representações e práticas que dependem, por sua vez, do contexto
no qual estão inseridas e do modo pelo qual são exercidas. Como toda identidade, teria cinco
dimensões, PARSONS (1968):
 É subjectivamente vivida e percebida pelos membros do grupo;
 É resultado da consciência de pertença ao grupo ― como tal, é a interiorização da
atribuição do grupo;
 Define-se, inicialmente, através de um movimento em que a oposição e a diferença em
relação ao outro delimitam o processo de identificação;
 Pode ser apreendida através de um conjunto de representações no qual se opõem traços
negativos e positivos;
As atitudes e imagens exprimem-se de forma discursiva, revelando implícita ou
explicitamente um sistema de ideias ou visões de mundo. Caso tais inferências estejam correctas,
todo processo de identificação possui uma estrutura cognitiva vinculada ao pensamento
representacional. Seria através deste último que o indivíduo designa as modalidades de
organização das representações que tem de si mesmo e das que tem do grupo ao qual pertence.
No caso da identidade profissional, o peso da representação é considerável, pois todo processo de
identificação exige um conhecimento, seja em relação a si mesmo, seja às actividades inscritas
no processo de trabalho; nesse sentido, o processo de identificação.

2.5. Classes Profissionais


A questão, pois, dos grupamentos específicos, sem dúvida, decorre de uma especialização,
motivada por seleção natural ou habilidade própria, e hoje constitui-se em inequívoca força
dentro das sociedades.
A formação das classes profissionais decorreu de forma natural, há milênios, e se dividiram cada
vez mais.
Historicamente, atribui-se à Idade Média a organização das classes trabalhadoras, notadamente
as de artesãos, que se reuniram em corporações.

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A divisão do trabalho é antiga, ligada que está à vocação e cada um para determinadas tarefas e
às circunstâncias que obrigam, às vezes, a assumir esse ou aquele trabalho; ficou prático para o
homem, em comunidade, transferir tarefas e executar a sua.
A união dos que realizam o mesmo trabalho foi uma evolução natural e hoje se acha não só
regulada por lei, mas consolidada em instituições fortíssimas de classe.

2.7. Virtudes profissionais


Em artigo publicado na revista EXAME o consultor dinamarquês Clauss MOLLER (1996,
p.103-104) faz uma associação entre as virtudes lealdade, responsabilidade e iniciativa
como fundamentais para a formação de recursos humanos. Segundo Clauss Moller o futuro
de uma carreira depende dessas virtudes. Vejamos:
O senso de responsabilidade é o elemento fundamental da
empregabilidade. Sem responsabilidade a pessoa não pode demonstrar lealdade,
nem espírito de iniciativa [...]. Uma pessoa que se sinta responsável pelos
resultados da equipe terá maior probabilidade de agir de maneira mais favorável
aos interesses da equipe e de seus clientes, dentro e fora da organização
[...]. A consciência de que se possui uma influência real constitui uma
experiência pessoal muito importante.
É algo que fortalece a auto-estima de cada pessoa. Só pessoas que tenham auto-
estima e um sentimento de poder próprio são capazes de assumir
responsabilidade. Elas sentem um sentido na vida, alcançando metas sobre as
quais concordam previamente e pelas quais assumiram responsabilidade real, de
maneira consciente.
As pessoas que optam por não assumir responsabilidades podem ter
dificuldades em encontrar significado em suas vidas. Seu comportamento é
regido pelas recompensas e sanções de outras pessoas - chefes e pares [...].
Pessoas desse tipo jamais serão boas integrantes de equipes.

Prossegue citando a virtude da lealdade:


A lealdade é o segundo dos três principais elementos que compõe a
empregabilidade. Um funcionário leal se alegra quando a organização ou seu
departamento é bem sucedido, defende a organização, tomando medidas
concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho de fazer parte da organização, fala
positivamente sobre ela e a defende contra críticas.
Lealdade não quer dizer necessáriamente fazer o que a pessoa ou organização
à qual você quer ser fiel quer que você faça. Lealdade não é sinônimo de
obediência cega. Lealdade significa fazer críticas construtivas, mas as manter
dentro do âmbito da organização. Significa agir com a convicção de que seu
comportamento vai promover os legítimos interesses da organização. Assim, ser
leal às vezes pode significar a recusa em fazer algo que você acha que poderá
prejudicar a organização, a equipe de funcionários.
No Reino Unido, por exemplo, essa idéia é expressa pelo termo "Oposição Leal a
Sua Majestade". Em outras palavras, é perfeitamente possível ser leal a Sua
Majestade - e, mesmo assim, fazer parte da oposição. Do mesmo modo, é
possível ser leal a uma organização ou a uma equipe mesmo que você discorde

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dos métodos usados para se alcançar determinados objetivos. Na verdade,
seria desleal deixar de expressar o sentimento de que algo está errado, se é isso
que você sente.

As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma terceira, a iniciativa,


capaz de colocá-las em movimento.

Tomar a iniciativa de fazer algo no interesse da organização significa ao mesmo


tempo, demonstrar lealdade pela organização. Em um contexto de
empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer apenas iniciar um projecto no
interesse da organização ou da equipe, mas também assumir responsabilidade por
sua complementação e implementação.

Gostaríamos ainda, de acrescentar outras qualidades que consideramos importantes no exercício


de uma profissão. São elas:

Honestidade:
A honestidade está relacionada com a confiança que nos é depositada, com a responsabilidade
perante o bem de terceiros e a manutenção de seus direitos.
É muito fácil encontrar a falta de honestidade quanto existe a fascinação pelos lucros, privilégios
e benefícios fáceis, pelo enriquecimento ilícito em cargos que outorgam autoridade e que têm a
confiança coletiva de uma colectividade. Já ARISTÓTELES (1992, p.75) em sua "Ética a
Nicômanos" analisava a questão da honestidade.
Outras pessoas se excedem no sentido de obter qualquer coisa e de qualquer
fonte
- por exemplo os que fazem negócios sórdidos, os proxenetas e demais
pessoas desse tipo, bem como os usurários, que emprestam pequenas
importâncias a juros altos. Todas as pessoas deste tipo obtêm mais do que
merecem e de fontes erradas. O que há de comum entre elas é obviamente uma
ganância sórdida, e todas carregam um aviltante por causa do ganho - de um
pequeno ganho, aliás. Com efeito, aquelas pessoas que ganham muito em fontes
erradas, e cujos ganhos não são justos - por exemplo, os tiranos quando saqueiam
cidades e roubam templos, não são chamados de avarentos, mas de maus,
ímpios e injustos.

São inúmeros os exemplos de falta de honestidade no exercício de uma profissão. Um


psicanalista, abusando de sua profissão ao induzir um paciente a cometer adultério, está
sendo desonesto. Um contabilista que, para conseguir aumentos de honorários, retém os livros de
um comerciante, está sendo desonesto.

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A honestidade é a primeira virtude no campo profissional. É um princípio que não admite
relatividade, tolerância ou interpretações circunstanciais.

Sigilo:
O respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das empresas, deve ser desenvolvido na
formação de futuros profissionais, pois trata-se de algo muito importante. Uma informação
sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.
Revelar detalhes ou mesmo frívolas ocorrências dos locais de trabalho, em geral, nada interessa a
terceiros e ainda existe o agravante de que planos e projetos de uma empresa ainda não
colocados em prática possam ser copiados e colocados no mercado pela concorrência antes que a
empresa que os concebeu tenha tido oportunidade de lançá-los.
Documentos, registros contábeis, planos de marketing, pesquisas científicas, hábitos pessoais,
dentre outros, devem ser mantidos em sigilo e sua revelação pode representar sérios problemas
para a empresa ou para os clientes do profissional.

Competência:
Competência, sob o ponto de vista funcional, é o exercício do conhecimento de forma
adequada e persistente a um trabalho ou profissão. Devemos buscá-la sempre. "A função de
um citarista é tocar cítara, e a de um bom citarista é tocá-la bem." (ARISTÓTELES, p.24).
É de extrema importância a busca da competência profissional em qualquer área de atuação.
Recursos humanos devem ser incentivados a buscar sua competência e maestria através do
aprimoramento contínuo de suas habilidades e conhecimentos.

O conhecimento da ciência, da tecnologia, das técnicas e práticas porfissionais é pré-requisito


para a prestação de serviços de boa qualidade.
Nem sempre é possível acumular todo conhecimento exigido por determinada tarefa, mas é
necessário que se tenha a postura ética de recusar serviços quando não se tem a devida
capacitação para executá-lo.
Pacientes que morrem ou ficam aleijados por incompetência médica, causas que são perdidas
pela incompetência de advogados, prédios que desabam por erros de cálculo em engenharia, são
apenas alguns exemplos de quanto se deve investir na busca da competência.

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Prudência:
Todo trabalho, para ser executado, exige muita segurança.
A prudência, fazendo com que o profissional analise situações complexas e difíceis com mais
facilidade e de forma mais profunda e minuciosa, contribui para a maior segurança,
principalmente das decisões a serem tomadas. a prudência é indispensável nos casos de
decisões sérias e graves, pois evita os julgamentos apressados e as lutas ou discussões inúteis.

Coragem:
Todo profissional precisa ter coragem, pois "o homem que evita e teme a tudo, não enfrenta coisa
alguma, torna-se um covarde" (ARISTÓTELES, p.37). A coragem nos ajuda a reagir às críticas,
quando injustas, e a nos defender dignamente quando estamos cônscios de nosso dever. Nos
ajuda a não ter medo de defender a verdade e a justiça, principalmente quando estas forem de
real interesse para outrem ou para o bem comum. Temos que ter coragem para tomar decisões,
indispensáveis e importantes, para a eficiência do trabalho, sem levar em conta possíveis atitudes
ou atos de desagrado dos chefes ou colegas.

Perseverança:
Qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, pois todo trabalho está sujeito a
incompreensões, insucessos e fracassos que precisam ser superados, prosseguindo o profissional
em seu trabalho, sem entregar-se a decepções ou mágoas. É louvável a perseverança dos
profissionais que precisam enfrentar os problemas do subdesenvolvimento.

Compreensão:
Qualidade que ajuda muito um profissional, porque é bem aceito pelos que dele dependem, em
termos de trabalho, facilitando a aproximação e o diálogo, tão importante no relacionamento
profissional.
É bom, porém, não confundir compreensão com fraqueza, para que o profissional não se deixe
levar por opiniões ou atitudes, nem sempre, válidas para eficiência do seu trabalho, para que não
se percam os verdadeiros objetivos a serem alcançados pela profissão.

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Vê-se que a compreensão precisa ser condicionada, muitas vezes, pela prudência. A
compreensão que se traduz, principalmente em calor humano pode realizar muito em
benefício de uma atividade profissional, dependendo de ser convenientemente dosada.

Humildade:
O profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que não é o dono da verdade e que o
bom senso e a inteligência são propriedade de um grande número de pessoas.
Representa a auto-análise que todo profissional deve praticar em função de sua atividade
profissional, a fim de reconhecer melhor suas limitações, buscando a colaboração de outros
profissionais mais capazes, se tiver esta necessidade, dispor-se a aprender coisas novas, numa
busca constante de aperfeiçoamento. Humildade é qualidade que carece de melhor interpretação,
dada a sua importância, pois muitos a confundem com subserviência, dependência ? quase
sempre lhe é atribuído um sentido depreciativo. Como exemplo, ouve-se freqüentemente, a
respeito determinadas pessoas, frases com estas: Fulano é muito humilde, coitado!

Muito simples! Humildade está significando nestas frases pessoa carente que aceita qualquer
coisa, dependente e até infeliz.
Conceito errôneo que precisa ser superado, para que a Humildade adquira definitivamente a sua
autenticidade.

Imparcialidade:
É uma qualidade tão importante que assume as características do dever, pois se destina a se
contrapor aos preconceitos, a reagir contra os mitos (em nossa época dinheiro, técnica, sexo...), a
defender os verdadeiros valores sociais e éticos, assumindo principalmente uma posição justa nas
situações que terá que enfrentar. Para ser justo é preciso ser imparcial, logo a justiça depende
muito da imparcialidade.

Optimismo:
Em face das perspectivas das sociedades modernas, o profissional precisa e deve ser otimista,
para acreditar na capacidade de realização da pessoa humana, no poder do desenvolvimento,
enfrentando o futuro com energia e bom-humor.

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CAPÍTULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS
Terminado a realização do trabalho em apreço pude constatar que a Ética é o estudo geral
do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos
objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito.
Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a
ação humana é que caracteriza a Ética.
As lideranças sociais têm um poder e uma responsabilidade decisivos em relação à
ética. Nenhuma nação, povo, ou grupo social pode realizar seu projeto histórico sem
lideranças. A liderança social é o elemento de ligação entre os interesses do grupo social e as
oportunidades históricas disponíveis para realizá-los. A responsabilidade ética da liderança,
portanto, se pudesse ser medida, teria o tamanho e o peso dos direitos reunidos de todos aqueles
que ela representa e lidera.
A liderança social tem uma tripla responsabilidade ética: institucional, pessoal e
educacional. Institucional, porque devem cumprir fiel e estritamente os deveres que lhe são
atribuídos.

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CAPÍTULO IV: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FIGUEIREDO, Luis Cláudio. (1996). Da epistemologia à ética das práticas e discursos
psicológicos. 2ª edição revista e ampliada. Petrópolis, Vozes.
FOUCAULT, M. (2004). Ética, sexualidade, política. Ditos e Escritos V. Rio de Janeiro, Forense
Universitária.
NARDI, Henrique C. e SILVA, Rosane Neves. (2005). Ética e subjetivação: as técnicas de si e
os jogos de verdade contemporâneos. IN: GUARESCHI, Neuza e HÜNNING, Simone
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